O Festival Músicas do Mundo estava na minha lista de to do things desde há muitos anos, culpa dos relatos entusiastas que ouvia sempre que alguém regressava de uns dias de imersão nesta realidade paralela. Por uma razão ou por outra, nunca conseguia ir a Sines e a Porto Covo nestas datas. Calhou este ano ter a minha estreia, logo no primeiro fim de semana de festival, com direito a seis concertos (três por noite) em diversas línguas e artistas de nacionalidades tão diferentes como portuguesa, brasileira, colombiana, tanzaniana ou maliana. Por estes dias, no largo Marquês do Pombal, consegui recuperar a esperança na Humanidade, depois de andar desiludida com o comportamentos da nossa espécie noutros festivais de verão.

Os Samba Touré, do Mali, transportam-nos para o deserto através da sua música. Foto: Nuno Pinto Fernandes/FMM

Aqui, sim, a boa onda é contagiante – não se gera qualquer atrito, daqueles típicos de quando uma multidão se junta, com álcool e outras substâncias capazes de alterar humores para o lado da violência. A GNR só aparece, pacata, no final do último concerto, quando já passa da uma da manhã, e só então nos lembramos de que estão aqui milhares de pessoas, muitas delas crianças que às vezes até adormecem pelo chão. Os cães, de diversas raças e tamanhos, também marcam presença e alguns até dançam, palavra de honra.

Durante os três dias em que o Festival Músicas do Mundo aterra em Porto Covo – nem sempre foi assim, dantes era apenas em Sines – misturam-se os locais com os de fora, os turistas com os festivaleiros, os mais novos com os mais velhos, os que fazem negócio com o que só querem estar na boa. A música, essa, está sempre em pano de fundo e ouve-se a partir de qualquer ponto desta terra de veraneio. Os três ecrãs gigantes, colocados estrategicamente em diversos locais do largo, ainda permitem que se veja o palco e a energia que emana dele mesmo que não se seja alto, como é o meu caso…

Lívia Matos, do Brasil, fez a festa, sempre de acordeão em riste

À volta da zona onde tudo acontece, montaram-se balcões para nos abastecermos de bebida, claro, mas nas traseiras, onde costuma haver um parque de estacionamento, encontra-se agora um feirinha com comidas do mundo (prove-se o crepe tradicional marroquino, com mel e amêndoas raladas) e muitas bancas com artesanato (o difícil é escolher). Uma pequena amostra do festival das tasquinhas que já começou em Sines, mas que ganhará novo ânimo a partir de terça-feira, 23, quando a música se mudar para esta cidade alentejana.

Com a Lua cheia a iluminar ainda mais esta povoação de pescadores e o vento sossegado, não se descarta um passeio até ao mar – fica apenas a dez minutos de uma caminhada contemplativa e as vistas, ainda que de noite, valem mesmo a pena. E pelo meio, há comércio local de portas abertas até ao final da festa. Aqui, em Porto Covo, por volta das duas já está tudo arrumado. Há que economizar baterias – em Sines a conversa é outra. Nas próximas noites de sexta e sábado, dias 26 e 27, os últimos concertos começam, no palco da praia Vasco da Gama, às cinco da manhã. Lá estaremos, com boa energia!

La Muchacha y el Proprio Junte, da Colômbia, entoou com energia as suas canções de protesto social e ambiental

Por muito que não pareça, Trump e Vance estão preocupados com Kamala Harris, e quem escolher para seu vice. Muito preocupados. Tudo era mais previsível e fácil com Joe Biden, desde logo porque os próprios eleitores democratas não queriam que ele se recandidatasse. Agora o jogo eleitoral é outro. Mais complicado, mais difícil, mais imprevisível e, acima de tudo, mais inseguro para Trump.

Pode ser tarde, mas Kamala, sendo esperta, ágil e estando motivada não deixará de usar a grande arma que liquidou Biden: Trump também está velho e os eleitores americanos querem uma mudança de geração dos seus líderes. O vice a ser escolhido, homem certamente, também deverá estar na faixa dos 50 anos, e isso vai puxar pelo eleitorado.

Alguém disse que o papel de um vice-presidente americano se resume a uma pergunta simples, repetida todos os dias, de cada vez que acorda: o presidente está vivo? Kamala desempenhou com lealdade essa função, falhou em missões como encontrar uma solução para a imigração desordenada – que será um assunto sempre favorável a Trump – e protegeu o presidente, nunca dando a conhecer o seu verdadeiro estado físico e intelectual.

Essa lealdade está a ser muito apreciada, e o facto de poder fazer história, sendo a primeira mulher a chegar à Casa Branca, dá à vice de Biden a grande oportunidade de mostrar que está preparada para ser presidente, que tem uma longa experiência profissional e política, e que não lhe falta a ambição para ganhar.

Biden era a cereja no bolo de Trump, mas Kamala pode ser o osso que engasga. Mas ainda falta tudo, aos democratas: nomear e aclamar a vice como candidata presidencial, atenuar as lutas internas do partido, convencer Obama e Pelosi, e garantir a capacidade de disputar os sete estados decisivos no Colégio Eleitoral. Tudo isto a 106 dias de 5 de Novembro. É tarde! Faz-se tarde!

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Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

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Ouvida no Congresso dos Estados Unidos sobre o atentado contra Donald Trump, candidato republicano às eleições de 5 de novembro, Kimberly Cheatle, diretora dos Serviços Secretos dos EUA, assumiu total responsabilidade pelos erros da agência na tentativa de assassínio do ex-presidente a 13 de julho. Em depoimento, Cheatle referiu-se ao ataque contra Trump como o “fracasso operacional mais significativo” da agência nas últimas décadas. “A missão solene dos Serviços Secretos é proteger os líderes da nossa nação. No dia 13 de julho, falhámos. Como diretora dos Serviços Secretos dos Estados Unidos, assumo toda a responsabilidade por qualquer falha de segurança da nossa agência”, referiu Kimberly Cheatle.

Apesar de admitir a falha de segurança, que levou à morte de uma pessoa e ferimentos ligeiros em Donald Trump, Cheatle recusou-se a responder a outras perguntas sobre o atentado, como o porquê de não estarem colocados agentes no telhado usado pelo atirador.

A tentativa de assassínio a Trump ocorreu há pouco mais de uma semana durante um comício republicano no estado da Pensilvânia. O republicano, de 78 anos, estava a discursar quando foi atingido por um projétil de baixo calibre, sofrendo ferimentos numa orelha. O ataque foi levado a cabo por Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, a partir de um telhado de um edifício e resultou numa vítima mortal e dois feridos.

Desde o ataque que se têm multiplicado os pedidos de demissão de Cheatle. Entre os críticos, vários congressistas – sobretudo republicanos – têm expressado o seu descontentamento pela forma como o Crooks conseguiu chegar tão perto do candidato.

A agência dos Serviços Secretos americanos é a principal responsável pela proteção do atual Presidente e da sua família, bem como dos presidentes anteriores e candidatos políticos. Desde o atentado a Ronald Reagan, em 1981, que não ocorria uma tentativa grave de assassinato a um Presidente ou candidato presidencial nos EUA. 

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A estreia de João Oliveira no Parlamento Europeu ficou marcada pela oposição às decisões aprovadas pelo hemiciclo. As reeleições de Roberta Metsola e Ursula von der Leyen são, para o antigo deputado do PCP, “más notícias” para a Europa, mas foi a aprovação de novo pacote de ajuda à Ucrânia que dominou a insatisfação do novo eurodeputado português. “Temos uma posição muito clara quanto a isso: não nos desviaremos da luta pela paz, da denúncia de todos aqueles que querem a guerra, do confronto com aqueles que querem mais mortes, mais destruição, mais negócios milionários de vender armas e a fomentar a guerra”, afirma. “O combate pela paz”, diz João Oliveira, está no topo das prioridades para o mandato dos próximos cinco anos.

A sua estreia no Parlamento Europeu decorreu numa sessão plenária que ficaria marcada pelas reeleições de Roberta Metsola [como presidente do Parlamento Europeu] e Ursula von der Leyen [como presidente da Comissão Europeia] e pela aprovação de uma resolução de apoio à Ucrânia. Que balanço faz do arranque desta legislatura?

Diria que o arranque da legislatura ficou, de facto, marcado por decisões que não foram boas para os povos. Quer em relação às reeleições de Roberta Metsola e Ursula von der Leyen, quer em relação ao conteúdo das discussões que foram feitas, nomeadamente essa resolução para a continuação da guerra na Ucrânia, nenhuma das decisões foi uma novidade, mas nenhuma delas é uma boa notícia. É a mesma perspetiva das decisões que têm sido tomadas na União Europeia (UE), incapazes de resolver problemas como os da habitação, da saúde, dos salários e das pensões, da valorização dos serviços públicos, da melhoria da capacidade produtiva de cada país…

Votou contra a resolução, em linha com aquela que tinha sido a posição, na anterior legislatura, dos eurodeputados do PCP. Sandra Pereira e João Pimenta Lopes chegaram mesmo a ser classificados como “os maiores amigos de Putin” no Parlamento Europeu, num artigo do jornal norte-americano Político, devido às posições sobre a guerra na Ucrânia. Que leitura faz desta classificação e o que se pode esperar do eurodeputado João Oliveira sobre este assunto?

Essa classificação “amigos de Putin” é, pura e simplesmente, propaganda de guerra. Quem faz a guerra, quem lucra milhões com a guerra, não quer que se fale de paz. E se alguém falar de paz é, imediatamente, rotulado de qualquer coisa, para que se anule todo o discurso. E é preciso que as pessoas percebam que isso é feito para que aqueles que têm uma perspetiva de paz, que querem o fim da guerra, não tenham espaço e se encolham. São apenas ofensas e calúnias. É preciso que aqueles que estão verdadeiramente preocupados com a continuação da guerra, com um conflito de cariz nuclear, não se desviem um centímetro do caminho de defesa da paz, mesmo que tenham de enfrentar esse tipo de acusações.

Podemos concluir, então, que a sua posição não vai passar por uma posição de apoio à Ucrânia da forma que tem sido votada no Parlamento Europeu…

Temos uma posição muito clara quanto a isso: não nos desviaremos da luta pela paz, da denúncia de todos aqueles que querem a guerra, do confronto com aqueles que querem mais mortes, mais destruição, mais negócios milionários de vender armas e a fomentar a guerra. Isso não serve aos povos. O que serve aos povos é o caminho da paz, e sempre que houver iniciativas deste género no Parlamento Europeu, que insistam no caminho da guerra, continuaremos a combatê-las, a votar contra e a denunciar o que se procura fazer com este tipo de iniciativas. A resolução aprovada tem três elementos esclarecedores: fala, pela primeira vez, da guerra “pelo tempo que for necessário”; exige a cada Estado-membro um esforço financeiro, que, no caso de Portugal, corresponde a 640 milhões/ano para alimentar a guerra indefinidamente; e, por último, não fala de uma única medida que possa contribuir para uma solução de paz. Não há uma. E isso basta para revelar as reais intenções de quem apresenta e aprova aquelas resoluções.

Foto Diana Tinoco/Arquivo

O Parlamento Europeu “guinou” à direita após as eleições de junho. Como observa o crescimento da extrema-direita no hemiciclo?

É uma evidência, não é? O crescimento das forças de extrema-direita é um dado objetivo, há mais deputados desse espectro político, e aquilo que se vai ouvindo e vendo na Europa por parte desses deputados corresponde, exatamente, ao que já se esperava do papel da extrema-direita… Temos visto, em vários governos nacionais, que quando a extrema-direita chega ao poder não resolve nenhum dos problemas que antes identificava, mas apenas se posiciona ao serviço dos grandes grupos económicos e financeiros, que, na verdade, foi o que sempre fez na História. O que importa, neste momento, é perceber como se pode fazer o combate à extrema-direita.

E como pode ser feito?

De forma diferente da que tem sido feita. Continuo convencido que a forma mais eficaz  e estrutural para derrotar a extrema-direita é dar resposta aos problemas económicos e sociais dos povos, fazer políticas diferentes das que têm sido feitas pela UE, romper com o neoliberalismo que serve os grandes grupos económicos e financeiros, a banca, mas que não serve os povos, os trabalhadores, os reformados e os jovens. As políticas adotadas têm criado nas pessoas profunda desilusão e descontentamento, porque negam a resposta às necessidades mais básicas, de emprego, habitação, saúde, educação, proteção social… Só rompendo com essas políticas é possível fazer frente à extrema-direita, não apenas porque se vai a raiz dos problemas de que se alimentam esses movimentos – e através dos quais instrumentaliza o descontentamento dos povos, não para dar respostas, mas apenas para capitalizar apoios –, como também é o caminho para se aprofundar a democracia para o futuro.

No hemiciclo do Parlamento Europeu fala-se muito do “cordão sanitário” aos eurodeputados de extrema-direita. É importante mantê-lo?

Não quero desvalorizar o “cordão sanitário”, porque é diferente haver ou não partidos de extrema-direita em posições institucionais relevantes. Mas acredito que o caminho verdadeiramente substancial, que permite combater mais eficazmente a extrema-direita, tem de ser o da resposta aos problemas económicos e sociais dos povos, garantindo que se faça um verdadeiro aprofundamento da democracia.

Começou, agora, uma caminhada de cinco anos. Pessoalmente, que metas definiu para este mandato 2024-2029?

Há, para começar, um elemento de referência que é muito exigente: manter o nível de intervenção no Parlamento Europeu que os deputados do PCP habituaram os portugueses. A intensidade e a profundidade da nossa intervenção coloca uma grande exigência para os próximos cincos anos. Claro que a redução da nossa representação cria naturais dificuldades do ponto de vista da capacidade concreta que temos para fazer o nosso trabalho, mas é algo que tem de ser superado. Depois, diria que as questões da luta pela paz estão, neste momento, no topo das nossas prioridades. Continuaremos, naturalmente, a estar atentos e a dar respostas ao problemas económicos e sociais que o nosso País atravessa. São questões que consideramos prioritárias.

Há alguns anos, mais do que eu pensava que seriam, no âmbito de uma pós-graduação que frequentei, um Ilustre Docente, de grande sabedoria e sensibilidade, contou a seguinte estória, que espero contar fielmente.  É necessário contextualizar que o Ilustre Docente tem formação superior, quer em Direito, quer em Psicologia.

O mesmo disse que, quando estava a iniciar a sua carreira, em prática individual de psicologia, foi procurado por um paciente que pretendia estabelecer consigo uma avença mensal, para uma consulta semanal de psicologia, com o seguinte fim: fazer um resumo de todas as leis e demais normativos que foram publicados nos últimos sete dias. E assim, em cada consulta, de sete em sete dias, o paciente pretendia ser informado de todas as normas da República.

Face a tão inusitado pedido, o Ilustre Docente tentou indagar da motivação desta pessoa. E havia uma razão – o paciente disse que havia sido condenado, por um tribunal, por violação de uma lei de que desconhecia a existência. O que o mesmo pretendia era conhecer todas as leis e nunca mais ser condenado por tribunal algum.

Desconhecendo os concretos contornos do caso, recordei-me logo do art.º 6º do Código Civil que dispõe que a ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento ou isenta as pessoas das sanções nela estabelecidasComo não sabia se estávamos perante um caso civil ou penal, mergulhei também nas problemáticas do erro sobre a ilicitude do art.º 17º do Código Penal. Lembrei-me igualmente de quão nobre é a profissão de advogado e da sua essencialidade para que se faça Justiça.

O Ilustre Docente, tendo identificado a questão, prescindiu da proveitosa avença e iniciou o tratamento terapêutico adequado a este paciente. A minha admiração e respeito, pelo mesmo, aumentou ainda mais.

Esta estória surgiu-me na sequência da publicação do “Inquérito sobre a Justiça” efetuado por IPPS_ISCTE. Não querendo obnubilar as pertinentes questões colocadas, relacionadas com esta temática, evidencio que o estudo tem, como base, apenas e tão só, a perceção dos inquiridos. Consta da ficha técnica que, tendo sido dada possibilidade de resposta múltipla, 82% dos inquiridos afirmaram que formaram a sua convicção através de notícias da comunicação social, 23% por artigos de opinião e comentadores, 29% por terceiras pessoas que lhe contaram a sua visão pessoal do que vivenciaram e 24% pela sua própria experiência pessoal. Apenas 6% tinham alguns livros ou estudos quanto à problemática (o que não quer dizer que tenham algum tipo de formação na área).

Existindo um inquérito, com repercussão sobre a justiça, com base em perceções subjetivas, a maioria formada por terceiros, venho sugerir que seja criado um novo indicador social: “VibeJustice”. Este índice seria uma  medida para traduzir quantitativamente um conceito social abstrato, com base em verdades e pós-verdades, em que cada um defende o que quiser na área da Justiça. Todos sabemos que as áreas de economia ou gestão se expressam diariamente por anglicismos, porque não a área do Direito?

O mundo encontra-se cada vez mais crispado. Um dos motivos é o declínio da confiança, pelos cidadãos, nas instituições.

Sou totalmente contra visões elitistas da sociedade e, por isso mesmo, este  inquérito evidencia a necessidade de cada cidadão ter uma formação mínima de Direito. Desde logo, ao nível do ensino obrigatório, tal como matemática ou filosofia. Só identificando os reais problemas podemos refletir nas melhores soluções, sobre os quais possamos atuar, para melhorar a sociedade.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

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Seis pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas na sequência de um ataque a um lar de idosos, esta segunda-feira, na cidade de Daruvar, na região centro da Croácia. O suspeito, que usou uma arma de fogo durante o ataque, acabou por ser detido pela polícia num café perto das instalações do lar, após ter fugido do local. O autor do ataque encontra-se agora “sob custódia policial”, segundo o comunicado emitido pelas autoridade croatas.

Ainda não se sabe o que terá motivado o ataque ao lar de idosos, onde viviam cerca de 20 pessoas. Contudo, segundo o jornal croata Jutarnji, o suspeito será Krešimir Pahoki, um homem de 51 anos, filho de uma das seis vítimas mortais do ataque.

Já de acordo com a televisão regional N1, Pahokiterá é um veterano de guerra de 1991-1995 na Croácia e desempenhava atualmente funções nas forças policiais.

Através de uma publicação na rede social X – anterior Twitter – Andrej Plenković, primeiro-ministro croata, expressou as suas condolências às famílias das vítimas do lar de idosos de Daruvar.

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O CoulombFly é o novo drone do tipo MAV (de Micro Aerial Vehicle) que ultrapassa uma limitação habitual nesta categoria, podendo voar sem parar desde que o Sol esteja visível. Os MAV ultraleves, que pesam menos de 10 gramas, têm tempos de voo que geralmente rondam os dez minutos. Neste caso, o CoulomboFly recorre a energia solar para contornar esta limitação.

O drone pesa apenas 4,21 gramas, tem uma envergadura de asa de 20 centímetros. Como noticia o IEEE Spectrum, o CoulombFly é dez vezes mais pequeno e 200 vezes mais leve do que o anterior drone solar mais pequeno (um quadcóptero de dois metros que pesa 2,6 quilos).

Veja o vídeo

A equipa da Universidade de Beihang desenvolveu também um protótipo que mede oito milímetros e tem nove miligramas de massa, mas esse ainda não é capaz de receber um fluxo de energia contínuo. Os cientistas usaram um motor eletrostático que produz movimento usando campos eletrostáticos, para conseguir ultrapassar o desafio de ter uma reduzida área de superfície para usar eletroímanes que geram movimento.

Esta abordagem de motor eletrostático é tipicamente usada em sensores para sistemas microeletromecânicos e não como propulsão aérea propriamente dita. A vantagem desta utilização aqui é que o motor com 1,52 gramas de massa consegue oferecer uma eficiência duas a três vezes superior à de outros motores de MAV.

O motor tem dois anéis, com o interior a ter 64 placas cobertas com folha de alumínio e uma estrutura semelhante a uma vedação e o exterior a estar equipado com oito placas com elétrodos positivos e negativos alternadamente. Na parte superior do CoulombFly há um propulsor de 20 centímetros ligado ao rotor e, por baixo, duas células de elevada densidade, que medem 4×6 centímetros, com uma massa de 0,48 gramas e eficiência de conversão de energia de mais de 30%.

Em testes com 920 watts de luz solar por metro quadrado, o drone conseguiu descolar em menos de um segundo e manteve-se no ar durante mais de uma hora, sem degradação de desempenho. O aparelho pode vir a ser usado em missões de vigilância e reconhecimento prolongadas no tempo.

Mingjing Qi, professor que lidera este projeto, conta que “deve ser possível colocar uma pequena bateria de iões de lítio”, passando a permitir que o drone possa operar 24 horas por dia, mesmo que o Sol não brilhe.

Ao ler uma entrevista recente publicada pela ‘Visão’, destacou-se-me a afirmação do psicoterapeuta João Carlos Melo quando salientou que “Assistimos ao avanço dos populismos e da direita radical, mas há também grandes grupos que resistem e têm influência para mudar esse rumo. O caminho faz-se entre a luz e as trevas”.

Com efeito, essa convicção de que a luz tem de estar presente para eliminar as trevas que assolam e afligem as nossas vidas é um pressuposto base na minha vida como cidadão e, evidentemente, como maçom.

As mudanças que ocorrem na sociedade e no mundo em que vivemos são tempos desafiantes, a nível social, económico e mesmo de saúde mental. E as encruzilhadas em que nos encontramos demonstram um avassalador acréscimo de guetos e becos sem saída.   

A esse propósito, lembro um trabalho de Zygmunt Bauman (publicado entre nós em 2014 pela Relógio de Água) em resultado de um diálogo com o filósofo Leonidas Donskis em torno da perda de sensibilidade num tempo marcado pelo terrorismo, a guerra, as migrações e outras formas de violência. Donskis: “O mal não está confinado às guerras ou às ideologias totalitárias. Hoje ele revela-se com mais frequência quando deixamos de reagir ao sofrimento de outra pessoa, quando nos recusamos a compreender os outros, quando somos insensíveis e evitamos o olhar ético silencioso.”

Há, na opinião destes autores, um afastamento de demasiadas pessoas face às regras morais da sociedade. Um alheamento à dor, aos sentimentos e ao sofrimento dos outros. E é nessa atitude perante o ser mais fragilizado, perante a comunidade necessitada, ou perante a premência de ajudar a encontrar rumos justos na sociedade, que estaremos a erguer um novo mundo, aquele em que habitarão os nossos filhos e os nossos netos.

É esta a convicção que devemos manter sempre, mesmo perante a incerteza sobre o que vai acontecer. Nesse desígnio, é dever de todos estarem disponíveis e prontos a transportar a fulgurante Luz, pois é com ela que cegaremos os avanços dessa espécie de peste maléfica que, por ora, prospera no mundo.

Ora, isto prende-se com o facto de os governantes, decisores e outros intervenientes, se posicionarem perante as ocorrências como meros interlocutores dos interesses imediatos, da busca pela satisfação dos egoísmos misóginos xenófobos e da inevitável ascendência dos autoritarismos impositivos sem curar das visões alheias e das vontades do próximo, do outro, do diferente e diverso.

Esta constatação mostra flagrantemente a ausência da espiritualidade, a sonegação do divino, a supremacia da arrogância, a emergência das ignorâncias absolutas e a assunção das leviandades, das baixezas, da falta de escrúpulos, das mentiras e das descaradas apropriações de dados e fatos históricos totalmente deturpados, com o fim de assaltar os poderes e submeter os outros, tal como noutros tempos de trevas.

No livro ‘QS – Inteligência Espiritual’, a física e filósofa americana Danah Zohar aborda um tema tão novo quanto polémico: A existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e que se manifesta na necessidade de encontrar um significado para a vida. Ela baseia o seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas, só há pouco divulgadas, de cientistas de várias partes do mundo e que descobriram o que está sendo chamado “Ponto de Deus” no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas.

Compete-nos agora sermos nós os “transportadores” da luz e do conhecimento. Precisamos de estar disponíveis e sempre em pé, para que nas guaritas em que teremos de viver, possamos alertar a proveniência dos perigos e estarmos prontos para os desfeitear.

A dualidade do combate entre a Luz e as Trevas (o conhecimento e a ignorância) é uma constante do quotidiano dos maçons, onde fica claro que a Luz só provem de Deus, Grande Arquiteto Do Universo e só com essa Luz é possível aos maçons concluírem a edificação do seu Templo.

Quanto aos perigos, sendo tantos, tão dispersos e temíveis, eles contribuem para tornar maior e mais importante a responsabilidade da Maçonaria Regular. Eles não passam de ocorrências que, em si mesmas, são protagonizadas a montante e a jusante por seres humanos. É a consciência destes o nosso alvo, visando o burilar da pedra, o aperfeiçoamento da construção e a conclusão perfeita da obra.

Voltamos assim ao essencial: O ser humano precisa de ajuda, de amparo e…de luz.   Essa luz que é a derradeira fonte para a solução dos problemas que enfrentamos.  

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

O primeiro Orçamento do Estado da renovada Aliança Democrática será votado no Parlamento no próximo mês de novembro. Ninguém sabe o que o futuro nos reserva, mas algumas coisas têm sido tão evidentes que até podemos arriscar fazer futurologia.

Nem o Partido Socialista, nem o Chega querem eleições. E nem sequer é por medo que lhes corram mal: sabem que lhes correrá mal.

Pedro Nuno Santos tem plena consciência de que não ganharia uma disputa com um Primeiro-Ministro e a este Governo PSD-CDS, em pleno estado de graça. Luís Montenegro não daria hipótese ao líder do PS. Não o escrevo com qualquer arrogância ou soberba. É compreender o nosso historial eleitoral, analisar os resultados nas eleições europeias e percecionar a realidade nacional constante.

André Ventura, por seu lado, está bem ciente de que perderia muitos deputados. A transferência de votos para a AD seria uma decorrência do que atrás digo sobre a inegável popularidade deste Governo, alicerçado em promessas eleitorais que estão efetivamente a ser cumpridas..

Porém, se a liderança de André Ventura – presidente do “partido de um homem só” – não está em risco, o mesmo não se pode dizer de Pedro Nuno Santos. Pedro Nuno não se pode arriscar a perder o próximo embate legislativo para Luís Montenegro e Nuno Melo. Isso resultaria, sem margem para qualquer dúvida, na demissão do Secretário-Geral do Partido Socialista. Seria insustentável manter-se à frente do PS após uma segunda derrota diante da AD. Sobretudo porque já tem quem lhe esteja a roer as canelas no partido.

É por isso que Pedro Nuno Santos “implora” há muitos dias que o Governo lhe dê motivos para aprovar o orçamento. PNS exige negociações para não dar a ideia de estar a dar o orçamento de “mão beijada” à AD, isto depois de vários zig-zags quanto a um possível acordo, durante estes 100 dias de governação.

Ora, este é o ponto de situação: tanto Pedro Nuno como Ventura querem que o orçamento passe, mas Ventura, derrotado no falso alarme que gerou com os polícias, quer deixar essa responsabilidade para o PS, como forma de passar a ser líder da oposição que mais grita; Pedro Nuno não pode arriscar que a AD explore a fragilidade de um secretário-geral proibido de ir a votos.

O que nos espera este orçamento? É viver para ver, sendo certo que a AD respira a serena tranquilidade de quem está a fazer um bom trabalho, com diferenças e ganhos manifestos para os portugueses.

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