A faltar pouco mais de um mês para o fim dos Comedy Wildlife Awards 2024, a organização do concurso decidiu partilhar algumas das melhores fotografias inscritas na competição. Com dez categorias diferentes, a competição pretende encorajar todos os amantes de fotografia – profissionais e amadores – a participar e partilhar uma imagem mais caricata da vida selvagem.

Os Comedy WildLife Awards, que contam com a colaboração da empresa de fotografia Nikon, tiveram início em 2015 através de uma ideia dos fotógrafos profissionais Paul Joynson-Hicks e Tom Sullam, que procurarem criar um concurso “que se centrasse no lado mais leve da fotografia da vida selvagem e ajudasse a promover a conservação da vida selvagem e dos habitats através do humor”.

Este ano, a organização pretendem apoiar a Whitley Fund for Nature, no Reino Unido, uma instituição de conservação sustentável que desenvolve ações em vários países. “É um prazer trabalhar com a equipa da Comedy Wildlife – parceiros fantásticos que partilham o nosso compromisso de gerar uma sensibilização vital para a conservação através do poder da fotografia. Com apenas um mês para participar nos Nikon Comedy Wildlife Awards, adorámos ver todas as participações hilariantes até agora e esperamos receber mais fotografias divertidas da vida selvagem durante o próximo mês”, referiu Stefan Maier, Diretor Geral Sénior de Marketing da Nikon Europa, através de um comunicado.

As inscrições para o concurso, aberto ao público, terminam a 31 de julho. Este ano o júri conta com grandes nomes da fotografia como Nikon Cameron Whitnall, Lara Jackson e Roxy Furman, Kate Humble, Daisy Gilardini, Celina Dunlop e Bella Lack. Os vencedores serão anunciados em Londres, em dezembro, através de uma exposição fotográfica que reunirá todas as fotografias a concurso.

O s relatos de pessoas que afirmam não ter contraído Covid-19 intrigam os cientistas. Alguns estudos têm encontrado pistas, mas o maior deles, que detalha pela primeira vez toda a resposta imunológica a partir do contacto com o SARS-CoV-2, foi agora publicado na revista científica Nature. A investigação sugere que algumas pessoas apresentam uma resposta imune nunca vista antes no nariz, que eliminou o patógeno antes mesmo dele provocar a infeção. Além disso, essa particularidade é associada a níveis elevados de um gene chamado HLA-DQA2.

O estudo, conduzido por cientistas do Instituto Wellcome Sanger e do Imperial College London, ambos no Reino Unido, é o primeiro a analisar a Covid-19 a partir de um ensaio chamado de “desafio humano” (“human challenge”, no original, em inglês), um tipo de investigação que infeta propositadamente voluntários saudáveis em ambientes controlados para investigar a ação do agente patógeno.

Ao todo, 36 adultos sem histórico prévio de infeção ou de vacinação contra a doença receberam amostras do SARS-CoV-2 pelo nariz. A partir daí, os cientistas acompanharam todos os detalhes, desde o momento em que o indivíduo era exposto ao coronavírus até à contaminação e, no final, à eliminação do patógeno.

Em todos os voluntários foram observadas respostas do sistema imune. Mas entre os participantes que eliminaram imediatamente o vírus, ou seja, que não foram contaminados, não houve uma resposta imune generalizada, como é mais comum, mas sim uma reação subtil e inédita apenas no nariz. Por outro lado, entre os voluntários que desenvolveram uma infeção sustentada houve uma rápida resposta imune no sangue, porém de forma mais lenta no nariz, o que permitiu que o coronavírus se estabelecesse e contaminasse a pessoa.

Nos que testaram positivo por um breve período registou-se uma resposta imunitária rápida nas células nasais, um dia após a exposição, e uma resposta imunitária mais lenta nas células sanguíneas. Por outro lado, aqueles que desenvolveram uma infeção completa tiveram uma resposta nasal muito mais lenta, começando em média cinco dias após a exposição, permitindo que o vírus se estabelecesse.

As novas subvariantes têm maior capacidade de fuga ao sistema imunitário, e, potencialmente, maior transmissibilidade. Mas não são mais graves

Christopher Chiu, autor do estudo, diz, em comunicado, que os resultados apontam um caminho para novas vacinas e tratamentos: “Estas descobertas não terão apenas um impacto importante no desenvolvimento de intervenções de próxima geração para o SARS-CoV-2, mas também devem ser generalizáveis para outros surtos e pandemias futuras.”

As “descobertas”, afirma Marko Nikoli, também autor do estudo, citado pelo jornal The Guardian, “lançam uma nova luz sobre os momentos iniciais cruciais que permitem que o vírus se instale ou que seja eliminado rapidamente antes do desenvolvimento dos sintomas”.

Nas amostras colhidas antes da exposição ao vírus, os voluntários que tiveram a chamada “infeção abortiva” e os que testaram positivo de forma transitória tinham altos níveis de atividade num gene chamado HLA-DQA2. Isto foi observado em células “apresentadoras de antígenos”, que sinalizam perigo para o sistema imunológico. De um forma simplificada, Kaylee Worlock, a cientista que liderou o estudo, ilustra da seguinte forma ao jornal inglês: “Essas células pegaram num bocadinho do vírus e mostraram-no às células do sistema imunológico e disseram: ‘Isto é estranho: precisam de resolver isso’.”

As descobertas sugerem que as pessoas que têm níveis elevados de atividade neste gene podem ter uma resposta imunitária mais eficiente à Covid-19, o que significa que a infeção nunca ultrapassa a primeira linha de defesa do corpo. No entanto, não estavam completamente imunes – os voluntários foram acompanhados após o estudo, feito em 2021, e, alguns, mais tarde, foram infetados na comunidade.

Nova variante

Quatro anos e meio depois do primeiro infetado pelo SARS-CoV2 ter sido detetado em Wuhan, na China, mais de 704 milhões de casos de Covid-19 foram já confirmados no mundo e sete milhões de pessoas perderam a vida – em Portugal registaram-se 28 126 mortes e mais de 5,6 milhões de casos.

Nas últimas semanas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou para uma subida de casos e recomendou o reforço das medidas de proteção, como o uso de máscara.

Em comunicado, a DGS adiantou que se registou um aumento da transmissão da Covid-19, com 16 casos a sete dias, por 100 mil habitantes, em 9 de junho, apresentando “uma tendência crescente”. No domingo, 23, foram registados 12 mortes e 164 casos (recorde-se que as infeções deixaram de ser de reporte obrigatório às autoridades de saúde).

A subida de casos, de acordo com a DGS, coincide com o aumento da prevalência de uma descendente da sublinhagem JN.1 do coronavírus, a KP.3, que foi classificada recentemente como variante sob monitorização pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na siga em inglês). A JN.1 está ligada à BA.2.86 (alcunhada de Pirola), que, por sua vez, já era uma sublinhagem da variante Ómicron, assim como a KP3.

A DGS refere que o ECDC considera improvável que as novas mutações do coronavírus SARS-CoV-2 estejam associadas a um aumento na gravidade da infeção ou a uma redução na eficácia da vacina contra doença grave, em comparação com as variantes anteriormente em circulação.

De acordo com o último relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), circulam maioritariamente em Portugal a sublinhagem JN.1 e descendentes (KP1.1, KP.2, KP.3 e KS.1). Entre as últimas, destaca-se o aumento de circulação da sublinhagem KP.3 (51,3%) nas semanas do mês de maio. Segundo os especialistas do INSA, estas subvariantes têm maior capacidade de fuga ao sistema imunitário, e, potencialmente, maior transmissibilidade do que a prevalente anterior (XBB).

Menos vacinados

Vacinação sazonal contra a Covid-19 ficou aquém do esperado

Pouco mais de metade (56%) das pessoas com mais de 60 anos decidiu vacinar-se contra a Covid-19 no último inverno. Em comunicado, a Direção-Geral da Saúde apontou a “frustração e saturação da população elegível face à vacinação e ao receio dos efeitos secundários das vacinas no caso de pessoas não vacinadas, bem como à imunização natural resultante do contágio pelo vírus no início da época de vacinação.” Houve uma redução em todas as faixas etárias relativamente à época anterior, enquanto a adesão à vacinação contra a gripe se manteve, com uma taxa de cobertura de 66,27%.

As coberturas vacinais mais elevadas ocorreram na população a partir dos 80 anos, mas também nos mais idosos a adesão à vacinação contra a gripe foi bastante superior à da vacina contra a Covid-19 – 78,9% e 66,4%, respetivamente. A menor adesão registou-se na população com idades entre os 60 e 69 anos – apenas 45,5% na vacinação contra a Covid e 52,29% na imunização contra a gripe.

No total, na última campanha foram administradas 1 992 260 doses de vacinas contra a Covid-19 e 2 494 957 doses de vacinas contra a gripe, sendo que cerca de 70% das doses foram administradas nas farmácias comunitárias.

No próximo ano, a DGS pretende começar a campanha de vacinação sazonal mais cedo, em meados de setembro.

Palavras-chave:

Não há muitos jogadores na história do futebol que possam gabar-se de um currículo destes. Marcar 324 golos em 631 partidas de futebol só está ao alcance de um fora de série. E é exatamente de um extraordinário ponta-de-lança que se fala, quando nos lembramos de Manuel Fernandes. Obviamente, os adeptos do Sporting lembrá-lo-ão com especial saudade e sentido de perda, mas o eterno capitão dos leões tem, pelo excecional jogador que foi e pelo exemplo de integridade que deu enquanto homem do futebol (para além de jogador, foi treinador, dirigente e comentador televisivo), um lugar especial na memória dos verdadeiros amantes do futebol. Manuel Fernandes partiu na quinta-feira, 27. Tinha 73 anos e debatia-se, há anos, com um cancro.

Nascido em 1951, em Sarilhos Pequenos, na Moita, Manuel Fernandes teve 30 internacionalizações e sete golos marcados por Portugal mas foi pelo Sporting que o antigo avançado se tornou num dos melhores jogadores de sempre do futebol português. Nado e criado numa família de ferrenhos adeptos sportinguistas, o pequeno Manel cresceu a admirar os Leões e a sonhar com vestir a camisola verde-e-branca. Mas foi no clube da terra natal, o Sarilhense, que começou a carreira, aos 16 anos. Jogava, na altura, a médio, longe das balizas que o haveriam de tornar distinto dos outros. Foi na equipa do extingo Grupo Desportivo da CUF que Manuel Fernandes se encontrou com o golo. Entre 1969 e 1975 marcou 40 em 138 jogos. Primeiro na equipa das reservas e, depois, na equipa principal que fez o brilharete de conquistar um 4º lugar no campeonato. Foi com um golo seu que a CUF venceu o histórico FC Porto, dessa forma, garantiu uma participação inédita e histórica na Taça UEFA. Foi também graças às suas exibições que começaram a chover convites para dar o salto. Vieram das Antas e do Restelo, mas o Manel só disse sim quando chegou a chamada do seu Sporting. Foi em 1975 que começou a aventura de 12 anos de Leão ao peito, período durante o qual alinhou em 433 jogos e marcou 257 golos, o que faz dele o segundo melhor marcador da história do clube. Melhor do que o eterno capitão só inigualável Fernando Peyroteu, um dos míticos “cinco violinos”, a linha avançada do Sporting que marcou o futebol português na segunda metade da década de 1960. A passagem posterior no Vitória de Setúbal, entre 1987 e 1989, fizeram de Manuel Fernandes o jogador com mais jogos disputados (486) no principal escalão do futebol português. Uma realidade apenas possível, porque os anos em que brilhou nos relvados pouco tinham ainda a ver com a indústria milionária em que o futebol viria a transformar-se. Se assim não tivesse sido, Manuel Fernandes teria, seguramente, realizado uma carreira no futebol europeu.

Arrumadas as botas, seguiu-se uma carreira de treinador com passagens por vários clubes, em Portugal e Angola. Nestas funções, escaparam-lhe os títulos, tendo conseguido apenas vencer a Supertaça de 2000/2001 com o seu Sporting. O mesmo clube que, enquanto jogador tinha ajudado a vencer 2 campeonatos nacionais, 2 Taças de Portugal e uma Supertaça e pelo qual terá vivido uma das tardes de glória. Aquela de 14 de dezembro de 1986 em que marcou 4 dos 7 golos com que o Sporting bateu o eterno rival Benfica. “Foi uma sensação inesquecível”, reconheceu anos mais tarde, salientando, porém que “mais do que qualquer golo ou qualquer jogo, o maior momento de glória da minha vida foi aquele em que vesti, pela primeira vez, a camisola do Sporting”.

É este amor ao clube de sempre que obriga a que as homenagens fúnebres ao “eterno capitão” tenham início no Estádio de Alvalade. As exéquias de Manuel Fernandes vão ter início este sábado, às 9h30, com uma cerimónia privada, para a família do antigo avançado. Uma hora depois, as portas do ‘hall vip’ abrem-se ao público até às 23h30. No domingo, o corpo de Manuel Fernandes sai do estádio às 11h00, com cortejo a partir da Praça Centenário para um funeral, mais uma vez, restrito aos familiares.

Ventura tenta provocar a indignação dos ignorantes e reacender a suspeita sobre o cidadão que tão mal tem sido tratado pelo Ministério Público (MP).

Note-se que o líder do Chega teria todo o direito de discordar politicamente de Costa, ou mesmo de achar que não é o homem certo para aquele lugar, mas vai mais longe e sugere à boca cheia o pecado de corrupção ao ex-primeiro-ministro, ao afirmar que a actual indignação cívica da sociedade civil contra os abusos do MP se reduziu apenas a uma “perseguição política à justiça e ao branqueamento de Costa”… 

Mas de facto, o que sucedeu foi a introdução dum parágrafo tonto num comunicado da Procuradoria-Geral da República (PCR) pela mão de Lucília Gago (deve estar arrependidíssima, embora nunca o vá admitir!), com uma desculpa esfarrapada, e de que resultou a demissão do primeiro-ministro, a queda do governo – desnecessária, mas que deu ao presidente da república o pretexto para aproveitar e acabar logo com a maioria absoluta parlamentar que o condicionava – e novas eleições que alteraram o quadro parlamentar para muito pior, nos limites da ingovernabilidade.

A ministra da Justiça produziu muito recentemente declarações públicas sugerindo que Lucília Gago não sabe ou não quer pôr “a casa em ordem” (leia-se o MP), o que tem provocado reacções no mundo político, como um antigo bastonário da Ordem dos Advogados que já veio dizer, com toda a razão, que se o MP é uma casa em desordem o governo espera o quê para propor ao PR a demissão da PGR? Espera-se por Outubro para a ver cair de podre? E o país aguenta?

Recorde-se que o labéu público lançado por Lucília Gago sobre a cabeça de António Costa permanece, apesar de o homem ter pedido quase imediatamente para prestar declarações, o que foi chamado a fazer meses mais tarde sem ter sido constituído arguido, nem o processo arquivado até agora, o que é manifestamente incompreensível.

Recorde-se que os três arguidos da Operação Influencer que não foram detidos estão há quase oito meses para serem ouvidos pelo Ministério Público, entre eles João Galamba, que pediu cinco vezes para prestar declarações, mas em vão.


No país político a única força que apoia cegamente o MP é a extrema-direita, e por isso começa a surgir a dúvida se o Chega não estará infiltrado no MP ao mais alto nível. Não será por acaso que David Justino disse ao Diário de Notícias: “Começa a haver sobreposição excessiva de posições do sistema de Justiça com as da extrema-direita”


Mas o Ventura “Vale Tudo em Política” não está só neste filme. O Bloco e o PCP embarcaram no mantra de que Costa apoiou Ursula Von der Leyen e por isso a sua eleição para a presidência do Conselho Europeu é imoral, segundo os óculos desta esquerda.

Tentaram assim enganar os ignorantes ao omitir que as negociações para os altos cargos da UE são feitas em bloco pelos maiores grupos políticos saídos das europeias: o Partido Popular Europeu (PPE), Partido Socialista Europeu (PES) e os Liberais (Renew Europe), dos quais estes partidos não fazem parte.

Agora que Costa está confirmado como o novo presidente do Conselho Europeu, os que se lhe opõem vão defender a ideia de que o cargo é apenas um “tacho” dourado e não serve para nada. Estamos perante um triste arremedo de portuguesismo reduzido a uma enorme inveja social, alimentada todos os dias pelos títulos populistas do Correio da Manhã e quejandos, e uma atracção fatal pela boçalidade.

Não digo que se invente outro país, mas não se poderá mudar esta mentalidade rasteira?

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À janela do mundo

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“Com a dificuldade que estamos a sentir em recrutar jovens na área do setor tecnológico, têm de ser as empresas a adaptarem-se às pessoas e não o contrário”, afirmou João Miguel Rodrigues, Diretor de Recursos Humanos e Membro do Conselho Executivo da Aubay.

Veja o vídeo integral do painel Estratégias Inovadoras e Captação de talento

Decorreu ontem no edifício PLMJ, em Lisboa, a conferência sobre “Gestão de Talento na Área da Tecnologia”. Esta foi uma iniciativa da Exame Informática e da Exame, com o apoio da Randstad Portugal e da Martech Digital. No primeiro painel o tema central foi “Estratégias Inovadoras e Captação de talento”. A flexibilidade existente entre uma empresa e um funcionário foi um dos temas mais debatidos. Com o aparecimento da pandemia surgiu também o trabalho remoto, que tornou as relações entre os diretores das empresas e os funcionários mais distantes.

João Miguel Rodrigues, Diretor de Recursos Humanos e Membro do Conselho Executivo da Aubay

Ana Filipa Meireles, diretora global de aquisição de talento na Capgemini Portugal, defende que a flexibilidade tem de ser o “principal foco” de uma empresa, tanto a nível de local de trabalho, como do bem estar que proporciona na vida pessoal dos funcionários. Para Ana Meireles, a progressão na carreira é um ponto fulcral para se conseguir reter o talento. “A Capgemini investe muito em talento jovem, e sabemos que existe muita escassez nesta área. Agora se um jovem não sentir que irá ter progressão na carreira, as possibilidades de recrutá-los são reduzidas”, afirmou a Diretora Global de Aquisição de Talento da Capgemini.

Ana Filipa Meireles, Diretora Global de Aquisição de Talento da Capgemini

O trabalho remoto veio provocar alterações na forma de comunicação entre as pessoas com diferentes cargos numa empresa. Para João Miguel Rodrigues, Diretor de Recursos Humanos e Membro do Conselho Executivo da Aubay, o que existe em Portugal são “pessoas que oferecem flexibilidade, mas há muitas empresas inflexíveis”. Isto porque muitas empresas não estão dispostas a dialogar com os funcionários. Na visão deste especialista em recursos humanos, é importante que um recém licenciado esteja presente no local de trabalho, para que alguém com mais experiência o consiga formar. Durante a conferência, os oradores do painel afirmaram que, desde a pandemia, diversos recém formados nunca foram à empresa, algo que deve ser corrigido.

Fernando Braz, líder da Salesforce Portugal defendeu que “os diretores têm de estar mais presentes, têm de conversar com as pessoas e de entrar em contacto com as mesmas. É preciso conhecê-las minimamente”. Na sua ótica, é inconcebível reter talento e funcionários numa empresa, se não houver diálogo entre a gestão e os funcionários.

João Rodrigues referiu, como exemplo, como se tornou comum as pessoas irem para o escritório para acabarem a comunicar remotamente com os colegas que ficaram em casa. Para o diretor de Recursos Humanos da Aubay, “isto não deveria acontecer”, defendendo que as equipas de trabalho devem de ir ao escritório alguns dias para evitar que as pessoas se distanciem. Defendeu, ainda, que um diretor não deve passar o dia isolado no escritório, sem conviver com os outros colaboradores da empresa, reforçando que isto não faz sentido e que não contribui para atrair as pessoas para o escritório.

Fernando Braz líder da Salesforce Portugal

Ao longo da conferência foi possível perceber que um grande número de pessoas passou a trabalhar apenas em casa. Contudo, Ana Filipa Meireles defendeu que, na sua opinião, o modelo de trabalho híbrido é o “mais equilibrado”.

A ecologia como preocupação dos jovens e a existência de um problema estrutural

No auditório do edifício PLMJ, foi possível perceber que as questões relacionadas com a sustentabilidade são fatores importante, e que pode mesmo influenciar no momento da escolha de uma empresa.

Para Fernando Cruz, os valores que uma entidade empregadora tem com a sociedade e o ambiente são fundamentais para recrutar talento: “os jovens preocupam-se com o ambiente, interessam-se pelas boas causas”. É importante que as empresas estejam alinhadas com as preocupações dos mais jovens, porque “ninguém quer estar num local que não defenda bons valores”.

A dificuldade em reter o talento jovem em Portugal está também relacionada com o facto da economia portuguesa ser menos competitiva do que a da maioria dos países da Europa e o trabalho ser sujeito a uma carga fiscal exagerada, na opinião de Ana Filipa Meireles. “Portugal tem um problema de atratividade, perdemos cerca de 20% dos recém-licenciados, sejam eles juniores ou seniores. O problema vem de cima, do próprio país. O que acontece neste momento é que, o país anda a investir na formação das pessoas e, em muitos casos, o retorno é 0”.

No fecho de painel, os oradores abordaram quais os aspetos mais importantes para atrair talento, tendo existido um certo consenso entre os três. Para Ana Filipa Meireles, a capacidade de adaptação “é um ponto muito importante, assim como o cuidar das pessoas, no sentido de promover o bem-estar”. João Rodrigues explicou que a Inteligência Artificial vai libertar tempo, e que esse “deve ser aplicado por parte das empresas nas pessoas, mostrando mais proximidade”. Por fim, Fernando Braz voltou a reforçar que a “empatia e o foco no impacto humano são muito importantes”.

O grupo Rabbitude, composto por programadores e investigadores, revelou ter descoberto uma falha no código base da Rabbit que coloca informação sensível desprotegida e acessível a cibercriminosos. Este grupo descobriu que uma série de chaves de API estão inseridas no código (hardcoded) no código base da empresa. Estas chaves dão acesso às contas da Rabbit com serviços de terceiros, como o fornecedor de soluções text-to-speech EleveLabs e à conta da SendGrid. Com o acesso a estas chaves de API, qualquer pessoa pode ter acesso a qualquer resposta dada pelos dispositivos R1 aos utilizadores.

Os investigadores revelam ter tido acesso há mais de um mês a estas chaves e que, apesar de a Rabbit saber da falha, nada fez para proteger a informação sensível. Desde aí, no entanto, os acessos já foram revogados, o que deixa entender que a empresa as está a rodar.

Num comunicado enviado ao The Verge , Ryan Fenwick, porta-voz da Rabbit, afirmou que “irão ser dadas atualizações à medida que se tornarem disponíveis”. Na página do Discord, a Rabbit confirmou que estava a investigar um incidente, mas salienta que não encontrou qualquer evidência de que “os sistemas críticos ou a segurança dos dados dos clientes” tenham sido comprometidos.

O Rabbit R1 é um aparelho lançado no início do ano e que prometia ser o futuro da interação entre humanos e máquinas, sendo o passo seguinte nos assistentes de Inteligência Artificial. No entanto, pouco tempo depois do lançamento, começaram a chover críticas sobre a pouca autonomia da bateria e dos erros dados nas respostas geradas por IA. Agora, com uma falha de segurança destas, deve ser difícil para a empresa conseguir mudar a perceção do público.