“A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) tem conhecimento de que alguns contribuintes estão a receber mensagens de correio eletrónico supostamente provenientes da AT nas quais é pedido que se carregue em ‘links’ que são fornecidos”, alerta o organismo.

Na nota publicada no seu site, a AT dá o exemplo de três emails, todos relacionados com o IRS,

“Estas mensagens são falsas e devem ser ignoradas. O seu objetivo é convencer o destinatário a aceder a páginas maliciosas carregando nos links sugeridos” esclarece a AT, sublinhando que os contribuintes “em caso algum” deverão efetuar essas operações.

Palavras-chave:

A entrada em vigor do Regulamento dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês) vai fazer com que os consumidores europeus não possam ter acesso, pelo menos num futuro imediato, ao sistema de Inteligência Artificial que a Apple está a desenvolver. A empresa de Cupertino anunciou na sexta-feira que, para já, não vai avançar com o lançamento do sistema Apple Intelligence, assim como das funcionalidades iPhone Mirroring e SharePlay Screen Sharing, na Europa este ano.

A Apple alega que para cumprir com o DMA teria de reduzir o nível de segurança dos seus produtos e serviços. “Estamos preocupados com os requisitos de interoperabilidade que o DMA exige e que isso possa comprometer a integridade dos nossos produtos no que toca a privacidade dos utilizadores e segurança dos dados”, informou a empresa em comunicado citado pela Bloomberg.

O DMA estipula um conjunto de regras que definem o que as gigantes tecnológicas (neste caso em específico, as que são consideradas como gatekeepers) podem ou não fazer, proibindo o favorecimento dos seus próprios produtos em detrimento daqueles dos seus rivais; a combinação de dados pessoais recolhidos por diferentes serviços; ou o uso de dados recolhidos por terceiros para rivalizar com estes. Por outro lado, as empresas são obrigadas, por exemplo, a permitir que os utilizadores descarreguem apps de plataformas rivais.

A Comissão Europeia já reagiu à decisão da Apple, afirmando também em comunicado que “os gatekeepers podem oferecer os seus serviços na Europa, desde que cumpram com as nossas regras criadas para assegurar uma competitividade justa”.

O Apple Intelligence, anunciado na Worldwide Developers Conference (WWDC), deve ser disponibilizado no Outono, em versão Beta, como parte do lançamento público do iOS 18, iPadOS 18 e macOS Sequoia, estando apenas disponível em inglês dos Estados Unidos numa primeira fase.

A partir desta segunda feira, será possível fazer transferências entre contas bancárias portuguesas (transferências normais ou imediatas) colocando apenas o número de telemóvel do beneficiário em vez do número da conta ou do IBAN, como acontecia até agora.

No caso de transferência para um empresa, em vez do número de telemóvel pode ser usado o Número de Identificação de Pessoa Coletiva (NIPC).

A nova forma de transferir dinheiro, o Proxy Lookup, semelhante à usada na rede MBWay, passa a ser possível tanto nas aplicações dos bancos para smartphones, como nos sites ou ao balcão.

Apesar de esta possibilidade de transferências estar em vigor desde já, por indicação do Banco de Portugal, nem todos os bancos poderão tâ-la ativa desde já – até setembro a execução pelos bancos será gradual e só passa a ser obrigatória a sua disponibilização a partir de dia 6 desse mês.

No passado dia 20 de maio houve outra novidades nas transferências: a obrigatoriedade de confirmar destinatário das transferências bancárias.

Que as redes sociais andam a deixar as pessoas mais nervosas, ansiosas e têm aumentado significativamente os ataques de ódio e a facilidade com que se propaga a desinformação e a violência, já sabíamos. O que não sabíamos é que as pessoas estariam disponíveis para abandonar as redes sociais,  pagando para o fazer – se os seus congéneres também o fizessem. As evidências foram reveladas por um grupo de economistas da Universidade de Chicago, num artigo científico publicado no final do ano passado: se já era claro que as pessoas tendem a valorizar um produto ou serviço consoante o seu número de utilizadores – por exemplo, estão disponíveis para pagar mais por uns ténis que toda a gente tenha, mesmo que não lhes vejam grande utilidade – ainda não se tinha percebido que, no caso das redes sociais, os utilizadores estão mesmo dispostos a pagar para as abandonar, se souberem que outros também ficam desconectados.

“Os nossos principais resultados revelam uma “armadilha de mercado”, onde uma grande fatia de consumidores continua a usar plataformas redes sociais apesar de estas lhes provocarem um défice de bem-estar” – ou um bem-estar negativo, numa tradução mais livre. “Em média, os utilizadores precisariam de receber 59 dólares para desativar a sua conta de TikTok e 47 dólares para desativar o Instagram” durante quatro semanas, lê-se no artigo, intitulado “Armadilha dos produtos de mercado: o caso das redes sociais”.

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A Exame Informática, a Exame, a Randstad e a Martech Digital convidam-no a estar presente na conferência “Gestão de Talento no setor da Tecnologia”, que vai decorrer no dia 27 de junho, entre as 9h30 e as 13h00, em Lisboa.

AGENDA

9h30
Check-in

10h00
Boas-vindas
Tiago Freire, Diretor da Exame

10h10
Key Note Speaker
João Salvador Oliveira, Associate Director-Digital da Randstad Portugal

10h30
Estratégias inovadoras e captação de talento
Ana Filipa Meireles, Global Head of Talent Acquisition na Capgemini Portugal
Fernando Braz, Portugal Country Leader da Salesforce
João Miguel Rodrigues, Chief People Officer e Executive Board Member da Aubay
Moderado por Sérgio Magno, Diretor da Exame Informática

11h15
Coffee Break

11h30
Diversidade e Inclusão
Ricardo Teixeira, CEO da Compuworks
Teresa Alves, As Raparigas do Código
Moderado por Adriana Zappalá, Head de Pessoas e Cultura na Martech Digital

12h15
Cultura Organizacional e retenção de Talentos
Ana Barros, CEO da Martech Digital
Mariana Delgado, Manager of Information Technology da Randstad Portugal
Rita Marques, Happiness Manager & Global MKT da Milestone
Vitor Barros, Manager da Askblue
Moderado por Tiago Freire, Diretor da Exame

13h00
Encerramento
Sérgio Magno, Diretor da Exame Informática

O que fazer quando o smartphone cai na piscina? Qual é a melhor solução para quando se ‘perde’ o smartphone na areia? Há uma forma segura de o arrefecer quando a temperatura dispara? Agir rapidamente é crucial em caso de acidente e nem sempre há tempo (ou forma) de pedir ajuda ao ‘Dr. Google’ para encontrar uma solução. 

Para o ajudar a desfrutar do Verão sem frustrações e sem ter de gastar dinheiro a comprar um novo smartphone, deixamos um conjunto de dicas úteis em formato de ‘manual de sobrevivência’. Mas, antes de avançarmos, deixamos uma nota importante. 

Os smartphones contêm uma variedade de componentes sensíveis que, quando são expostos a condições fora do normal, podem tornar-se voláteis rapidamente. Em caso de acidente deve avaliar o grau de risco. Se não se sente confortável para solucionar o problema e se receia piorar a situação, não arrisque: leve-o a um especialista de confiança. 

Aposta na prevenção 

Atualmente a maioria dos smartphones tem algum tipo de proteção contra a água ou contra a intrusão de poeira. Além disso, é possível encontrar no mercado uma variedade de soluções de proteção – entre capas e bolsas – que permitem manter o smartphone a salvo de condições mais inóspitas ou até fazer algumas experiências de fotografia subaquática. 

Antes de dar uns mergulhos com o smartphone (ou de o levar para a praia) é importante que perceba qual é o grau de IP (Ingress Protection) do equipamento. É possível encontrar esta informação no manual de instruções do smartphone ou nos dados disponibilizados pela fabricante no seu respetivo website. 

Mas o que significam estes números? A tabela que disponibilizamos aqui, adaptada para português a partir de informação do comité técnico da Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC na sigla em inglês), dá uma ajuda. 

Smartphone verão manual de sobrevivência
Fonte: Comité técnico da Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC)

Tendo em conta esta informação poderá ajustar o tipo de atividades a realizar, assim como a solução de proteção mais adequada às suas necessidades. 

Capa ou bolsa?

Com tantas opções disponíveis no mercado, nem sempre é fácil escolher uma capa ou bolsa para proteger o smartphone da exposição à água ou areia/poeiras. Eis o que importa saber: 

Que tipo de atividades tem em mente? Tanto as capas como as bolsas podem oferecer proteção contra os elementos, mas há modelos que se adequam melhor a determinadas atividades. Por exemplo, se quer dar uns mergulhos com o smartphone e aproveitar para tirar umas fotos subaquáticas, uma capa poderá oferecer uma maior resistência à pressão do que uma simples bolsa. 

Preste atenção às características Durante o processo de compra verifique cuidadosamente as especificações da capa ou bolsa, assegurando que tem um grau de proteção IP adequado e que tem mecanismos concebidos para evitar a entrada de água/areia ou poeira. Preste também atenção à compatibilidade com o seu modelo de smartphone. As reviews deixadas por outros utilizadores são também úteis para perceber como é que o produto se ‘comporta’ na vida real e se vale mesmo a pena comprar

Ponha à prova antes de levar para a praia ou para a piscina Para confirmar que tudo está a funcionar como é suposto (e para evitar surpresas desagradáveis), teste a capa ou bolsa antes de colocar o smartphone lá dentro. Algumas fabricantes até o incentivam a fazer isso antes de usar o produto e incluem instruções sobre como o testar.

A par da água e da poeira, o calor é outro dos grandes ‘inimigos’ dos smartphones. Nem sempre é fácil fugir a temperaturas mais elevadas, mas existem certas medidas que deve colocar em prática. 

Entre elas contam-se evitar a exposição direta à luz solar; moderar ou limitar a utilização de aplicações que consomem mais recursos; e não deixar o smartphone em espaços que têm tendência para aquecer demasiado (como no interior do carro). 

O que fazer em caso de acidente? 

Caiu na água? 

Quanto mais elevado for o grau de proteção IP do seu smartphone, maior é a probabilidade de sobreviver a um incidente deste tipo. Atenção: a ideia de que o arroz pode ajudar a salvar milagrosamente um smartphone molhado não passa de um ‘mito urbano’. 

De acordo com recomendações deixadas por especialistas da área e pelas fabricantes, o arroz não é capaz de absorver toda a humidade que se pode infiltrar no interior do smartphone. Além disso, pequenas partículas de arroz podem danificar ainda mais o equipamento. 

Eis o que deve fazer: depois de ‘resgatar’ o smartphone, seque imediatamente o exterior e desligue o equipamento. Remova a capa, o cartão SIM e quaisquer outros elementos amovíveis (como cartões MicroSD). 

Limpe o equipamento o melhor que conseguir e, de seguida, deixe-o a secar num local bem ventilado. Há também quem opte por colocar o smartphone dentro de um recipiente fechado com várias saquetas dessecantes à base de gel de sílica. 

Não use fontes de calor externas (como secadores e aquecedores) para secar o equipamento. Não use ar comprimido para tentar remover água que esteja presa nos conectores. Neste caso, opte por bater gentilmente com o smartphone na palma da mão, com o conector virado para baixo. 

Aguarde, pelo menos, 24 horas antes de voltar a ligar o equipamento. Certos modelos alertam o utilizador caso ainda exista água no conector ou entrada USB. Se este for o caso, terá de deixar o smartphone a secar novamente. 

Se o smartphone não liga ou se receia que a água possa ter chegado ao interior do equipamento, leve-o a um especialista, pois a exposição dos componentes interiores a líquidos implica a eventual corrosão dos mesmos, lembram os especialistas da iFixit

Ficou perdido na areia?

O seu smartphone tem um elevado grau de proteção IP? Há menos motivos para preocupação. No entanto, a areia pode causar abrasões no ecrã se não estiver devidamente protegido, podendo também infiltrar-se nas entradas do equipamento. 

Usar ar comprimido para tentar expulsar os grãos de areia pode parecer uma boa ideia. Aliás, uma rápida pesquisa online permite ver que esta opção é frequentemente sugerida em blogs ou fóruns. No entanto, fabricantes como a Apple não recomendam esta técnica. O uso incorreto de uma lata de ar comprimido pode danificar o equipamento 

Uma solução alternativa é usar um ‘soprador de poeira’, acompanhado por uma escova suave, caso seja necessário. Não se esqueça: antes de qualquer tentativa de limpeza deve assegurar que o smartphone está desligado. 

O smartphone sobreaqueceu?

Deixou o smartphone exposto a luz solar direta ou então esqueceu-se dele no carro durante um dia muito quente? Se ainda está funcional é muito provável que surja um aviso a indicar que a temperatura é demasiado elevada para o utilizar. Desligue-o e remova a capa (caso esteja a usar uma) para assegurar uma melhor dissipação do calor. 

Mantenha o smartphone num espaço fresco e arejado até que a temperatura diminua. Faça o que fizer, resista à tentação de o colocar no congelador, frigorífico ou até numa geleira. A mudança súbita de temperatura e o nível de humidade presente neste tipo de ambientes podem causar mais estragos aos componentes sensíveis no interior do smartphone.

Está convencionada, a nível científico e internacional, uma idade a partir da qual a pessoa torna-se idosa?
De um modo geral, olha-se para um critério cronológico e, para o idoso, são os 65 anos. Mas a variabilidade do nosso funcionamento físico ou as trajetórias do envelhecimento são diversas. Uma pessoa aos 65, aos 70 ou até aos 80 anos, embora cronologicamente seja considerada idosa, do ponto de vista funcional ou da saúde pode apresentar características de envelhecimento mais ou menos aceleradas. Considerar uma pessoa idosa porque tem 65 ou 70 anos é objetivo, por causa do critério da idade, mas é subjetivo em relação ao que damos importância: a questão da saúde e da competência funcional diária.

Na atividade física por pessoas idosas, Portugal compara-se mal com boa parte da Europa. Porquê?
No meu livro uso como instrumentos de comparação questões relacionadas com práticas de natureza mais formal. Se dissermos que as pessoas são menos ativas em Portugal, sobretudo as mais idosas, temos também de afirmar que os fatores mais determinantes se relacionam com a própria pessoa – o conhecimento que ela tem sobre a relevância da atividade física para a saúde e para a competência funcional – e com a oportunidade. Isto é, com fatores mais relacionados com o envolvimento de natureza mais física ou psicossocial e, aqui, com aspetos económicos, quanto a atividades mais organizadas ou estruturadas. Não é preciso ter mais ou menos dinheiro para fazer uma caminhada, mas é necessário algum capital financeiro para uma inscrição num ginásio, por exemplo. Em termos comparativos, contudo, temos de olhar para as características da nossa população idosa, menos informada para a relevância de ser mais ativa e, se calhar, também com menos capacidade de ser mais ativa.

A massa muscular, com a idade, tende a diminuir 3% a 8% por década após os 30 anos, com taxas de perda mais acentuadas depois dos 60 anos

Como estimulá-la, então?
O que por norma se recomenda é o mais básico, o que é possível de ser feito pela maioria das pessoas – a caminhada. Não é necessário dinheiro nem nenhum equipamento especial. Quando falamos de atividade física, abrangemos o total, não especificamos coisa nenhuma. E esse total quer dizer: “Pelo menos, mexa-se.” Mas dentro do “mexa-se” pode entrar o exercício físico. É importante que haja exercícios de equilíbrio, de força, eventualmente até de natureza aeróbia, um pouco mais vigorosos, mas aqui são especificidades que necessitam de acompanhamento ou de supervisão. Não é o “faça por si próprio”, como são as caminhadas.

Recomenda-se uma consulta médica antes de uma pessoa idosa iniciar uma atividade física?
O corpo sabe o que é mexer-se. A pessoa não precisa de ir ao médico para saber se pode fazer caminhadas. Só faz sentido ir ao médico se tiver alguma condição clínica que a possa limitar ou que represente um risco para realizar sobretudo esforços de intensidade vigorosa. Agora, no esforço moderado, à partida não se recomenda a ida ao médico para lhe pedir permissão para fazer uma caminhada. Isso constituiria uma barreira imensa para as pessoas poderem ser mais ativas.

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“Abraçar a jornada do envelhecimento com vitalidade não significa apenas adicionar anos à vida, mas acrescentar vida aos anos”, diz Fátima Baptista, professora da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), da Universidade de Lisboa, no seu livro Atividade Física na Pessoa Idosa, recentemente publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Esta é uma obra que contraria quem classifica o envelhecimento como uma doença com tratamento médico específico.

Com base em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o livro daquela docente, de 60 anos, descreve uma abordagem holística ao envelhecimento saudável, em que a atividade física em geral e o exercício físico em particular ocupam um lugar central, sendo explorados os benefícios tangíveis e intangíveis que ambos proporcionam.

Mas, em concreto, como define a OMS o envelhecimento saudável? “Consiste no processo de preservação da capacidade funcional, que determina em grande medida o bem-estar físico, mental e social na idade avançada”, escreve Fátima Baptista. E “não ter doenças não é obrigatoriamente um requisito para um envelhecimento saudável”, ressalva. “Muitas pessoas idosas têm uma ou mais doenças que, quando controladas, pouco influenciam o seu bem-estar. A capacidade funcional de um indivíduo decorre de envolvimentos com oportunidades para que as pessoas realizem o que entenderem ou valorizarem, incluindo a prática de atividade física.”

Também a definição de atividade física é lata. “Refere-se a qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulte num gasto de energia, independentemente de esse gasto ser maior ou menor, ou seja, de o esforço físico ser mais ou menos exigente”, diz Fátima Baptista. Incluem-se, aqui, “as atividades físicas básicas e instrumentais da vida diária, como cuidar de si próprio (ou seja, vestir-se, lavar-se, alimentar-se ou movimentar-se dentro de casa), as atividades físicas instrumentais, como, por exemplo, efetuar trabalho doméstico, cozinhar, ir às compras ou utilizar transportes, e ainda outras atividades, como trabalhar, viajar ou praticar exercício físico ou desporto, que poderão ser fisicamente mais exigentes, sendo por isso consideradas atividades físicas avançadas”.

CENÁRIO NEFASTO

Sendo a inatividade física comum nas pessoas mais ou menos idosas, Portugal compara-se especialmente mal, neste particular, com boa parte da Europa. Lê-se no livro de Fátima Baptista, por exemplo, que “um estudo com indivíduos com 55 ou mais anos de 16 países europeus revelou que 12,5% dos participantes reportou nunca ou quase nunca realizar atividade física de intensidade moderada ou vigorosa, variando esta percentagem entre 4,9% (Suécia) e 29% (Portugal)”. E que, nas pessoas mais idosas, a prevalência da inatividade física chega aos 80%, após avaliação através de sensores de movimento. Esta é uma população “com depressão, limitações físicas, falta de sentido na vida, menor apoio social e com problemas de memória”, enquadra a docente.

Estamos, pois, nos grupos de alto risco da inatividade física. No seu livro – inserido numa coleção da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre os benefícios da atividade física na saúde humana, e que a VISÃO tem vindo a abordar nas suas diversas perspetivas –, a professora da FMH refere que, segundo dados de 2019 do Instituto Nacional de Estatística, Portugal está no topo da lista dos países da União Europeia com menos anos de vida saudável.

A esperança de vida saudável aos 65 anos para a população em geral situou-se em 7,3 anos, menos três anos do que a média europeia (10,3 anos). O País há de, assim, dar um significativo contributo para um nefasto número: a inatividade física resulta em aproximadamente um milhão de mortes por ano na região europeia da OMS.

Como explica Fátima Baptista, “não sendo uma doença em si”, o envelhecimento “está associado a um aumento do risco de vários problemas de saúde e doenças”. Nem podia ser de outra maneira em tal processo biológico natural e complexo, marcado por alterações nas unidades estruturais e funcionais dos seres vivos – as células. Estas alterações respeitam “à diminuição da renovação e da atividade celular devido a diversas causas, algumas genéticas e outras decorrentes da exposição a fatores internos metabólicos ou a fatores externos ambientais, como a radiação, poluição, infeção, tabagismo, dieta inadequada, inatividade física e sedentarismo”.

SEGREDO MUSCULAR

Também é certo que, entre os mais de 600 músculos que constituem o corpo humano, a massa muscular, com o avançar da idade, tende a diminuir 3% a 8% por década após os 30 anos, com taxas de perda mais acentuadas depois dos 60 anos. “A perda de massa muscular é maior nos membros inferiores do que nos membros superiores, o que é de realçar, uma vez que os membros inferiores são mais relevantes para a independência funcional e para o risco de quedas no envelhecimento”, escreve Fátima Baptista. E aquela perda “é uma das razões pelas quais a composição corporal e o fortalecimento muscular são considerados tão importantes para o envelhecimento saudável”.

Para o músculo, “o órgão efetor do movimento, não importa nem o objetivo nem o contexto da atividade física aeróbica, mas sim a interação entre volume e intensidade”, diz a professora da FMH. Cabe aqui resumir que os mínimos recomendados pela OMS, em acumulação semanal, se situam entre 150 e 300 minutos, na atividade física aeróbia de intensidade moderada (como uma caminhada em passo acelerado ou outro esforço semelhante), e entre 75 e 150 minutos, na vigorosa (como a corrida ou outro esforço análogo).  

No entanto, Fátima Baptista destaca “o treino de força com cargas adicionais e a manutenção de uma dieta equilibrada” como “estratégias eficazes para preservar a massa muscular em pessoas idosas”. E o referido treino de força “envolve o uso de equipamentos específicos, como halteres, barras e discos, máquinas, elásticos e bandas de resistência, cintos ou coletes, de modo a proporcionar resistência (sobrecarga) durante os exercícios”.

Mas atenção: “É importante que qualquer pessoa que esteja a iniciar um programa de treino de força com cargas adicionais procure a supervisão de um fisiologista do exercício”, para garantir que tudo se faz de modo seguro e eficaz. Com a ingestão, após o treino, de proteína e de vitamina D, fomenta-se o “aumento de massa muscular e de força, reduzindo simultaneamente o risco de quedas e lesões nas pessoas idosas”.

A idade não é, pois, uma barreira ao aumento da massa e força musculares. “São expectáveis ganhos de 10% a 30% da área de secção transversal do músculo, de 20% a 100% da força muscular (ganhos que refletem adaptação muscular e nervosa) e de um a três quilos de massa muscular”, escreve a professora da FMH. De intensidade moderada ou vigorosa, a atividade física reduz o risco de certos cancros e previne patologias neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer (ver infografia). Do outro lado da moeda, porém, continuam a estar as pessoas idosas que passam cerca de 80% do tempo sentadas, 67% delas mais de oito horas e meia por dia. É um atalho para uma morte prematura.

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Ingredientes

Massa
100 g de ovos inteiros
60 g de açúcar demerara
65 g de manteiga vegana gelada
60 g de farinha de amêndoa
270 g de mix de farinhas sem glúten

Recheio
5 maçãs grandes
Canela em pó, a gosto
Noz-moscada, a gosto
5 g de pasta de baunilha
20 g de sumo de limão
180 g de açúcar demerara
50 g de uvas passas
50 g de nozes

Preparação

 Massa

Bata os ovos com o açúcar até este estar dissolvido.

Usando o acessório para amassar da batedeira, misture a manteiga vegana, a farinha de amêndoa e a mistura de farinhas sem glúten até formar um crumble.

Junte os ovos até ficar uma mistura homogénea (pode finalizar com as mãos).

Faça uma bola e embrulhe em película aderente, leve ao frigorífico por 30 minutos.

Divida a massa em duas partes, uma com ⅓ da quantidade e outra maior com a massa restante. Estenda a parte maior com o rolo (4 mm de espessura) e forre o fundo de uma forma de tarte, perfurando com o garfo para não estufar.

Adicione o recheio e nivele com uma colher.

Estenda a massa restante com a mesma espessura e cubra a tarte. Faça igualmente alguns furos com o garfo para que o vapor possa sair.

A tarte deve cozer cerca de 30 minutos no forno a 170 ºC.

Pode decorar com amêndoas em lascas antes de levar a tarte ao forno.

Recheio

Descasque e pique as maçãs, coloque-as numa taça com o sumo de limão.

Misture com os restantes ingredientes e recheie a torta. Adicione também o caldo formado pelas maçãs.

Em Uma Vida Doce, Sem glúten e Sem Laticínios (Casa das Letras, 176 págs., €19,90), a chefe pasteleira nascida no Brasil Fabiana Pragier propõe receitas de bolos, sobremesas e pães para quem tem restrições alimentares ou quer optar por uma alimentação mais saudável. O livro está dividido em quatro capítulos: Para começar bem o dia…; Chá ou café?; Para os miúdos e Final Feliz.