Visão
O VOLT Live é um programa/podcast semanal sobre mobilidade elétrica feito em parceria com a Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE).

Quais as razões para Elon Musk ter vindo a Portugal? Ainda não se sabe, mas comentamos as possibilidades. Também analisamos a atualidade mais recente, com destaque para o Hyundai Inster, o robotaxi da Rimac, o investimento da Volkswagen na Rivian, a primeira fábrica de carros elétricos em Portugal (da Stellantis), o Alpine A290 e as taxas aprovadas para os carros fabricados na China…
Em Produto em Destaque contamos a experiência de voar no primeiro avião elétrico certificado, que já está a operar em Portugal através da IFA.
Versão Podcast
Pode adicionar este e outros podcasts da Exame Informática à sua aplicação preferida de podcasts:
No Spotify
Google Podcasts
No Apple Podcasts
No Spotify for Podcasters
A minha chapelada à Operação Nariz Vermelho por, ao contrário das muitas outras Operações que são conhecidas, levar alegria às crianças hospitalizadas através da visita de Palhaços profissionais.
De forma neutra, sem olhar a estratos sociais ou amizades, estes Palhaços profissionais – 35 Doutores Palhaços – metem o nariz e espalham a sua magia por mais de duas dezenas de hospitais, 42 semanas por ano.
São Palhaços que sabem adaptar as regras da sua representação à envolvente e que transformam uma profissão ou arte em algo nobre. Nunca tive contacto direto com estes Palhaços, mas sei que nunca impõem a sua presença ao seu público, que a única receita que prescrevem é “Alegria”.
Estes magos que sabem arrancar sorrisos de crianças hospitalizadas, que são confiáveis em toda a linha, intitulam-se e têm a profissão de Palhaços numa Operação apelidada de Nariz Vermelho. Enquanto isso, os atores de outras Operações – Furacão, Influencer, Tutti Frutti, Medusa, Morcego, Fizz – são, regra geral, eminências pardas com tentáculos sabe Deus onde e até onde.
Sem que possa dar chapelada a este “segundo lote” de palhaços, pergunto-me até onde meterão os seus narizes e se impõem num país onde o combate à corrupção continua a avançar à velocidade de um caracol. Bem sei que a Justiça tem o seu tempo, mas é urgente alterar algo.
Vem tudo isto a propósito de Nuno Rebelo de Sousa que num rasgo de levar sorriso a duas, e sublinho duas, irmãs luso-brasileiras não olhou a meios para alcançar dois sorrisos. O Dr. Nuno não integra, nem tão pouco poderia integrar, a Operação Nariz Vermelho. Falta-lhe carisma, humildade, coragem para ser gente grande de verdade.
O Dr. Nuno até pode continuar com e no seu circo. No entanto, não pode, não deve querer que cada português se torne consumidor passivo de um espetáculo cujo bilhete custou quatro milhões de euros.
O Dr. Nuno que se remeteu ao silêncio na Comissão de Inquérito deveria saber que em causa está o esforço de cada português para manter vivo o SNS. Só por isso, deveria ter a coragem dos Doutores Palhaços e revelar os segredos que vão dentro da tenda que há muito foi montada na surdina do quadrado que tem inscrito nos seus vértices: Brasil | Belém | Ministério da Saúde | Hospital de Santa Maria.
Há palhaços com missões nobres. E há quem goze connosco, em direto nas televisões.
MAIS ARTIGOS DESTE AUTOR:
+ O Benfica é amor, emoção e devoção. Podemos mudar muita coisa ao longo da vida, mas de clube, nunca
Ainda mal tivemos tempo para nos recompor de Pobres Criaturas, uma versão disruptiva de Frankenstein, e já Yorgos Lanthimos nos atinge com nova investida. Histórias de Bondade é, ou quer ser, um triplo murro do estômago, que poderá deixar alguns agoniados, mas não deixará ninguém indiferente. Quando acaba a primeira história (a melhor do tríptico), ficamos absortos, a perguntarmo-nos: e agora? O que mais nos pode acontecer?
Em comparação com Pobres Criaturas, estas três histórias de bondade têm a ideia de se substituir a Deus: a omnipotência não está ao alcance dos homens, mas é perfeitamente acessível a um realizador engenhoso.
Lanthimos desenvolve em todas as histórias variantes da síndrome de Estocolmo. E em todas elas há uma ideia de manipulação elevada a limites tortuosos, levando a uma sobrevivência e dependência da vítima em relação ao agressor. Neste contexto, a primeira história ganha em elegância por o conseguir fazer sem recorrer ao sobrenatural.
Lanthimos concilia uma certa perversidade moral e estética, típica de Lars von Trier, com um arrojo misterioso e surrealista mais próximo de David Lynch. As três histórias conjugam humor negro com puro terror, tendo todos os pormenores de argumento brilhantemente desconcertante, só possível num realizador que não se incomoda de esticar os limites.
Do conceito faz parte também um jogo de elementos entre as histórias, ou seja, no tríptico repetem-se objetos, mudando-lhes os contextos, mas sobretudo os mesmos atores interpretam diferentes personagens, numa espécie de jogo de encenação. E são grandes atores. Dificilmente o filme resultaria tão bem não fossem as interpretações de Emma Stone e Willem Dafoe, habituados a trabalhar com Lanthimos, mas também de Jesse Plemons.
Yorgos Lanthimos surpreende-nos pela sua capacidade de surpreender.
Histórias de Bondade > De Yorgos Lanthimos, com Emma Stone, Jesse Plemons, Willem Dafoe, Margaret Qualley, Hong Chau > 164 min
Palavras-chave:
A fábrica de Mangualde do Grupo Stellantis já deu início à produção dos seus primeiros veículos 100% elétricos. Trata-se dos furgões ligeiros, comerciais e de passageiros, de quatro das marcas deste fabricante automóvel que resultou da fusão da PSA com a Fiat/Chrysler. Peugeot e-Partner, Citroen e-Berlingo, Fiat e-Doblo e Opel e-Combo serão os primeiros automóveis elétricos produzidos em série em Portugal. Numa altura em que o mercado automóvel atravessa uma das maiores revoluções de sempre, esta aposta na produção de veículos elétricos permite garantir a continuidade desta unidade fabril que emprega mais de 900 pessoas.
O novo veículo será equipado de um motor elétrico que gera uma potência de 136 cavalos e que apresenta uma autonomia de 341 quilómetros. A bateria pode ser carregada até aos 80% em 30 minutos. Será dotado do chamado i-Cockpit, já utilizado nos veículos ligeiros eletrificados, numa versão otimizada, e com um ecrã tátil de 10 polegadas. O painel de instrumentos é também digital e personalizável.
A entrada em funcionamento da linha de montagem de carros elétricos estava prevista apenas para 2025, mas, em janeiro deste ano, Carlos Tavares anunciou que iria antecipar o início de produção para este ano.

Este projeto obrigou a um forte investimento na unidade de Mangualde, que teve de otimizar as instalações atuais para poder albergar uma linha de montagem exclusiva para carros elétricos. O valor foi de 30 milhões de euros, e está inserido no plano da Stellantis, Dare Forward 2030, que define toda a estratégia de eletrificação do grupo para esta década. Neste valor encontra-se também englobado o investimento que está a ser feito para tornar a unidade fabril mais sustentável, recorrendo a energias renováveis que possam abastecer todas as suas necessidades de forma a reduzir as emissões de carbono. O objetivo do construtor de automóveis é atingir a neutralidade carbónica até 2038.
A grande diferença para as outras linhas de produção assenta agora na parte da montagem das baterias e do motor elétrico, o que obrigou ainda a um plano alargado de formação de funcionários para exercerem estes novas funções. A Stellantis trabalha atualmente com quatro plataformas, para todos os seus veículos elétricos, que permitem adaptar-se a todo o formato de veículos, desde os pequenos citadinos até aos grandes SUV, passando pelos comerciais. Desta forma, o grupo consegue economias de escala e reduz a complexidade da logística, o que se traduz numa maior eficiência financeira.
A aposta em Mangualde para integrar a estratégia de eletrificação do grupo Stellantis foi um passo óbvio para Carlos Tavares, que já admitiu que esta fábrica “se destaca a nível europeu”, pois consegue “com pouco dinheiro ter muita imaginação e criatividade para resolver problemas industriais”.
O plano da eletrificação da Stellantis irá obrigar a um investimento total da ordem dos 50 mil milhões de euros até 2030. Até esse ano, o Grupo pretende ter oferta total de 75 modelos 100% elétricos entre ligeiros e comerciais que representarão vendas totais de 5 milhões de unidades anualmente em todo o mundo.
Durante a cerimónia oficial, que contou com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e do ministro da Economia, Pedro Reis, a Stellantis, liderada pelo português Carlos Tavares, entregou de forma simbólica 719 veículos elétricos a várias entidades do Serviço Nacional de Saúde.
Em 2023, a unidade fabril de Mangualde alcançou um novo recorde de produção ao atingir um total de 84 mil veículos. A fábrica representa mais de 26% do total da produção nacional de veículos automóveis e exporta 95% das unidades ali fabricadas.
Palavras-chave:
É obviamente injusto acusar apenas um jogador pela derrota de uma equipa. Mas a sensação que fica após o afastamento do Euro 2024 é que Portugal jogou sempre com um a menos. Às vezes até com mais do que um, mas na partida contra a França foi a inutilidade de Cristiano Ronaldo que ficou clara aos olhos de todos. Infelizmente com um preço demasiado alto para uma geração de jogadores que mereciam ter chegado mais longe na competição e, muitos deles, foram obrigados a assistir, tempo demais e impotentes, à queda a partir do banco de suplentes.
Roberto Martinez voltou a apostar no mesmo onze que defrontara a Eslovénia. Desta vez, porém, terá dado ordens diferentes aos seus atletas, que apareceram em campo a desempenhar as funções que melhor conhecem. Rúben Dias e Pepe formaram uma dupla de centrais intransponível, os laterais acompanharam, sempre que poderam, as ações ofensivas colados às linhas laterais, Palinha (grande jogo!) foi o trinco de serviço e Bernardo Silva assumiu, finalmente, a batuta do jogo ofensivo em parceria com Vitinha, que voltou a ser gigante, não obstante a marcação apertada que os médios franceses lhe dedicaram. Rafael Leão foi, enquanto teve fôlego, um diabo à solta, o único a colocar em sentido a defesa contrária durante a primeira parte. Ao invés, Bruno Fernandes voltou a não aparecer e, Cristiano Ronaldo voltou a mostrar toda a sua atual incapacidade. Chegou sempre tarde aos lances, falhou uma vez mais nos livres e voltou a ficar em branco pela quinta vez na competição. Um registo paupérrimo para qualquer avançado e ainda mais para quem queria porque queria sair desta competição como recorde de jogador mais velho a marcar num Europeu. Ainda estamos todos para perceber que problema terá Gonçalo Ramos para ter merecido tão poucas oportunidades.
Nunca saberemos, portanto, o que teria sido o percurso de Portugal neste Europeu se as opções de Roberto Martinez tivessem sido outras. É verdade que Portugal até esteve bem no embate com a França (longe da equipa extraordinária de outros tempos), conseguiu equilibrar o comando do jogo e teve algumas oportunidades para resolver o jogo antes dos 90 minutos e durante o prolongamento. Desta vez, até as substituições que fez fizeram sentido e tiveram influência positiva no jogo, mas o mal esteve sempre lá. Portugal jogou sempre com menos um, nunca teve presença na grande área, nem quem lá aparecesse para resolver. E se já difícil ter sucesso contra equipas do calibre da França quando se joga de igual para igual, quando se alinha com um elemento a menos e nada se faz para experimentar algo diferente, só com milagres é que se tem sucesso. E Digo Costa não chega para tudo.
Resta agora que quem direito faça o balanço desta participação portuguesa no Europeu e tire as ilações devidas. A nós, que gostamos de futebol resta acompanhar o resto da competição e apreciar os grandes jogos que se adivinham. E perceber se a França que continua em competição com apenas três golos marcados (um de penalti e dois autogolos) vai conseguir ultrapassar a extraordinária Espanha, que eliminou a Alemanha, outra das grandes equipas do torneio.