O melhor de sempre
Diogo Ribeiro, 19 anos, natação

Foto: Marcos Borga

Neste ano, sagrou-se campeão do mundo nos 50 e nos 100 metros mariposa. Nunca um português tinha realizado tal proeza. Em Paris, vai competir nas provas de 50 e 100 metros livres e 100 metros mariposa. O nadador do Benfica detém recordes nacionais nestas três provas, tornando-se assim o melhor português de sempre na modalidade.
Curiosidade: Tem uns “calções da sorte” que usa nas competições

Boa onda
Teresa Bonvalot, 24 anos, surf

Foto: Matt Dunbar/World Surf League via Getty Images

É a segunda vez que participa nos Jogos Olímpicos. Nos últimos, em Tóquio, ficou na nona posição. Cinco vezes campeã nacional, a primeira em 2014, com 14 anos, e a última este ano. Nestes Jogos, uma vez que Paris é uma cidade do interior, a nossa atleta vai lutar por medalhas do outro lado do mundo, pois as provas serão no Taiti, onde há uma das mais famosas ondas do planeta!
Curiosidade: A sua banda preferida são os Queen

O homem voador
Pedro Pichardo, 31 anos, atletismo

Foto: John Berry/Getty Images

Pichardo é um dos cinco atletas na história que conseguiram ultrapassar a marca dos 18 metros no triplo salto (em 2015, chegou aos 18,08 m). Nos Jogos de Tóquio, trouxe para Portugal a medalha de ouro, graças a um salto de 17,98 m. Agora, vai a Paris tentar repetir o feito e, quem sabe, bater um novo recorde.
Curiosidade: Em Cuba, onde nasceu, era a irmã Rosalena quem cuidava dele

Tiro certeiro
Inês Barros, 22 anos, tiro

Esta será a primeira vez que uma portuguesa compete na modalidade de tiro com armas de caça. Mas, calma, não vai caçar nenhum animal! O objetivo é acertar em 25 discos que são lançados no ar. A pontaria de Inês valeu-lhe, em 2023, o título de Campeã da Europa e, agora, vai para Paris à conquista do ouro.
Curiosidade: Gosta de ouvir funk

A velejadora apaixonada
Mafalda Pires de Lima, 26 anos, vela

Portugal estreia-se na modalidade de formula kite com a velejadora portuense, e esta é também a primeira vez que esta classe da vela faz parte das Olimpíadas. Mafalda começou a praticar kitesurf aos 7 anos e o mar é a sua paixão.
Curiosidade: Tem medo de peixes

Supreendente saltadora
Agate Sousa, 24 anos, atletismo

Foto: ANNE-CHRISTINE POUJOULAT/AFP via Getty Images

No salto em comprimento, a atleta benfiquista vai tentar superar o seu recorde pessoal: 7,03 m. Esta marca faz dela a segunda melhor portuguesa na modalidade (Naide Gomes foi a primeira a passar dos 7 m) e está entre as 25 melhores do mundo. Este ano, conseguiu a quinta melhor marca no salto em comprimento feminino.
Curiosidade: Gostava de tirar o curso de Criminologia

O rei do skate
Gustavo Ribeiro, 23 anos, skate

Foto: Lintao Zhang/Getty Images

É, sem dúvida, o melhor skater português e um dos melhores do mundo. Já conta com vários títulos e medalhas, mas a sua maior vitória foi a Super Crown, em 2022. Em Tóquio, ano em que o skate se estreou como modalidade olímpica, terminou em 8.º lugar. Em Paris, espera chegar ao pódio. “Queria muito um dia ser medalhista, muito, muito”, confessou.
Curiosidade: Cristiano Ronaldo é o atleta que mais o inspira

O papa-medalhas
Fernando Pimenta, 34 anos, canoagem

Na canoagem, não há outro como ele. Já participou em três Olimpíadas e trouxe duas medalhas. Nos Jogos de Londres, em 2012, venceu a prata na prova de k-2 (canoa com dois atletas), com Emanuel Silva; em Tóquio, em 2020, conseguiu o bronze, na prova de 1000 m K-1 (sozinho). O objetivo em Paris é conquistar a terceira medalha olímpica, o que nenhum português ainda conseguiu. De preferência, de ouro. Ficamos a torcer!
Curiosidade: Considera-se um dos atletas mais fortes do mundo

Nas águas do Sena
Angélica André, 29 anos, natação

A nadadora do FCP vai atirar-se às águas do rio Sena, que atravessa Paris, para participar na maratona aquática, em que terá de nadar 10 quilómetros. É a segunda vez que participa nas Olimpíadas, mas em Tóquio ficou-se pelo 17.º lugar, por isso diz que se quer “vingar”. Este ano já ganhou o bronze no Mundial de Natação em Águas Abertas, o que nunca um nadador português tinha conseguido.
Curiosidade: É ágil em quase todos os desportos

O bom gigante
Jorge Fonseca, 31 anos, judo

Começou a praticar judo na escola e nunca mais parou. Nem de praticar, nem de ganhar medalhas. O judoca já participou nos Jogos de Tóquio, onde conquistou o terceiro lugar do pódio, mas a coleção de medalhas que foi ganhando em campeonatos nacionais, europeus e mundiais é muito grande. Um dos seus maiores triunfos foi sagrar-se campeão mundial (na categoria -100 kg), em 2019 e em 2021.
Curiosidade: O seu sonho era ser polícia

*esta era a informação disponível no momento em que escrevemos este artigo, mas o número pode aumentar

Palavras-chave:

Cinco anos após o primeiro pódio internacional, a equipa alcançou novamente o segundo lugar, desta vez com o protótipo São Rafael 03, um marco significativo para o projeto fundado em 2015. O Técnico Solar Boat é composto por alunos de diversos cursos de Engenharia do Instituto Superior Técnico (IST), especializados em construir embarcações movidas a energias renováveis. Desde a sua criação, a equipa passou de um pequeno conjunto de alunos de engenharia naval para um grupo com mais de 60 membros de variados departamentos da instituição.

O projeto teve início com o desenvolvimento do primeiro protótipo dois anos após a fundação do projeto no IST, dando origem à série São Rafael, movida a energia solar. O São Rafael 03, o mais recente, estreou-se em competições em 2021. Em paralelo, a equipa expandiu-se para a construção de protótipos movidos a hidrogénio, com o São Miguel 01 em 2021, o primeiro em Portugal, seguido do mais competitivo São Miguel 02, desenvolvido em 2024.

Em 2023, o Técnico Solar Boat concluiu o desenvolvimento do São Pedro 01, uma embarcação não tripulada movida a energia solar, equipada com navegação autónoma e controlo remoto. Este protótipo compete no NJORD Autonomous Ship Challenge na Noruega, onde venceu a competição remota em 2022 e alcançou o segundo lugar em 2023 na cidade de Trondheim.

Miguel Gil, líder de equipa do Técnico Solar Boat, expressou, em comunicado, o sentimento da equipa: “É com imenso orgulho que temos a oportunidade de representar Portugal e o Instituto Superior Técnico nesta competição de grande relevância para a promoção da mobilidade elétrica e das energias renováveis. Continuamos empenhados em demonstrar a excelência e a inovação que caracteriza a nossa equipa, sendo que este é apenas mais um passo num caminho emocionante para o Técnico Solar Boat, à medida que estabelecemos objetivos cada vez mais ambiciosos para um futuro sustentável”.

O Monaco Energy Boat Challenge, organizado pelo Yacht Club de Monaco, é uma competição de embarcações elétricas movidas a energias renováveis, que reúne equipas de todo o mundo. Esta foi a oitava participação da equipa do Técnico no evento, tendo anteriormente alcançado o segundo lugar em 2019 com o São Rafael 02 e o terceiro lugar com o São Rafael 03 em 2022.

A competição divide-se em três classes: Solar, Energy e SeaLab. A classe Solar, a mais antiga do evento, reúne embarcações movidas a energia solar. O São Rafael 03 competiu nesta categoria pela quarta vez, com painéis solares fabricados pela própria equipa.

Na classe Energy, catamarãs com flutuadores fornecidos pelo Yacht Club, a equipa do Técnico foi pioneira na utilização de hidrogénio como fonte de energia, tendo recebido prémios de inovação em 2020, 2022 e 2023.

A classe SeaLab é reservada para embarcações elétricas de maior porte, geralmente apresentadas por empresas.

A equipa do Técnico Solar Boat destacou-se por ser a única a participar simultaneamente nas classes Solar e Energy, inicialmente com o São Rafael 03 e o São Miguel 01 em 2021, e agora com o São Miguel 02. Na competição deste ano, a equipa alcançou o segundo lugar na classe Solar, repetindo o feito de 2019 com o antecessor do São Rafael 03. Adicionalmente, foi-lhe atribuído o Eco-Conception Prize pelo design sustentável do São Miguel 02.

O acordo entre a .PT, entidade responsável pela gestão do domínio de topo português, e a Polícia de Segurança Pública (PSP) tem como objetivo a troca de conhecimento e o desenvolvimento de novas capacidades na área da cibersegurança. A colaboração abrange diferentes temas, desde o desenvolvimento de ferramentas de apoio à investigação e operações conjuntas até à formação e qualificação de recursos humanos.

Pedro Gouveia, diretor nacional adjunto da PSP, destacou a importância da parceria em comunicado: “No desempenho da sua missão, a PSP necessita de capacitar os seus recursos humanos com as mais recentes técnicas e ferramentas que permitam a sua atuação no ciberespaço e no combate ao cibercrime. Esta parceria com o .PT permitirá o acesso a conhecimento especializado e a ferramentas cruciais para o desempenho eficaz das nossas funções no combate à cibercriminalidade.”

Por sua vez, Luisa Ribeiro Lopes, presidente do conselho diretivo do .PT, sublinhou o compromisso da entidade com a segurança digital: “Vivemos tempos em que a segurança do mundo digital é tão crucial quanto a do mundo físico. Proteger os cidadãos e as empresas portuguesas no ciberespaço é uma responsabilidade que o .PT assume com grande seriedade.”.

A cerimónia de assinatura do acordo, que decorreu nesta semana, a 9 de julho, contou com a presença de várias personalidades da PSP e do .PT, reafirmando o compromisso conjunto de ambas as instituições na luta contra o cibercrime e na promoção da segurança digital em Portugal.

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Estima-se que, a nível mundial, 26 em cada 100.000 pessoas sofram de uma das variantes da ataxia, com distúrbios neurológicos raros que afetam o equilíbrio, a coordenação e a fala. Já em em Portugal, dados indicam que 13 em cada 100.000 pessoas sofrem de uma ataraxia hereditária. 

Em comunicado é detalhado que o financiamento de 12 mil euros foi atribuído à equipa pela Ataxia UK, uma associação de pacientes que financia investigação científica para encontrar tratamentos e apoiar a pessoas afetadas por qualquer tipo de ataxia. 

Para a equipa, liderada por Federico Herrera, investigador de BioISI/CIÊNCIAS, o financiamento vai permitir avançar no desenvolvimento de dois projetos que estudam a Ataxia Espástica Autossómica Recessiva de Charlevoix-Saguenay e Ataxia Espástica 8, duas variantes desta condição neurológica que afetam bebés. 

“Estes fundos permitir-nos-ão lançar uma nova luz sobre duas doenças raras com pouco interesse para a indústria farmacêutica, mas que constituem dois elevados desafios científicos e biotecnológicos”, afirma Federico Herrera.

De acordo com o investigador, apesar de estas doenças serem pouco frequentes, “têm consequências dramáticas, porque muitas delas afetam bebés e o diagnóstico é difícil”. “Há famílias que passam décadas sem um diagnóstico certo, dificultando a sua inclusão num grupo e a sua capacidade de reação ante a doença”, realça. 

No caso do primeiro estudo, centrado na Ataxia Espástica Autossómica Recessiva de Charlevoix-Saguena, a equipa tem como objetivo estabelecer um modelo farmacológico mais económico e de fácil utilização, que permita compreender e testar terapias para esta doença. 

Os investigadores explicam que, nesta variante da ataraxia, se observa uma perda da função da proteína sacsina. A proteína desempenha um papel importante dos filamentos intermédios, isto é, das estruturas responsáveis pela construção do ‘esqueleto’ das células, que permitem a comunicação entre as células nervosas e as células musculares. 

O modelo que os cientistas tencionam desenvolver estaria baseado na utilização de Withaferin A, uma toxina natural que interfere com a formação dos filamentos intermédios e que causa os mesmos efeitos que a inativação da proteína sacsina verificada no desenvolvimento desta ataxia, indica a equipa. 

O segundo projeto de investigação tem como objetivo a criação de uma prova de conceito, partindo do princípio que Ataxia Espástica 8 é causada por mutações que levam a produzir versões incompletas da proteína NKX6-2, que é relevante durante o desenvolvimento do bebé.

A equipa explica que espera encontrar “o menor fragmento que é simultaneamente não funcional per se e que se torna funcional quando se junta ao fragmento da proteína produzido pelo paciente”. A descoberta permitirá a modificação da doença através de terapias que não provoquem alterações permanentes no genoma, acelerando também o progresso no desenvolvimento de medicamentos.

Os projetos de investigação, no contexto de duas teses de doutoramento nestas áreas temáticas, vão ser desenvolvidos a partir de setembro, prolongando-se até setembro de 2025.

Cientistas suíços, num estudo publicado na prestigiada revista científica Nature, em 2023, sugerem que a capacidade das células tumorais formarem metástases aumenta na fase de repouso (sono) dos doentes. Esta ideia sugere que controlar a altura do dia da administração de farmácos anti-tumorais pode permitir maior eficácia terapêutica. Este estudo surge no seguimento de múltiplas evidências que sugerem, afinal, que o ritmo circadiano desempenha um papel fundamental no cancro e no tratamento de doentes oncológicos.

Mas afinal o que são ritmos circadianos? São oscilações de 24 horas que controlam uma variedade de processos biológicos, incluindo a divisão celular, o metabolismo e outras funções essenciais para o funcionamento normal dos diferentes orgãos e tecidos. O ritmo circadiano é controlado pela ação de “relógios moleculares”, nos quais diferentes componentes moleculares cooperam entre si, alterando a respetiva quantidade e atividade, com uma periodicidade de cerca de um dia (24 horas). Num organismo, tais relógios moleculares garantem o controlo temporal da função dos diferentes órgãos e tecidos, através da regulação de programas moleculares específicos. Ou seja, temos (os seres humanos) relógios moleculares a regular as nossas funções gerais (como respirar, os batimentos cardíacos em repouso, etc.) e outros que regulam a função de cada órgão.

Alterações nos ritmos circadianos, nomeadamente as alterações nos padrões de sono, são uma característica proeminente das sociedades modernas. Cada vez mais se discute a importância do sono de qualidade para o nosso bem-estar mental e se percebe a sua importância em outras doenças. Por outro lado, a incidência de cancro tem aumentado, o que tem levado investigadores a questionar se alterações no ritmo circadiano poderão aumentar o risco de cancro.

Observou-se há anos que trabalhos realizados por turnos (denominados por “turnos do cemitério” ou graveyard shifts, em inglês), ao inverter o ritmo circadiano, estariam associados a um risco aumentado de desenvolver cancro

Do ponto de vista epidemiológico, observou-se há anos que trabalhos realizados por turnos (denominados por “turnos do cemitério”, ou graveyard shifts em inglês), ao inverter o ritmo circadiano, estariam associados a um risco aumentado de desenvolver cancro. Na verdade, vários estudos concluíram que quanto mais prolongados forem os períodos de trabalho por turnos (horas por semana ou por mês), maior esse risco. O mesmo acontece com o jet lag, que surge com a discrepância entre o “relógio molecular (biológico)” individual e a exposição a ciclos ambientais (luz-escuridão) alterados. O jet lag crónico (repetido frequentemente) é, assim, outro fator ambiental que se julga ter um papel potencialmente carcinogénico.

Estudos realizados no laboratório de Tyler Jacks (um cientista americano muito relevante na investigação dos mecanismos que regulam os ritmos circadianos) revelaram, em modelos animais e em humanos, que perturbações fisiológicas (jet lag) ou genéticas do ritmo circadiano aumenta a incidência de cancro de pulmão. Dois, apenas dois, genes (o gene PER, de “período” e o gene BMAL1) parecem regular uma complexa rede de interações moleculares envolvidas na criação e manutenção de ritmos circadianos. Consequentemente, perturbações na função destes genes (e proteínas por eles codificadas) resulta em alterações moleculares que – ao perturbar o ritmo circadiano do organismo – ativam processos envolvidos no desenvolvimento de cancros, como a divisão celular e certos tipos de metabolismo.

A importância do controlo do ritmo circadiano tem impacto na incidência e na forma como o cancro se desenvolve. Não menos importante, foi também demonstrado que a eficácia de terapêuticas usadas para o tratamento de diferentes tipos de cancro depende da altura do dia em que os fármacos são administrados. Esta observação (da importância da hora de administração dos tratamentos) foi confirmada na administração de fármacos mais “convencionais” como a maior parte dos agentes quimioterapêuticos, mas também na resposta a tratamentos imunomoduladores como as mais recentes formas de imunoterapia.

O papel do ritmo circadiano (e das suas alterações) no cancro está amplamente demonstrado, quer ao nível da susceptibilidade (maior incidência perante alterações crónicas do ritmo circadiano), quer da progressão tumoral (incluindo a formação de metástases) e também da resposta a diferentes formas de terapia.

Podemos assim afirmar que estamos – investigadores e médicos oncologistas – a lidar com uma “nova” dimensão (o tempo) do cancro.

Nota: este artigo foi conceptualizado com a Ana Cavaco, também investigadora no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes

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O Tenente Coronel Médico Sérgio Dias Janeiro vai ser o novo presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), depois de o anestesista Vítor Almeida ter deixado o cargo que assumiu há pouco mais de uma semana.

Segundo avança, esta sexta-feira, o Jornal de Notícias, Vítor Almeida terá imposto condições ao Ministério da Saúde que não foram acolhidas, nomeadamente ao nível da questão dos helicópteros de emergência médica, cujo contrato por ajuste direto corre o risco de ser chumbado pelo Tribunal de Contas. A partir daqui, decidiu que “não estavam reunidas as condições para assumir” aquele cargo.

Em comunicado, o Ministério da Saúde confirma que “nos contactos com a tutela durante a última semana, Vítor Almeida concluiu que não estavam reunidas as condições para assumir a presidência do INEM, por razões profissionais e face ao contexto atual do instituto”. A tutela liderada pela ministra Ana Paula Martins “decidiu nomear Sérgio Dias Janeiro” para presidente do INEM, “em regime de substituição por 60 dias, por vacatura do cargo”. O Ministério da Saúde anunciou que vai abrir “de imediato” um novo concurso junto da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP). 

O Tenente Coronel Sérgio Dias Janeiro nasceu em Vale de Cambra, em 1981, e é atualmente diretor do serviço de medicina interna do Hospital das Forças Armadas. Licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, fez a formação militar complementar ao Curso de Medicina para o Exército, na Academia Militar, entre 1999 e 2006. Tem também o curso de paraquedismo militar, de Advanced Trauma Life Support (ATLS) e Medical Response to Major Incidents (MRMI), além dos cursos certificados pelo INEM de viatura médica de emergência e reanimação para médicos, médico regulador do centro de orientação de doentes urgentes e curso de fisiologia de voo e segurança em heliportos. Cumpriu também uma comissão em operações NATO em Cabul, no Afeganistão.

Recorde-se que, no passado dia 3 de julho, Vítor Almeida tinha sido anunciado pelo Ministério da Saúde para a presidência do INEM, substituindo Luís Meira, que se demitiu na sequência de uma polémica em torno da renovação do contrato de helicópteros para a emergência médica.

Os padrões obscuros (dark patterns, no original em inglês) são “práticas encontradas em interfaces de utilizador online que direcionam, iludem, coagem ou manipulam os consumidores a fazer escolhas que frequentemente não são no seu melhor interesse”. Por exemplo, o botão para ativar a subscrição ser mais saliente e apelativo do que o botão para cancelar a subscrição. Agora, dois estudos revelam que a maior parte dos serviços de subscrição usa este tipo de padrões para influenciar as escolhas dos consumidores.

A ICPEN (International Consumer Protection and Enforcement Network) analisou as práticas de 642 websites e apps móveis que apresentam uma componente de subscrição. A investigação conclui que 76% das plataformas usa pelo menos um padrão obscuro e 68% destas têm mesmo vários padrões obscuros aplicados. Uma das práticas mais comuns é a ocultação de informação potencialmente negativa, tornando-a difícil de encontrar.

A ICPEN revela que 81% das plataformas com renovações automáticas de subscrições, por exemplo, não incluem a opção de desligar a renovação no processo de compra. Outros padrões incluem interferências na interface, com as ações desejáveis a serem mais acessíveis e fáceis de realizar e as ações de impacto negativo a obrigarem os consumidores a dar informação para aceder a uma função particular.

O estudo da GPEN (Global Privacy Enforcement Network) incidiu sobre mais de mil sites e páginas e concluiu que quase todas aplicam padrões que podem encorajar os utilizadores a comprometer a sua privacidade. Mais de 89% usam lingaugem complexa e confusa nas políticas de utilização e também nestas a interferência na interface foi detetada, com 57% das plataformas a tornar a opção de privacidade menos segura mais visível e 42% a usarem linguagem emocionalmente carregada para influenciar as escolhas.

Apesar de, em algumas situações, este tipo de interferência poder ser inconsequente, noutras está a colocar em risco a privacidade ou mesmo a levar o consumidor a incorrer em custos indesejados ao renovar subscrições automaticamente, lembra o Engadget.

Nenhum dos estudos clarifica se os padrões obscuros usados são ilícitos ou ilegais, mas apenas denunciam a sua presença.

Em breve, os utilizadores europeus vão poder usar qualquer aplicação e sistema de carteira ou chave móvel para fazer pagamentos e desbloquear acessos com a aproximação do iPhone dos respetivos terminais. A Apple vai abrir o sistema dentro de duas semanas, depois de uma investigação da Comissão Europeia ter sido lançada para verificar se a tecnológica estava a bloquear o acesso dos rivais à tecnologia Near Field Communication (NFC) nos seus aparelhos.

Margrethe Vestager, vice-presidente da Comissão Europeia, revela que vai ser encerrada a investigação com este compromisso da Apple, lembrando que estavam em causa “receios preliminares de que a Apple estava a restringir ilegalmente a competição de carteiras móveis nos iPhone. (…) A partir de agora, a Apple não pode usar o seu controlo do ecossistema do iPhone para manter os concorrentes fora do mercado”.

A Apple tem até 25 de julho para implementar os três compromissos que assumiu para encerrar a investigação. Os programadores de outros serviços de pagamentos e chaves móveis vão poder tirar partido das funcionalidades NFC dos telefones da ‘maçã’ para assim permitir pagamentos ‘tap and go’, ou seja, por mera aproximação. A Apple, recorde-se, não é dona desta tecnologia, mas estava a vedar-lhe o acesso aos concorrentes nos equipamentos da marca.

Um porta-voz da tecnológica já confirmou que “a Apple está a fornecer aos programadores na Área Económica Europeia a opção de ativar pagamentos sem contacto NFC e transações para chaves de automóveis, comunicações em circuito fechado, cartões de acesso empresarial, chaves de casa, chaves de hotel, cartões de recompensa e fidelização, e até bilhetes a partir das suas apps iOS usando API [interfaces de programação] baseadas em Host Card Emulation”, cita o ArsTechnica.

Os utilizadores vão ainda poder usar o Face ID, o Touch ID e os códigos de desbloqueio nas suas carteiras de pagamento preferidas e poder defini-las como sendo as preferenciais em vez do Apple Pay ou da Apple Wallet. Estas medidas deverão vigorar durante os próximos 10 anos.