O Robotaxi, apresentado por Elon Musk, CEO da empresa, destaca-se pela ausência de volante e pedais, pelo carregamento sem fios (por indução), e por recorrer à Inteligência Artificial para navegação.

Musk estima um preço inferior a 30.000 dólares para o Robotaxi, com produção prevista para ser iniciada “antes de 2027”, após aprovação das entidades reguladoras. O processo de implementação da condução autónoma começará no próximo ano no Texas e na Califórnia com os modelos Tesla Model 3 e Model Y, equipados com o sistema Full Self-Driving (FSD) mais evoluído.

Um shuttle autónomo

Além do Robotaxi, a Tesla apresentou o Robovan, um veículo autónomo de maiores dimensões, com capacidade para 20 pessoas e transporte de carga.

Embora o FSD já permita algumas funcionalidades autónomas, como mudanças de faixa e estacionamento, o Robotaxi e o Robovan representam um avanço significativo na ambição da Tesla de alcançar a condução totalmente autónoma.

Robovan

No entanto, é importante relembrar promessa de autonomia total da Tesla já foi adiada anteriormente. Em 2019, Musk afirmava que teria um milhão de robotaxis em testes em 2020, e que previa atingir a autonomia em 2021.

Apesar do historial de previsões otimistas, Musk reiterou a sua confiança na segurança e potencial dos veículos autónomos, afirmando que estes serão “dez vezes mais seguros do que um humano”.

Optimus

O evento “We, Robot” serviu também para apresentar os avanços no desenvolvimento do Tesla Bot, um robô humanoide com capacidade para realizar tarefas diversas. Musk estima um preço entre 20.000 e 30.000 dólares para o robô.

A Tesla junta-se assim a outras empresas, como a Waymo (Alphabet) e a Zoox (Amazon), na corrida para o desenvolvimento de veículos autónomos.

Se as férias de Verão são uma boa altura para se dedicar com mais afinco à prática de exercício físico e para ganhar hábitos mais saudáveis, o regresso ao trabalho pode ser desafiante. À medida que nos adaptamos novamente à rotina e tentamos gerir todas as exigências que nos aparecem pela frente, a saúde e o bem-estar acabam, muitas vezes, por passar para segundo plano. Os relógios inteligentes podem ser úteis aliados para quem procura um maior equilíbrio e, neste teste, colocámos à prova quatro dos mais recentes modelos a chegar ao mercado: Google Pixel Watch 3; Huawei Watch GT 5 e GT 5 Pro; e Samsung Galaxy Watch Ultra. 

Google Pixel Watch 3: Mais competência desportiva

O Pixel Watch da Google entra na sua terceira geração com um foco renovado no exercício e no bem-estar. A maior aposta na performance e na recuperação física dos utilizadores está em destaque, mas essa não é a única novidade, pois o relógio deixa de estar disponível num único tamanho. Além da versão de 41 mm (que pode ler com mais detalhe neste artigo) , o Pixel Watch cresceu para os 45 mm, tornando-o numa proposta mais apelativa não só para quem tem pulsos grandes, mas também para os utilizadores mais desportistas, incluindo os fãs de corrida.

Pixel Watch 3 (45 mm)
Pixel Watch 3 (45 mm)

O Pixel Watch 3 ‘herda’ o aspeto elegante da geração anterior, além da coroa rotativa, do botão físico secundário e do sistema de encaixe de braceletes. Apesar de ter crescido, este continua a ser um formato confortável. Por outro lado, a rigidez das braceletes junto à caixa é um aspeto a melhorar, pois tem impacto no ajuste ao pulso. Com a mudança de tamanho chegam também novidades na tipologia e engenharia do ecrã, que partilha a mesma tecnologia usada nos smartphones Pixel. O bom nível de brilho facilita na legibilidade da informação em diferentes cenários e as maiores dimensões (41% superiores à geração anterior) tornam a experiência de utilização e visualização mais confortável.

Pixel Watch 3 (45 mm)

A par da monitorização dos principais indicadores de saúde (entre ritmo cardíaco, SpO2, temperatura da pele, ECG, stress e sono), o Pixel Watch 3 inclui funcionalidades que vão apelar a quem pratica desporto com mais frequência. A Disposição Diária, por exemplo, passa a disponibilizar mais contexto sobre os resultados, permitindo perceber a evolução dos valores ao longo dos dias. Esta opção, que começa a ser apresentada após sete dias de uso do relógio, analisa a variabilidade da frequência cardíaca (VFC), qualidade do sono e frequência cardíaca em repouso (FCR), apresentando uma pontuação de 0 a 100 que corresponde ao índice de preparação para a atividade física. Já a Carga Cardiovascular analisa o nível de esforço cardíaco registado nos treinos, gerando depois uma média, tendo em conta as atividades dos últimos 14 dias, e indicando depois quantos minutos de exercício são necessários para o utilizador alcançar os seus objetivos (seja manter a forma física ou melhorá-la).

No desporto, o Pixel Watch 3 tem suporte a mais de 40 modalidades: de crossfit e natação a golf e treinos de força. Se as gerações anteriores ficavam pelo caminho na análise de métricas avançadas de corrida, o novo modelo passa agora a disponibilizar um vasto conjunto de dados para quem pratica esta modalidade frequentemente, analisando também a postura durante a prática deste exercício. Os dados recolhidos são depois enquadrados com os objetivos dos utilizadores na app da Fitbit, que apresenta análises detalhadas para uma melhor compreensão dos treinos. Na app há sugestões diárias de corrida, numa funcionalidade que tem em conta questões como atividades anteriores, objetivos de Carga Cardiovascular e a Disposição Diária. A isto junta-se também a disponibilização de várias tipologias de treinos de corrida.

Se a autonomia era um ponto menos convincente da geração anterior, a versão de 45 mm do novo Pixel Watch, equipada com uma bateria 40% maior, surpreendeu pela positiva, embora ainda fique aquém dos níveis assegurados por outros smartwatches de gamas semelhantes.

Num cenário de utilização constante foi possível alcançar, em média, um dia e meio de utilização, com este valor a subir para cerca de dois dias com o Always on Display desativado. Se a autonomia surpreendeu, há espaço para melhorar no tempo de carregamento: para levar a bateria dos 10% aos 100% é necessário mais de uma hora.

Tome Nota
Google Pixel Watch 3 (45 mm) – Desde €499
store.google.com/pt/

Características Caixa de alumínio 45 mm • Ecrã Actua (AMOLED LTPO) de 1,4”; 456 x 456 p; 2000 nits (brilho máx.) • Proc. Qualcomm SW5100/ Coproc. Cortex M33 • 32 GB armaz; 2 GB RAM • Monitorização: ritmo cardíaco, oxigénio (SpO2), temperatura da pele, ECG, stress (cEDA) • Sono: Total de horas dormidas, sono profundo, leve, REM, acordado • 5 ATM/IP68 • BT 5.3, Wi-Fi, GPS, Galileo, Glonass, Beidou, QZSS • Wear OS 5.0 • Bateria 420 mAh • 45x45x12,3 mm • 37 g (sem bracelete)

Desempenho: 4,5
Características: 4,5
Qualidade/preço: 3,5

Global: 4,2

Huawei Watch GT 5: Estiloso e versátil 

Os relógios inteligentes também podem ser acessórios de moda? A Huawei acredita que sim e com a nova geração da gama Watch GT, que segue o mote “Fashion Foward”, a fabricante chinesa quer apelar aos utilizadores que valorizam sobretudo o lado mais estético. Como já é habitual nesta linha há dois tamanhos disponíveis (46 mm e 41 mm), com a Huawei a apostar na maior diferenciação entre versões masculinas e femininas.

Huawei Watch GT 5 (46 mm)
Huawei Watch GT 5 (46 mm)

O modelo que testámos, de 46 mm, destaca-se pela caixa com design octogonal, semelhante à da geração anterior, mas com arestas mais definidas. Sendo um modelo de maiores dimensões, esta é uma opção naturalmente mais adequada para pulsos largos. Ao contrário do ‘irmão’ Pro, que inclui materiais premium na composição, a versão standard fica-se pelo aço inoxidável na caixa. Apesar disso, a sua resistência deixou-nos agradavelmente surpreendidos. O mesmo não podemos dizer do ecrã, que acabou por ganhar alguns pequenos riscos. No pulso, sentimos um peso equilibrado, complementado pela facilidade de ajuste da bracelete (na versão fabricada em fluoroeslastómero com compósito entrançado), assegurando um maior conforto, seja nas atividades do dia a dia, como na prática de exercício ou durante o sono.

O ecrã permite uma navegação fluida e o nível de brilho é suficiente para manter a legibilidade em cenários mais fortemente iluminados, se bem que não seja tão intenso quanto o de outros modelos que colocámos à prova neste teste. As grandes novidades chegam no interior do Watch GT 5, e começamos com uma inclusão que vai interessar aos fãs de atividades ao ar livre: um novo módulo de GPS de banda dupla. De acordo com a Huawei, este sistema, que toma o nome “Sunflower”, traz mais precisão ao registo da localização dos utilizadores.

Durante os nossos testes, o sistema demonstrou um bom desempenho, registando adequadamente os percursos das caminhadas realizadas. O relógio suporta mais de 100 modalidades desportivas e se na geração anterior, as funcionalidades dedicadas à corrida já eram um ponto de destaque, desta vez há métricas avançadas para ajudar os utilizadores a serem mais eficientes, como análise da postura, tempo de contacto com o solo e oscilação vertical. Os ciclistas são outro dos públicos a que o Watch GT 5 quer apelar, neste caso com a sincronização dos dados registados pelo relógio no smartphone, transformando-o numa espécie de computador de bordo.

No que respeita à saúde, as funcionalidades mais avançadas também ficam reservadas para o modelo Pro, embora ambos partilhem a mais recente versão da tecnologia TruSense, que otimiza o registo das diferentes métricas (da frequência cardíaca ao nível de SpO2, passando pelo stress e temperatura da pele). Apesar do bom desempenho na monitorização destes indicadores, sentimos a falta de opções que ajudem a dar mais contexto à informação recolhida e que tornariam a experiência ainda mais completa. O rastreio do sono, por outro lado, inclui uma análise mais aprofundada (disponível através da app Huawei Health) dos dados recolhidos pelo relógio, colocando os hábitos em perspetiva e disponibilizando recomendações para melhorar a qualidade das horas dormidas.

A autonomia é um dos pontos fortes deste modelo, com a Huawei a anunciar que pode chegar até 14 dias. Dado à nossa utilização mais intensiva não conseguimos alcançar esse valor, mas foi possível mantê-lo fora da corrente por quase uma semana, isto com a monitorização contínua dos indicadores de saúde.

Tome Nota
Huawei Watch GT 5 (46 mm) – Desde €249
consumer.huawei.com/pt

Características Caixa em aço inoxidável de 46 mm • Ecrã AMOLED 1,43”; 466 × 466 pixéis,; PPI 326 • Monitorização: ritmo cardíaco, oxigénio (SpO2), temperatura da pele, stress • Sono: Total de horas dormidas, sono profundo, leve, REM, acordado; respiração durante o sono • 5 ATM/IP69K • BT 5.2, NFC, GNSS Dupla Banda (L1: GPS, GLONASS, GALILEO, BDS, QZSS; L5: GPS; GALILEO; BDS; QZSS) • HarmonyOS 5.0 (compatível com Android 9.0 ou superior e iOS 13.0 ou superior) • Bateria 524 mAh • 45,8 mm x 45,8 mm x 10,7 mm • 48 g (sem bracelete)

Desempenho: 4
Características: 3,5
Qualidade/preço: 4

Global: 3,8

Huawei Watch GT 5 Pro: Sofisticação no pulso

Se o estilo já era um dos pontos de destaque do modelo standard, no caso do Watch GT 5 Pro (disponível em versões de 46 mm e 42 mm), essa aposta torna-se ainda mais vincada. A versão que testámos, com caixa de maiores dimensões, alia um design de inspiração clássica com materiais como titânio de qualidade aeroespacial e vidro de safira no mostrador, que conferem não só um toque de sofisticação, mas também maior resistência.

Huawei Watch GT 5 Pro (46 mm)
Huawei Watch GT 5 Pro (46 mm)

A caixa deste modelo Pro é um pouco mais espessa do que a do modelo standard, traduzindo-se num ligeiro aumento de peso, no entanto, sem ser demasiado intrusivo. Esta versão conta com uma bracelete fabricada em titânio, composta por pequenas peças que se interligam. É possível remover ou adicionar peças (sem recorrer a acessórios extra) para um ajuste mais adequado. Embora contribua para dar um aspeto mais executivo ao relógio, não é a opção mais confortável para quem tem pulsos finos. Se prefere uma opção mais prática (inclusive para a prática de desportos mais intensos), há uma versão com bracelete em fluoroelastómero.

Huawei Watch GT 5 Pro (46 mm)

Com a subida para o nível Pro (e correspondente aumento no preço) seria de esperar que os upgrades chegassem ao ecrã. Porém, o painel AMOLED de 1,43 polegadas é um dos elementos em comum com a versão standard. Apesar disso, o ecrã responde rapidamente aos toques, com a navegação tátil a ser complementada pelas opções de controlo físico da coroa rotativa e do botão lateral.

A par do novo módulo de GPS de banda dupla (que voltou a demonstrar o seu bom desempenho),  do suporte a mais de 100 modalidades desportivas e das funcionalidades para amantes de corridas e ciclismo, o Watch GT 5 Pro tem novidades exclusivas, como um modo de corrida em trilhos, com opções concebidas para facilitar a navegação (incluindo mapas 3D) e um modo para a prática de mergulho livre até 40 metros de profundidade. O suporte a um modo avançado de golfe é outro dos grandes destaques, com previews dos campos, além de dicas para ajudar na tomada de decisões durante as partidas.

Já no que respeita à saúde, encontramos todas as funcionalidades de monitorização presentes no Watch GT 5, assim como duas opções exclusivas. À capacidade de realizar um ECG junta-se uma funcionalidade de deteção de rigidez arterial. No entanto, como no caso do modelo standard, apesar da competência apresentada na monitorização dos diversos indicadores de saúde, a experiência ficaria mais completa com o acesso a contexto adicional acerca da informação recolhida.

Além disso, sendo este um modelo Pro, a inclusão de funcionalidades centradas, por exemplo, na preparação para o exercício físico, assim como na recuperação – como vimos em outros modelos aqui testados – faria toda a diferença. É certo que através da Huawei Health é possível traçar objetivos através dos “Trevos de Saúde”, com a aplicação a permitir criar uma espécie de plano ‘personalizado’ – basicamente um conjunto de recomendações com a possibilidade de marcar lembretes para não nos esquecermos delas. Mas fora das opções predefinidas pela app, não há muito espaço de personalização verdadeira.

A bateria é outra das características ‘partilhadas’ com o Watch GT 5, com a Huawei a prometer também uma autonomia máxima de 14 dias. Com um uso mais intensivo, obtivemos valores semelhantes aos do modelo standard, rondando quase uma semana. O mesmo se aplica ao carregamento, sendo necessária cerca de uma hora para carregar a bateria dos 0% aos 100%.

Tome Nota
Huawei Watch GT 5 Pro (46 mm) – Desde €379
consumer.huawei.com/pt

Características Caixa em liga de titânio de 46 mm; mostrador em vidro de safira • Ecrã AMOLED 1,43”; 466 × 466 pixels, PPI 326 • Monitorização: ritmo cardíaco, oxigénio (SpO2), temperatura da pele, stress, ECG, deteção de rigidez arterial • Sono: Total de horas dormidas, sono profundo, leve, REM, acordado; respiração durante o sono • 5 ATM/IP69K • BT 5.2, NFC, GNSS Dupla Banda (L1: GPS, GLONASS, GALILEO, BDS, QZSS; L5: GPS; GALILEO; BDS; QZSS) • HarmonyOS 5.0 (compatível com Android 9.0 ou superior e iOS 13.0 ou superior) • Bateria 524 mAh • 46.3mm x 46.3mm x 10.9m • 53 g (sem bracelete)

Desempenho: 4,5
Características: 4
Qualidade/preço: 3,5

Global: 4

Samsung Galaxy Watch Ultra: Duro de roer

Com o Galaxy Watch Ultra a Samsung abre um novo espaço no seu portfólio de relógios inteligentes, apelando desta vez aos utilizadores mais aventureiros que procuram um smartwatch capaz de acompanhar a sua pedalada. “É grande por todos os lados”: esta foi uma das primeiras reações que o smartwatch despertou ao chegar à nossa redação, a par das parecenças quase impossíveis de ignorar com o Apple Watch Ultra.

Samsung Galaxy Watch Ultra
Samsung Galaxy Watch Ultra

Equipado com uma caixa em titânio de dimensões generosas, combinada com um mostrador em cristal de safira, este é um modelo que se destaca pela elevada qualidade de construção, assim como pela robustez, sendo capaz de fazer frente a condições mais adversas. Além da proteção reforçada contra os elementos, realçamos a inclusão de funcionalidades pensadas para cenários de emergência, como uma sirene capaz de alcançar um volume de 86 db. Embora não seja demasiado pesado, dado às suas dimensões, este é um relógio que se adapta melhor a pulsos mais grossos.

Num pulso mais fino, a combinação entre a caixa volumosa e a rigidez da bracelete predefinida trazem algum desconforto à experiência de utilização, além de dificuldade no ajuste correto do relógio. Integrar um ecrã redondo numa caixa quadrada é uma escolha de design certamente diferente, embora sintamos que cause alguma confusão estética. Apesar disso, as maiores dimensões do ecrã facilitam a visualização de informação e o brilho elevado é um ponto positivo. Na caixa há espaço para três botões que ajudam no controlo do relógio, incluindo um “Quick Button” que permite acionar rapidamente funcionalidades à escolha do utilizador. Este botão programável também pode ser aproveitado para quem pratica treinos multidesportivos.

O Galaxy Watch Ultra estreia um sensor BioActive renovado que traz mais precisão no registo dos indicadores de saúde: da frequência cardíaca e respetiva variabilidade ao nível de oxigénio no sangue, temperatura da pele e composição corporal. Note-se, no entanto, que certas funcionalidades, como a medição da pressão arterial ou a realização de um ECG, estão apenas disponíveis através da ligação a um smartwatch Samsung compatível. Se a Pontuação de Energia se afirma como uma das novidades mais úteis, ajudando a perceber se estamos preparados para ‘dar tudo’ nos treinos ou se devemos apostar mais no descanso, consideramos a medição do Índice AGEs (produtos finais da glicação avançada) um pouco vaga e confusa.

No capítulo do fitness, o Galaxy Watch Ultra conta com funcionalidades avançadas que querem apelar a quem se considera um autêntico atleta. Entre elas incluem-se, por exemplo, a medição do Limite de Potência Funcional (FTP) para ciclismo, ou o modo multidesportos, que permite conjugar três desportos num só treino. Porém, nem todos os tipos de atividades são suportados ao planear os treinos neste modo. Fica também o alerta para os fãs de desportos aquáticos: o Galaxy Watch Ultra “não é adequado para atividades aquáticas de alta pressão e mergulho”, indicam as especificações. Sendo este um relógio que tem em mente desportistas mais avançados, outra das áreas onde sentimos que há espaço para melhoria é na recuperação física.

Quando comparado com modelos mais avançados para desportistas, o Galaxy Watch Ultra fica para trás na autonomia. Fora do modo de poupança energética, a bateria permite até dois dias de utilização mais intensa. O carregamento é outro ponto menos positivo, com o relógio a precisar de quase duas horas para recarregar dos 0% aos 100%.

Tome Nota
Samsung Galaxy Watch Ultra – Desde €699,89
samsung.com/pt

Características Caixa de titânio 47 mm • Ecrã Super AMOLED 1,5”; 480×480 p; 3000 nits (brilho máx.); cristal de safira • Proc. Penta-Core • 32 GB armaz; 2 GB RAM • Monitorização: ritmo cardíaco, oxigénio (SpO2), temperatura da pele, stress, impedância bioelétrica, ECG • Sono: Total de horas dormidas, sono profundo, leve, REM, acordado; respiração durante o sono • 10 ATM/IP68 • BT 5.3, NFC, Wi-Fi, GPS (Glonass, Beidou, Galileo) • Wear OS Powered by Samsung • Bateria 590 mAh • 47,4×47,4×12,1mm • 60,5g (sem bracelete)

Desempenho: 5
Características: 4,5
Qualidade/preço: 3,5

Global: 4,3

Comecemos pela frase de dois médicos que foi também título de um artigo recente do jornal El País: “Um castelo de areia não pode parar um tsunami.” Immaculada Mora e Manuel Gálvez referem-se à incapacidade de resposta do serviço de urgência onde trabalham, o Hospital Insular Nuestra Señora de Los Reyes, o terceiro mais pequeno de Espanha, com apenas 33 camas. O estabelecimento foi planeado para assistir os 11 646 habitantes da ilha mais meridional das Canárias, El Hierro. Sucede que este ano já recebeu um número superior de pacientes oriundos de África. Na madrugada de 28 de setembro, médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar foram avisados para acorrerem a uma situação crítica. Um cayuco, embarcação de pesca que pode ter uma dúzia de metros, virara-se a uns sete quilómetros da ilha. A azáfama esperada deu lugar a um profundo sentimento de pesar. Dos estimados 90 passageiros a bordo, apenas 27 sobreviveram, incluindo quatro miúdos: “Parecia não ter mais de 10 anos, embora nos tivesse dito que tinha 13. (…) Viu afogar-se o irmão mais velho e a irmã mais nova. Estava num pranto. (…) É nestas alturas que costumo dizer que ficamos sem medicamentos”, confessou Immaculada Mora ao diário de Madrid, referindo-se ao pior naufrágio que a comunidade local conheceu em três décadas.

BAIXEZAS MORAIS

Só no passado mês, chegaram às Canárias 5248 migrantes da costa ocidental africana e metade deles arribaram a El Hierro. Algo sem precedentes. Desde o início do ano, e até ao final de setembro, de acordo com os dados oficiais divulgados pelo Ministério do Interior de Espanha, 30 808 pessoas fizeram-se ao mar, a partir de Mbur, São Luís ou Nuaquechote, em 462 embarcações. O dobro do que ocorreu em igual período do ano passado, o que leva as autoridades regionais a temer o pior. Os amenos e históricos ventos alísios (bem conhecidos dos marinheiros portugueses desde o século XV) e o bom estado do mar, durante o outono, facilitam a navegabilidade e tornam provável que chegue muito mais gente até dezembro. O presidente do Governo Regional, Fernando Clavijo, está convencido de que, no total, em 2024, o arquipélago vai assistir a 50 mil chegadas irregulares por via marítima. Por todas estas razões, envolveu-se numa intensa polémica com o poder central e o primeiro-ministro do reino, o socialista Pedro Sánchez, exigindo mais solidariedade da capital peninsular e das outras comunidades autónomas. Em especial, o destino a dar aos quase seis mil menores não acompanhados, na sua maioria órfãos, espalhados por centena e meia de centros de acolhimento temporário (os oficiais e os controlados pelas ONG), que estão sobrelotados e sem condições de prestar os devidos cuidados, apesar dos 14 milhões de euros disponibilizados pelo executivo de Tenerife/Las Palmas.

O problema é que o drama humanitário resvalou para a chicana política, com quem de direito a não se entender. Em editorial, o tabloide Canarias 7 resumiu o assunto: “Infelizmente, nem a tragédia de El Hierro [naufrágio de 28 de setembro] serviu para que o sentido de Estado se imponha às estratégias dos partidos. As Canárias não merecem isto, e a Espanha também não. A única coisa que se está a fazer em Madrid é abonar o terreno para que haja mais descrédito da política, precisamente o que alimenta as teses ideológicas mais extremas.” Farpas que não se confinam ao PSOE e atingem igualmente as três formações que inviabilizaram, no Congresso dos Deputados (a câmara baixa do Parlamento), a reforma do artigo 35º da Lei de Estrangeiros: Partido Popular (PP), Junts (os independentistas catalães de Carles Puigdemont) e VOX (os nacional-populistas de Santiago Abascal).

Odisseia Só na última quinzena de setembro, 4050 migrantes fizeram mais de mil quilómetros até às Canárias Foto: EPA/GELMERT FINOL

A possibilidade dos seis mil menores serem distribuídos de forma equitativa pelas 17 comunidades autónomas de Espanha está, por enquanto, suspensa. Para complicar as coisas, o PP e o respetivo presidente (e líder da oposição), Núñez Feijóo, anda num périplo por várias capitais europeias (até dia 18, data em que estará em Berlim) e quer que haja mais Estados-membros da UE a acolher os migrantes, sob pena do recém-aprovado novo pacto sobre migração e asilo ficar comprometido: “Queremos uma aliança europeia contra a imigração irregular.” O VOX exige que a Marinha trave, por todos os meios, a chegada de cayucos e ameaça ainda boicotar a aprovação de todos os orçamentos regionais nas comunidades em que está coligado com o PP, casos de Murcia, Aragão e Castela e Leão. Os socialistas, pela voz de Ángel Víctor Torres, o canário que é ministro da Política Territorial, pedem às oposições que abandonem os “discursos xenófobos” e se deixem de “desculpas” para justificar a “baixeza moral”.

Perante tudo isto, Fernando Clavijo, cujo executivo regional é formado pela Coligação Canária (liberais e nacionalistas insulares) e pelo PP, resigna-se: “Começo a acreditar que o governo de Espanha não quer solucionar este problema e que as Canárias se tornem a Lesbos do Sul da Europa.” É capaz de ter razão. Bruxelas tem vindo a manifestar “todo o apoio” ao arquipélago e o grego Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão, até assumiu atribuir verbas adicionais do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) para mitigar esta crise migratória.

Só que os países do Centro e Norte da UE opõem-se à aplicação do novo pacto migratório e ao reforço de poderes da Frontex (a agência comunitária responsável pelas fronteiras marítimas e terrestres da UE). A escolha do conservador austríaco Magnus Brunner para a futura pasta do Interior e Migrações, na nova Comissão que toma posse em dezembro, também não deverá ajudar o arquipélago responsável por 72% dos fluxos migratórios irregulares em Espanha.

PECADOS MORTAIS

O Papa Francisco, no final de agosto, afirmou que é um “pecado grave” rejeitar todos aqueles que “cruzam desertos e mares para encontrar um lugar onde possam viver em paz e segurança”. A realidade parece desafiar o líder da Igreja Católica. Na última década, a militarização das fronteiras no Velho Continente ganhou um ímpeto nunca visto desde a Guerra Fria e o número de muros, valas e vedações de arame farpado, segundo o European Policy Centre, um think tank de Bruxelas, aumentou de 315 para 2400 quilómetros na UE. Assim, não é de estranhar que o Mediterrâneo se tenha transformado num cemitério e a rota das Canárias vá pelo mesmo caminho. De acordo com a ONG Caminando Fronteras, as estatísticas espanholas estão bem longe de retratar a dimensão dos dramas que estão a ocorrer ao largo da extensa costa que vai da Gâmbia a Marrocos. Só nos primeiros cinco meses de 2024, houve, pelo menos, uma centena de naufrágios, de que resultaram 5054 mortos, incluindo 154 mulheres e 50 crianças. Uma média diária de 33 mortos que, no entender de Helena Maleno, coordenadora desta instituição que se dedica ao acompanhamento deste fenómeno, só peca por escasso. Explicação: dezenas de embarcações afundam-se e desaparecem sem deixar rasto dos seus passageiros. Alerta adicional: os meses de outubro e novembro costumam ser os piores. Em vez de iates de luxo, as ilhas Canárias, a segunda região mais pobre de Espanha, vão ter cada vez mais pateras e cayucos. Alguns nunca vão sequer aportar no arquipélago, seguindo viagem, à deriva, numa odisseia de terror. A 13 de abril, apareceu um destes barcos na ilha Canela, no estado brasileiro do Pará, com nove corpos em decomposição. A 6 de agosto, um outro, com 14 esqueletos, foi encontrado numa praia de Río San Juan, na República Dominicana. Como diriam os médicos do Hospital Insular Nuestra Señora de Los Reyes, não há castelos de areia que façam parar tsunamis.

900 Euros
Preço mínimo que cada migrante paga às redes de contrabandistas da África Ocidental para embarcar num cayuco rumo às Canárias

200 Passageiros
Lotação dos cayucos com maior capacidade (autoridades espanholas já confiscaram embarcações deste género com 280 pessoas)

8-11 Dias
Duração média das viagens entre o Senegal e as Canárias (ver infografia)

6007 Mortos
Total de mortos, em 2023, na rota das Canárias

5712 Mortos
Total de mortos, em 2024 (até 30 de setembro)

Palavras-chave:

Para resumir e enquadrar as diferentes propostas deste Festival Internacional de Marionetas do Porto (FIMP), Igor Gandra, o seu diretor artístico, divide-as em “modos de existir, gestos de resistência e a decisão de não continuar “. A diversidade continua a ser uma preocupação desta direção artística, que assinala o quão desafiante é o programa da 35ª edição. “Os objetos e as marionetas tanto nos inquietam como são capazes de nos guiar e de nos oferecer preciosos raios de luz e de esperança. Neste jogo de claro-escuro, o humor (ainda que por vezes corrosivo) e a poesia também nos podem auxiliar na jornada. Por isso, nada temam!”, sublinha Gandra, no texto de apresentação.

Infelizmente, o festival começa com uma baixa, a da companhia libanesa Collectif Kahraba – dada a situação política do país –, que trazia o espetáculo de abertura, Géologie D’Une Fable. Mantém-se, ainda assim, a inauguração nesta sexta, 11, da exposição Fimpografias, de Susana Neves, fotógrafa que acompanhou o FIMP durante 10 anos (2010-2020), patente no Teatro Carlos Alberto até 10 de novembro.

Neste sábado e domingo, 12 e 13, no Rivoli, haverá a aparição do surpreendente Lullaby for Scavengers (Canção de embalar para os necrófagos/ recoletores), de Kim Noble, do Reino Unido, do lado daqueles que desistem, ou melhor, daqueles que optam por abandonar as regras vigentes e constroem o seu próprio caminho. Provocador e desconcertante, este artista de culto não deixará ninguém indiferente.

O espetáculo “In Many Hands”, de Kate McIntosh, é um dos destaques do FIMP. Foto: Dirk Rose

A artista Ainhoa Vidal também apresentará nos mesmos dias, no Teatro do Campo Alegre, Aruna e a arte de bordar inícios, “teatro de sombras cantado por uma criança, Aruna, de 10 anos”, que conta “a história de uma reconstrução social e humana em tempos de adversidade.” Um formato resistência, que também se assiste em peças nacionais como Prometeu, da Companhia Lafontana, dia 19, ou Dura Dita Dura, do Teatro de Ferro, dias 16 e 17, que recorda o terror dos tempos da ditadura, uma criação do próprio Igor Gandra, cujo percurso artístico se cruza com a história do festival.

A questionar a sua existência, estará a neozelandesa Kate McIntosh, no espetáculo In Many Hands, um dos destaques deste festival, dias 19 e 20, no Campo Alegre. Um trabalho de exploração multissensorial que tem conquistado a atenção do público – convidado a participar, através da interação e relação com objetos.

Conte-se ainda com incursões a Matosinhos. A Limite Zero apresenta no Teatro Municipal Constantino Nery, dias 16 a 19, Próxima Estação, a nova criação da companhia. Este também será o palco do solo feminista da italiana Marta Cuscunà, Sorry Boys, dia 18, “uma peça que congrega a resistência, a existência e também uma forma de desistência criativa”, conforme descreve Gandra. E cujo cenário, duas filas de cabeças cortadas, como se fossem troféus de caça, promete ficar na memória.

Sorry Boys, de Marta Cuscunà. Foto: Daniele Borghello

Festival Internacional de Marionetas do Porto > Teatros Municipais do Porto, Teatro Constantino Nery, Teatro Carlos Alberto, Palácio do Bolhão, Teatro de Belomonte, Teatro de Ferro e espaços públicos do Porto > Porto e Matosinhos > 11-20 Out > grátis a €10 > mais informações: https://2024.fimp.pt/

Comecemos por rejeitar o álcool. Mesmo sabendo que a oferta iria cair sobre vinhos naturais, ainda é cedo para castigar o corpo e por isso optamos pelas opções fora da cápsula de bebidas para uma refeição sóbria.

Primeiro, matamos a sede com um chá frio de framboesa e hibisco, que também leva água tónica, para estabelecer aquela ligação a cocktails mais conhecidos e preterimos o tepache, feito com uma base de cascas de ananás, como se fosse ginger beer. Este The Capsule tende a ser desperdício zero e o esforço nota-se logo no bar. Ainda haveríamos de provar o sumo de jasmim, ameixa e alecrim, assim como a “limonada” extraída do inhame.

Deixemos os copos e partamos para a ementa, que por enquanto ainda só pode ser consultada em modo digital. Facto que poderia enervar-nos, não fora a originalidade do que encontramos nesta leitura no telemóvel. Aqui dá para comer desde as 10 da manhã – a oferta condiz com este horário sem espartilhos. Da secção que se estende até às duas, provámos os crepes de trigo sarraceno (€10), doces q.b., a atirar para a versão Suzette, perfeitos para fazer subir o açúcar no sangue sem grandes picos e a piscar o olho a um dos ingredientes da cozinha ucraniana. Esta espécie de sobremesa já levanta o véu sobre o que o chefe Alex Horbenko, ucraniano a residir em Portugal há três anos, anda a fazer, mesmo em frente aos nossos olhos, na cozinha aberta para a sala.

Do resto do menu, experimentámos o especial da semana (há sempre uma sugestão que vai mudando), que consistia em feijão-verde, uvas, ketchup de kimchi, endro em pickle, óleo de ervas e queijo creme. Chegados até aqui, deu para perceber como as conservas, em frascos de vidro, são uma das linhas de atuação de Horbenko, 33 anos, para se aproximar do tal desperdício zero, e surpreender em cada prato.

O The Capsule já existia na Ericeira, mas agora deixaram lá apenas um café de especialidade (também servido aqui, claro). De resto, veio tudo, chefe e receitas com raízes na Ucrânia trabalhadas com produtos portugueses. O tártaro de carne maturada (€14) era um dos best-sellers por lá e ameaça continuar a sua fama pela Baixa lisboeta. Vem em cima de um brioche caseiro, em que também entram as cascas de ananás, com maionese de kimchi e ainda leva raspas de atum por cima.

Tudo isto é saboreado debaixo de uma “árvore” de burel, que está pendurada numa das abóbadas da sala branca, decorada em estilo minimalista, ao jeito nórdico.

The Capsule > R. do Crucifixo, 71, Lisboa > info@thecapsule.space > qua-dom 10h-17h

Não sei, caro leitor, cara leitora, qual era a sua expetativa, mas eu – ingénua me confesso – esperava que o Sol hoje raiasse. É evidente que isto é uma metáfora foleira para começar por dizer que aguardava que, nesta manhã, pudéssemos acordar com o tema do Orçamento do Estado (OE) para 2025 arrumado. Se não trancado a sete chaves na gaveta das chatices com as quais temos que viver, pelo menos que estivesse já muito perto do último episódio, é preciso paciência para assistir a esta novela enfadonha. Em vez de o Sol raiar, dizia eu, acordámos, isso sim, com o assunto OE por resolver. Como se não bastassem os avisos de “chuva forte e persistente” da Proteção Civil para as próximas 48 horas. 

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Ingredientes básicos, uma caneca, um micro-ondas e, em poucos minutos, pim!, um bolo acabado de fazer.

Kate Calder, autora de receitas que colabora com várias publicações em Inglaterra, sabe que há momentos em que nos apetece um bolo, mas o tempo de confeção e o ter que limpar depois a cozinha podem ser suficientes para desmotivar qualquer um.

No livro A Felicidade é um Bolo na Caneca (Arte Plural Edições, 96 págs., €14,40), reúne 30 receitas de bolos para fazer no micro-ondas, dividas em 5 capítulos: Loucos por chocolate, Os clássicos, Fruta, Diversão festiva e Happy Hour (com bebidas alcoólicas).

A autora alerta que a exatidão das medidas é fundamental – 1 colher de sopa significa 1 colher de sopa rasa. As receitas foram escritas para um micro-ondas de 1000 W, utilizando uma caneca de 300 ml. Bom apetite!

1. Moca

Foto: Clare Winfield

Ingredientes

2 colheres de sopa de açúcar mascavado claro

2 colheres de sopa de farinha

1 colher de sopa de cacau (chocolate sem açúcar) em pó

¼ de colher de chá de fermento em pó

1 ovo médio

2 colheres de sopa de óleo de girassol

3 colheres de sopa de café expresso ou café duplo, à temperatura ambiente

1 colher de sopa de pepitas de chocolate

½ colher de chá de açúcar em pó

3 colheres de sopa de natas gordas

Preparação

Na caneca, misture com um garfo o açúcar, a farinha, o cacau e o fermento.

Adicione o ovo, o óleo e 2 colheres de sopa de café, e misture até o preparado ficar homogéneo.

Envolva delicadamente as pepitas de chocolate na metade superior da massa.

Leve ao micro-ondas durante 1 minuto e 10 segundos ou até crescer e ficar elástico ao toque.

Deixe arrefecer durante 10 minutos.

Numa tigela pequena, misture a restante colher de sopa de café com o açúcar em pó e as natas, e bata até as natas formarem picos moles.

Deite uma colherada de creme de café sobre o bolo e delicie-se.

2. Limão e sementes de papoila

Foto: Clare Winfield

Ingredientes

2 colheres de sopa de óleo de girassol

3 colheres de sopa mais 1 colher de chá de açúcar fino

1 ovo médio

Raspa e sumo de 1 limão

4 colheres de sopa de farinha com fermento

1 colher de sopa de sementes de papoila

Limão e sementes de papoila

Preparação

Na caneca, misture com um garfo o óleo, 3 colheres de sopa de açúcar, o ovo e a raspa de limão até obter um preparado homogéneo.

Adicione a farinha e as sementes de papoila, e mexa para incorporar.

Leve ao micro-ondas durante 1 minuto e 20 segundos ou até crescer e ficar elástico ao toque.

Deixe arrefecer enquanto prepara a calda.

Para a calda, misture 1 colher de sopa de sumo de limão com a restante colher de chá de açúcar.

Pique o bolo com um garfo e deite a calda.

Deixe repousar durante 10 minutos para o bolo absorver a calda, e depois é só deliciar-se.

3. Chocolate branco e mirtilo

Foto: Clare Winfield

Ingredientes

2 colheres de sopa de óleo de girassol

3 colheres de sopa de açúcar fino

1 ovo médio

½ colher de chá de extrato de baunilha

4 colheres de sopa de farinha com fermento

1 colher de sopa de pepitas ou pedaços de chocolate branco

1 colher de sopa cheia de mirtilos, mais um extra para decorar

Açúcar em pó, para decorar

Preparação

Na caneca, misture com um garfo o óleo, o açúcar, o ovo e o extrato de baunilha até obter um preparado homogéneo. Adicione a farinha, e mexa para incorporar.

Envolva delicadamente as pepitas de chocolate e os mirtilos na metade superior da massa.

Leve ao micro-ondas durante 1 minuto e 10 segundos ou até crescer e ficar elástico ao toque.

Cubra com alguns mirtilos, polvilhe com açúcar em pó e sirva-se.

Percorrem-se os painéis de azulejos expostos e não se esconde o maravilhamento com o resultado. Folhas, flores e rostos em relevo, pintura com vidrados coloridos, jogos de transparências e movimento num azul tradicional, artesanato e perícia perpetuam um legado e ajudam a contar a história de uma fábrica que é uma referência na cerâmica portuguesa já lá vão 175 anos: a Viúva Lamego.

A exposição reúne trabalhos de 17 artistas portugueses e estrangeiros, que resultaram de residências realizadas, em 2023 e 2024, na fábrica em Sintra

Na exposição Uma Perspetiva do Presente, uma Visão do Futuro, no Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, evoca-se essa história através da longa colaboração entre artistas e artesãos iniciada nos anos 1930. Originalmente, a oficina de olaria de António da Costa Lamego (1819-1876), fundada em 1849 na capital, começou por se dedicar à manufatura de loiças utilitárias num edifício no Largo do Intendente. Mas na viragem do século, com a sua viúva, Margarida Rosa, à frente do negócio, já tinha o azulejo como produto principal.

Uma fábrica-atelier

Numa sala do piso térreo do museu encontram-se os painéis imaginados por 17 artistas contemporâneos, resultantes de residências artísticas na fábrica, hoje situada na Abrunheira, Sintra. Vhils, Add Fuel, Kruella D’Enfer e Tamara Alves trazem para o azulejo a linguagem da arte urbana. Adriana Varejão e Manuela Pimentel estreiam-se num suporte que lhes é novo, mas não estranho, adaptando a pintura ao material cerâmico. Rita João/Estúdio Pedrita recupera a azulejaria industrial dos anos 1960 e padrões do século XVIII, enquanto Bela Silva e Hervé di Rosa representam essa onda de artistas que, a partir dos anos 50, passaram a ter os seus ateliers (os chamados “casulos”) na Viúva Lamego.

No âmbito das comemorações destes 175 anos, a Viúva Lamego lançou um concurso dirigido a novos artistas. A croata Klasja Habja (painel da esquerda) e a japonesa Rico Kiyosu (painéis da direita) receberam uma menção honrosa

Na exposição, há ainda trabalhos da Oficina Marques (da dupla Gezo Marques e José Aparício Gonçalves), dos franceses Henriette Arcelin (ilustradora e ceramista) e Noé Duchafour-Lawrence (designer), e do suíço Noël Fischer (artista plástico). O street artist português André Trafic, a japonesa Rico Kiyosu e a croata Klasja Habjan, vencedor e menções honrosas do concurso dirigido a novos artistas, lançado no âmbito das comemorações destes 175 anos da Viúva Lamego, também têm aqui os seus painéis.

Legado para o futuro

Para enquadrar estas abordagens contemporâneas, os curadores da exposição, Rosário Salema de Carvalho e Francisco Queiroz, reuniram numa segunda sala, no piso superior, uma seleção de desenhos, estampilhas e maquetas que revelam o processo de criação dos azulejos que cobrem fachadas de edifícios públicos, decoram casas e revestem estações do Metropolitano de Lisboa.

Pormenor do mural de azulejos “O Mar”, de Maria Keil, na Avenida Infante Santo, em Lisboa. A artista foi autora dos painéis de todas as estações iniciais do Metropolitano, com exceção da Avenida

Recorrendo ao arquivo da fábrica, e ao próprio acervo do Museu Nacional do Azulejo, encontram-se nomes como Almada Negreiros, Jorge Barradas, Maria Keil, Manuel Cargaleiro, Querubim Lapa, Cecília de Sousa, Vieira da Silva, Siza Vieira, entre outros.

Uma segunda sala, no piso superior do Museu Nacional do Azulejo, sublinha a longa relação entre a Viúva Lamego e os artistas, revelando os processos de criação do azulejo

Esta mesma relação “umbilical” que a fábrica tem com os artistas, arquitetos, designers e artesãos é sublinhada à VISÃO por Gonçalo Conceição, CEO da Viúva Lamego, enquanto motor de inovação de uma marca que trabalha apenas por encomenda e está presente em 30 países. “Temos um legado de quase 200 anos, mas tal não significa que estejamos parados no tempo, e que não acompanhemos as mudanças de gosto dos clientes, assim como a necessidade de alterarmos processos de fabrico e até as matérias-primas, mais sustentáveis do que as tradicionais.” Desafios a que responde uma equipa fixa de 47 trabalhadores (aos quais se juntam alguns temporários em épocas de maior trabalho). Alguns desses trabalhadores têm mais de 40 anos de casa e, entre eles, está a equipa de pintura manual, constituída na maioria por mulheres.

A colaboração da Viúva Lamego com artistas começou nos anos 1930. Na fotografia, projetos para lambrilhas, pequenos azulejos de figura avulsa, de Fred Kradolfer e Thomaz de Mello

A exposição estará patente até ao dia 29 de dezembro, altura em que o Museu Nacional do Azulejo – o museu sob tutela do Estado mais visitado no País – encerrará as suas portas para obras de requalificação com a duração prevista de um ano.

Viúva Lamego. Uma Perspetiva do Presente, uma Visão do Futuro > Museu Nacional do Azulejo > R. da Madre de Deus, 4, Lisboa > até 29 dez, ter-dom 10h-18h > €8