O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, morreu, na madrugada desta quarta-feira, num ataque em Teerão, capital do Irão. A notícia já foi confirmada pelo próprio Hamas.

“O irmão líder, mártir combatente Ismail Haniyeh, líder do movimento, morreu em resultado de um ataque traiçoeiro sionista na residência em Teerão, depois de participar na cerimónia de posse do novo presidente iraniano”, indicou, em comunicado, o movimento palestiniano.

O Hamas responsabiliza Israel pelo ataque, e promete responder. O governo de Telavive mantém-se, para já, em silêncio.

O primeiro anúncio da morte de Ismail Haniyeh tinha partido dos Guardas da Revolução iranianos. Em comunicado, esta força militar adiantava que o dirigente do Hamas e um guarda-costas morreram num ataque à residência de Ismail Haniyeh em Teerão.

Ismail Haniyeh tinha com 62 anos e era líder político do Hamas desde 2017. Ex-primeiro-ministro da Palestina (entre 2006 e 2007), era considerado um político moderado, visto como uma peça-chave para as negociações de um possível cessar-fogo no conflito Israel-Hamas, e capaz de se relacionar com as fações palestinianas rivais

Vivia afastado do território palestiniano, num exílio voluntário, dividindo-se, alegadamente, entre o Qatar e a Turquia. Em abril, um ataque da aviação israelita tinha matado pelo menos seis membros da sua família – três filhos e pelo menos dois netos –, num campo de refugiados no norte da faixa de Gaza.

Apesar de ter estado no top dos filmes mais vistos da Netflix, o thriller “Sob as Águas do Sena” – sobre a presença de um tubarão gigante nas águas do rio Sena, 

durante os jogos olímpicos de Paris, não mereceu grandes críticas nem aplausos. Afinal, um animal destes a ceifar vidas durante o maior evento desportivo do mundo é praticamente impossível, como pode ler aqui, na análise de vários especialistas. Muito menos improvável foi o que se passou até agora: as águas no Sena não apresentarem níveis seguros em termos de poluição.

Mas se no filme de que falávamos a decisão política foi a de manter a prova apesar do perigo escondido nas águas do rio parisiense, nesta realidade a opção foi outra: Depois do cancelamento dos treinos, ontem foi adiado o Triatlo masculino (e remarcado para hoje para depois da prova feminina, que, à hora que esta newsletter lhe chega ao email, já arrancou) por níveis da presença de duas bactérias serem superiores ao considerado seguro.

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Cem anos depois, os Jogos Olímpicos voltaram a realizar-se na capital francesa, que tem vindo a preparar-se para o maior evento desportivo do mundo desde 2015. Parte essencial dessa preparação foi a limpeza das águas do rio Sena, elemento fundamental e histórico da cidade francesa. Após a confirmação da realização das olimpíadas em França, Anne Hidalgo, presidente da câmara de Paris, prometeu que a cidade, onde habitam atualmente cerca de 11 milhões de pessoas, passaria por uma drástica atualização ambiental até 2024 e que, à semelhança do que aconteceu nos Jogos Olímpicos de 1900 – também em Paris –, as provas olímpicas de natação aconteceriam no rio.

“A partir de 2015, decidimos que aproveitaríamos os Jogos Olímpicos para acelerar consideravelmente a visão”, referiu Emmanuel Grégoire, vice-presidente de Paris e responsável pelo planeamento urbano em entrevista à revista Time, em 2023. “Foi uma parte realmente importante da candidatura”, acrescentou. Sendo proibido nadar no rio desde 1923 devido ao elevado nível de poluição do mesmo, o plano de limpeza do rio mobilizou 1,4 mil milhões de euros e levou, no início deste mês, a presidente da câmara mergulhar no rio como forma de mostrar a toda a gente que as águas eram seguras.

Limpar o Sena

O rio Sena, que atravessa a capital parisiense, tem sido uma parte fundamental para o desenvolvimento da cidade desde a sua fundação pelos antigos romanos. “O Sena é a razão pela qual Paris nasceu”, referiu Grégoire na mesma entrevista. Contudo, ao longo dos séculos, e à medida que a cidade cresceu e se desenvolveu em torno do trecho de água, este foi sendo poluído pelas diferentes gerações de parisienses. Primeiramente, enquanto local de “despejo” de cadáveres durante as guerras religiosas do século XVI e, mais tarde, enquanto local de descarte de variados objetos já sem utilização. Mas a maior fonte de poluição das últimas décadas vem sobretudo sob a forma de despejo de águas residuais — que incluem esgoto doméstico e industrial — no rio.

Desenvolvido na época napoleónica, o sistema de esgotos antigo da cidade de Paris reunia, até à algumas décadas, o escoamento de resíduos e de águas pluviais (da chuva) das ruas numa única rede que terminava no rio. Uma combinação de sistemas de esgoto antigos e novos que tem sido “cara e complicada” de resolver, de acordo com Samuel Colin-Canivez, engenheiro-chefe das grandes obras de saneamento de Paris à Times. Segundo a revista, só em 2022 foram despejados 1,9 milhão de metros cúbicos de águas residuais não tratadas no Sena, valores que as autoridades consideraram serem os necessários de forma a evitar a saturação da rede de esgotos de Paris e a inundação da cidade.

A rede de esgotos tem vindo a sofrer intervenções desde a década de 1980 mas a última solução passou pela construção de um tanque subterrâneo gigantesco de armazenamento de água da chuva, localizado ao redor de Paris – a bacia de Austerlitz – com 30 metros de profundidade e 50 metros de largura. Com um custo total de mais de 90 milhões de euros – dentro dos 1,4 mil milhões gastos para a limpeza do rio – a bacia é a peça central do projeto que pretende tornar o rio novamente seguro para os banhistas até 2025.

Apesar dos esforços para limpar o curso de água, não se têm verificado as condições necessárias para a realização das provas olímpicas devido, segundo a organização, às chuvas que têm perdurado na cidade francesa. De acordo com um comunicado de Paris, após o as chuvas de 17 e 18 de junho, a bacia terá alcançado os 80% da sua capacidade total evitando, assim, que mais de 40 mil metros cúbicos de águas residuais e pluviais fossem descarregados no Sena. Mas os níveis de qualidade da água continuaram a não permitir a realização dos treinos e provas previamente agendadas.

Segundo a organização dos Jogos, o motivo da poluição estará nas chuvas intensas que caíram sobre a capital. “Isto deve-se à chuva que caiu em Paris nos dias 26 e 27 de Julho”, lê-se numa nota da organização que reforça ainda que “a prioridade é a saúde dos atletas”.

As fortes chuvas, especialmente as que se fizeram sentir no passado fim de semana, podem levar ao aumento dos níveis de bactérias – como a E. Coli – presentes nas águas do rio e colocar em risco a saúde de qualquer pessoa que entre em contacto com a água. A presença desta bactéria – indicadora de matéria fecal – tem sido uma das maiores preocupações relativamente à limpeza do Sena, pelos efeitos nocivos que tem no organismo humano. De nome científico Escherichia Coli, a E.coli é uma bactéria que existe habitualmente no intestino de pessoas saudáveis. A maioria das estirpes desta bactéria é inofensiva, contudo, esta pode causar infeções de ordem intestinal, digestiva e urinária graves quando ingerida através de alimentos ou bebidas infetadas. Entre os riscos da sua infeção em humanos encontram-se gastroenterite com diarreia intensa e com muco ou sangue e infeções urinárias.

Ainda em abril deste ano, Tony Estanguet, presidente da edição dos Jogos Olímpicos de Paris, apontava para os efeitos que as condições climáticas teriam na propagação da ameaça de E. coli. “Quando decidimos realizar esta competição no Sena, sabíamos que seria um grande desafio. Mas as autoridades tinham um grande programa de investimentos e, quando falámos do legado da competição, sentimos que este projeto seria fantástico”, explicou Estanguet ao Sport Accord.

As bactérias presentes na água da chuva

A água da chuva, historicamente, tem sido muitas vezes associada a propagação de surtos e doenças. Embora útil para outras tarefas – como regar as plantas ou lavar o carro – a água da chuva não é, geralmente, potável, por conter bactérias, parasitas, vírus e químicos que podem – e têm – levado a problemas de saúde em humanos. “Sempre que se entra numa massa de água – não apenas o rio Sena, ou um rio de uma cidade – é preciso reconhecer que não se está a saltar para água estéril”, referiu Amesh Adalja, especialista do Centro Johns Hopkins e porta-voz da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, ao TODAY show.

A água da chuva pode ainda arrastar diferentes tipos de bactérias para os cursos de água, por exemplo, ao entrar em contacto com dejetos de aves, poeiras e resíduos que se encontram em telhados, passeios e canos nas ruas e acabam por ser transportados para os rios ou sistemas de esgotos.

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Antes de mais, abata-se já o elefante na sala: as previsões de médio prazo não estão inscritas na pedra. Ao contrário das previsões de curto prazo, que têm uma fiabilidade alta até três dias, as de longo prazo (de até 46 dias ou sazonais) fornecem uma visão mais geral e de malha menos fina das condições meteorológicas potenciais, semana a semana. Na prática, resulta em mapas com cores sobrepostas que indicam quão mais frio ou mais quente e mais seco ou mais chuvoso será aquele período, relativamente à média para aquela região e época do ano.

Sem mais delongas, vamos então às previsões para agosto, uma semana de cada vez, de segunda-feira a domingo, de acordo com os dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS, na sigla internacional) e do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas a Médio Prazo (ECMWF).

(Deixamos de lado a precipitação, uma vez que os mapas de previsão a longo prazo não mostram, para esta região da Europa, qualquer tendência claramente definida, pelo que se prevê o costume: pouca ou quase nenhuma chuva.)

Semana de 29 de julho a 4 de agosto

A região de Lisboa e Vale do Tejo e o litoral dessa região até Aveiro ou Porto, e ainda a Costa Alentejana e até ao cabo de São Vicente, no Algarve, não tem uma tendência definida para esta semana, pelo que se esperam condições climatéricas normais para a data. O resto do País, no entanto, deverá passar por dias mais quentes, com destaque para o distrito de Bragança, que se prevê vir a registar até mais 3 0C do que a média, pelos dados do EFFIS.

O ECMWF mostra uma tendência semelhante, mas a zona sem tendência definida (ou seja, que deverá ficar dentro da média) é mais pequena: praticamente só a região de Lisboa a norte do Tejo estará na média, com a Costa Alentejana e o Litoral Centro-Norte a surgirem já com temperaturas ligeiramente acima do habitual; praticamente todo o Norte e a maior parte do Alentejo e do Algarve estarão até 3 0C acima da média, segundo este serviço meteorológico.

Ambos os serviços meteorológicos preveem uma semana mais quente do que a média na Europa Ocidental e do Sul, ilhas Britânicas e Noruega, e mais fria no extremo Leste. Espanha, onde muitos portugueses passam férias, estará quase na totalidade com temperaturas até 3 0C mais quentes do que a média.

Semana de 5 a 11 de agosto

As temperaturas tendem a descer neste período. O EFFIS aponta para que apenas o Interior Norte tenha temperaturas até 2 0C mais altas. O resto do território continental deverá ficar dentro da média, sendo que a norte de Lisboa a temperatura deverá ser até 1 0C abaixo da média (num triângulo que vai sensivelmente de Peniche à Figueira da Foz e a Coruche). No mapa do ECMWF, a mancha é um pouco maior e engloba a capital, mas o resto não difere.

No que respeita à Europa, no entanto, o calor é mais generalizado do que na semana anterior. Tal como na semana anterior, praticamente toda a Espanha tem uma previsão de até 3 0C acima da média.

Semana de 12 a 18 de agosto

A maior parte de Portugal Continental deverá registar temperaturas acima da média para esta altura. Segundo o EFFIS, só no Litoral não há uma tendência de anomalia (com exceção do Litoral Norte e do extremo oriental do Sotavento algarvio). A maior parte do Alentejo interior deverá estar cerca de 1 0C mais quente do que a média; o Interior Centro-Norte, 2 0C acima do habitual; grande parte do Nordeste poderá chegar aos 3 0C acima da média.

Os dados do ECMWF dão resultados um pouco diferentes: apenas a região a norte do Mondego apresenta uma clara tendência mais quente, até 3 0C acima da média; algumas manchas (região de Lisboa/Setúbal e no Alentejo junto à fronteira com Espanha) deverão estar igualmente mais quentes, embora só até 1 0C. O resto do território escapa a uma tendência definida ‒ nem mais quente nem mais frio.

Em ambos os serviços, os dados apontam para uma Europa muito mais quente do que o normal, sobretudo a Mediterrânica e o Sueste.

Semana de 19 a 25 de agosto

Nos mapas do EFFIS, a previsão para esta semana é quase tirada a papel químico da da semana anterior: litoral algarvio e alentejano e costa de Lisboa a Aveiro sem tendência clara acima ou abaixo da média; o resto do território continental mais quente, sendo que o Nordeste poderá ficar 3 0C acima da média. O ECMWF prevê exatamente o mesmo.

Na Europa, as coisas parecem acalmar um pouco. Na Europa Ocidental, apenas Espanha se mantém muito quente (até 3 0C acima da média); no Centro (Alemanha, Áustria, Bélgica, Países Baixos, grande parte da França, Norte da Itália e Balcãs), as temperaturas deverão ficar dentro do normal; Escandinávia, Polónia, Bálticos e ilhas Britânicas até 1 0C acima da média.

Semana de 26 de agosto a 1 de setembro

Mais uma vez, sem alterações significativas face à semana anterior: Litoral sem tendência definida (mais uma vez, com exceção do Litoral Norte), a maior parte do resto do País até 1 0C mais quente e o Nordeste até 3 0C acima da média. EFFIS e ECMWF fazem previsões semelhantes. Idem para o resto da Europa. lribeiro@visao.pt

Anomalias de temperatura de 29 de julho a 4 de agosto, em 0C

O El Niño já não está ativo e deverá dar lugar, no outono, a uma La Niña, que tende a fazer baixar a temperatura média global, mas continuam a ser batidos recordes

O dia mais quente de sempre

21 de julho foi o mais quente no mundo, desde que há registos fiáveis. Segundo o C3S (Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, da União Europeia), a temperatura média global da atmosfera foi de 17,09 ⁰C, mais 0,01 ⁰C do que o anterior recorde, do ano passado, durante a fase ativa do El Niño.

O mês mais quente… outra vez

Junho passado foi o 13º mês consecutivo mais quente de sempre, ou seja, junho de 2023 havia sido o junho com a temperatura média global mais alta desde que há registos, julho idem, e por aí fora, até ao mês passado. Note-se que o El Niño, o fenómeno do Pacífico que, quando está ativo, tende a fazer subir a temperatura média, esvaneceu-se na primavera.

Doze meses acima de 1,5 ⁰C

O mês passado foi ainda o 12º seguido a registar uma temperatura média global de pelo menos 1,5 ⁰C acima da média do período pré-industrial. Este é um valor simbólico, já que corresponde ao limite “ideal” estipulado pelo Acordo de Paris.

Israel atacou diretamente Beirute – no local onde estava o comandante do Hezbollah responsável pelo ataque à escola israelita – numa escalada que não se conhecia há dezenas de anos. Foi um ataque cirúrgico, limitado, mas que demonstra que os israelitas nunca deixarão por mãos alheias a retribuição do mal praticado contra os seus.

O Hezbollah não é o Hamas, nem o Líbano se compara à Faixa de Gaza. E o Governo israelita e os seu aliado principal, os EUA, sabe bem que um passo destes poderá resultar num conflito aberto com mais um grupo terrorista financiado e armado por Teerão, e que usa o território libanês para ter acesso a meios e capacidades militares poderosas. Estes jogos de guerra estão a atingir uma nível extraordinariamente perigoso (bata pensar nas ameaças de Erdogan).

Está a chegar o momento em que alguém tem de parar o conflito na Faixa de Gaza. Os palestinianos têm de deixar de ser os martirizados de todos os séculos e deverão ser eles próprios, e as suas autoridades, a controlar e impedir o terror praticado por grupos que vivem e crescem nos seus territórios. Israel não pode eternizar esta guerra, lutar em várias frentes e perder a tranquilidade que levou muitas décadas a atingir.

Só os EUA serão capazes de pôr fim ao conflito no Médio Oriente, e este é o momento de Biden, que agora só trabalha para a História. O Líbano e Israel não podem voltar aos anos 80 do século passado.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Naquele que parece ser o segundo ataque a infraestruturas durante os Jogos Olímpicos, vários cabos de fibra ótica, em diferentes regiões francesas, foram cortados. Nicolas Guillaume, diretor executivo do fornecedor de internet Netalis, escreveu na rede social X que “um novo ato de sabotagem sobre os cabos de grande distância foi perpetrado esta noite, em França, pelas 2h15m da madrugada”.

Entre as operadoras afetadas estão a SFR, Bouygues e Free, mas a Orange, a fornecedora oficial de telecomunicações dos Jogos Olímpicos, parece ter passado incólume. De acordo com a Bloomberg, os cortes aconteceram nas regiões de Bouches-du-Rhône, Aude, Oise, Hérault, Meuse e Drôme.

A Secretária de Estado de Assuntos Digitais, Marina Ferrari, também escreveu no antigo Twitter que “condeno nos termos mais veementes estes atos cobardes e irresponsáveis”. Recorde-se que antes da abertura oficial dos Jogos Olímpicos, as linhas de TGV também foram vítimas de ataque.

Sobre os atacantes, o ministro do Interior Gérald Darmanin revela que a Polícia identificou os “perfis” de quem tenha estado por trás destes atos.