Cria uma lista de 15 a 20 palavras de determinada área (frutos, animais, nomes, objetos). Depois lê a lista que criaste até a decorares e conseguires dizê-la sem olhares para ela. Conseguiste? Então agora tenta lembrar-te dela passado uma hora, antes de dormires, no dia seguinte, uma semana depois…
2. Escolhe um objeto que esteja à tua volta e observa cada uma das suas características. Depois esconde-o e tenta desenhá-lo com todos os seus pormenores.
3. Inventa palavras com muitas sílabas e escreve-as. Por exemplo, micutipraferal, plomestraba… Tenta decorá-las.
4. Jogar scrabble, xadrez, fazer palavras cruzadas, puzzles, sopas de letras… Sem dar conta, estás a exercitar a tua memória.
5. Focar a atenção no que queres memorizar, afastando todos os outros pensamentos.
6. Durante as atividades do dia a dia, como tomar banho, caminhar… Pensa! Lembra-te, por exemplo, da letra de uma canção ou de um poema, que já estás a ativar a memória.
7. Descansa. Enquanto permanecemos acordados, estamos sempre a receber estímulos e a memorizar alguns. Só durante o sono profundo é que o nosso cérebro “desliga” os sentidos e tem tempo para rever e armazenar as informações.
Podes pedir aos teus pais para te levarem a visitar a nova escola uns dias antes de as aulas começarem. Sentir-te-ás mais tranquilo.
Aprender a gostar do novo espaço pode ser um processo lento. Depende de cada pessoa. Alguns alunos sentem-se de imediato em casa, enquanto outros levam tempo a adaptar-se. Há que dar tempo ao tempo. E acredita que não és o único a não saber onde fica a sala, o refeitório ou a biblioteca!
Lembra-te de que, pelo facto de te sentires inseguro, a tua timidez pode ser confundida com antipatia. Por isso, não hesites em meter conversa com os colegas. E não precisas de tentar agradar, basta seres como és.
Tenta fazer uma mudança de cada vez. Se estás a mudar de escola, não é a melhor altura para alterares outras coisas na tua vida – por exemplo, o desporto que praticas. Espera que te habitues a uma nova situação antes de partires à descoberta de outra.
Todos temos medo do que é novo e diferente, medo de perder o que é importante, medo da mudança! Mas mudar é bom e faz crescer, mesmo que ao princípio não pareça! Por exemplo, se já foste de férias para longe de casa, onde não conhecias ninguém, deves ter passado um momento difícil. Mas depois conheceste alguém e já nem te apetecia regressar!
Quanto aos amigos da antiga escola, há que mantê-los! Troquem números de telefone, endereços de email e moradas. Escrevam-se, telefonem-se, marquem encontros, mandem fotografias. E porque não pedirem a colaboração dos pais e combinarem visitas a casa uns dos outros? Podes até apresentá-los aos novos colegas e assim aumentares o teu círculo de amizades.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta quinta-feira, no Bairro do Cerco, no Porto, um homem de 26 anos suspeito de esfaquear dois imigrantes naquela cidade, num ataque que as autoridades admitem ter tido motivações racistas.
Segundo avançou o Jornal de Notícias, na madrugada da passada terça-feira, “o homem munido de faca perseguiu marroquinos no Campo 24 de Agosto [freguesia do Bonfim]. Pouco depois, atacou motorista indiano em estação de serviço em São Roque da Lameira [freguesia de Campanhã]”. O ataque nas bombas de gasolina ficou registado nas câmaras de CCTV.
O suspeito atacou indiano, com uma faca, condutor de TVDE, quando este abastecia o seu automóvel de serviço numas bombas de gasolina na freguesia de Campanhã, Porto
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Em comunicado, a PJ explica que o atacante abordou “aleatoriamente alguns cidadãos estrangeiros, com insultos de índole racista”. Munido de uma arma branca , o homem “atacou as vítimas com violência e apoderou-se de alguns dos seus pertences”, acrescenta a nota. Um dos visados acabou por ser ferido com gravidade no tórax, mantendo-se internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de São João.
A PJ localizou e deteve o atacante, um cidadão português, no Bairro do Cerco. De acordo com a polícia, depois destas ações o homem “alterou a sua aparência física e rotinas”. Segundo foi possível apurar, o homem terá rapado o cabelo.
O detido está indiciado por dois crimes de homicídio qualificado na forma tentada, dois crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência e um crime de roubo. Deve ainda hoje ser presente ao juiz para primeiro interrogatório e aplicação de medidas de coação.
Noite sangrenta
Recorde-se que, no passado mês de maio, a cidade do Porto já tinha sido cenário de um ataque racista contra imigrantes. O caso na madrigada de 3 de maio. A PSP foi alertada, por volta da 1h da manhã desse dia, para uma agressão a dois imigrantes, no Campo 24 de Agosto. O ataque tinha sido protagonizado por um grupo de homens, que conseguira fugir do local antes da chegada dos agentes. As duas vítimas, de nacionalidade marroquina, tiveram de ser transportadas para o Hospital de São João.
Dez minutos passaram, e um grupo com uma dezena de homens, munidos com paus, facas e uma arma de fogo – segundo descreveram, à VISÃO, as testemunhas –, invadiu uma habitação, situada na Rua do Bonfim, agredindo os dez imigrantes que ali residem. De nacionalidades argelina, marroquina e venezuelana, as vítimas ainda tentaram escapar ao ataque, bloqueando, com as camas, as portas dos seus quartos, mas, apanhadas de surpresa, acabariam espancadas. Uma delas, em pânico, tomou a decisão de saltar pela janela, ferindo-se sem gravidade.
Os atacantes, porém, ainda não estavam satisfeitos. Eram 3h da madrugada quando encontraram um novo alvo, também imigrante, que seria agredido na Rua Fernandes Tomás – esta vítima também relata ter visto uma arma de fogo.
Até ao amanhecer, seis atacantes – todos eles de nacionalidade portuguesa – seriam identificados pelas autoridades; todos têm antecedentes criminais, ligados a furtos e roubos, apurou a VISÃO. Ainda nessa noite, um dos detidos terá confessado a “motivação racista” do ataque e ligações ao Grupo 1143 liderado pelo neonazi Mário Machado.
Rita F., 41 anos, estava em liberdade condicional, quando foi apanhada a roubar novamente. Com dois anos e 11 meses por cumprir, de uma pena de nove anos pelos crimes de furto, ofensa à integridade física qualificada e falsificação de documentos, regressaria ao Estabelecimento Prisional de Tires, no município de Cascais, mas passados apenas três dias já era avistada a deambular nas proximidades de São Domingos de Rana, onde costumava viver com a mãe e a irmã gémea. Para a fuga, serviu-se apenas de uma simples… cadeira. Aproveitando uma ida ao pátio, logo pela manhãzinha, Rita F. não desperdiçou o momento em que apenas uma guarda prisional vigiava cerca de uma centena de reclusas: subiu à cadeira, saltou um muro com cerca de três metros (e com uma rede) e depois saiu, sem ser notada, nem acelerar muito, para o exterior, através de um portão deixado aberto devido às obras que decorriam naquela prisão. Durante 11 dias, andou a monte, até que foi novamente apanhada a roubar, desta vez num supermercado em Carcavelos. A PSP devolveu-a à sua cela, em Tires, onde ainda dorme.
Distração? A fuga de Vale de Judeus foi filmada. O guarda estava no posto, diz relatório. Mas ninguém se apercebeu
O caso não é virgem. Na altura, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Frederico Morais, já alertava para o facto desta fuga mostrar a “fragilidade da segurança” das prisões portuguesas, com poucos guardas prisionais e recursos inadequados. Hoje, repete que “isto [as fugas]” é algo que “tem acontecido constantemente ao longo do último ano”.
A fuga de cinco perigosos reclusos da cadeia de alta segurança de Vale de Judeus, na freguesia de Alcoentre (Azambuja), não foi, então, uma surpresa? “Surpresa?”, responde, com risos. “É algo que temos vindo a alertar constantemente… O que temia, aliás, era que, qualquer dia, acontecesse uma catástrofe, que um guarda prisional fosse ferido ou morto na sequência de uma tentativa de fuga. Por acaso, nesta situação [de Vale de Judeus], não havia guardas prisionais a quem fazer mal”, ironiza.
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O embaraço (histórico) de Vale de Judeus
Desde 7 de setembro que o costumeiro silêncio nas proximidades do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus deu lugar ao vaivém de carros e de pessoas, à presença das câmaras das TV e dos fotógrafos, de mais guardas prisionais, elementos da GNR, inspetores da PJ, ou ainda simples curiosos que, atraídos por acontecimentos mediáticos, olham à distância os muros altos (e aparentemente intransponíveis) daquela prisão. A lista de fugas das prisões portuguesas é longa (ver caixa As grandes evasões), e até atualizada com frequência – nos últimos 15 anos fugiram 160 reclusos do sistema prisional português, segundo a Direção-Geral da Política de Justiça –, mas esta promete perdurar na memória como uma das mais cinematográficas.
A história conta-se em poucos parágrafos. Os ponteiros dos relógios indicavam as 9h55 daquele sábado. Fernando Ribeiro Ferreira, Fábio Loureiro, Rodolf José Lohrmann, Mark Cameron Roscaleer e Shergili Farjiani aproveitaram a hora das visitas, o facto de estarem sozinhos no pátio, sem vigilância, para colocarem em marcha “um plano preparado com tempo, método e ajuda de terceiros”, como descreveu a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice. Primeiro, passaram, com ajuda de lençóis, um primeiro muro com apenas três metros; depois, escalaram o muro exterior, com seis, utilizando duas escadas (uma delas lançada do lado de fora). Consumaram a fuga em duas viaturas utilizadas por três cúmplices, segundo concluíram as primeiras investigações.
“Se não houver uma ação urgente do Governo, podem repetir-se fugas”
Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), aponta para o “desinvestimento” no sistema prisional português como a causa para a fuga coletiva na cadeia de Vale de Judeus. À VISÃO, o dirigente admite que o caso nem sequer é raro. “O último ano foi repleto de fugas”, sublinha.
Foto: José Carlos Carvalho
Como se explica a fuga destes cinco reclusos da cadeia de alta segurança de Vale de Judeus? Explica-se com a falta de guardas prisionais. O Estado português decidiu desinvestir no sistema prisional português, na carreira dos guardas prisionais, e, neste momento, não há elementos suficientes para garantir a segurança das cadeias portuguesas. É algo que temos vindo a alertar constantemente ao longo dos anos.
Isso significa que existe o risco desta situação voltar a repetir-se? Não tenho dúvidas. Se não houver uma ação urgente do Governo, podem repetir-se estas situações. Aliás, o último ano foi repleto de fugas.
A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, anunciou, em julho, a abertura de um concurso para a entrada de 225 novos guardas prisionais. O problema fica resolvido com este procedimento? Não, de forma alguma. Para se começar a revolver o problema seria preciso abrir um concurso para a entrada de, pelo menos, 500 guardas prisionais. E tinha de ser rápido, urgente… Esses 500 novos guardas prisionais, sim, seriam uma lufada de ar fresco para o sistema prisional português. E, mesmo assim, não ficariam resolvidos todos os problemas.
De acordo com as contas do SNCGP, são precisos mais quantos guardas prisionais para o problema ficar resolvido? Precisamos de mais 1 500. Neste momento, somos 4 000 guardas prisionais, e precisamos de 5 500 para que o sistema prisional português funcione corretamente. Ainda não seria o número ideal, mas já se podia garantir a segurança das cadeias portuguesas.
Se existem riscos, se os concursos, as formações, todas essas etapas, demoram tempo, o que pode o Governo fazer, de forma urgente, para impedir fugas? A prioridade é apostar na segurança e na vigilância. Hoje, muitos guardas prisionais, que deviam estar a fazer vigilância, são desviados para controlar reclusos em atividades de reinserção social. Neste momento, isso tem de ficar para segundo plano.
O Governo já falou, entretanto, com os representantes dos guardas prisionais? Não. Esperava por um contacto da ministra da Justiça, mas não aconteceu.
A fuga demorou seis minutos (o último recluso transpôs o muro às 10h01) e foi registada pelas câmaras de CCTV, revelando que os reclusos mantinham contactos a partir de telemóveis e auriculares. Dentro da cadeia tinham acesso à internet. O guarda responsável pelo visionamento estava no posto, mas nada viu ou disse.
O alerta, porém, só seria dado quase uma hora depois, quando dois guardas repararam que algo não estava bem (um deles deparou-se com uma das escadas no exterior). Os reclusos foram mandados de volta às celas, e só nesse momento foi possível perceber a identidade dos fugitivos. A GNR de Aveiras de Cima tomou conta da ocorrência às 11h18, passados 83 minutos da fuga. A PJ foi alertada entre as 11h30 e as 12h, quase duas horas depois. A PSP apenas a seguir.
Os serviços prisionais admitiram, de imediato, falhas de segurança e na transmissão da comunicação da fuga entre as diferentes autoridades. O tempo perdido pode ter permitido que os fugitivos se tenham posto a centenas de quilómetros dali. Em curso, prossegue uma investigação interna. “Algo falhou, senão as pessoas não tinha fugido como fugiram”, concluiu, em conferência de imprensa, o diretor-geral da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), Rui Abrunhosa Gonçalves, que, no espaço de 72 horas, se demitiria do cargo – sendo substituído interinamente pela “adjunta” Isabel Leitão.
Dura A ministra Rita Alarcão Júdice não foi branda nas críticas. “Desleixo”, “irresponsabilidade” e “falta de comando” foram alguns dos termos utilizados
O Sistema de Segurança Interna (SSI) indicou, entretanto, que foi “agilizada a cooperação policial internacional” para a captura dos cinco reclusos. As autoridades supõem que os fugitivos se possam ter separado. Em conferência de imprensa, o diretor da PJ pediu cautela à população, porque os cinco homens são “perigosos”, de caráter “violento” e “tudo farão para se manterem em liberdade”. “O risco é real”, alertou Luís Neves. “[Estes homens] são uma ameaça à vida humana”, concluiu.
À VISÃO, fonte próxima da investigação admite que “a maior parte destes fugitivos já pode estar longe, muito provavelmente, fora do País”. “A fuga foi, como se viu, muito bem planeada e executada, não só a saída da prisão mas também, muito provavelmente, os passos seguintes. Sinceramente, se tivesse de apostar, diria que vai ser muito difícil voltar a apanhar qualquer um destes homens”, diz a mesma fonte.
No momento da fuga, estavam no interior da cadeia de Vale de Judeus 33 guardas prisionais e dois chefes de equipa, para vigiar cerca de 560 reclusos”, confirma, à VISÃO, Frederico Morais. O presidente do SNCGP diz que “os guardas prisionais estavam a trabalhar no mínimo dos mínimos” e defende que “era humanamente impossível fazer-se mais do que se fez”. Será que todos pensam assim?
Ministra faz raio-X ao sistema prisional
As primeiras declarações públicas da ministra Rita Alarcão Júdice não deixam dúvidas de que outras “cabeças podem rolar” (além da de Rui Abrunhosa Gonçalves) na sequência desta polémica. No dia em que os guardas prisionais de Vale de Judeus começaram a ser ouvidos pelas autoridades (terça-feira, 10), a ministra da Justiça – já na posse do relatório dos serviços da DGRSP – falou aos jornalistas, fazendo a fita do tempo, e deixando a mensagem de que não vai hesitar “em dar impulso aos processos disciplinares ou penais que se revelem necessários”, após o fecho das investigações em curso. Os destinatários ficam, para já, por conhecer.
Os fugitivos de Vale de Judeus
Fernando Ribeiro Ferreira 60 anos, Portugal Condenado a 25 anos pelos crimes de tráfico de estupefacientes, associação criminosa, furto, roubo e rapto
Fábio Loureiro 33 anos, Portugal Condenado a 25 anos pelos crimes de tráfico de menor quantidade, associação criminosa, extorsão, branqueamento de capitais, injúria, furto qualificado, resistência e coação sobre funcionário e condução sem habilitação legal
Rodolf José Lohrmann 61 anos, Argentina Condenado a 18 anos e 10 meses pelos crimes de associação criminosa, furto, roubo, falsas declarações e branqueamento de capitais
Mark Cameron Roscaleer 35 anos, Reino Unido Condenado a 9 anos pelos crimes de sequestro e roubo
Shergili Farjiani 40 anos, Geórgia Condenado a 7 anos pelos crimes de furto, violência depois da subtração e falsificação de documentos. Não se lhe reconhece “um elevado grau de violência”
Naquela que foi a sua primeira reação ao caso, a ministra da Justiça não foi branda. “Nos relatos recebidos vimos desleixo, vimos facilidade, vimos irresponsabilidade e vimos falta de comando. Também vimos decisões erradas ou ausência de decisões nos anos mais recentes”, considerou Rita Alarcão Júdice. “Temos fundamento para concluir que a fuga de cinco reclusos resultou de uma cadeia sucessiva de erros e falhas muito graves, grosseiras, inaceitáveis”, acrescentou. No entanto, a governante prometeu não se ficar apenas pelas palavras, e aproveitou o momento para anunciar o que pode ser visto como um raio-x a todo o sistema prisional português.
“Mandatei a Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça para dar início urgente a uma auditoria aos sistemas de segurança de todos os 49 estabelecimentos prisionais do País”, que, segundo a própria, deve ficar concluída até ao final do ano. Rita Alarcão Júdice divulgou que vai ainda ordenar uma “auditoria de gestão” ao sistema prisional, que “avalie a organização e afetação de recursos da DGRSP” e de todos os estabelecimentos prisionais. “Esta auditoria, necessariamente mais demorada, vai ajudar-nos na tomada de decisões para uma melhor utilização de recursos e para efetuarmos as mudanças que se imponham”, sentenciou.
Será a fuga dos cinco perigosos reclusos de Vale de Judeus a chave para uma revolução no nosso sistema prisional? Como se diz em português, “depois da casa roubada, trancas à porta”. Não se encontrará melhor ditado para descrever a polémica que marca o País.
As grandes evasões
A lista de fugas das prisões portuguesas justificava a publicação de uma enciclopédia volumosa. Desde a “fuga dos pides”, ao túnel que devolveu à liberdade mais de cem reclusos, passando pela caça aos “manos Cavaco”, a VISÃO recorda alguns dos casos mais mediáticos
O pináculo do verão chegara, mas o País não andava a banhos, mas agarrado às notícias da TV, dos jornais e das revistas. O assunto era comentado à mesa, nos cafés, a cada esquina. Em comum, um nome de família: os “Cavacos” andavam de boca em boca. Eram eles, Faustino e Vítor, os principais protagonistas da mais sangrenta fuga de uma prisão portuguesa.
No dia 28 de julho de 1986, seis homens – os algarvios Americano (José Faustino Cavaco) e Vítor Ameixa (Vítor Clemente Cavaco) e ainda Tony (Augusto José Ramalho), Zé Guerreiro (José Fernandes Gaspar), Carlos Malveira (Carlos Alberto Ferreira Pereira) e Germano Raposinho – mataram três guardas prisionais e fugiram da Colónia Prisional do Pinheiro da Cruz (Grândola). Os fugitivos escaparam pela porta principal da prisão, usando um carro celular.
Nos dias seguintes, o País viveu em suspense, com medo de se deparar com qualquer um dos fugitivos, considerados muito perigosos. Raposinho era apontado como o cérebro da fuga, mas Faustino Cavaco – que vai inspirar uma série na RTP (chamada O Americano), com estreia prevista para este ano – era considerado o mais perigoso do grupo, ladrão de bancos e responsável por três homicídios.
História As fugas mais mediáticas paralisaram o País (de medo e curiosidade). A “fuga dos pides” e a caça aos “manos Cavaco” são dignas de Hollywood
Acabaram todos detidos, à exceção de Zé Guerreiro que preferiu suicidar-se a regressar à cadeia. Os últimos a serem encontrados foram os “manos Cavaco”, que, viria a saber-se, não eram familiares, embora fossem ambos algarvios.
As grandes evasões não se ficam por aqui. E Vale de Judeus foi cenário de algumas das mais mediáticas fugas em massa da história do País. Neste caso, é preciso recuar até à década de 1970.
No dia 29 de junho de 1975, 89 detidos, agentes da PIDE/DGS, a Polícia Internacional e de Defesa do Estado português, extinta após o 25 de Abril, fugiram daquele estabelecimento prisional. O plano da fuga terá sido desenhado por duas dezenas de homens, que serraram as grades das celas. No dia seguinte, os matutinos alertavam a população: “Muitos ‘pides’ a monte”, escrevia, em manchete, o Diário de Lisboa. As autoridades iniciaram uma caça ao homem. Nos arredores e em Alcoentre (Azambuja), organizaram-se milícias populares, muitas das quais ligadas ao PCP, armadas com caçadeiras, que revistavam os carros considerados suspeitos que passavam por aquelas bandas. Muitos dos prisioneiros “evaporaram-se”. O episódio valeu uma canção, o Fado de Alcoentre, com letra de Ary dos Santos e composição e voz de Fernando Tordo.
Três anos depois, Vale de Judeus voltou a ser notícia. Desta vez, a fuga em massa foi mesmo… em massa. No dia 17 de julho de 1978, 124 reclusos – todos com penas superiores a 20 anos – escaparam daquela cadeia através de um túnel de 50 metros de comprimento e 80 centímetros de diâmetro, escavado ao longo de quase um mês, por 14 homens, que trabalhavam dia e noite. A grande quantidade de terra extraída do subsolo seria levada e guardada nas águas-furtadas da prisão. O túnel até tinha luz elétrica. Na lotaria da fuga, apenas dois homens não foram recapturados.
Pontualmente, surgia a notícia de uma fuga. Algumas ficaram mais conhecidas. Como a de agosto de 2007, quando seis reclusos da cadeia de Guimarães conseguiram manietar três guardas com a ajuda dos ferros das cadeiras, tiraram a pistola a um e lograram fugir na carrinha de comida; em novembro de 2012, três estrangeiros escaparam da cadeia anexa à PJ do Porto, depois de retirarem as grades da janela e de descerem para o chão, usando uma corda feita de lençóis atados.
Mais recentemente, tornou-se célebre a fuga do luso-israelita Joaquim Bitton Matos, que escapou de Caxias na companhia de dois chilenos, que acabariam apanhados pela polícia espanhola, em Madrid. Joaquim, por outro lado, revelou-se mais difícil de encontrar, tornando-se notado por publicar vídeos e fotos nas redes sociais provocando e desafiando as autoridades portuguesas. Detido preventivamente em Caxias, suspeito de assaltos violentos a clientes do Casino Lisboa, o luso-israelita fugiu da prisão em fevereiro de 2017 e chegou a dedicar publicações à então ministra da Justiça, Francisca Van Dunem. “[Recluso] 348 de regresso a casa”, escreveu num post. As autoridades portuguesas sabem que o homem está em Israel, mas fora do alcance – aquele país não extradita os seus cidadãos.
Depois de casa cheia na segunda edição, o Martech B2B Summit regressa para uma terceira edição já no próximo dia 23 de setembro, na sede da Microsoft Portugal, em Lisboa. A inscrição é gratuita e pode ser feita no site oficial do evento, do qual a Exame Informática é media partner.
Com três painéis dedicados a diferentes temas do marketing empresarial, o Martech B2B Summit promete uma discussão ampla e detalhada das estratégias para a expansão dos negócios, a adoção de novas tecnologias e a evolução do marketing digital. O evento foi pensado para que os participantes possam conhecer e aprender as melhores práticas de automação, Inteligência Artificial (IA) e personalização, tendo também a possibilidade de debater os desafios e oportunidades que moldam o futuro do marketing B2B, com alguns dos líderes de vários setores.
O primeiro painel “Estratégias de Marketing para Expansão do Negócio”, moderado por Ana Barros, diretora executiva (CEO) da Martech Digital, conta com Filipa Garcia (CEO da Garcias), Sofia Antunes (responsável de marketing e comunicação da Devoteam) e Fernando Carvalho (administrador da Unicre). A discussão vai focar-se nas táticas que estas empresas adotam para alcançar novos mercados, destacando o equilíbrio entre uma presença digital robusta e a inovação no atendimento B2B.
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No segundo painel, com o tema “Use Cases: Do desafio à Estratégia”, moderado por Andreia Mitreiro, CEO da Your Trend, vão ser debatidos casos práticos. O objetivo é mostrar como empresas de diferentes indústrias superaram desafios de marketing e comunicação B2B, transformando-os em oportunidades. Entre os convidados estarão João Serrano (BPI), Vera Serrador (Warpcom) e Patrícia Boura (Fundação do Gil).
O terceiro e último painel,”Do Tradicional ao Digital: A Evolução do Marketing na Era Tecnológica”, trará uma perspetiva aprofundada sobre a transição do marketing B2B tradicional para como o conhecemos hoje. Moderado por Patrícia Mestre, da Microsoft Portugal, os convidados Igor Carvalho (Deloitte) e Joana Peixoto (Edenred) vão partilhar a sua experiência na transformação de estratégias tradicionais em campanhas digitais eficazes.
Direcionado para profissionais de marketing, vendas e administração no âmbito do mercado B2B, o Martech B2B Summit teve a sua origem em 2023, quando Ana Barros, CEO da Martech Digital, e Andreia Mitreiro, CEO da Your Trend, decidiram criar um evento de marketing no qual o foco fosse o mercado empresarial.
O evento pretende proporcionar à comunidade de perfil mais empresarial um espaço de aprendizagem e interação, centrado nas vertentes de marketing e tecnologia, sendo também um fórum onde profissionais do setor do marketing digital podem discutir e encontrar soluções para desafios de negócio.
O ano letivo 2024-20 25 já arrancou e até dia 16, segunda-feira, todos os alunos portugueses voltam às aulas e reencontram os colegas.
Em baixo, podes ver quando vais ter férias e quando termina o ano letivo (ainda falta um bom bocado, claro!), mas a maior novidade foi anunciada pelo ministério da Educação, que é o órgão do governo responsável pelos assuntos relacionados com a tua educação: já podes ver os calendários dos próximos anos letivos até 2027-2028. O objetivo é ajudar as famílias a organizar as suas rotinas, viagens e férias.
Além dos calendários que aqui divulgamos, há escolas que podem optar por semestres em vez de três períodos, o que pode ser o caso da tua.
Calendário 2024/2025
O primeiro período do ano letivo termina a 17 de dezembro, e as férias de Natal prolongam-se até 6 de janeiro. O segundo período começa a 6 de janeiro e vai até 4 de abril. O terceiro começa a 22 de abril e terminando a 6 de junho para os 9.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade. Os alunos dos 5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º anos terminam a 13 de junho e os alunos do pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico entram em férias a 27 de junho.
A histórica marca portuguesa de motas Famel, renascida em 2021 pelas mãos de Joel Sousa, recebeu um investimento de 2,45 milhões de euros do fundo NOVUS, gerido pela Magnify Capital Partners, em parceria com o Banco de Fomento. O anúncio do regresso da marca, com um novo modelo, foi feito nesta terça-feira, estando traçado o objetivo de produção de centenas de motas nos próximos anos.
A empresa está a aceitar pequenos investidores, com um capital mínimo de 10 mil euros, e já conta com cerca de 100 encomendas. As primeiras motas, todas elas elétricas, serão entregues nos primeiros meses de 2025. A E-XF, baseada no icónico modelo XF-17 de 1975, será lançada em duas versões, Café Racer e Clássica , com um preço base de 6,500 euros.
A nova E-XF terá uma potência máxima de 5 KW e poderá atingir os 100 km/h, com uma autonomia de 120 km, suportada por duas baterias. Um dos destaques da inovação tecnológica será uma aplicação para smartphones, que, nas palavras de Joel Sousa, tornará a mota “uma extensão da pessoa”.
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A Famel, marca portuguesa que nasceu em Águeda em 1949 e faliu em 2002, será produzida em Anadia, com Joel Sousa a destacar o compromisso da marca em produzir “o mais português possível”, com 80% dos componentes a serem de origem europeia e metade deles provenientes de Portugal.
O plano de produção prevê a entrega de 800 unidades até 2026, crescendo para duas mil em 2029, com um total de 7 mil motas vendidas durante esse período, de acordo com o jornalECO.
O investimento previsto nesta fase é de 3 milhões de euros e segundo Pedro Ortigão Correia, sócio da Magnify Capital Partners, o projeto não necessita de mais capital para arrancar. No entanto, novos investimentos poderão acelerar o processo de internacionalização da marca.
A Famel já despertou o interesse da comunidade emigrante portuguesa em países como França e Luxemburgo, e a estratégia da empresa passa por expandir a marca por toda a Europa, com a criação de uma comunidade em torno das suas motas.
Já é possível fazer a pré-reserva, da nova Famel, no site da marca.