Na sessão de encerramento das jornadas parlamentares conjuntas PSD/CDS-PP centradas no Orçamento do Estado para 2025, Luís Montenegro garantiu que o Governo vai apresentar uma proposta que tem por base princípios como o interesse nacional, a boa fé e a responsabilidade.

“A partir daí, cada um assume as suas responsabilidades”, avisou o primeiro-ministro que também fez saber, em sede de concertação social, que os impostos vão continuar a descer.

Depois da assinatura com as quatro confederações empresariais e com a UGT (a CGTP ficou de fora) de um novo acordo tripartido de valorização salarial e crescimento económico para 2025-2028, e que prevê queque o salário mínimo atinja 1020 euros em 2028 e 870 euros já para o ano, o primeiro-ministro saudou o entendimento como “extraordinariamente importante, desde logo, porque valoriza o trabalho”.

Também “as descidas que o Governo tem operado em sede de impostos sobre o rendimento do trabalho são uma valorização do trabalho”, acrescentou.

“Valorizam o rendimento. Podem não ser um aumento salarial direto, mas são um aumento do rendimento direto”, defendeu.

A compra de bilhetes e o carregamento dos passes ficaram esta manhã mais complicados na Área Metropolitana de Lisboa (AML), devido a um ataque informático que afeta a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), empresa responsável pela app Navegante. A TML informou nesta segunda-feira, em comunicado, que está “sob um ataque informático massivo” e que está “a trabalhar para disponibilizar todos os serviços tão depressa quanto possível”.

Como alternativa, os utilizadores têm de recorrer aos postos de carregamento físicos, o que está a causar algumas filas e constrangimentos, especialmente por ser o primeiro dia do mês de outubro, quando muitos necessitam de renovar o passe.

O passe pode ser carregado nos multibancos, nas bilheteiras dos operadores de transporte, nas máquinas de venda automática da CP e também em pontos de pagamento Payshop. Além disso, é possível carregar o cartão nos espaços Navegante Carris Metropolitana, nos postos Navegante (self-service), no ponto Navegante na loja da Parques Tejo e no ponto Navegante da Transtejo/Soflusa na estação fluvial do Cais do Sodré.

O primeiro-minsitro falava esta manhã, depois de ter assinado um novo acordo tripartido de valorização salarial e crescimento económico para 2025-2028, do qual a GCTP ficou de fora. Numa anterior versão deste acordo, estava prevista uma redução do IRC de 21% para 19% já em 2025 – uma redução fiscal transversal recusada pelo PS no âmbito das negociações do Orçamento para o próximo ano -, mas no texto final esse objetivo acabou diluído em termos de valores.

Segundo a Lusa, em diversas partes da sua intervenção, o líder do executivo referiu-se de forma indireta ao impasse nas negociações com o PS para a viabilização do Orçamento do Estado para 2025, dando como exemplo a seguir o caminho que permitiu o compromisso que foi agora alcançado entre Governo, confederações empresariais e UGT ao nível da concertação social.

“Só quando há boa-fé e sentido de responsabilidade é que os processos negociais podem ter sucesso”, declarou Luís Montenegro logo no início da sua intervenção.

Depois, perante os lamentos dos representantes das confederações patronais de que não tenha ficado consagrado o compromisso de descida do IRC em dois pontos percentuais, o primeiro-ministro observou: “O nosso compromisso com o país que é solene, dimana da palavra que demos na campanha eleitoral, dimana da lealdade perante os outros órgãos de soberania. Dimana, portanto, da lealdade política, institucional, formal, solene, inultrapassável, de verdade. Esse compromisso é para cumprir”, acentuou.

Logo a seguir, sem se referir à recusa do PS em aceitar uma descida transversal do IRC, falou em “espírito de cedência”.

“No campo político, cada um deve saber qual é o seu ponto de partida, cada um deve saber qual é a sua responsabilidade para cada um, porventura, ter de ceder e não ver a totalidade das suas pretensões consagradas, incluindo o Governo”, frisou.

Em comprimidos, cápsulas, gotas, líquidos, gomas, pó e muitos iogurtes. São inúmeras e variadas as ofertas dos suplementos alimentares apregoados aos sete ventos como “as boas bactérias” do organismo, cuja principal função passa por regular a flora intestinal.

Além dos iogurtes, também encontramos probióticos (alimentos que contêm microrganismos vivos benéficos à saúde) em bebidas fermentadas (como a kombucha, feita a partir de chá preto ou verde), nos pickles (legumes fermentados nas suas próprias bactérias numa solução de água e sal), no kefir (produto fermentado feito com leite e grãos de kefir), no vinagre de maçã ou na coalhada. São mais de duzentas as bactérias importantes que no nosso corpo facilitam uma série de processos.

À medida que a indústria do bem-estar aumenta, escala também o interesse das pessoas pela saúde intestinal, um chavão com mais de 5,7 mil milhões de visualizações no TikTok, através da hashtag, em inglês, guthealth.

A tentação de melhorar o microbioma tem feito com que haja uma corrida aos suplementos probióticos. O mercado global atingiu um valor de cerca de 52 mil milhões de euros em 2022 e prevê-se que possa ultrapassar os €77 mil milhões em 2027, de acordo com dados divulgados pela Statista, plataforma online alemã.

Em que situações é aconselhada a toma de probióticos? “Ao tomar um antibiótico, o doente devia fazer acompanhamento com probiótico, porque existem sempre alterações da flora intestinal. Os antiácidos, para o refluxo e a azia, em que a prescrição médica acontece uma vez, mas o doente fica a tomá-los por uma vida inteira, têm um impacto na flora intestinal muito maior do que os antibióticos”, exemplifica Conceição Calhau, nutricionista, coordenadora da Unidade de Medicina de Estilos de Vida da CUF e professora catedrática na Nova Medical School.

A forma mais eficaz de manter uma boa microbiota, sempre que existem estas variáveis, passa por comer probióticos, ou seja, alimentos fermentados (um banal iogurte), com a presença de microrganismos vivos – uma definição dada por Ilya Mechnikov, biólogo vencedor do Prémio Nobel da Medicina, em 1908, duas décadas antes da descoberta da penicilina, o primeiro antibiótico.

Menos carne, mais fibra

A falta de exercício físico, o sedentarismo, as alterações de sono, a toma de vários medicamentos, o stresse e o tabaco também alteram a flora intestinal e, nessas situações, a prescrição de probióticos é adequada. “Nos supermercados e em lojas de rua, vendem-se suplementos em que a evidência científica do que contêm é uma grande incerteza, mas não podemos pôr todos os suplementos e todos os probióticos no mesmo saco”, avisa a nutricionista.

“As pessoas preferem gastar dinheiro em substâncias postas em frascos, mesmo que ninguém saiba muito bem a sua composição, para que servem e o que fazem”, reforça Luís Correia, gastrenterologista. Mas há riscos concretos: “Os doentes imunossuprimidos têm recomendações para não utilizarem probióticos por conterem bactérias vivas. Se tiverem o azar de alguma daquelas bactérias passar para a circulação sanguínea, pode dar-se uma infeção sistémica.”

Em 2020, um relatório da Associação Americana de Gastrenterologia (AAG) referia que os probióticos não fazem muito pela saúde intestinal, incluindo, sobretudo, as condições digestivas como a doença de Crohn, a colite ulcerosa ou a síndrome do intestino irritável.

As suposições das pessoas sobre os benefícios dos probióticos não são bem fundamentadas. Os pequenos organismos vivos, incluindo algumas bactérias e leveduras, não podem ser todos analisados da mesma forma. “Selecionar um probiótico eficaz significa combinar a cepa probiótica específica com o tipo de doença que precisa de tratamento. Na maioria das vezes, os rótulos dos produtos probióticos não são úteis”, avisava, na altura, Lynne McFarland, professora associada de Química Medicinal na Universidade de Washington.

As diretrizes da AAG apontam que os probióticos podem ajudar bebés prematuros que nasceram com baixo peso, diminuindo o tempo em que precisam de ter alimentação suplementar e que passam no hospital. Determinados probióticos podem ser considerados na prevenção de infeções por Clostridium difficile (uma bactéria que causa diarreia e inflamação do cólon) em adultos e crianças que tomam antibióticos. E para quem tem uma complicação derivada da colite ulcerosa que foi tratada cirurgicamente, os probióticos também são uma opção.

Em pessoas sem doenças graves, na ótica da prevenção e da manutenção de um intestino saudável, existe um regime alimentar ideal a seguir. “A dieta mediterrânica é a que tem mais evidências, mas em Portugal mais de 80% da população não adere, não come todos os dias sopa, leguminosas e produtos hortícolas. A salada não conta, porque não tem os 25 a 30 gramas de fibras necessários por dia para alimentar as boas bactérias”, sublinha Conceição Calhau.

As fibras encontram-se nos produtos hortícolas (brócolos, feijão-verde, espargos, couve-portuguesa, espinafres), nas leguminosas (grão, tremoço, feijões, lentilhas, ervilhas), nos cereais menos processados (aveia, milho, cevada, quinoa, pão mais escuro ou de fermentação natural). “Se se conseguir comer de tudo isto, entre o almoço, o jantar e as pequenas refeições, ao longo do dia e da semana, já se consegue ter a fibra total que é necessária.”

Quanto à carne vermelha, o seu consumo deve ser muito moderado, “não mais do que 50 gramas por semana”. Nos peixes gordos, ricos em ómega 3, a acumulação de microplásticos na sua gordura deveria levar à redução do consumo de salmão, o mais conhecido dos portugueses, a apenas uma vez por mês, para se diminuir o impacto negativo na microbiota. “Levamos uma vida que, por mais saudável que seja, está demasiado higienizada e, por isso, já não temos os microrganismos necessários”, conclui a especialista. É preciso, então, regressar aos costumes ancestrais, em nome de uma boa saúde intestinal.

Como ter uma boa saúde intestinal

O microbioma não dispensa hábitos de vida saudáveis, com a dieta mediterrânica a dominar as refeições

Apostar nos alimentos fermentados

Pão de fermentação natural, tempeh (soja ou leguminosas fermentadas), iogurte, leitelho, queijo cottage, kefir (leite fermentado), kimchi (base da alimentação coreana, feita de couve fermentada com picante), kombucha (bebida a partir de chá fermentado), miso (base da alimentação japonesa, uma pasta feita com soja ou outros cereais), chucrute (conserva de couve fermentada).

Fugir de açúcares artificiais, alimentos processados e emulsionantes

Evite alimentos ultraprocessados (refrigerantes, bolachas, biscoitos, gelados, comida pré-cozinhada, salgados), produtos “zero açúcares” e magros. “As bactérias intestinais não gostam de adoçantes artificiais não calóricos nem de emulsionantes, aditivo que ajuda a misturar a gordura com a água, característica dos produtos light, alterando as bactérias e comprometendo a função digestiva”, explica Conceição Calhau, nutricionista, professora catedrática na Nova Medical School.

(Artigo publicado originalmente na VISÃO Saúde nº 32)

A Epic Games avançou com um processo contra a Google e a Samsung, alegando que a funcionalidade Auto Blocker [bloqueio automático, em tradução livre] torna mais difícil o download do jogo Fortnite. De recordar que a criadora de jogos mantém a sua própria loja de aplicações e ganhou, em dezembro, um processo no qual acusava a Google de ter um monopólio ilegal na distribuição de apps e na cobrança de valores dentro das aplicações nos aparelhos Android. Agora, a empresa quer que se torne mais fácil o acesso à sua loja de apps.

A funcionalidade em questão, Auto Blocker, impede, por defeito, o acesso à Epic Games Store nos dispositivos Samsung mais recentes, permitindo apenas os downloads a partir da Play Store da Google e da Samsung Galaxy Store. A instalação a partir de outras fontes está bloqueada e só fica acessível se o utilizador desativar a funcionalidade primeiro. O diretor executivo da Epic Games, Tim Sweeney, sugere que a Samsung está a trabalhar em articulação com a Google, mas admite não ter qualquer evidência disso.

O The Verge testou a situação e revela que se torna difícil, de facto, instalar aplicações de terceiros num Samsung recente pois o Auto Blocker dificulta a ação e não há qualquer indicação clara de como desativar esta funcionalidade.

A Epic Games já venceu uma batalha contra a Google, ficando provado que a gigante tem um monopólio, e outra contra a Apple, com a empresa de Cupertino a ser obrigada a aceitar o Fortnite de volta, algo que a Apple diz ser temporário enquanto lida com o caso em tribunal.

Palavras-chave:

A ByteDance, dona do TikTok, quer desenvolver e treinar um novo modelo de Inteligência Artificial. De acordo com três fontes ouvidas pela Reuters, o gigante chinês já está em negociações com a também chinesa Huawei para o fornecimento dos chips para este projeto. Recorde-se que as sanções impostas pelos EUA vedam o acesso à tecnologia e soluções americanas, fazendo com que a ByteDance esteja proibida de aceder, por exemplo, aos chips da Nvidia.

No passado, as sanções eram mais seletivas e a ByteDance chegou a usar os chips H20 da Nvidia para os seus trabalhos de Inteligência Artificial. Nessa altura, o bloqueio impedia o acesso dos clientes chineses apenas a alguns modelos de processadores. Um dos objetivos das sanções impostas pelos EUA é justamente retardar o desenvolvimento tecnológico da China.

A ByteDance já encomendou 100 mil unidades do processador Ascend 910B da Huawei, que alegadamente é superior às unidades de processamento gráfico Nvidia A100, mas ainda só recebeu 30 mil unidades. Com a falta de fornecimento, a ByteDance teve de colocar o projeto temporariamente o projeto do novo algoritmo em pausa.

A iniciativa da dona do TikTok não é inédita, com muitas outras empresas chinesas a transitarem gradualmente para sistemas de treino de IA fornecidas por fabricantes chineses de chips, numa tentativa de também cortarem a sua dependência relativamente a tecnologias ocidentais.

Um novo relatório da empresa de investimento Fidelity estima que a rede social X valha atualmente menos 75% dos 44 mil milhões pagos por Elon Musk, em 2022, para a aquisição da plataforma. Nessa altura, a Fidelity investiu 19,66 mil milhões de dólares no negócio, através da Blue Chip Fund. Agora, a Fidelity estima que a sua participação tenha desvalorizado mais de 78%, para os 4,19 mil milhões de dólares.

Esta tendência confirma o percurso descendente do X nos mercados financeiros: um ano após a compra por parte de Musk, estava a valer menos 65%. Depois, no final do mês de julho deste ano, a Fidelity estimou que a sua parte já só valeria 5,5 mil milhões de dólares, salienta a publicação Gizmodo.

A perda de anunciantes, afastados pela proliferação de bots, desinformação e conteúdo nazi ou extremista, são alguns dos motivos para a agravada desvalorização do X. Musk tem tido dificuldade em emendar a mão, tendo até já sido grosseiro a abordar os anunciantes: “Se alguém vai tentar chantagear-me com anúncios, chantagear-me com dinheiro: vão-se foder”. No entanto, mais tarde, reconheceu a dependência do dinheiro vindo da publicidade: “Toda a gente sabe isso. Vamos desaparecer e será devido ao boicote movido pelos anunciantes”.

Outro caso recente que tem colocado em causa a imagem da rede social foi quando o X baniu o jornalista Ken Klippenstein, que trouxe a público um relatório sobre J. D. Vance (candidato a vice-presidente dos EUA pelo Partido Republicado), obtido alegadamente junto de hackers iranianos. O X bloqueou o acesso a este material e classificou-o como malicioso. Recorde-se que foi um movimento semelhante em 2020 (com o Twitter a bloquear ficheiros obtidos a partir do portátil de Hunter Biden e que Musk descreveu como censura) que levou o polémico executivo a comprar a empresa e a publicar os ‘Twitter Files’, nos quais se demonstrava a coligação entre dirigentes do governo americano e a administração da Twitter.

A X torna a fazer o mesmo, mas desta feita os políticos envolvidos são Republicanos e não Democratas, e a plataforma vale atualmente 9,4 mil milhões e não 44 mil milhões.