O Telegram atualizou recentemente a sua página de perguntas frequentes (FAQ, sigla em inglês) removendo a linguagem que garantia que os chats privados estariam protegidos de pedidos de moderação. Esta mudança surge duas semanas após a detenção de Pavel Durov, acusado pelas autoridades francesas de permitir a disseminação de materiais relacionados com abuso sexual infantil e tráfico de drogas no Telegram, sem cooperar com os investigadores.

Em resposta, Durov emitiu agora um comunicado onde afirma que “o rápido crescimento da plataforma para 950 milhões de utilizadores facilitou o abuso por parte de criminosos”, prometendo implementar uma maior moderação de conteúdo. As primeiras mudanças já começaram, com o Telegram a introduzir opções para os utilizadores reportarem o conteúdo ilegal diretamente aos moderadores, avança o website The Verge.

Agora, na secção de perguntas frequentes, se questionarmos sobre a existência de conteúdo ilegal no Telegram, a resposta que obtemos é: “Todas as aplicações do Telegram têm botões de ‘denunciar’, permitindo sinalizar conteúdo ilegal”, seguida de instruções sobre como reportar as mensagens. Até então, a resposta a essas questões era: “Todos os chats e grupos do Telegram são privados entre os participantes. Nós não processamos nenhuma solicitação relacionada com eles”, deixando claro que houve uma mudança nas respostas fornecidas.

Lembre-se de que Pavel Durov, CEO e fundador do Telegram, está detido em França desde o final de agosto, devido a uma investigação sobre diversos crimes relacionados com pornografia infantil, tráfico de drogas e transações fraudulentas na rede social.

A DJI quer dar continuidade aos modelos Spark e Mavic Mini e lança agora um novo drone que cabe na palma da mão. É na IFA 2024, em Berlim, que a fabricante chinesa está a mostrar o drone “mais compacto e leve” que já produziu até à data. O Neo pesa apenas 135 gramas (bastante menos que as 300 gramas do Spark e as 249 gramas do Mavic Mini).

Concebido a pensar nos criadores de conteúdo para as redes sociais e para os influencers, o Neo tem a capacidade de pousar na mão e tirar selfies ou gravar vídeos centrados no utilizador. Para uma maior proteção, e para evitar acidentes, todas as hélices do drone estão dentro de uma estrutura.

Clique nas imagens para ver o novo DJI Neo

Os sistemas do Neo estão otimizados para foco no sujeito e há também funcionalidades potenciadas por Inteligência Artificial, com a marca a detalhar os vários modos de voo disponíveis: Dronie (voa para trás e sobe, com vídeo a ser captado focado no sujeito), Circle (voos a circular o objeto definido), Rocket (sobe na vertical com a câmara apontada para baixo), Spotlight (roda, enquanto mantém o sujeito enquadrado), Helix (ascende numa espiral em torno do objeto) e Boomerang (voa em torno do objeto num caminho oval, subindo quando se afasta e descendo quando se aproxima).

Veja o vídeo

Para conseguir este tamanho compacto, a DJI teve de fazer ‘sacrifícios’ no que respeita à bateria, com o Neo a ter uma autonomia de voo de 18 minutos. Os 22 GB de armazenamento interno permitem guardar até 40 minutos de vídeo 4K a 30 fps ou 55 minutos em 1080p e 60 fps.

Em comunicado, a marca avança que o Neo vai estar disponível a partir do seu website, com preços a começarem nos 199 euros para a versão base e nos 349 euros para o combo Fly More, que inclui três baterias extra, um hub de carregamento e um comando RC-N3.

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A Inteligência Artificial (IA) é, sem dúvida, o tema central de 2024. Ela está presente nas principais tendências tecnológicas, nas conversas do dia-a-dia, no ambiente de trabalho e também nos debates sobre o futuro. Globalmente, a IA está a transformar diversos setores, desde a saúde até a indústria, prometendo eficiência e inovação sem precedentes.

O debate sobre a IA é polarizado. Há quem a veja como uma salvação para otimizar o trabalho e resolver problemas complexos. Por outro lado, existem aqueles que temem um futuro distópico, semelhante aos filmes de ficção científica, onde a IA poderia substituir o trabalho humano em larga escala. A realidade, como sempre, provavelmente está no meio termo.

Seja qual for a nossa opinião, ou o que sentimos em relação ao tema, a realidade é que ela já cá está, e com uma velocidade impressionante e ainda a acelerar, por isso é fundamental entrar no comboio que não vai parar mais.

Então, será que a IA é realmente uma salvadora ou uma vilã para os negócios?

Na minha visão, a IA é uma ferramenta poderosa que, se utilizada com sabedoria e supervisão humana adequada, pode trazer resultados extraordinários. No entanto, é essencial reconhecer que se trata de uma tecnologia complexa que requer uma abordagem cuidadosa e ética.

A Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento empresarial, prevê que até 2026, 80% dos talentos criativos utilizarão IA diariamente, permitindo um trabalho mais estratégico e experiências personalizadas. Além disso, um relatório da PwC estima que a IA poderá contribuir com até 15,7 trilhões de dólares para a economia global até 2030.

Na E-goi, temos testemunhado o potencial transformador da IA. Os nossos clientes que utilizam soluções avançadas de IA registaram um aumento médio de 40% nas vendas. Este sucesso deve-se principalmente a recursos personalizados que atendem às necessidades específicas de cada cliente.

As soluções de Inteligência Artificial têm contribuído principalmente em três áreas:

  • Experiência do cliente: soluções inovadoras melhoram a comunicação e preveem comportamentos e necessidades dos clientes;
  • Otimização de tarefas repetitivas: a IA tem otimizado a criação de conteúdos, gestão de estoques e tratamento de dados, permitindo que as pessoas se concentrem em atividades estratégicas;
  • Análise de dados: a IA processa dados muito mais rápido do que os humanos, abrangendo volumes maiores e trazendo percepções significativas para os negócios;
  • Inovação e desenvolvimento de produtos: a IA está a impulsionar a criação de produtos e serviços mais inteligentes e personalizados.

Um exemplo concreto é o caso da Salsa Jeans, que utilizou a nossa solução Send Frequency, uma modelo que analisa interações passadas para determinar o melhor momento de envio de campanhas individualmente, para cada pessoa. O resultado foi um aumento impressionante de 73% no ticket médio.

Para uma implementação responsável da IA, as empresas devem investir em formação contínua dos funcionários, estabelecer diretrizes éticas claras para o uso da IA, manter uma supervisão humana adequada sobre os sistemas de IA e realizar auditorias regulares

miguel gonçalves, ceo da e-goi

Contudo, é importante reconhecer que nem tudo são rosas no mundo da Inteligência Artificial. Existem desafios significativos que precisam ser abordados:

  • Privacidade e segurança de dados: é crucial garantir o uso ético e seguro dos dados dos clientes;
  • Impacto no emprego: algumas funções podem ser automatizadas, exigindo requalificação da força de trabalho;
  • Transparência algorítmica: é necessário garantir que as decisões tomadas pela IA sejam compreensíveis e justificáveis;
  • Viés algorítmico: devemos estar atentos para evitar que preconceitos humanos sejam replicados nos sistemas de IA.

Por isso, afirmo e reafirmo que, para uma implementação responsável da IA, as empresas devem investir em formação contínua dos funcionários, estabelecer diretrizes éticas claras para o uso da IA, manter uma supervisão humana adequada sobre os sistemas de IA e realizar auditorias regulares para garantir a qualidade e imparcialidade dos resultados.

Olhando para o futuro, podemos esperar avanços ainda mais significativos na IA aplicada aos negócios. Tecnologias como machine learning avançado, processamento de linguagem natural e visão computacional continuarão a evoluir, abrindo novas possibilidades para inovação e eficiência.

O futuro dos negócios será moldado por aqueles que conseguirem equilibrar a inovação tecnológica com valores humanos e éticos sólidos

miguel gonçalves, ceo da e-goi

Por fim, vejo a IA como uma oportunidade para os negócios. É inegável o seu potencial para otimizar operações, melhorar a experiência do cliente e fornecer insights. No entanto, a sua implementação deve ser cuidadosa, ética e estratégica.

Encorajo as empresas a explorarem as possibilidades da IA, mas sempre considerando cuidadosamente os desafios e responsabilidades associados. O futuro dos negócios será moldado por aqueles que conseguirem equilibrar a inovação tecnológica com valores humanos e éticos sólidos. Se ainda não começou, este é o momento de estudar como a IA pode melhorar a eficiência do seu negócio. O futuro é agora, e ele é impulsionado pela inteligência – tanto artificial quanto humana.

Está um calor tropical no dia em que conhecemos a Quinta do Paraíso. O céu carregado de nuvens, temperatura acima dos 30 graus e aquela constante ameaça de chuva que nunca acontece – e que nos refrescaria tanto. Podemos dizer que o clima condiz com os donos da propriedade: os cariocas que, enquanto pedalavam na serra da Arrábida, se apaixonaram pela paisagem e decidiram ter uma casa de férias em Portugal.

A história é contada de forma divertida e acelerada por Luísa Arantes, a pessoa que faz toda a engrenagem funcionar, enquanto espera pelo camião que vai engarrafar o vinho da última vindima. Pedro Marques, o enólogo do projeto, e Beto Sicupira, o proprietário da Quinta, chegam entretanto para nos levar a conhecer as vinhas velhas, que, à volta da propriedade, foram descobrindo e alugando – ou comprando – para recuperar um património quase perdido. Estamos a falar de parcelas pequenas, pouco rentáveis para os proprietários, mas com um valor incalculável para este enólogo, que gosta de trabalhar, sobretudo, as vinhas. “Foi um match perfeito. Eu sabia!”, regozija-se Luísa ao almoço, quando nos conta que foi ela que apresentou Pedro a Beto.

O empresário é apreciador de vinhos – sobretudo os italianos –, mas deixou-se apaixonar por aqueles que Pedro está a conseguir fazer na Arrábida. Com 99% de Castelão a nascer no conjunto das vinhas que eles atualmente gerem, estes vinhos (que recebem o nome das parcelas de onde saem), de pouca intervenção, são cheios de elegância, de vida e, acima de tudo, de surpresas. Temos um Doutor mais rústico, com elevado potencial de guarda, e um Murteira com aromas de fruta, muito delicada, e com uma elegância que nos pede logo um bacalhau. A minha preferência foi, porém, para os Esteves – sobretudo o Parcela Velha, cheio de personalidade, elegância e complexidade. Todos com uma frescura inesperada.

“O vinho é vivo. Nós trabalhamos, sobretudo, a vinha, e temos pessoas muito experientes a ajudar-nos a recuperar estas vinhas velhas – uma delas com mais de 100 anos – e a retirar o melhor potencial”, explica-nos Pedro. São vinhas lindíssimas, onde o tempo foi aliado e que hoje permitem vinhos significativamente diferentes, mesmo quando estão separadas apenas por uma estrada de pouco mais de sete metros de largura. É o caso da vinha do Doutor (assim é tratado o proprietário a quem a alugaram) e da vinha da Murteira, que, separadas por uma pequena faixa de terra, nos dão referências que diríamos distarem quilómetros na sua produção.

“E fizemos uma adega pequenina, com o melhor material, mas sem grandes exageros, porque o Pedro faz muito pouco trabalho na adega. Porque se a uva é boa, não é preciso…”, reitera Beto. No antigo ovil, agora transformado em adega, há seis ânforas catalãs, três depósitos de cimento e uma dúzia de barricas de madeira austríaca – “a mais neutra possível, mas ainda precisa de algum tempo para ficar perfeita para o que pretendemos”, explica o enólogo. Daqui saem as quatro referências (que serão vendidas a preços entre os €30 e os €50) que a Quinta do Paraíso produz, cerca de 9 000 litros – que se espera que cheguem aos 20 mil. “Mas não mais do que isso”, garantem ambos, enquanto caminhamos para a joia da coroa desta herdade.

É uma parcela de pouco mais de um hectare, onde pequeninas videiras espreitam curiosas, como se quisessem conhecer os visitantes que chegam para interromper o sossego. “Olha só como está se dando bem”, diz Beto, espantado, enquanto Pedro nos conta como, com a ajuda da equipa da José Maria da Fonseca (JMF), foi possível encontrar um pé de Bastardo original, “que um senhor tem, numa quinta, como planta ornamental”. Foi ele que lhes cedeu as varas para os enxertos que agora ganham corpo em parte daquele hectare – estão enxertados 600 pés, para já – e com os quais se tenta recuperar uma casta que desapareceu na versão original. É que, na zona entre a Charneca e a Costa da Caparica e o Lavradio, desde 1980 que não há vinhas desta casta, uma vez que foram arrancadas graças à pressão imobiliária. O último vinho que dela existe – o Bastardinho de Azeitão 40 anos da JMF – foi engarrafado em 2017, com o que restava do espólio da empresa.

Quando comprou a propriedade a que chama casa, algumas semanas por ano, Beto acreditava que vinha descansar, continuar a pedalar pela serra da Arrábida e aproveitar a calmaria nacional. O projeto de recuperação de vinhas e castas – que significou um investimento global na ordem dos €500 mil, já com a adega – deu-lhe, porém, uma coisa de que não vinha à procura: “a possibilidade de fazer algo muito bonito, de recuperar essa História”.

E, acrescento, deu-nos a todos a possibilidade de ver essa História a ganhar futuro, enquanto provamos o resultado muito feliz do tal “match perfeito”. Brindemos a isso – porque é sempre do passado que se faz o futuro.

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Luís Montenegro deixou Pedro Nuno Santos pendurado. Desde julho que o secretário-geral socialista tenta obter informação para começar a negociar o Orçamento do Estado, sem sucesso. Pedro Nuno chegou mesmo a escrever uma carta ao primeiro-ministro, antes de ir de férias, pedindo-lhe a margem orçamental que haveria para acomodar propostas do PS. Mas de São Bento vieram apenas uns dados sobre despesa, a meio da semana passada, pouco antes de o Executivo enviar os mesmos dados a todos os partidos com assento parlamentar. Ao Largo do Rato não chegou nenhuma reposta de Montenegro, nenhuma abertura para conversar. “É até uma falta de elegância”, aponta-se no PS sobre a ausência de resposta de Montenegro.

Na sexta-feira, no dia em que o Expresso foi para as bancas com uma notícia sobre como “Montenegro e Pedro Nuno conversam por escrito”, o Governo entregou no Parlamento o quadro de políticas invariantes, que já devia ter sido entregue com as Grandes Opções do Plano, de acordo com a Lei de Enquadramento Orçamental.

Reunião do Conselho À esquerda de Montenegro, o homem das contas, Miranda Sarmento, ministro de Estado e das Finanças Foto: Luís Barra

Dois dias depois, na Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Luís Montenegro desmentia o Expresso para responder à forma “irrevogável” como André Ventura se tinha posto fora das negociações sobre o Orçamento para 2025. “O líder do Chega sente-se despeitado porque viu uma notícia – que por acaso não é verdade – e concluiu que durante agosto tinha havido negociações entre PS e PSD e, vai daí, de uma forma imatura e precipitada, diz ‘não quero ter nada a ver com o Orçamento’”, frisou Montenegro.

O que “por acaso não é verdade” é que o Governo tenha respondido à carta de Pedro Nuno Santos, como a VISÃO confirmou junto de fontes do PS e da AD. No Governo rejeita-se a ideia de dar ao PS um tratamento preferencial na negociação, mesmo que os seus votos sejam essenciais para aprovar o Orçamento, caso o Chega mantenha a promessa de chumbar o documento.

Montenegro inflexível

Mais: Montenegro não abre mão das duas medidas que Pedro Nuno Santos já deixou claro serem impossíveis de merecer o voto favorável do PS: a descida do IRC para todas as empresas e o IRS Jovem, que – no mesmo discurso em Castelo de Vide – o líder da AD considerou ser uma medida “estratégica e estrutural”.

Antes das férias,
o líder socialista
escreveu ao
primeiro-ministro,
perguntando que
margem havia para
acomodar medidas
do PS. Não obteve
resposta

Ora, se no caso do IRC, Pedro Nuno Santos abriu a porta a um diálogo sobre modelações da medida que a tornem aceitável para o PS, no caso do IRS Jovem a intransigência de Luís Montenegro pode ser ainda mais complicada. Não falta entre os socialistas quem veja na forma como o Governo quer atribuir uma taxa reduzida de IRS com base apenas na idade um ataque à progressividade do imposto sobre rendimentos, que está consagrada na Constituição.

Pedro Nuno Santos foi, aliás, claro no seu discurso na Academia Socialista. O PS não deixará passar nem a descida do IRC nem o IRS Jovem e, se a AD conseguir da Assembleia da República uma autorização legislativa para mexer nestes dois impostos antes do Orçamento, ficará amarrada aos partidos que lhe derem essa maioria. “Então é com esses partidos que também o Orçamento do Estado deve ser aprovado”, disse Pedro Nuno, numa alusão ao Chega e à IL, os partidos com os quais PSD e CDS podem contar para apoiar estas medidas.

Hipótese para evitar a crise

À beira de perder a paciência, depois de ver sem resposta todas as suas iniciativas para encetar uma conversa (a primeira sobre o IRC foi no debate do Estado da Nação a 17 de julho), Pedro Nuno Santos dá sinais claros de não temer ir a eleições, mas abre uma porta que evita a crise política e que vai ao encontro da possibilidade (já admitida pelo Presidente da República) de o Governo continuar em duodécimos, admitindo aprovar um Orçamento Retificativo que garanta o cumprimento dos acordos celebrados pela AD com a Administração Pública.

Na direção do PS há impaciência e incompreensão pelo adiar das conversas sobre um Orçamento que terá de estar pronto dentro de cerca de um mês. “Não recebemos a informação que pedimos e é essencial para fazer a negociação. Falta um mês e não temos sequer uma reunião marcada. E no Governo não estão preocupados”, resume um dirigente socialista, notando que Montenegro não tem procurado criar um ambiente de diálogo entre os dois partidos. “Cada intervenção é um festival de pancada ao PS”, nota a mesma fonte, explicando assim o aviso de Duarte Cordeiro quando disse, na Academia Socialista, que “não é através da submissão do Partido Socialista” que o Orçamento vai ser aprovado.

Sem novos dados, PS não apresenta propostas

Uma coisa é certa: o PS não vai apresentar propostas de alteração ao Orçamento sem ter em cima da mesa as contas da margem orçamental. “Queremos ver os saldos orçamentais para podermos fazer propostas responsáveis”, diz uma fonte do Rato.

Para já, tudo o que os socialistas têm é a mesma informação que chegou no dia 30 a todos os partidos no Parlamento, um dia antes do final do prazo que o Governo tinha dado nas reuniões de julho com os partidos, altura em que disse à delegação socialista que enviaria informações “na segunda quinzena de agosto”.

O problema? É que os dados enviados não só não são aqueles que o PS considera essenciais para começar a negociar, como nem sequer cumprem o que determina a Lei de Enquadramento Orçamental. Além do Quadro de Políticas Invariantes para 2025 e do Quadro de Investimentos Plurianuais Estruturantes para 2023-2025, que foram entregues, falta que cheguem ao Parlamento o Quadro Plurianual das Despesas Públicas e o parecer do Conselho Económico e Social sobre as Grandes Opções do Plano.

Expectativa Pedro Nuno à conversa com Fernando Medina, ainda este era ministro das Finanças. O diálogo era outro… Já André Ventura anunciou que não pretende dialogar Fotos: Marcos Borga

“O que é enviado não é tudo o que é exigido por lei e ainda não é suficiente para efeitos de negociação”, afirma à VISÃO a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, que explica haver dois planos diferentes neste pedido de informações: um é o plano do que a lei exige, outro é o plano da negociação, para a qual o PS precisa de informações sobre a margem orçamental. “Não podem misturar imposições legais, que não cumpriram e continuam sem cumprir, com questões negociais”, vinca a socialista, atirando à AD.

No Governo explica-se apenas que a promessa era a de retomar as negociações com todos os partidos com assento parlamentar em setembro. Contudo, já o mês tinha começado e não havia ainda nem calendário nem metodologia negocial para o Orçamento. Há apenas uma ideia que parece certa: Luís Montenegro não vai deixar de marcar reuniões com todos os partidos, evitando a ideia de dar algum tipo de primazia à negociação com o PS.

Muito preocupado, Marcelo fez veementes apelos ao bom senso, no fim de semana, afirmando: “Eu não estou a ver, neste clima, que haja quem quer que seja que se furte ao diálogo para chegar a um Orçamento viável”, numa altura em que “os números em relação à economia portuguesa levam as agências financeiras a darem notas positivas”. O Presidente da República apela ao “bom senso” porque “é isso que os portugueses querem”.

Marcelo já dissolveu a Assembleia da República duas vezes, em 2021 e em 2023, e se a estas dissoluções juntarmos as que foi obrigado a fazer na Madeira e nos Açores, torna-se o Chefe de Estado que mais vezes utilizou “a bomba atómica”. Compreende-se, assim, que quando pede “bom senso”, em nome dos portugueses, o Presidente seja o primeiro da fila.

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Um pouco de contexto histórico para nos situarmos: o Astro Bot fez a sua primeira aparição em Rescue Mission de 2018, um título de Realidade Virtual para PlayStation 4, e saltou para a ribalta com Playroom em 2020, um jogo gratuito para PlayStation 5 que foi concebido para mostrar as potencialidades no comando DualSense.

O estúdio Team Asobi foi bem tão bem-sucedido que a personagem Astro Bot tornou-se uma das imagens de marca da PS5. Ainda nos recordamos bem da fase de testes da consola no nosso laboratório em que o título conquistou todos os que o experimentaram pelo seu carácter divertido e intuitivo. Ficava claramente no ar uma promessa que esta receita teria de ser confecionada novamente no futuro.

É o que acontece agora com Astro Bot, um jogo de ação e plataformas em 3D que mantém muitos dos méritos de Playroom. Ou seja, tira excelente partido das mais-valias do comando DualSense, como o feedback háptico ou os gatilhos adaptativos. É, aliás, um título onde não se recomenda jogar de headset, pois o som que emana do comando contribui para uma maior sensação de imersão. E tantos os barulhos associados aos Bots como a própria sonora estão bem conseguidos, conseguindo conciliar diversão e simplicidade.

Convidados de luxo

A nível de enredo mantém-se o ingrediente da simplicidade. A nave-mãe (que é uma PS5) foi destruída durante uma viagem e a tripulação de Bots acabou espalhada por diferentes galáxias. A missão de Astro Bot é, portanto, recolher os seus 300 companheiros que estão algures em mais de 50 planetas. Cada cenário tem um ambiente distinto, o que significa que, por exemplo, tanto podemos estar a fazer resgates numa selva como num ambiente gelado ou até num cenário em construção, onde as plataformas estão em constante mutação.

Astro Bot

Um dos pontos que mais nos cativou foi a presença de Bots VIP, isto é, personagens icónicas do universo de 30 anos da PlayStation. Há dezenas para descobrir e o fator surpresa contribui para um maior impacto. Sem levantar demasiado a ponta do véu, deixamos alguns exemplos de Bots que nos arrebataram: Kratos (God of War), Aloy (Horizon Zero Dawn) e Nathan Drake (Uncharted). E, com alguma vergonha, até admitimos o grito pueril que soltámos quando vimos os Bots Joel e Ellie de The Last of Us.

Astro Bot

Em termos de jogabilidade, Astro Bot conta com novas habilidades para nos ajudar a ultrapassar as plataformas, eliminar inimigos ou resolver enigmas. Quer exemplos? Um porco insuflável para nos ajudar a voar, as mãos de um primata para facilitar a escalada, um jetpack canino para fazer investidas ou umas luvas de boxe de sapo com molas para combates e deslocações. É, acima de tudo, um título muito divertido, que nos presenteia constantemente com desafios e cenários novos. Dá vontade de voltar sempre, até porque alguns itens estão particularmente bem escondidos, pelo que é provável que não se consiga limpar todas as recompensas na primeira passagem por um planeta. E os ‘save points’ dão uma ajuda, pois não temos de regressar muito atrás de cada vez que morremos.

Clique nas imagens para ver Astro Bot com mais detalhe

O próprio planeta base, onde se encontra a nave-mãe e os Bots que vamos resgatando, merece ser revisitado amiúde, pois está recheado de ‘ovos da Páscoa’, desde de como são as entranhas da PS5 a referências nostálgicas de outras consolas. Podemos ainda usar as moedas recolhidas durante as missões para desbloquear itens e há pequenas tarefas em que os Bots trabalham em equipa – como nos habituámos a ver em Lemmings – para um objetivo comum.

Astro Bot é, em suma, uma aposta ganha e não custa adivinhar que voltará muitas vezes futuramente em novos jogos. Se a Sega tornou Sonic numa imagem de marca e a Nintendo tem Super Mario, a PlayStation parece ter encontrado no despretensioso Astro uma resposta à altura.

Prós
– Um Astro Kratos?! Amo!
– Há aqui qualquer coisa de Lemmings neste trabalho de equipa

Contras
– Alguns inimigos acabam por se tornar repetitivos
– Falhar o último salto da sequência e ter de recomeçar tudo… Outra vez… Aaahhhh!!

Tome Nota
Astro Bot | €69,99 (PS5 – exclusivo)

Nota final: 4,5