Para nós, são como elementos da família, de quem gostamos muito e que, todos os dias, nos oferecem inúmeros motivos de alegria sem pedir nada em troca. Como tal, o mínimo que podemos fazer é garantir que cuidamos dos nossos animais de companhia da melhor forma possível. E isso inclui, claro, a alimentação que lhes oferecemos.

Será que é de qualidade e adequada às suas reais necessidades? Thierry Correia, médico veterinário e especialista em nutrição da Royal Canin, partilha algumas dicas sobre como fazer as melhores escolhas.

5 questões fundamentais

Tal como acontece com a nossa própria alimentação, também a nutrição animal está repleta de mitos e conceitos errados. Isto acaba por gerar alguma confusão sobre o que é, afinal, uma dieta equilibrada e que contribua para a saúde dos nossos animais de companhia.

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Fundada há mais de 50 anos pelo veterinário francês Jean Cathary, a Royal Canin, empresa de referência em saúde através da nutrição para gatos e cães, trabalha cada dia para oferecer clareza e conhecimento científico precisamente nesta área, ajudando a compreender a importância dos nutrientes essenciais na dieta dos nossos animais de companhia. Assim, Thierry Correia aponta cinco questões fundamentais a colocar antes de escolher o alimento dos nossos animais de companhia.


#1: O alimento é adequado às necessidades do seu animal?

Para garantir uma alimentação equilibrada e adequada ao seu animal de companhia é essencial recorrer a um médico veterinário, para que este identifique as necessidades nutricionais específicas, e recomende o alimento que fornece os nutrientes necessários com a melhor qualidade e nas quantidades certas.

Para tal, serão tidos em atenção alguns aspetos, tais como a raça ou o tamanho, a idade e o estado de saúde do animal. É fácil entender que um cão pequeno não tem as mesmas necessidades que um cão de grande porte, e que um cachorro é diferente de um cão de 12 anos.

Por outro lado, é importante que os alimentos sejam formulados por especialistas em nutrição, garantindo que cumprem as necessidades nutricionais específicas para gatos e cães definidas pelos organismos veterinários oficiais, algo que a Royal Canin observa escrupulosamente nos seus processos.


#2: É nutritiva?


Não basta seguir o rótulo que vem na embalagem. Deve, sim, procurar mais informação sobre os nutrientes que compõem o alimento e sobre os critérios de formulação aplicados.

Na verdade, ouve-se falar com frequência de nutrientes e ingredientes, mas nem sempre se sabe bem qual é a diferença entre os dois. Segundo Thierry Correia, “nutrientes e ingredientes são coisas distintas e é importante saber a que é que cada um se refere. Os ingredientes são veículos de nutrientes e os animais precisam de nutrientes e não de ingredientes específicos”.

Entre os nutrientes essenciais que apoiam as funções vitais dos nossos amigos de quatro patas encontram-se as proteínas, as vitaminas, os sais minerais, os ácidos gordos e os hidratos de carbono.


#3: É segura?


A escolha do alimento certo vai além da simples percentagem de nutrientes. Mas é também importante avaliar a sua qualidade e segurança, incluindo os métodos de fabrico e de controlo de qualidade, verificando se o alimento satisfaz as necessidades específicas de cada animal.

“Como especialista, é crucial para mim que um alimento para o seu cachorro seja validado por médicos veterinários e nutricionistas na formulação de dietas, para que as fórmulas não só satisfaçam as expectativas nutricionais e de saúde dos animais, mas também as excedam”, refere Thierry Correia.

Compromisso com a saúde animal

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Royal Canin leva muito a sério o seu compromisso com a saúde animal, bem como a sustentabilidade, através da investigação contínua, da inovação e de um rigoroso controlo de qualidade – faz mais de 500 mil controlos por ano de matérias primas e produtos finais!



#4: Como saber a porção certa?

É importante verificar a porção diária e adaptá-la às necessidades calóricas do seu companheiro. Para isso, é muito simples: procure pesar diariamente a quantidade que serve para não exagerar. Isto é relevante, uma vez que 1 em cada 2 animais tem excesso de peso ou é obeso, com todos os efeitos negativos que isso implica na sua qualidade e esperança de vida.

Nem sempre é fácil recusar uma guloseima aos nossos animais de companhia, mas tenha cuidado com a frequência com que as oferece!


#5: Qual a prática de exercício do seu animal de estimação?

Também o estilo de vida dos nossos companheiros de quatro patas influencia a escolha da porção diária e do tipo de alimento que deve escolher. Cada animal tem o seu próprio ritmo: há os que nos acompanham em grandes caminhadas, os que são mais pachorrentos e que gostam mais do sofá, os que adoram correr…

A prática de exercício físico deve ser diária e adequada à condição de cada animal. Mas lembre-se: brincar também é um ótimo exercício!

Mesmo assim, o segredo de um animal de companhia saudável vem sempre de uma alimentação equilibrada. Não se esqueça que pode encontrar os alimentos da Royal Canin em lojas especializadas em alimentação animal, clínicas e hospitais veterinários em todo o mundo. Os seus amigos de quatro patas vão agradecer-lhe.

Os ciberataques deverão custar às organizações e empresas quase 10 mil milhões de euros no decorrer de todo o ano de 2024, segundo uma análise da equipa de cibersegurança da NTT Data. O relatório, que avalia as ciberameaças globais, revela um cenário alarmante de crescimento das ameaças de segurança informática, especialmente na Europa. 

Por exemplo, entre o primeiro semestre de 2023 e o final do primeiro semestre de 2024, a utilização de inteligência artificial generativa (GenAI) em ciberataques aumentou cerca de 600%. Esta evolução está a permitir que os cibercriminosos desenvolvam ferramentas mais sofisticadas para realizar ataques, colocando em risco a segurança das organizações. 

De acordo com a NTT Data, espera-se que o número de ciberataques aumente 39% no segundo semestre de 2024, duplicando os valores do ano anterior.

Impacto na Europa 

A Europa foi particularmente afetada, registando um aumento anual de 64% nos ciberataques. Este crescimento é atribuído à elevada digitalização da administração pública, que torna as organizações mais visíveis e, consequentemente, mais vulneráveis. Os setores que mais têm sofrido ataques incluem o setor público, serviços, tecnologia e retalho, à medida que registam igualmente um aumento significativo no número de utilizadores online. 

Mauro Almeida, responsável de cibersegurança da NTT Data Portugal, afirma em comunicado que “o ritmo da digitalização está a ultrapassar significativamente a capacidade de proteção, o que pode afetar atividades essenciais para a sociedade e paralisar uma parte fundamental da atividade socioeconómica.” O diretor destaca ainda a necessidade das organizações tirarem partido das tecnologias emergentes, não apenas como um meio para protegerem-se, mas também como ferramentas que podem ser utilizadas para fortalecer a segurança digital. 

A evolução da cibersegurança 

A ascensão da GenAI está a alterar profundamente o panorama da cibersegurança. Os cibercriminosos estão a utilizar esta tecnologia não apenas para desenvolver malware, mas também para realizar ataques de engenharia social, como o roubo de identidade e a disseminação de desinformação. A capacidade da GenAI de violar processos padrão de segurança, como os CAPTCHAs, representa um novo desafio para as organizações que lutam contra estas ameaças perigosas. 

Além disso, um outro relatório da Allianz Commercial revela que a frequência e a gravidade dos sinistros cibernéticos estão a aumentar. No primeiro semestre de 2024, a seguradora registou um crescimento de 14% no número de crimes de grande dimensão (ou seja, que provocaram um impacto financeiro superior a um milhão de euros) e de 17% na gravidade dos mesmo, com a maioria destes casos associados a violações de dados e questões de privacidade. Michael Daum, diretor global de Sinistros Cibernéticos da Allianz, observa que as mudanças nas táticas de ataque, particularmente os casos de ransomware, estão a intensificar a gravidade das perdas. 

A combinação das análises da NTT DATA e da Allianz Commercial mostram um quadro crescente de ameaças informáticas.

Regressa o tempo mais frio, aumentam os casos de certas doenças. A queda das temperaturas e o início da época das chuvas facilitam a propagação de diversas bactérias e vírus responsáveis pelo aparecimento de várias patologias, especialmente entre os mais novos. Para além das típicas constipações, viroses e gripe são muitos os agentes patógenos que parecem passar de criança em criança, espalhando-se de forma muito rápida pelas escolas, infantários e creches. Uma dessas doenças é o VSR – Vírus Sincicial Respiratório – que pode ser particularmente perigoso para os mais pequenos.

O que é o VSR?

O Vírus Sincicial Respiratório é um vírus respiratório comum que, por norma, provoca sintomas leves e semelhantes aos de uma constipação ou de uma gripe. Apesar de poder ser contraído por pessoas de qualquer idade, este vírus infeta a grande maioria das crianças até aos dois anos de idade, e é a causa mais comum de doença das vias respiratórias inferiores em bebés até aos 12 meses.

Este é um vírus, descoberto na década de 1950, para o qual o ser humano não tem grande capacidade de criar imunidade. Ao instalar-se no organismo, este tende a descer e alojar-se nos brônquios, sobretudo em crianças mais pequenas, provocando sintomas semelhantes aos de uma crise de asma. A infeção por VSR causa frequentemente outras doenças como a pneumonia, bronquiolites graves – com grande inflamação nos brônquios e sintomas como a falta de ar ‒, traqueobronquite, conjuntivite e otite média aguda.

O VSR é responsável por um grande número de internamentos hospitalares de crianças abaixo dos dois anos – sobretudo devido a bronquiolite infantil – e é uma das principais causas de mortalidade infantil a nível mundial. De acordo com as estimativas da Organização Mundial da Saúde, ocorrem anualmente 33 milhões de infeções das vias aéreas inferiores causadas pelo vírus em crianças abaixo dos 5 anos – das quais 3 milhões são hospitalizadas.

A doença pode ser ainda mais grave se contraída por crianças com idades inferiores. Em bebés com menos de 6 meses, as infeções respiratórias associadas ao VSR são responsáveis por cerca de 1,4 milhões de hospitalizações e mais de 27 mil mortes intra-hospitalares.

Só em Portugal, entre outubro e dezembro de 2023, foram internadas 145 crianças até aos dois anos devido a infeções pelo vírus sincicial respiratório.

Entre os grupos mais vulneráveis a esta infeção estão os recém-nascidos (com menos de 6 meses de idade), bebés prematuros, crianças com doenças cardíacas, pulmonares ou neuromusculares congénitas ou com um sistema imunitário enfraquecido e doentes com asma ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

Sintomas do VSR

Os sintomas da infeção por VSR podem variar consoante a idade ou o estado de saúde da pessoa. Entre os sintomas mais comuns, semelhantes aos de uma constipação, encontram-se:

  • Secreções nasais e oculares;
  • Diminuição do apetite;
  • Tosse;
  • Febre;
  • Prostração (debilidade física);

Em casos mais graves, os infetados com o vírus podem vir desenvolver outros sintomas, de maior gravidade, que podem vir a resultar no desenvolvimento de outras complicações de saúde (como as pneumonias ou bronquiolites). Fazem parte destes sintomas:

  • Pieira;
  • Dificuldade em respirar;
  • Respiração semelhante a assobio;
  • Pausas durante a respiração (apneia);

O desenvolvimento destes sintomas, sobretudo por serem do foro respiratório, pode significar a necessidade de assistência médica e de uma melhor adequação do tratamento administrado.

Em bebés mais pequenos ou recém-nascidos, é possível que os sintomas passem apenas pelo aumento da irritabilidade, diminuição da atividade, recusa alimentar ou dificuldade respiratória.

O período de incubação do vírus, por norma, dura entre dois a oito dias. Contudo, algumas pessoas – com um sistema imunitário enfraquecido – podem continuar a passar o vírus durante quatro semanas mesmo já não apresentando sintomas.

Como é feita a transmissão?

Esta é uma doença sazonal que circula, tipicamente, nos meses mais frios do ano. Em Portugal, os surtos por Vírus Sincicial Respiratório ocorrem tipicamente nos meses de dezembro e janeiro, podendo existir alguns casos em outubro e novembro.

À semelhança de outros vírus causadores de infeções respiratórias, a transmissão do VSR é feita através do contacto com secreções do nariz ou da boca. O contágio pode ocorrer por contacto direto – através de gotículas expelidas quando se fala, tosse ou espirros – mas também através de objetos, dado que o vírus permanece em superfícies ou objetos durante várias horas após o contacto com infetado.

O facto de se ter sido infetado uma vez não significa que não se possa ser infetado de novo. Contudo, durante uma segunda infeção, os anticorpos que se desenvolveram contra o VSR contribuem para uma diminuição da gravidade da doença.

Que tratamentos existem?

O diagnóstico de VSR é feito através da colheita e análise de secreções respiratórias, como as secreções do nariz ou dos brônquios. À semelhança do que se faz para a generalidade das constipações, os casos ligeiros de VSR acabam por desaparecer após alguns dias, não sendo necessário mais do que o alívio dos sintomas. Em crianças mais congestionadas, gotas salinas nasais podem ajudar a melhorar a respiração.

Em 2023, a União Europeia aprovou a primeira vacina contra o VSR para bebés até aos seis meses de idade, bem como duas vacinas para adultos mais velhos

É possível prevenir a infeção pelo vírus sincicial respiratório?

À semelhança de outros vírus, o VSR pode ser prevenido com a adoção de medidas de higiene, como a lavagem frequente das mãos ou cobrir a boca e o nariz quando se tosse ou espirra.

Segundo a Direção Geral de Saúde, outra forma de prevenção passa pela imunização com anticorpos. Ou seja, pela administração, de forma gratuita, do medicamento de anticorpos monoclonais de ação longa nirsevimab – ainda não considerado uma vacina – em meios hospitalares ou maternidades.

Este ano, a administração do medicamento decorre entre 1 de outubro de 2024 e 31 de março de 2025. O medicamento, contudo, oferece uma imunidade com a duração de apenas seis meses, pelo que a sua toma pode ser feita todos os anos.

Um juiz de Marrocos validou a detenção de Fábio Loureiro, um dos cinco reclusos que, no dia 7 de setembro, se evadiram da cadeia de Vale dos Judeus. Recorde-se que a fuga de Fábio Loureiro terminou, no passado domingo, 6, em Tânger, no Norte de Marrocos. O português vai agora ser transferido para a prisão da capital Rabat, a 250 quilómetros.

A sua namorada terá servido de “isco”. A Polícia Judiciária tinha sob vigilância apertada a jovem portuguesa. Na sexta-feira, 4, os alarmes soaram quando ela se pôs a caminho em direção a Espanha. Com a cooperação da polícia espanhola, a PJ seguiu os seus movimentos até Madrid. No Aeroporto Internacional de Barajas, na capital do país vizinho, apanhou um avião para Casablanca. Em Marrocos, seguiu para Tânger. E, sem desconfiar, conduziu a polícia até ao namorado.

“O evadido do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, Fábio Loureiro, foi detido, ontem [dia 6 de outubro], pelas 22h00, em Tânger, pelas autoridades marroquinas, com a colaboração das autoridades espanholas, em estreita articulação com a PJ”, descreveu, em comunicado, a PJ.

Fábio Loureiro terá chegado a Marrocos, via Espanha, com recurso a documentos falsos. Ali, manteve-se escondido na casa de um amigo – que também foi detido –, situada próximo da estação do ferry boat que faz a ligação com Tarifa e Algeciras (Espanha). A companheira de Fábio Loureiro também terá passado a noite de domingo detida, mas foi libertada logo na segunda-feira.

De acordo com as primeiras descrições, Fábio Loureiro está quase “irreconhecível”, de barba cortada, muito mais magro. Não ofereceu resistência quando foi abordado pela polícia. Conhecido como Fábio “Cigano”, este homem foi condenado a 25 anos de prisão pelos crimes de rapto, tráfico de estupefacientes, associação criminosa, roubo à mão armada e evasão.

Portugal vai pedir a sua extradição “para cumprimento de pena” no País, pedido a que Fábio Loureiro se opôs no primeiro interrogatório em Marrocos. No jogo do gato e do rato, Fábio foi o primeiro a cair na ratoeira. Ainda faltam quatro: Fernando Ferreira, Rodolf Lohrmann, Mark Roscaleer e Shergili Farjiani.

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta quarta-feira, na margem sul, Fernando Silva, suspeito do triplo homicídio no Bairro do Vale, na Penha de França, Lisboa.

Em comunicado, a PJ informa que “desde o primeiro momento em que os factos foram comunicados a esta polícia, desencadeou-se um trabalho incessante de investigação e de recolha de informação, que conduziu à localização do suspeito”.

A PJ divulgou ainda que “contou com o apoio de familiares” para localizar o suspeito do ataque que provocou as mortes de Carlos Pina e do casal Fernanda Júlia e Bruno Neto. De acordo com o Expresso, Fernando Silva, 33 anos, tem “um historial de doença mental, estava medicado e era seguido no Hospital Júlio de Matos”. O homem tem cadastro criminal por vários crimes menores.

Recorde-se que, no passado dia 2 de outubro, três pessoas morreram na sequência de um tiroteio numa barbearia na Rua Henrique Barrilaro Ruas, na zona da Penha de França, em Lisboa.

Carlos Pina, 43 anos, era o dono da barbearia “Granda Pente”. Segundo as testemunhas, recusou-se a cortar o cabelo a um cliente, que vivia na mesma rua. O homem não terá gostado da resposta e, sem que nada o fizesse prever, disparou a matar. O casal Fernanda Júlia e Bruno Neto, também residente no bairro, deve ter-se apercebido de tudo. Foram baleados no exterior do estabelecimento. Fernanda Júlia estaria grávida

O anúncio de que a proposta do Governo para o Orçamento de Estado para 2025 estava fechada foi feito terça-feira à noite, em entrevista à SIC, pelo primeiro-ministro, que se mostrou convicto da viabilização do documento por parte do Partido Socialista, sem se alongar: “Não posso anunciar que há um acordo ou desacordo, compete ao PS apresentar a sua decisão”, afirmou.

Após a entrega no Parlamento da proposta orçamental, e a apresentação pelo ministro das Finanças, a primeira votação, na generalidade, está agendada para 31 de outubro.

Segue-se o chamado debate na especialidade, nas comissões parlamentares, onde os ministros vão apresentar o orçamento das suas áreas, e o processo termina com a votação final global, que foi adiada esta quarta-feira de 28 para 29 de novembro, por decisão da conferência de líderes.

Em outubro de 2021, Hugo Penedones, um dos cofundadores da startup Inductiva AI e um antigo elemento da então empresa de Inteligência Artificial DeepMind (na altura já pertencente à Alphabet, mas ainda não integrada na Google), dizia-nos o seguinte numa entrevista. “Estou um bocado a apostar que alguns dos meus ex-colegas [da Deepmind] vão ser candidatos para prémio Nobel daqui a uns anos, porque é um problema com muito significado, pode ajudar a compreender melhor algumas doenças, a encontrar medicamentos adequados para tratar algumas doenças, vai ter imensas aplicações”.

Quase três anos depois destas previsões, eis o proclamado Nobel. Demis Hassabis, diretor executivo da agora Google DeepMind, e John Jumper, diretor de investigação na empresa, foram dois dos três galardoados pela Academia Real de Ciências da Suécia com o Prémio Nobel da Química para o ano de 2024. O terceiro laureado é David Baker, investigador na Universidade de Washington, em Seattle.

O tal problema referido por Hugo Penedones? Os três elementos desenvolveram, nos últimos anos, investigação e métodos que permitiram prever a estrutura tridimensional de uma proteína tendo como ponto de partida apenas a sequência de aminoácidos dessa proteína. É a chamada modelação ou estruturação de proteínas (protein folding em inglês). “O potencial para as suas descobertas é enorme”, sublinha o Comité Nobel em comunicado.

As proteínas podem ser vistas como “ferramentas químicas”, sendo que, tipicamente, cada proteína é constituída por 20 aminoácidos, que podem ser combinados de muitas, muitas mesmo, formas diferentes. E é quando estes aminoácidos assumem uma estrutura tridimensional que a proteína ganha a sua função específica. São, na prática, um dos blocos essenciais à vida tal como a conhecemos.

E estes investigadores contribuíram, de forma significativa, para a compreensão deste processo. Demis Hassabis e John Jumper usaram sistemas avançados de Inteligência Artificial, conhecidos como AlphaFold (2020) e AlphaFold2 (2022), para prever a estrutura tridimensional de uma proteína a partir de uma determinada sequência de aminoácidos – o que lhes permitiu prever a estrutura de quase 200 milhões de proteínas com base no mapeamento dos organismos até agora descobertos na Terra. E a Google disponibilizou este modelo de forma gratuita, tendo já sido usado por mais de dois milhões de investigadores de 190 países. Antes do AlphaFold 2, obter a estrutura de uma proteína demorava cerca de um ano – agora pode ser feito em minutos.

Já David Baker desenvolveu métodos computacionais para criar proteínas que anteriormente não existiam e que, em muitos casos, têm funções completamente novas, segundo a descrição do Comité Nobel. O investigador, na prática, decidiu fazer engenharia reversa à lógica das proteínas: em vez de tentar perceber qual seria a estrutura de uma proteína com base nos aminoácidos, desenhava primeiro a estrutura (algo conhecido como de novo design) e depois mediante esse desenho, percebia quais os aminoácidos que seriam necessários para criar esse resultado. E provou que a sua ideia estava correta.

Segundo a Academia Real de Ciências da Suécia, responsável pela atribuição dos Prémios Nobel, as descobertas dos três laureados “permite-nos compreender melhor como a vida funciona, incluindo por que motivo se desenvolvem algumas doenças, como ocorre a resistência a antibióticos ou por que razão alguns microrganismos conseguem decompor plástico”. Além disso, estas descobertas abrem portas para a criação de novas proteínas, “novos nanomateriais, medicamentos direcionados, desenvolvimento mais rápido de vacinas, sensores e uma indústria química mais ecológica”.

Curiosamente, descobertas relacionadas com a estrutura de proteínas já tinham valido outros Prémios Nobel da Química no passado: John Kendrew e Max Perutz em 1962; e Christian Anfinsen em 1972.

De recordar que o Prémio Nobel da Física de 2024 também tem uma forte ligação à área da tecnologia – foi atribuído a dois pioneiros das redes neurais artificiais e algoritmos de aprendizagem automática.

A Adobe pretende ajudar os criadores de conteúdos a assinarem e autenticarem os seus trabalhos com a Content Authenticity, uma ferramenta que entra agora em fase de testes e que deve chegar ao mercado em 2025. A ferramenta vai permitir identificar como o conteúdo foi criado e revelar se houve alterações feitas com recurso a Inteligência Artificial.

Os criadores vão poder usar esta solução para indicar se autorizam que o trabalho seja usado para treinar modelos de Inteligência Artificial generativa e as credenciais mantêm-se na obra mesmo que o conteúdo seja alterado ou se for realizada uma captura de ecrã. A Adobe explica que usou técnicas de marca de água digital e outras para criar esta ferramenta, noticia a Axios.

Além da app para a web, a Adobe vai lançar um plugin para o browser Chrome que permite aos utilizadores visualizar as credenciais relacionadas com o conteúdo que está a ser mostrado. A estratégia faz parte de uma iniciativa alargada, que começou em 2019, e que já conta com o apoio de 3700 empresas, de preservar a autenticidade das obras e procura verificar as imagens digitais desde o momento da captura, no caso de vídeos e fotos, ou do momento da criação, no caso de imagens criadas no ecrã.

O esforço terá de ser apoiado pelos gigantes da indústria para poder trazer os efeitos desejados: a Google já se juntou, mas ainda não construiu o sistema de credenciais para as câmaras nos Android, mas a Apple ainda não admitiu publicamente o seu apoio. O responsável tecnológico da Adobe, Ely Greenfield, já admitiu que “quando começamos isto, dissemos ‘Isto é uma jornada de dez anos’”, já se antevendo que seria um processo moroso.

“Causamos preocupações sobre a nossa competitividade tecnológica fundamental e sobre o futuro da empresa pelo facto de o nosso desempenho não cumprir com as expetativas do mercado”, assina o vice-presidente da Samsung, Jun Young-hyun, numa rara carta de pedido de desculpas da tecnológica. O executivo, no entanto, assume as responsabilidades: “Muitos estão a falar sobre a crise da Samsung. Nós, que lideramos o negócio, somos responsáveis por tudo isto”.

A razão da publicação da carta prende-se com a revelação dos resultados financeiros do trimestre, nos quais a Samsung regista um lucro operacional de 6,78 mil milhões de dólares, 900 milhões abaixo do esperado pelos analistas. Estes resultados não foram um caso isolado e dão continuidade a um ano ‘terrível’ de 2023, no qual a Samsung teve mais concorrência e uma redução na procura de chips, depois de ter havido um aumento na altura da pandemia.

A empresa contava recuperar com a elevada procura de chips de memória para a Nvidia utilizar nas soluções para Inteligência Artificial. Agora, a Samsung diz que a venda de chips de topo HBM3E, destinados a um cliente não revelado, foi adiada e esse adiamento permitiu a empresas rivais como a SK Hynix avançarem neste segmento.

Por outro lado, também os fabricantes chineses estão a representar uma competitividade acrescida no segmento dos chips convencionais para smartphones.

Leia o pedido de desculpas integral na notícia do The Verge.

Um jovem de 16 anos fez história no Tetris ao conseguir completar o nível 255 na consola NES e fazer o jogo ‘renascer’, ou seja, voltar ao nível zero. Depois, Michael ‘dogplayingtetris’ Artiaga ainda progrediu até ao nível 91, tendo acabado por abandonar a partida.

O ArsTechnica conta que Artiaga realizou esta partida em frente a milhares de utilizadores do Twitch, ‘limpou’ 3300 linhas ao longo de 80 minutos utilizando técnicas modernas como rolling ou hypertapping.

Para conseguir atingir este feito, Artiaga teve de jogar numa versão especial do Tetris da NES, de forma a ultrapassar o crash que acontece depois de passar o nível 155 e que se repete nos níveis seguintes. Willis ‘Blue Scuti’ Gibson bateu este jogo pela primeira vez no início deste ano, tendo começado a enfrentar estes crashes a partir do nível 157. Artiaga passou 20 minutos só no nível 235, onde um conhecido erro resulta em 810 linhas para limpar.

Depois de passar o nível 255, o jogo fez rebirth, ou seja, ‘renasceu’, voltando ao primeiro nível. Aí, Artiaga continuou a jogar até ao nível 91, altura em que desistiu. O marcador mostrava 29,486164 pontos, batendo-se o recorde de Alex Thach. Veja em baixo o momento em que o jogo é completado: