O anúncio de que a proposta do Governo para o Orçamento de Estado para 2025 estava fechada foi feito terça-feira à noite, em entrevista à SIC, pelo primeiro-ministro, que se mostrou convicto da viabilização do documento por parte do Partido Socialista, sem se alongar: “Não posso anunciar que há um acordo ou desacordo, compete ao PS apresentar a sua decisão”, afirmou.

Após a entrega no Parlamento da proposta orçamental, e a apresentação pelo ministro das Finanças, a primeira votação, na generalidade, está agendada para 31 de outubro.

Segue-se o chamado debate na especialidade, nas comissões parlamentares, onde os ministros vão apresentar o orçamento das suas áreas, e o processo termina com a votação final global, que foi adiada esta quarta-feira de 28 para 29 de novembro, por decisão da conferência de líderes.

Em outubro de 2021, Hugo Penedones, um dos cofundadores da startup Inductiva AI e um antigo elemento da então empresa de Inteligência Artificial DeepMind (na altura já pertencente à Alphabet, mas ainda não integrada na Google), dizia-nos o seguinte numa entrevista. “Estou um bocado a apostar que alguns dos meus ex-colegas [da Deepmind] vão ser candidatos para prémio Nobel daqui a uns anos, porque é um problema com muito significado, pode ajudar a compreender melhor algumas doenças, a encontrar medicamentos adequados para tratar algumas doenças, vai ter imensas aplicações”.

Quase três anos depois destas previsões, eis o proclamado Nobel. Demis Hassabis, diretor executivo da agora Google DeepMind, e John Jumper, diretor de investigação na empresa, foram dois dos três galardoados pela Academia Real de Ciências da Suécia com o Prémio Nobel da Química para o ano de 2024. O terceiro laureado é David Baker, investigador na Universidade de Washington, em Seattle.

O tal problema referido por Hugo Penedones? Os três elementos desenvolveram, nos últimos anos, investigação e métodos que permitiram prever a estrutura tridimensional de uma proteína tendo como ponto de partida apenas a sequência de aminoácidos dessa proteína. É a chamada modelação ou estruturação de proteínas (protein folding em inglês). “O potencial para as suas descobertas é enorme”, sublinha o Comité Nobel em comunicado.

As proteínas podem ser vistas como “ferramentas químicas”, sendo que, tipicamente, cada proteína é constituída por 20 aminoácidos, que podem ser combinados de muitas, muitas mesmo, formas diferentes. E é quando estes aminoácidos assumem uma estrutura tridimensional que a proteína ganha a sua função específica. São, na prática, um dos blocos essenciais à vida tal como a conhecemos.

E estes investigadores contribuíram, de forma significativa, para a compreensão deste processo. Demis Hassabis e John Jumper usaram sistemas avançados de Inteligência Artificial, conhecidos como AlphaFold (2020) e AlphaFold2 (2022), para prever a estrutura tridimensional de uma proteína a partir de uma determinada sequência de aminoácidos – o que lhes permitiu prever a estrutura de quase 200 milhões de proteínas com base no mapeamento dos organismos até agora descobertos na Terra. E a Google disponibilizou este modelo de forma gratuita, tendo já sido usado por mais de dois milhões de investigadores de 190 países. Antes do AlphaFold 2, obter a estrutura de uma proteína demorava cerca de um ano – agora pode ser feito em minutos.

Já David Baker desenvolveu métodos computacionais para criar proteínas que anteriormente não existiam e que, em muitos casos, têm funções completamente novas, segundo a descrição do Comité Nobel. O investigador, na prática, decidiu fazer engenharia reversa à lógica das proteínas: em vez de tentar perceber qual seria a estrutura de uma proteína com base nos aminoácidos, desenhava primeiro a estrutura (algo conhecido como de novo design) e depois mediante esse desenho, percebia quais os aminoácidos que seriam necessários para criar esse resultado. E provou que a sua ideia estava correta.

Segundo a Academia Real de Ciências da Suécia, responsável pela atribuição dos Prémios Nobel, as descobertas dos três laureados “permite-nos compreender melhor como a vida funciona, incluindo por que motivo se desenvolvem algumas doenças, como ocorre a resistência a antibióticos ou por que razão alguns microrganismos conseguem decompor plástico”. Além disso, estas descobertas abrem portas para a criação de novas proteínas, “novos nanomateriais, medicamentos direcionados, desenvolvimento mais rápido de vacinas, sensores e uma indústria química mais ecológica”.

Curiosamente, descobertas relacionadas com a estrutura de proteínas já tinham valido outros Prémios Nobel da Química no passado: John Kendrew e Max Perutz em 1962; e Christian Anfinsen em 1972.

De recordar que o Prémio Nobel da Física de 2024 também tem uma forte ligação à área da tecnologia – foi atribuído a dois pioneiros das redes neurais artificiais e algoritmos de aprendizagem automática.

A Adobe pretende ajudar os criadores de conteúdos a assinarem e autenticarem os seus trabalhos com a Content Authenticity, uma ferramenta que entra agora em fase de testes e que deve chegar ao mercado em 2025. A ferramenta vai permitir identificar como o conteúdo foi criado e revelar se houve alterações feitas com recurso a Inteligência Artificial.

Os criadores vão poder usar esta solução para indicar se autorizam que o trabalho seja usado para treinar modelos de Inteligência Artificial generativa e as credenciais mantêm-se na obra mesmo que o conteúdo seja alterado ou se for realizada uma captura de ecrã. A Adobe explica que usou técnicas de marca de água digital e outras para criar esta ferramenta, noticia a Axios.

Além da app para a web, a Adobe vai lançar um plugin para o browser Chrome que permite aos utilizadores visualizar as credenciais relacionadas com o conteúdo que está a ser mostrado. A estratégia faz parte de uma iniciativa alargada, que começou em 2019, e que já conta com o apoio de 3700 empresas, de preservar a autenticidade das obras e procura verificar as imagens digitais desde o momento da captura, no caso de vídeos e fotos, ou do momento da criação, no caso de imagens criadas no ecrã.

O esforço terá de ser apoiado pelos gigantes da indústria para poder trazer os efeitos desejados: a Google já se juntou, mas ainda não construiu o sistema de credenciais para as câmaras nos Android, mas a Apple ainda não admitiu publicamente o seu apoio. O responsável tecnológico da Adobe, Ely Greenfield, já admitiu que “quando começamos isto, dissemos ‘Isto é uma jornada de dez anos’”, já se antevendo que seria um processo moroso.

“Causamos preocupações sobre a nossa competitividade tecnológica fundamental e sobre o futuro da empresa pelo facto de o nosso desempenho não cumprir com as expetativas do mercado”, assina o vice-presidente da Samsung, Jun Young-hyun, numa rara carta de pedido de desculpas da tecnológica. O executivo, no entanto, assume as responsabilidades: “Muitos estão a falar sobre a crise da Samsung. Nós, que lideramos o negócio, somos responsáveis por tudo isto”.

A razão da publicação da carta prende-se com a revelação dos resultados financeiros do trimestre, nos quais a Samsung regista um lucro operacional de 6,78 mil milhões de dólares, 900 milhões abaixo do esperado pelos analistas. Estes resultados não foram um caso isolado e dão continuidade a um ano ‘terrível’ de 2023, no qual a Samsung teve mais concorrência e uma redução na procura de chips, depois de ter havido um aumento na altura da pandemia.

A empresa contava recuperar com a elevada procura de chips de memória para a Nvidia utilizar nas soluções para Inteligência Artificial. Agora, a Samsung diz que a venda de chips de topo HBM3E, destinados a um cliente não revelado, foi adiada e esse adiamento permitiu a empresas rivais como a SK Hynix avançarem neste segmento.

Por outro lado, também os fabricantes chineses estão a representar uma competitividade acrescida no segmento dos chips convencionais para smartphones.

Leia o pedido de desculpas integral na notícia do The Verge.

Um jovem de 16 anos fez história no Tetris ao conseguir completar o nível 255 na consola NES e fazer o jogo ‘renascer’, ou seja, voltar ao nível zero. Depois, Michael ‘dogplayingtetris’ Artiaga ainda progrediu até ao nível 91, tendo acabado por abandonar a partida.

O ArsTechnica conta que Artiaga realizou esta partida em frente a milhares de utilizadores do Twitch, ‘limpou’ 3300 linhas ao longo de 80 minutos utilizando técnicas modernas como rolling ou hypertapping.

Para conseguir atingir este feito, Artiaga teve de jogar numa versão especial do Tetris da NES, de forma a ultrapassar o crash que acontece depois de passar o nível 155 e que se repete nos níveis seguintes. Willis ‘Blue Scuti’ Gibson bateu este jogo pela primeira vez no início deste ano, tendo começado a enfrentar estes crashes a partir do nível 157. Artiaga passou 20 minutos só no nível 235, onde um conhecido erro resulta em 810 linhas para limpar.

Depois de passar o nível 255, o jogo fez rebirth, ou seja, ‘renasceu’, voltando ao primeiro nível. Aí, Artiaga continuou a jogar até ao nível 91, altura em que desistiu. O marcador mostrava 29,486164 pontos, batendo-se o recorde de Alex Thach. Veja em baixo o momento em que o jogo é completado:

O galardoado David Baker criou em 2023 a primeira proteína “totalmente diferente de todas as existentes”, algo visto como “um desenvolvimento extraordinário” pelo Comité do Prémio Nobel. Em causa está a proteína Top7, que tem uma “estrutura única que não existia na natureza”, possuindo 93 aminoácidos (unidades formadoras de proteínas), sendo maior “do que qualquer outra produzida anteriormente”.

David Baker, professor da Universidade de Washington, em Seattle, EUA, também lançou um código para o software de computador Rosetta, que tem sido desenvolvido pela comunidade de investigação, encontrando novas áreas de aplicação. O grupo de investigação do cientista norte-americano produziu uma criação de proteínas, incluindo proteínas que podem ser usadas como produtos farmacêuticos, vacinas, nanomateriais e pequenos sensores.

A outra metade do prémio, “pela previsão da estrutura de proteínas”, foi entregue a Demis Hassabis e John M. Jumper em conjunto.

A área coberta por vegetação na Península Antártida está a aumentar a um ritmo superior aquele em que se acreditava devido aos efeitos das alterações climáticas. A conclusão é de um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores das Universidades de Exeter e de Hertfordshire e do British Antarctic Survey, que analisaram imagens de satélite da região dos últimos 35 anos, pertencentes ao arquivo Landsat da NASA. Com recurso à ferramenta Earth Engine, da Google, os investigadores foram capazes de analisar a propagação da vida vegetal na Península.

Embora a paisagem continue a ser predominantemente de neve, gelo e rocha, estas áreas verdes têm crescido de forma “dramática”, segundo a investigação. As imagens de satélite mostram que a vida vegetal, que não chegava a um quilómetro quadrado em 1986, aumentou 10 vezes em apenas quatro décadas, ocupando 12 quilómetros quadrados em 2021. Já entre 2016 e 2021, houve um aumento de 30% da vegetação.

Estes dados sugerem ainda que esta expansão “verde” ocorre de forma constante a toda a Península – estendendo-se até ao norte das Ilhas Shetland do Sul – e é antropogénica, ou seja, causada pelos seres humanos. “As nossas descobertas confirmam que a influência das alterações climáticas antropogénicas não tem limites no seu alcance”, explicou Thomas Roland, um dos autores do estudo, à CNN. “Mesmo na Península Antártica – a região selvagem mais extrema, remota e isolada – a paisagem está a mudar e estes efeitos são visíveis do espaço”, acrescentou. “A escala desta tendência para o verde que descobrimos chocou-nos”, admitiu o investigador.

A Península é a parte continental mais setentrional da Antártida e estende-se para fora do Círculo Polar Antártico até à América do Sul. Nos últimos anos, os fenómenos de calor extremo e o aumento da temperatura global têm resultado em alterações graves na sua paisagem. Este verão, partes do continente registaram uma onda de calor recorde, com temperaturas até 10 graus acima do normal.

Um perigo para o ecossistema

As temperaturas mais quentes, aliadas a um aumento da precipitação, estão a criar condições favoráveis para o crescimento de várias plantas nativas da região – incluindo os musgos, líquenes e fungos – e a facilitar o aparecimento de espécies invasoras, perigosas para o ecossistema da região.

“O solo na Antártida é, na sua maioria, pobre ou inexistente, mas este aumento da vida vegetal irá adicionar matéria orgânica e facilitar a formação do solo – potencialmente abrindo caminho para o crescimento de outras plantas. Isto aumenta o risco de chegada de espécies não nativas e invasoras, possivelmente transportadas por ecoturistas, cientistas ou outros visitantes do continente”, explicou Olly Bartlett, especialista da Universidade de Hertfordshire e um dos envolvidos no estudo.

O crescimento de plantas não nativas à região pode provocar perturbações graves no frágil equilíbrio dos ecossistemas antárticos e conduzir à perda de biodiversidade à medida que as novas espécies se sobrepõem às antigas.

Por outro lado, o crescimento de espaços verdes, numa zona dominada por gelo, reduz a capacidade de reflexão da radiação solar uma vez que as superfícies mais escuras absorvem mais calor, contribuindo, assim, para o aumento da temperatura.

Nas conclusões da investigação, publicada na revista científica Nature Geosciences, os cientistas apelaram a uma “ação significativa, à cooperação e à responsabilização” para resolver a crise climática. “As nossas descobertas levantam sérias preocupações sobre o futuro ambiental da Península Antártica e do continente como um todo”, concluiu Roland.