O Tinder mudou-se para o carrinho do supermercado

Nunca os criativos de publicidade poderiam imaginar o impacto positivo que um vídeo publicado no Tik Tok em agosto teria sobre a cadeia de supermercados espanhola que está a invadir Portugal. Segundo essa publicação de Vivy Lin, uma cara bem conhecida da televisão do país vizinho, tudo se passava no Mercadona, onde existiriam códigos para engatar, entre as sete e as oito da noite, “hora do lobo” para se arranjar companhia. Um deles seria ter um ananás de pernas para o ar no carrinho, no corredor dos vinhos. As mensagens subliminares continuavam pelos chocolates ou doces, quando se deseja algo mais casual. Se existirem legumes, então o caso tornar-se-ia mais sério. O assunto, entretanto, morreu, como seria expectável. No entanto recomenda-se mais atenção na hora das compras lá para casa.

A ceia que se tornou amarga para os católicos

Assim que se deu o tiro de partida para os Jogos Olímpicos, em Paris, com a sempre muito esperada cerimónia de abertura, estalou a polémica. A ponto de o diretor artístico ter de vir a público negar que a cena apresentada tenha sido inspirada no quadro de Leonardo da Vinci, A Última Ceia, e até os organizadores se sentiram na obrigação de se desculpar por… nada. Afinal, explicaram, a ideia por detrás da encenação daquela cerimónia transmitida para todo o mundo era realçar a tolerância e a inclusão, remetendo para uma “grande festa pagã relacionada com os deuses do Olimpo”, já que os Jogos, recorde-se, têm origem na Grécia Antiga. Os católicos não ligaram à História e sentiram-se atingidos na sua religiosidade.

Narcos ao vivo no Equador

Na América Latina, o ano começou com cenas que pareciam retiradas da série Narcos. No Equador, o Presidente viu-se obrigado a declarar estado de emergência depois de uma onda de motins prisionais, assaltos e homicídios. Ao mesmo tempo, ordenou às forças armadas do país que se envolvessem no combate às 22 organizações de narcotraficantes, com mais de 200 mil operacionais infiltrados em todas as instituições. Durante estes desacatos, que duraram uma semana, um canal de televisão foi invadido, um narcotraficante fugiu da prisão e pelo menos dez pessoas morreram nas ruas.

No dia em que os policias não foram a jogo

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

No calendário da 1ª Liga, o jogo Famalicão-Sporting, no dia 3 de fevereiro parecia ser só mais um sábado futebolístico. Equipas no estádio, adeptos prontos para entrar. Mas ninguém pisou o relvado. A partida, a contar para a 20.ª jornada da Liga, foi adiada por causa do protesto das forças policiais, que exigiam o pagamento do subsídio de missão idêntico ao dos inspetores da Polícia Judiciária. Para, alegadamente, poderem faltar, dez elementos designados para o jogo apresentou baixa médica. A história repetiu-se nos encontros Leixões-Nacional e Feirense-Académico de Viseu, a contar para a 2ª Liga.

O logo que foi logo retirado

Ainda no tempo de António Costa, foi pedido a Eduardo Aires que redesenhasse o logotipo de Portugal, coisa que, sendo um dos mais conceituados designers portugueses, fez com maestria, adaptando a imagem à contemporaneidade. Só que tal nunca passou de uma boa intenção. Assim que chegou ao poder, o executivo de Montenegro mandou retirar esse novo símbolo, que acabava com as quinas, as torres e a esfera armilar. Passados dois meses sobre a polémica, ironicamente, o trabalho de Eduardo Aires ganhou um prémio do Clube de Criativos de Portugal, sendo considerado o melhor projeto de branding feito em Portugal em 2023, e ficou apurado para um concurso europeu.

O difícil parto da presidência da Assembleia

Que o Governo da AD ia estar suspenso por ténues pinças, percebeu-se logo na noite das eleições, a 10 de março, na sequência da maioria relativa conseguida pela coligação. Não se esperava é que isso fosse tão evidente, logo no primeiro ato oficial, que consistiu na eleição do presidente da Assembleia da República, a segunda figura mais importante do Estado. Foram precisas quatro votações e muita diplomacia para que o candidato proposto pelo PSD, José Pedro Aguiar-Branco, reunisse o consenso mínimo para ser eleito. Isso só foi possível depois de o PS e o PSD acordarem uma presidência rotativa: Aguiar-Branco lidera primeira metade da legislatura, os últimos dois anos ficarão a cargo de um socialista.

A prisão exemplar de Combs

EPA/SARAH YENESEL

Desde setembro que o rapper Sean “Diddy” Combs (antes conhecido como Puff Daddy), um dos produtores e artistas de hip-hop mais influentes das últimas três décadas, continua detido numa prisão sobrelotada em Nova Iorque, enquanto aguarda julgamento por tráfico sexual e extorsão. A acusação refere-o como cabecilha de uma “rede criminosa” que levou a cabo, entre outros crimes, “tráfico sexual, trabalho forçado, rapto, fogo posto, suborno e obstrução à justiça”. A data para o julgamento já foi entretanto estipulada: 5 de maio de 2025. Até lá, o músico de 54 anos continuará atrás das grades, até por que foi agora acusado de andar a pressionar testemunhas, a partir da prisão.

Puigdemont, tanto aparece como desaparece

EPA/ALBERTO ESTEVEZ

Se houve aparição meteórica este ano, ela foi a de Carles Puigdemont, a 8 de agosto, pelas 9 da manhã. O catalão, antigo presidente da Catalunha, fugido às autoridades há quase sete anos, subiu a um palco no Arco do Triunfo, em Barcelona, e fez um discurso, no preciso momento em que o novo presidente do governo daquela região autónoma, o socialista Salvador Illa, estava a ser investido no parlamento. Logo de seguida, Puigdemont, 61 anos, desapareceu no meio da multidão. De imediato, foi acionada uma forte operação policial para o deter, mas o líder separatista já estava de novo em fuga, desta vez na bagageira de um carro.

Os agricultores também se manifestam

EPA/GUILLAUME HORCAJUELO

O ano mal tinha começado e os agricultores dos Países Baixos revoltaram-se, provocando estilhaços por França, Alemanha, Polónia e Roménia. Por cá, também se bloquearam estradas e fronteiras, pondo em evidência a importância destes trabalhadores na nossa sobrevivência. Essas iniciativas de protesto incluíram igualmente marchas lentas e manifestações, que visaram chamar a atenção para uma série de reivindicações, mas de uma forma global puseram o foco nos baixos rendimentos do setor e na ausência de preços justos para a produção agrícola.

Quando a “moda” de esfaquear colegas chegou às nossas escolas

Quando deixamos os nossos filhos à porta da escola, nunca pensamos na possibilidade de eles serem esfaqueados pelo colega do lado. Pelo menos até setembro, quando ficámos atordoados com a notícia de que essa “moda” americana teria chegado ao nosso sistema de ensino. Até ver, tratou-se de um episódio isolado, mas a verdade é que seis alunos de uma escola da Azambuja foram vítimas de um ataque de outra criança de 12 anos, matriculado no 7.º ano, embora só um deles tenha precisado de cuidados hospitalares. Já o atacante, filho de uma professora, foi mandado internar num centro educativo pelo Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira, acreditando as autoridades ter-se deixado “influenciar pelo ideário nazi”. A escola viria a receber a visita de Fernando Alexandre, ministro da Educação.

Escaparam-nos por cordas e escadas de alumínio

Em setembro, a fuga de cinco reclusos, dois portugueses, um georgiano, um argentino e um britânico, de uma prisão de alta segurança em Portugal garantiu mais alguns minutos nas notícias do que os 15 previstos para se ser famoso. E agora, volta-se ao tema sempre que mais um é apanhado (já foram três). Os fugitivos estavam condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais. Aqui se lembra a história de uma fuga muito bem preparada, com todos os pormenores pensados ao mínimo detalhe e com apoio do exterior, tal como nos habituámos a ver nos filmes. Os cinco homens usaram uma escada de alumínio para descer os altos muros da prisão e aproveitaram uma falha do sistema de videovigilância. Elementar, meus caros.

Matar, por uma boa causa?

EPA/OLGA FEDOROVA

O seu nome era totalmente desconhecido até ao dia 4 de dezembro. Agora, está nas parangonas de todo o mundo: Luigi Mangione, de 26 anos, foi detido cinco dias depois e formalmente acusado da morte de Brian Thompson, diretor executivo da United Healthcare, que alegadamente baleou à porta de um hotel em Manhattan no tal dia em que estava destinado a sair do anonimato. Além de ser jovem e bonito, um díptico que costuma favorecer o apoio a causas, o facto de o crime ter sido perpetrado contra um magnata dos seguros de saúde, uma área bastante sensível nos EUA, tem granjeado muitas palavras de empatia nas redes sociais.

1.“Chico Fininho” nos Aliados, Porto

No Porto, a noite de passagem de ano volta a ter dois palcos na rua para celebrar a entrada em 2025: a Avenida dos Aliados e os Jardins do Palácio de Cristal. No primeiro, atuam o músico Nuno Ribeiro e, depois da meia-noite, será Rui Veloso a animar as primeiras horas do novo ano com temas dos seus 45 anos de carreira, como Chico Fininho ou Porto Sentido. O Palácio de Cristal receberá o rapper Julinho KSD e o produtor Branko (após a meia-noite). Depois da contagem decrescente para o ano novo, o espetáculo de fogo de artifício promete pôr todos a olhar para o céu. Avenida dos Aliados e Jardins do Palácio de Cristal, Porto > 31 dez, ter a partir 22h > grátis

2.Três palcos para celebrar em Coimbra

Matias Damásio Foto: DR

A passagem de ano em Coimbra vai durar quatro dias, entre este sábado, 28, e terça, 31, em três palcos e com 17 espetáculos. Contas feitas, são mais 30 horas de música e animação. Neste sábado e domingo, dias 28 e 29, a partir das 21h30, são dias de música eletrónica no palco montado na Praça do Comércio, com a atuação dos DJ Diogo Duarte e Nelson Cunha (dia, 28), e Patrick Assis e Kura (dia 29). Na segunda, 30, a festa faz-se no Largo da Portagem com Richie Campbell (23h), e os DJ Pedro Carrilho (21h30) e Kamala (00h15). Na última noite do ano, há animação em quatro locais da baixa da cidade. Às 21h30, no Largo da Portagem, está a dupla de DJ Rui Tomé e Luís Pinheiro; à mesma hora, no Mercado Municipal D. Pedro V, o grupo +Samba. O Largo da Portagem, recebe ainda, às 22h30, os Átoa. O fogo de artifício, lançado junto ao rio Mondego, vai durar dez minutos e antece o concerto de Matias Damásio. O programa inclui ainda, entre outras atuações no dia 31, os DJ Meninos da Vadiagem e Pete Tha Zouk na Praça do Comércio, prometendo uma longa noite de festejos. Vários locais, Coimbra > 28-31 dez, sáb-ter > grátis

3. Quatro dias de festa na Figueira da Foz

Passar o ano na Figueira da Foz é sinónimo de quatro dias de festa e animação musical. As celebrações acontecem junto a Piscina Mar e começam no sábado, 28, com as atuações da Hangover Band e do DJ Rui Tomé, e no dia seguinte, domingo, 29, com a cantora Iolanda, os Doubedeck e os DJ Johnny J e André Matos. Para segunda, 30, está reservado o concerto dos HMB, formação que conta com Héber Marques (voz), Joel Silva (bateria), Daniel Lima (teclas), Fred Martinho (guitarra) e Joel Xavier (baixo), e a seguir, atua o DJ Nuno Botelho. Na noite mais longa do ano, sobe ao palco o rapper Slow J, e depois do fogo de artifício, os DJ Drenchill e João Marques. Avenida 25 de Abril, Figueira da Foz > 28-31 dez, sáb-ter > grátis

4. Celebrar com vista para o castelo de Leiria

Este ano, em Leiria, há mudanças no local das festividades que passam a realizar-se no Largo 5 de Outubro e em dois dias. Na segunda, 30, a partir das 22h, sobe ao palco Elsa Gomes e, às 23h30, os Usados com Garantia. No dia seguinte, terça, 31, está assegurado o espetáculo piromusical à meia-noite, a partir do castelo, e um programa musical que conta com o concerto da banda de Rui Reininho, os GNR, às 23h. Já em 2025, às 00h30, atua o DJ Breyth e, às 2h, os Kid Loco & Los Mysterios. Largo 5 de outubro, Leiria > 30-31 dez, seg a partir 22h, ter a partir 23h30 > grátis

5. Fim de ano no Terreiro do Paço, em Lisboa

O grande praça lisboeta volta a ser palco das festividades que assinalam mais um final de ano. A noite começa com um concerto de José Cid, marcado para as 21h30, a que se segue o tradicional fogo de artifício, dez minutos de um espetáculo pirotécnico sobre o rio Tejo. Já em 2025, do rock passa-se ao pop de Mickael Carreira, atuação que encerra a programação. Terreiro do Paço, Lisboa > 31 dez, ter a partir 21h30 > grátis

6. Um espetáculo de drones em Cascais

Foto: DR

A bonita Baía de Cascais volta a ser cenário das comemorações de réveillon e promete surpreender mais uma vez, com tecnologia. Tal como no ano passado, a passagem de 2024 para 2025 far-se-á com um espetáculo de drones, um dos maiores do género em Portugal, com início marcado para as 23h55 e dez minutos de duração. São 300 os drones autónomos que vão sobrevoar a baía e criar uma história visual, com mensagens de textos e figuras de monumentos icónicos do concelho. Segue-se o tradicional fogo de artíficio, que também há de encher o céu de luz e cor. Baía de Cascais, Cascais > 31 dez, ter 23h55 > grátis

7. Réveillon à beira Tejo em Almada

É junto à Fragata D. Fernando II e Glória, em Cacilhas, que se faz a festa em Almada. Neste réveillon à beira-Tejo, a música está a cargo de Aurea que sobe ao palco pelas 22h30. À meia-noite, há fogo de artifício e já em 2025, segue o baile com a atuação da DJ e produtora Zanova. Largo de Cacilhas, Almada > 31 dez, ter a partir 22h30 > grátis

8. Passagem de ano na zona ribeirinha do Seixal

Também no concelho do Seixal se aproveita a proximidade ao rio Tejo para a festa de passagem de ano, que vai acontecer na zona ribeirinha da Amora. Há fogo de artifício à meia-noite, sincronizado com todas as freguesias do concelho, mas antes disso, a noite conta com os sucesssos musicais de Toy, que sobe ao palco a partir das 22 horas. Zona ribeirinha da Amora, Seixal > 31 dez, ter a partir das 22h > grátis

9. Fim-de-ano Azul em Setúbal

Foto: DR

Em Setúbal, a festa faz-se em dois palcos montados na zona ribeirinha com vista para o rio Sado e para a Arrábida. No palco Doca dos Pescadores, a noite começa às 22h30 com um concerto dos The Gift, enquanto no palco Praia da Saúde, junto ao Rockalot, atuará, pelas 23h, o artista Jorge Nice. À meia-noite não faltará o tradicional espetáculo pirotécnico. A festa segue até às 4h da manhã no palco Doca dos Pescadores com a música de Patronilho, que foi DJ residente da mítica discoteca Seagull. Av. José Mourinho, Setúbal > 31 dez, ter a partir 22h30 > grátis

10. Celebrar na baía de Sines

Dino D’Santiago Foto: Diana Tinoco

Em Sines, as comemorações de fim de ano têm lugar na Avenida Vasco da Gama/Baía de Sines. A noite será longa e começa com um concerto de Dino D’Santiago, pelas 22h30, a que se segue o espetáculo de fogo de artifício. Já com o pé em 2025, é a música de dança que toma conta da festa, primeiro com um DJ Set da dupla Insert Coin, e a seguir, Fernando Alvim que se apresenta no litoral alentejano na pele de DJ. Avenida Vasco da Gama, Sines > 31 dez, ter a partir 22h30 > grátis

11. Festa na baixa de Faro

Na cidade algarvia de Faro as festividades de fim de ano duram dois dias. Na segunda, 30, a partir das 22h30, no passeio da Doca, junto ao Jardim Manuel Bivar, sobe ao palco o projeto imersivo que junta Moullinex e GPU Panic, isto é, os artistas, Luís Clara Gomes e Gui Tomé Ribeiro, num claro convite à dança. No dia seguinte, terça 31, a baixa volta a encher-se de animação e recebe na última noite do ano, pelas 21h, o espetáculo Around The World, dos produtores do Revenge of the 90’s, e às 22h30, o concerto dos D.A.M.A. Segue-se o fogo de artifício, à batida da meia-noite, e logo depois, regressa ao palco o espetáculo Around The World para pôr toda a gente a dançar pela noite fora. Jardim Manuel Bivar, Faro > 30-31 dez, seg a partir das 22h30, ter a partir das 21h > grátis

12. Novo ano junto à praia em Albufeira

Xutos & Pontapés Foto: DR

A tradição repete-se e a Praia dos Pescadores, em Albufeira, volta a ser palco das comemorações de passagem de ano com dois dias de festa. As celebrações começam logo na segunda, 30, pelas 22h30, com a atuação de Dino D’Santiago que se vai fazer acompanhar por uma banda de quatro músicos. No dia seguinte, 31, às 22h, sobem ao palco os Xutos & Pontapés e ganha palco o rock, num espetáculo com projeção vídeo, iluminação, cenografia e alinhamento especial e, por isso, com algumas surpresas. A meia-noite é assinalada com um espetáculo de drones (500 destas máquinas vão ser lançadas ao céu) que juntará pirotecnia, lasers, efeitos especiais acompanhados por uma banda sonora épica, que não se pode revelar. A noite segue com música de dança, a cargo do DJ Diego Miranda. Praia dos Pescadores, Albufeira > 30-31 dez, seg-ter a partir das 22h > grátis

13. Todos à Praça do Infante de Lagos

As comemorações em Lagos começam com a atuação de Michie, o artista local que fará a abertura do concerto de Richie Campbell, a estrela desta festa de passagem de ano que também contará com o tradicional fogo de artifício. Já em 2025, caberá ao DJ Rhythm seguir com a animação musical. Praça do Infante, Lagos > 31 dez, ter a partir 22h30 > grátis

Em casa, e não tendo um sommelier por perto, também gostamos de ter (e beber) um bom vinho. Foi esse o desafio lançado a cinco mulheres que dão cartas nesta matéria: Nádia Desidério (restaurante Belcanto, Lisboa, 1 Estrela Michelin), Eveline Borges (Midori, Sintra, 1 Estrela Michelin), Elisabete Fernandes (The Yeatman Hotel, Vila Nova de Gaia), Eugénia Queiroz (Origens, Évora) e Gabriela Marques (Loco, Lisboa, 1 Estrela Michelin).

Nesta seleção de 25 vinhos, com preços entre os cinco e os 50 euros, constam tintos, brancos, espumantes e Portos. São vinhos para acompanhar uma refeição, reunir os amigos à conversa em volta de uma tábua de queijos e enchidos, ou para encher um copo e degustar ao fim do dia. Também os há mais festivos e para ocasiões especiais.

Para auxiliar na escolha, as cinco sommelières ainda ajudam a perceber com que pratos casam melhor.

Nádia Desidério, 32 anos

Acumula as funções de sommelier e diretora do Belcanto de José Avillez, restaurante distinguido com duas Estrelas Michelin e que ocupa o 31º lugar na lista The World’s 50 Best Restaurants. Visitar as regiões vitivinícolas, diz, é fundamental para “sentir e viver o que torna cada garrafa única, que são as histórias das pessoas que as produzem”.

Casa da Passarella A Descoberta Dão Branco 2023

Um branco alegre, elegante, com uma enorme frescura, muito bom em termos de preço-qualidade. Versátil no momento de harmonizar, vai muito bem com risottos cremosos, preparações leves de vieiras, camarão e peixes com mais textura. €5,65

Morgado do Quintão Regional Algarve Palhete 2023

Um palhete do Algarve acaba por ser fora do comum e o Morgado do Quintão é um projeto bastante interessante. De cor rosa-salmão-pálido com notas de morango fresco, na boca é salino, fresco e crocante. Casa bem com atum grelhado, arroz de tamboril e lulas à algarvia, devido à sua frescura, acidez equilibrada e perfil frutado. €15,90

Domínio do Açor Vila Romana Dão Tinto 2021

Incorpora na sua identidade a filosofia de elaborar vinhos de terroir do Dão, em busca de elegância, frescura, mineralidade e complexidade, bem como a geografia local, emoldurada pela serra do Açor. Serviria este vinho com um cabrito à padeiro devido à sua estrutura, notas aromáticas, acidez equilibrada e a capacidade de complementar os sabores ricos e complexos do prato. €18

Aliás Bairrada Branco 2020

Nasceu de videiras centenárias da casta Bical da Mealhada, tem um nariz muito mineral com notas de pólvora e terra, argila. Notas florais finas, flores brancas e citrinos. Na boca, é fresco, tenso e longo, com a capacidade de acompanhar peixe assado, mariscos e carnes mais gordas. Um vinho de grande corpo e profundidade. €21,15

Quinta de San Michel Névoa Janas Lisboa 2020

Um 100% Arinto de nariz imponente, com notas de limão, pêssego e frutos secos, além de pólvora, pedra molhada, tosta e fumo do estágio em barrica. Um vinho explosivo com uma acidez marcante, além de muito caráter, volume e um final interminável. A sua acidez ajuda a cortar a riqueza do arroz de polvo, e a sua textura também se pode alinhar com a cremosidade do arroz. €47,25

Eveline Borges, 27 anos

Nascida em Cabo Verde, veio para Portugal com 17 anos. Tirou o curso de Gestão da Restauração e Catering, mas os vinhos falaram mais alto, formando-se nessa área pela Wine & Spirit Education Trust (tem também o diploma nível 1 em saké). Desde 2022, integra a equipa do restaurante japonês Midori (1 Estrela Michelin), no Penha Longa Resort, em Sintra.

Curvos Avesso Vinho Verde Branco 2021

Feito a partir da casta Avesso, encanta pelas suas notas frescas e delicadas de frutas de polpa branca, como pera e pêssego. Leve e equilibrado, é perfeito para acompanhar carnes magras ou simplesmente para desfrutar de um copo. €5,40

Prior Lucas Falala Pérola Brut Nature Bairrada Espumante 2020

Este espumante Brut Nature de método clássico é elaborado com as castas Bical e Syrah. De cor pérola e bolha finíssima, destaca-se pelos aromas a frutos secos e citrinos, enquanto na boca apresenta uma mousse cremosa e um final seco e persistente. Para acompanhar saladas à base de legumes assados ou frutos do mar. €15,50

Porta dos Cavaleiros Reserva Especial Dão Branco 2017

Um vinho branco com uma intervenção minimalista que reflete a tradição e o potencial da região do Dão. A essência das castas clássicas, como Bical, Cercial, Malvasia-Fina e Encruzado, apresenta aromas frescos e complexos, além de um perfil mineral. Um vinho versátil para harmonização, ideal para acompanhar carnes brancas com mais gordura ou marisco. €25

Monólogo Arinto P24 Vinho Verde Branco 2021

Elaborado de forma minimalista para capturar da melhor forma o terroir granítico da Quinta de Santa Teresa, na região do Minho. Um vinho branco vegan, de agricultura biológica e sustentável, apresenta nuances herbáceas, cítricas e fruta tropical. A acidez equilibrada torna-o ideal para pratos mais leves de cozinha asiática. €9

Quinta de Lemos Dona Georgina Dão Tinto 2015

Um tinto de excelência da região do Dão, Silgueiros, feito a partir das castas Touriga-Nacional e Tinta-Roriz. É uma escolha especial para ocasiões únicas ou para enriquecer a adega pessoal. Elegante e complexo, com aromas de frutos do bosque, ameixa e toques de chocolate e tabaco, taninos sedosos e um volume de boca marcante, é perfeito para acompanhar pratos de carne de caça, cabrito assado ou até queijos curados. €42,95

Elisabete Fernandes, 41 anos

Diretora de vinhos do The Yeatman Hotel, em Vila Nova de Gaia, desde 2021. É licenciada em Microbiologia com Pós-Graduação em Enologia.

Quinta do Perdigão Dão Tinto 2017

Blend de castas com predominância da Touriga-Nacional. Vinho de corpo médio, elegante, fresco e muito equilibrado. Versátil para celebrar uma época festiva na companhia de amigos entre petiscos. €10,95

Herdade do Sobroso Cellar Selection Alentejo Rosé 2023

Feito a partir da casta Syrah, equilibrado, fresco, com presença de fruta, mas complexo. Para qualquer ocasião, revelando a fruta e a frescura quando o momento o exige, mas, simultaneamente, complexo quando exposto a argumentos gastronómicos. €15,95

Milagres By Quinta da Pedra Monção e Melgaço Branco 2019

Um 100% Alvarinho com uma complexidade aromática, corpo, equilíbrio, provando mais uma vez o potencial desta região. Um vinho surpreendente e ideal para acompanhar pratos de peixe, idealmente assados ou até um prato de carne mais ligeiro. €19,90

Meruge Tinto Douro Tinto 2020

De corpo médio/ligeiro, fruta vermelha e tanino redondo, um vinho que permite acompanhar pratos de carne ou peixe mais compostos, tradicionais e reconfortantes, cozinhados lentamente e a baixa temperatura. Um tinto elástico e versátil, arrojado e pioneiro a apresentar este perfil na região do Douro. €25,99

Taylor’s 20 Year Old Tawny Port Porto

O estilo clássico, que não pode faltar à mesa. Com notas predominantes de especiarias e frutos secos, este estilo Tawny de vinho do Porto é perfeito para acompanhar a doçaria portuguesa e até conventual, onde os ovos, o açúcar, a amêndoa e a canela são protagonistas. €49,50

Eugénia Queiroz, 43 anos

Apaixonada pelo mundo dos vinhos, é responsável pela arte de bem beber no restaurante Origens, em Évora, que gere com o marido, o chefe de cozinha Gonçalo Queiroz, e que integra as recomendações do Guia Michelin. Entre os últimos prémios recebidos está o de Melhor Sommelier Feminina pela W-Awards 2023.

Bico Amarelo Esporão Vinho Verde Branco 2023

De cor amarelo-limão cristalina, corpo leve, aromas cítricos, com boa acidez, que fica bem por si só num dia quente, combina com salada de marmelo assado com queijo fresco, nozes e molho vinagrete, a sua acidez vai limpar a doçura do marmelo, e o vinagrete complementar os seus aromas cítricos. €3,99

Maçanita Touriga Nacional Douro Rosé 2023

De cor rosa-claro, corpo leve com toques de cereja e morango maduro, fresco e texturado na boca, este vinho é uma boa opção para o final de dia, a comer um robalo assado, puré de batata-doce roxa e romã. O peixe vai combinar com o corpo leve do vinho e o puré vai contrastar com a fruta do mesmo. €8,49

Murganheira Espumante Super Reserva Bruto 2018

Um espumante de eleição, de cor cítrica, bolha fina e persistente, corpo estruturado, toques abaunilhados e final duradouro. Acompanha peixes assados e mariscos. Num arroz de marisco, a sua bolha vai limpar o palato do umami de tomate e pimentos, a sua estrutura vai complementar com o arroz e o marisco. €12,70

Porto Ferreira Dona Antónia 10 anos Porto

Um tawny doce, cor de tijolo, com aromas intensos a figo, especiarias e frutos secos, suave e crocante na boca, acidez firme e final longo. Combina tanto com queijos moles como sobremesas tradicionais, como uma sericá. As especiarias do vinho entram em harmonia com a canela e a sua acidez com a textura aveludada da sericá. €18,90

Herdade da Cardeira Reserva Alentejo Tinto 2018

Um vinho de cor ruby, aromas a frutos pretos em compota, toques mentolados, pimenta-preta e alcaçuz, na boca tem corpo marcante, boa acidez, taninos integrados e um final longo e macio. Aconselho uma carne de caça ou vermelha marinada em vinho tinto com migas de poejo. O seu corpo e taninos aguentam bem as carnes marinadas, o seu toque mentolado combina com os poejos, enquanto a sua acidez limpa o pão das migas. €31,49

Gabriela Marques, 43 anos

Trabalhou em hotéis de luxo e alta gastronomia, já ganhou o prémio de Melhor Sommelier da Academia Internacional de Gastronomia e esteve no Marlene, restaurante de fine dining de Marlene Vieira. Desde setembro no restaurante Loco, de Alexandre Silva, com uma Estrela Michelin, cria o pairing perfeito com os pratos do chefe, assumindo também a função de chefe de sala.

Termos Branco Beira Interior Branco 2022

Cor citrina com laivos esverdeados, focado na fruta, com boa acidez e mineralidade, feito de castas tradicionais da região da Beira Interior,tais como Fonte Cal, Síria, Arinto, Verdelho e Riesling. Um bom vinho para aperitivo, sem estágio em madeira. Servir a 10°C. €4,50

Bojador Vinho Tinto Alentejo Tinto 2022

Das castas Aragonês, Touriga-Nacional e Trincadeira, proveniente da Vidigueira, apresenta frescura e estrutura média, com notas de fruta vermelha. Um tinto macio e redondo, bom para juntar os amigos à conversa com uma tábua de queijos e charcutaria e com uma relação qualidade-preço impecável. Servir a 15 ºC, em copo Schott Zwiesel Bordeaux. €7,90

Casa Amarela Rosé Douro Rosé 2022

Tinta Roriz e Touriga-Nacional num rosé fresco, leve e pouco extraído, de cor suave e aberta, e com uma mineralidade atípica e muito interessante. Notas florais, frutas vermelhas e toranja. Um vinho do Baixo Corgo que acompanha bem ceviches de peixes brancos ou entradas de salmão fumado com aneto e limão. Servir a 8-10 ºC, de forma a manter a sua acidez refrescante. €10,55

Terrunho D’Alma Reserva Bruto Alvarinho Monção e Melgaço Espumante 2019

Um espumante muito sui generis da região dos Vinhos Verdes, de cordão fino e acidez eletrizante, com um final refrescante e salino. Pede sabores de mar, limão, bivalves e crustáceos ou, até mesmo, para o final da refeição. Servir a 10-12 ºC de forma a melhor desfrutar do seu potencial aromático e o seu lado mais vinoso. €19,75

Villa Oliveira Vinha Centenária Pai de Aviz Dão Tinto 2017

Feito por Paulo Nunes, o artesão dos vinhos de detalhe, reúne o que há de melhor na região do Dão. Notas minerais e terrosas muito presentes, toque fresco e vegetal, fruta bem definida, estrutura e elegância plena e acidez típica dos vinhos de montanha. A acompanhar, cabrito no forno, com rosmaninho e batata a murro com azeite e alho. €47,25

Palavras-chave:

Invadem o nosso espaço, ignoram os nossos limites, matam o bom senso. Sem constrangimento, sem pudor. Agem como se o mundo fosse palco para as suas vontades, e as suas exigências.

Gritam alto, gritam tolices, confundindo liberdade de falar com o exibicionismo.

O insulto e a mentira é a norma. A falta de respeito é a nova etiqueta. Insistem, persistem, assediam.

Causam incómodo, constrangimento. Acham-se impunes. Sem vergonha.

Até um dia. Um dia destes. Há limites a impor, e respeito a exigir. Que falta de noção. Que prepotência. Que abuso. Que cinismo.

De quem se fala aqui? De tantos e de tantas, mas de Trump certamente.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Em junho, a Organização Meteorológica Mundial estimava que havia 80% de probabilidade de um ano do período entre 2024 e 2028 ultrapassar o limite de 1,5°C do Acordo de Paris, assinado em 2015. Seis meses depois, descobrimos que esse valor será ultrapassado já em 2024.

De acordo com o C3S – Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, da União Europeia, com os dados do mês passado já disponíveis (novembro ficou 1,62 C acima da média do período pré-industrial), é certo que este ano ficará acima de 1,5°C. Os cientistas do C3S apontam para uma temperatura média global da atmosfera à superfície de 1,6°C, o que vaporiza o recorde estabelecido em 2023, de 1,48°C.

Podemos agora confirmar com quase toda a certeza que 2024 será o ano mais quente de que há registo

Samantha Burgess, subdiretora do C3S

“Com os dados do Copernicus relativos ao penúltimo mês do ano, podemos agora confirmar com quase toda a certeza que 2024 será o ano mais quente de que há registo e o primeiro ano civil acima de 1,5°C”, diz Samantha Burgess, subdiretora do C3S, em comunicado. “Isto não significa que o Acordo de Paris tenha sido violado, mas significa que uma ação climática ambiciosa é mais urgente do que nunca.” Só se considera que o limite ideal de Paris é ultrapassado quando a média de uma série de vários anos ficar acima de 1,5°C.

Apesar disso, há uma óbvia carga simbólica no facto de um ano de calendário ultrapassar aquele valor (já antes tinha havido um período de 12 meses acima de 1,5°C, entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024). Mais do que nunca, a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris parece inalcançável. E quanto mais alta a temperatura média, maiores serão os impactos climáticos.

Foto: Luís Ribeiro
Das secas e ondas de calor no Alentejo ao derretimento dos glaciares na Gronelândia, o impacto do aquecimento global é… global. Foto: Luís Ribeiro

Para que ainda houvesse alguma hipótese de manter o aumento da temperatura em valores condizentes com o que ficou definido na Cimeira do Clima de 2015, as emissões de gases com efeito de estufa teriam de ser reduzidas em 43% até ao fim desta década. Ao invés, continuamos num percurso ascendente: em 2024, as emissões subiram 0,8%, face ao ano anterior. Desde que o Acordo de Paris foi assinado, as emissões aumentaram 8%.

Consequências dramáticas

O que foi acordado na Cimeira do Clima que decorreu em novembro no Azerbaijão pouco impacto terá para travar o aquecimento global (o foco foi no financiamento climático dos países mais pobres). Há, no entanto, algumas notícias encorajadoras. Um relatório do Global Carbon Budget, publicado no mês passado, mostra que 20 países conseguiram fazer crescer as suas economias ao mesmo tempo que diminuíam as emissões de gases com efeito de estufa, entre 2014 e 2023 – a dissociação entre crescimento económico e as emissões são o “santo graal” do combate às alterações climáticas. Um deles é Portugal. Mas estes países representam apenas 23% das emissões globais.

As consequências de uma temperatura média mais elevada são dramáticas. Uma análise do Carbon Brief a 600 estudos conclui que três em cada quatro fenómenos climáticos extremos nos últimos 20 tornaram-se mais prováveis ​​ou graves devido às alterações climáticas. Em vários casos, os investigadores determinaram que a ocorrência desses fenómenos (ondas de calor, secas severas e grandes tempestades) teria sido “virtualmente impossível” sem o efeito das emissões antropogénicas de gases com efeito de estufa.

Isto com uma temperatura da atmosfera 1,3°C mais elevada do que na segunda metade do século XIX. Segundo o Climate Action Tracker, um projeto científico que analisa o progresso climático, com as políticas atuais (as contribuições nacionalmente determinadas, ou seja, as medidas implementadas pelos países), o planeta encaminha-se para um aumento de temperatura de mais do dobro – 2,7°C. Um aumento deste calibre acarretaria consequências catastróficas. Em Portugal, os impactos mais preocupantes são as ondas de calor, secas mais frequentes no Sul, risco acrescido de incêndio e tempestades mais intensas, além da subida do nível médio do mar. lribeiro@visao.pt

Um 2024… agitado

Alguns dos destaques climáticos do ano que passou

+1,6ºC

Pela primeira vez num ano completo, a temperatura média global da atmosfera será mais alta do que o limite máximo ideal do Acordo de Paris. Esse valor, de 1,5ºC, já havia sido atingido numa série de 12 meses, mas nunca num ano de calendário.

+1,62ºC

A diferença da temperatura média de novembro face à média do período pré-industrial. Dos últimos 17 meses, 16 bateram o recorde de temperatura.

€308 mil milhões

É o valor estimado das perdas económicas associadas a desastres meteorológicos, um aumento de 6% face a 2023 (o segundo ano mais quente) e de 25% relativamente à média dos últimos dez anos.

Top 10

Todos os anos dos últimos dez são mais quentes do que qualquer outro desde que há registos. 2005, o primeiro do século XXI a bater o recorde de temperatura média global, ultrapassando 1998, é agora apenas o 13.º ano mais quente.

Os equipamentos da Dyson topam-se a léguas – pela exuberância das cores usadas e pelo estilo quase industrial dos equipamentos. Depois de uma primeira tentativa inusitada no mundo do áudio, com os Dyson Zone (aqueles que pareciam uma máscara com purificador de ar), a marca tem uma nova aposta neste segmento – mais discreta (dentro do que é possível na Dyson), mas com muito melhores resultados. O que valem afinal os auscultadores sem fios Dyson OnTrac?

O aspeto é o primeiro elemento em evidência. Para a Dyson, ser discreto não parece ser uma opção. Os novos auscultadores têm uns cascos de grande dimensão, semelhantes a discos, e que podem ter diferentes acabamentos (o modelo que testámos era CNC cobreado). Isto combinado com um aro pronunciado com três apoios para a cabeça e um sistema de dobradiça bem visível. Portanto, se procura uns auscultadores também pelo estilo, esta deve ser claramente uma opção a considerar.

Mas como é habitual na Dyson, há muita engenharia à mistura. Por um lado, a escolha dos materiais garante uns auscultadores de elevada robustez e qualidade ao toque. Por outro, é possível remover as placas no exterior dos cascos para uma maior personalização, assim como substituir as almofadas (os preços das peças de substituição para Portugal não estão ainda disponíveis).

Dyson OnTrac

Se a falta de discrição do design não for um entrave, saiba que a qualidade de som dos Dyson OnTrac é muito boa – o que surpreende para uma empresa mais conhecida pelos aspiradores, equipamentos para o cabelo e máquinas de limpeza. Para começar, tem uma das melhores reproduções de graves que já ouvimos nuns auscultadores sem fios: são suaves, têm um efeito subtil de propagação, mas conseguem chegar muito bem às frequências mais baixas do espectro sonoro. Conte ainda com uma boa reprodução de detalhes musicais e um bom equilíbrio no geral entre os diferentes sons reproduzidos. Apesar de ter também uma reprodução de agudos definida, gostávamos que estes sons tivessem mais presença nas músicas, com os headphones a privilegiarem uma reprodução mais contida e não tão expansiva de sons.

Dyson OnTrac: Almofadas macias e isolantes

A primeira vez que experimentámos os Dyson OnTrac foi no decorrer de uma apresentação à imprensa, com vários convidados, música, barulhos de fundo… E assim que colocamos os OnTrac, tudo desapareceu. Depois, ao longo de várias semanas, pudemos testar a eficácia deste modelo em abstrair o utilizador dos sons que o rodeiam. Grande parte da eficácia deve-se ao cancelamento passivo, isto é, à supressão de som provocada pelo próprio formato dos auriculares. Por um lado, as almofadas tapam toda a orelha, deixando-a ‘isolada’ para a projeção sonora, o que significa que basta colocá-los para sentirmos logo um efeito de oclusão. Depois, existe um efeito de boa fixação dos auscultadores, que tapa qualquer zona pela qual pudesse passar ruído. Por fim, existem oito microfones a trabalhar continuamente para o efeito de cancelamento de ruído ativo. Os dois combinados ajudam-nos a abstrair de praticamente tudo o que está a acontecer à nossa volta, pelo que se este é um elemento que valoriza bastante, os Dyson OnTrac não desiludem.

Dyson OnTrac

O conforto é outra característica em destaque pela positiva. Quando usamos os Dyson sentados em frente ao computador, por exemplo, conseguimos usá-los durante longos períodos de tempo, sem efeitos de pressão no topo da cabeça e com destaque para as almofadas super macias dos auscultadores. Há, sim, um efeito ligeiro de aquecimento das orelhas, que pode ser crucial para algumas pessoas. No entanto, é justo dizer que estes não são uns auscultadores leves. E sentimos isso, bastante, sempre que tentamos fazer algo com os Dyson enquanto andamos pela casa ou no escritório. Aí, o peso muito acima do habitual (são quase 500 gramas…) tem logo tendência para fazê-los tombar, o que obriga o utilizador a ter que fazer força no pescoço e cabeça para contrabalançar o peso.

Uma área que não convenceu foi a dos painéis sensíveis ao toque, com os quais tivemos muita dificuldade em acertar a utilização. E também o botão físico para o controlo do volume (uma espécie de joystick) precisa de ser repensado numa futura versão – funciona, mas dá-nos pouca sensibilidade na forma como ajustamos o nível de som.

A autonomia destes auscultadores é soberba. Depois de os carregarmos uma vez por completo, durou-nos várias semanas (a usar entre uma a duas horas por dia), pelo que nunca tivemos que nos preocupar com a autonomia. Suspeitamos que as mais de 50 horas de utilização que garantem estão, de alguma forma, relacionadas com a eficácia do cancelamento de ruído passivo (o que exige menos ANC, o que ajuda a poupar no processamento e autonomia).

Já a aplicação é simples e prática, dando acesso a diferentes níveis de supressão de ruído, a perfis de equalização de som pré-definidos e um manual, e também a um sistema que analisa o som à nossa volta, ‘alertando-nos’ para quando atinge níveis demasiado elevados (esta análise também é feita para o próprio volume emitido pelos auscultadores). Sobre a app, dizer ainda que está apinhada de recomendações de outros produtos da Dyson, o que torna a experiência… invasiva. Por fim, não podemos deixar de ‘desancar’ a Dyson por colocar no mercado uns auscultadores deste nível de preço, mas sem suporte para codecs de áudio de alta resolução ou suporte para áudio espacial.

Tome Nota
Dyson OnTrac | €499
dyson.pt

Qualidade de som Muito bom
Cancelamento de ruído Excelente
Qualidade em chamadas Muito bom
Autonomia Excelente

Características Frequências: 6 Hz – 21.000 Hz • Driver 40 mm de neodímio • 9 microfones • Cancelamento Ativo de Ruído (ANC) • Autonomia anunciada: 55 h reprodução (ANC) • Bluetooth 5.0, USB-C • 261×201 mm • 451 g

Desempenho: 4,5
Características: 4
Qualidade/preço: 2,5

Global: 3,7

O Meteored Portugal, que nos acompanhou ao longo deste ano com as suas previsões meteorológicas, escolheu os três acontecimentos mais extremos ocorridos em território nacional em 2024.

Através de comunicado, o geógrafo Alfredo Graça, redator-chefe da plataforma, anunciou que os grandes acontecimentos do ano nesta matéria foram o tornado em Lisboa, o furacão Kirk que já chegou a Portugal como ciclone extratropical e os incêndios registados na última semana de verão.

Considerado “um fenómeno meteorológico bastante raro em Portugal”, o tornado surgiu perante “os condutores que circulavam pela Ponte Vasco da Gama, em Lisboa”, ao início da tarde do dia 28 de março, quando o País se encontrava afetado pela Depressão Nelson, tendo chegado “a provocar alguns estragos em infraestruturas na Margem Sul” do Tejo.

Nos dias 8 e 9 de outubro, “um poderoso temporal de chuva, trovoada, vento forte e agitação marítima” foi resultado da passagem do ciclone extratropical Kirk, um furacão formado junto a Cabo Verde que passou pelas Caraíbas e chegou a Portugal já a perder força mas ainda com maior intensidade do que é habitual.

Sem vítimas a lamentar, a tempestade provocou mais de 2500 ocorrências em Portugal, sobretudo no Norte, como “quedas de árvores, derrocadas, inundações, cortes de estradas e destruição de várias culturas agrícolas”, além de “mais de 300 mil pessoas” terem ficado “temporariamente sem eletricidade”.

No último lugar do pódio do Meteored Portugal surgem dos incêndios entre os dias 15 e 21 e setembro, que custaram a vida a nove pessoas, com os distritos de Porto, Aveiro, Vila Real e Viseu a serem “os mais afetados”. “O Norte e o Centro de Portugal continental estiveram expostos ao tempo quente e extremamente seco, possivelmente combinado com mão criminosa, o que se traduziu em mais de uma centena de incêndios”, resume a plataforma.

Palavras-chave:

Imagens captadas pela sonda Mars Express da Agência Espacial Europeia (ESA) mostram a região de Australe Scopuli, em Marte, coberta em gelo de dióxido de carbono e poeiras, no polo sul do planeta.

O inverno marciano regista temperaturas que podem ir até aos 123 graus centígrados negativos, o que não permite a formação de muito mais do que alguns centímetros de neve. No entanto, ali alguma neve é composta por água e outra por dióxido de carbono, ou gelo seco. A neve de gelo de água transforma-se em gás antes de chegar à superfície devido à fina atmosfera de Marte e a neve de dióxido de carbono é a única que chega e assenta à superfície.

A ESA revela que as imagens foram captadas em junho de 2022, altura em que era quase verão em Marte e vê-se o efeito causado pelos quentes raios de Sol, que fazem com que as camadas de gelo estejam em retração. A parte superior do gelo, ao derreter, faz com que na camada inferior se registe sublimação, ou seja, passagem do estado sólido para gasoso, criando bolsas de gás enclausurado. Ao aumentar a pressão até às camadas superiores, registam-se erupções de gases pela superfície, com poeiras escuras trazidas de baixo. As poeiras também acabam por assentar, formando padrões ao sabor das correntes de vento.

As imagens foram captadas pela High Resolution Stereo Camera da AMrs Express e oferecem uma vista próxima de padrão em forma de ventoinha causado pelos ventos e criando fronteiras entre as diferentes camadas de depósito.

A sonda Mars Express foi lançada em 2003 e tem estado a providenciar imagens inéditas que evidenciam a composição química da atmosfera de Marte, além de efeitos visuais espetaculares.

Todos os movimentos de luta pelos direitos humanos precisam dos seus símbolos, dos seus momentos de coragem radical e das suas heroínas. O movimento pelos direitos civis das pessoas negras, nos EUA, teve Rosa Parks e a sua radical recusa em levantar-se do seu lugar na frente do autocarro e ir ocupar um lugar nas traseiras. O feminismo, e a sua luta pelo fim da cultura de violação, têm Gisèle Pélicot e o momento radical em que esta recusou que o julgamento dos crimes de que foi vítima fosse realizado à porta fechada, declarando que “La honte doit changer de camp!” (“A vergonha tem de mudar de lado!”).

Ao fazê-lo, Gisèle Pélicot tornou-nos testemunhas de tudo o que se passou naquela sala de audiências de Avinhão. E levantou o milenar manto de vergonha com que o patriarcado cobre as mulheres vítimas de violência sexual. Gisèle Pélicot quis que ouvíssemos e testemunhássemos todas as aleivosias que lhe fizeram e lhe disseram. E foram tantas.

É já consabido que, durante quase uma década, o seu (agora ex-)marido, Dominique Pélicot, a drogou e recrutou online dezenas de homens comuns que, numa pacata vila francesa, Mazan, a violaram enquanto dormia sob influência de sedativos, na sua própria casa, filmando e fotografando os ataques. Os violadores eram jornalistas, bombeiros, enfermeiros, DJs, trabalhadores da construção civil, brancos, negros, jovens, idosos, gordos, magros, solteiros, pais de família. A imprensa francesa chamou-lhes Monsieur Tout le Monde (Sr. Toda a Gente). E é isso mesmo que eles eram: o patriarcado, o sistema de poder que permite aos homens, desde que o mundo é mundo, oprimirem e objetificarem as mulheres pelo simples facto de eles serem homens e nós mulheres.

Durante 9 longos anos, não houve um único homem que, tendo visto o hediondo anúncio online, tenha feito uma denúncia, mesmo anónima, do absoluto horror que ali se passava. Uma simples denúncia anónima teria permitido poupar a Gisèle Pélicot anos de grande sofrimento físico e confusão mental, bem como as inúmeras doenças sexualmente transmissíveis que contraiu, pois que nem sequer a clemência de usar proteção os violadores tiveram para com aquela mulher indefesa.

Só que Gisèle Pélicot recusou a condição de vítima indefesa e reclamou agência sobre o que lhe aconteceu. Ao fazê-lo, pode bem ter-nos salvado a todas, porque mudou o discurso sobre crimes sexuais. É que Gisèle Pélicot é também a sobrevivente perfeita de um crime sexual: trata-se de uma senhora idosa que, adormecida e na suposta segurança do seu lar, foi violada repetidamente por dezenas de homens comuns, com a conivência e o encorajamento do homem que, segundo o contrato social que firmamos com o patriarcado ao casar-nos, a deveria proteger – o seu marido. Não lhe podem dizer que a saia que usava era demasiado curta, que bebeu demais, que estava num local perigoso a uma hora pouco recomendável, que foi imprudente, que estava a pedi-las. Não. Gisèle Pélicot é a própria negação de todo este caldo cultural tóxico. A vítima perfeita. E a cliente com que sonham todas as advogadas de direitos humanos: sempre calma, ponderada, digna, de queixo levantado mas sem ser demasiado virulenta nas suas declarações à imprensa. Inatacável.

Mas oh, se tentaram atacá-la! Gisèle Pélicot fez de nós testemunhas das perguntas que alguns membros do coletivo de juízes entenderam colocar-lhe sobre os seus hábitos sexuais, a sua vida sentimental, até sobre o método contracetivo que esta mulher sénior utilizava (!). Fez de nós testemunhas das alegacões orais em que os advogados dos seus violadores vociferaram contra a histeria das feministas e da imprensa, tecendo vis considerações sobre o perfil psicológico de Gisèle Pélicot como suposta cúmplice de um narcisista. Culpada do seu próprio infortúnio, no fundo.

O que, em 19 de dezembro de 2024, o Tribunal de Avinhão nos veio dizer com o seu veredito foi que, apesar de tudo, isso já não passa, e que o tempo da impunidade e da culpabilização da vítima acabou. Dominique Pélicot foi condenado a 20 anos de prisão por violação agravada, a pena máxima prevista na lei francesa para este crime. Os restantes 50 violadores de Gisèle Pélicot foram condenados a penas entre os 3 e os 15 anos. Não houve absolvições. É verdade que o Tribunal não condenou os 50 outros violadores nas penas pedidas pelo Ministério Público, mas quase nunca há vitórias totais em tribunal. A de Gisèle Pélicot andou muito perto disso. Justiça!

Aqui deixo os nomes dos 51 violadores de Gisèle Pélicot. Porque, hoje, a vergonha mudou mesmo de lado! Parabéns e obrigada, Gisèle Pélicot! Mil vezes, obrigada!

Dominique Pélicot

Jean-Pierre Marechal

Joseph Cocco

Didier Sambuchi

Patrick Aron

Jacques Cubeau

Hugues Malago

Andy Rodriguez

Jean-Marc Leloup

Saifeddine Ghabi

Simone Mekenesse

Philippe Leleu

Paul Grovogui

Ludovick Blemeur

Mathieu Dartus

Quentin Hennebert

Patrice Nicolle

Husamettin Dogan

Cyrille Delville

Nizar Hamilda

Redouane El Fahiri

Boris Moulin

Cyril Baubis

Thierry Postat

Omar Douiri

Jean Tirano

Mahdi Daoudi

Ahmed Tbarik

Redouane Azougagh

Lionel Rodriguez

Florian Rocca

Grégory Serviol

Abdelali Dallal

Adrien Longeron

Cyprien Culieras

Karim Sebaoui

Jean-Luc La

Christian Lescole

Thierry Parisis

Nicolas Francois

Cendric Venzin

Joan Kawai

Vincent Coullet

Fabien Sotton

Hassan Oamou

Charly Arbo

Cédric Grassot

Jérôme Vilela

Dominique Davis

Mohamed Rafaa

Romain Vandevelde

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

O ano de 2025 deverá começar com uma subida generalizada dos preços. Apesar das descidas das taxas de inflação, diversos bens e serviços vão passar a custar mais aos portugueses, incluindo as telecomunicações, portagens, rendas e até o pão.

As rendas, por exemplo, podem vir a custar mais 2,16% aos portugueses no próximo ano, de acordo com o aviso do coeficiente de atualização de rendas, publicado esta quinta-feira, 26, pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Um aumento que equivale a uma subida de 2,16 euros por cada 100 euros de renda, ou seja, uma renda que custe 750 euros poderá vir a aumentar cerca de 16,20 euros em 2025.

Esta subida poderá vir ser mais acentuada para alguns inquilinos, uma vez que os senhorios que não atualizaram a renda nos últimos dois anos têm agora a possibilidade de somar os coeficientes de 2023 e de 2024 aos 2,16% de 2025, num total de 11,1% de aumento. Contudo, esta atualização não é obrigatória e os senhorios podem optar por não aumentar os preços das rendas.

Também a fatura das telecomunicações pode vir a aumentar para algumas pessoas, uma vez que os preços das comunicações da Altice Portugal – detentora da Meo – vão sofrer uma atualização em 2025, conforme o contratualmente previsto. Os seus serviços Uzo (digital) e Moche (para jovens), no entanto, vão manter os valores atualmente praticados. Já a NOS, tal como anunciado em novembro desde ano, não vai aumentar os preços dos seus serviços e tarifários. A Vodafone ainda não consegue antecipar informação sobre o tema.

Alguns produtos alimentares, como o leite e o pão, também vão ficar mais caros. O leite e outros produtos lácteos deverão manter a trajetória de preços crescente verificada nos últimos meses de 2024, provocada pela subida dos custos de produção (como gasóleo e eletricidade), e continuar a aumentar. O preço do pão também deve subir no próximo ano, influenciado pelos custos de produção e pelo salário mínimo nacional.

Já o preço das portagens deverá aumentar 2,21%, tendo por base o valor da inflação homóloga sem habitação de outubro, determinado pelo INE, ao que acresce 0,1% de compensação às concessionárias. Prevista no decreto-lei n.º 294/97, a fórmula que estabelece o aumento do preço das portagens de ano para ano tem como referência a taxa de inflação homóloga sem habitação verificada no último mês para o qual haja dados disponíveis antes de 15 de novembro (data-limite para os concessionários comunicarem ao Executivo as suas propostas de preços para o ano seguinte). Segundo os dados divulgados pelo INE esta quinta-feira, o referencial de inflação situou-se em 2,11%. A este valor acresce 0,1%, na sequência de um acordo celebrado com as concessionárias das autoestradas para as compensar pelo travão imposto a uma subida na ordem dos 10% em 2023.

Também o preço dos transportes públicos deverá aumentar cerca de 2,02% em 2025, segundo a taxa de atualização tarifária com base nos dados do INE sobre a inflação. Os passes Navegante e bilhetes ocasionais referentes à Carris Metropolitana vão, no entanto, manter os preços atuais.

Eletricidade é exceção

A eletricidade será a exceção à subida de preços de bens e serviços, estando prevista a diminuição das tarifas no mercado regulado e liberalizado no próximo ano. Devido à alteração legislativa, aprovada no parlamento, que aumenta o valor do consumo de energia sujeito à taxa reduzida de IVA (6%), os mercados regulados de eletricidade vão registar reduções entre 0,82 e 0,88 euros.

Já no mercado liberalizado, foram anunciadas pela EDP Comercial e Galp reduções de 6% na componente de eletricidade na fatura, motivadas pela melhoria das condições de mercado. De acordo com a EDP, as faturas dos seus consumidores deverão baixar, em média, 7%, a partir de 1 de janeiro de 2025.