A obesidade é uma doença crónica e progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, estando associada a várias comorbilidades graves, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares ou cancro. A cirurgia metabólica (ou bariátrica) é o tratamento mais eficaz no controlo desta doença, não apenas pela perda de peso significativa, mas pelo controlo das doenças metabólicas e recuperação da qualidade de vida perdida. A cirurgia metabólica em ambulatório é uma nova abordagem que tem ganho destaque, redefinindo a forma como os cuidados de saúde podem ser prestados.

Esta realidade permite que alguns doentes sejam submetidos a cirurgia e tenham alta no próprio dia, sem necessidade de internamento hospitalar. Esta inovação representa uma melhoria significativa em termos de eficiência e acessibilidade ao tratamento, com benefícios claros para os doentes e para os sistemas de saúde.

Graças aos avanços nas técnicas cirúrgicas laparoscópicas e a tecnologia mais eficiente, os procedimentos tornaram-se menos invasivos, mais rápidos e mais seguros. Isto permite uma recuperação mais célere, com menos complicações e um tempo de recuperação mais reduzido. A possibilidade de voltar para casa no próprio dia, ou em menos de 24 horas, também diminui o risco de infeções hospitalares, o que é um fator importante para a segurança do doente e para combater uma das mais importantes complicações associadas aos cuidados de saúde.

Adicionalmente, o regime de ambulatório promove um maior conforto físico e psicológico, permitindo que os doentes possam recuperar no seu lar, envolvidos pelo seu ambiente familiar, o que diminui os níveis de ansiedade e permite uma recuperação mais tranquila. O acompanhamento pós-operatório continua a ser assegurado por uma equipa multidisciplinar, que envolve cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, garantindo o apoio necessário durante a adaptação à cirurgia.

Nos últimos anos, tem-se imposto uma nova visão sobre a organização dos cuidados de saúde, em que se prioriza a criação de valor, ao invés da “produtividade cega”. Neste paradigma, o mais importante é melhorar os resultados que importam ao doente (aumentar a sua qualidade de vida) e evitar procedimentos que não acrescentem real benefício ao paciente. Este contexto de “value-based healthcare” permite colocar o doente no centro da organização, ao invés da organização, e obrigá-lo a “circular pelo sistema”. Nesta conjuntura, a cirurgia metabólica em ambulatório surge como uma solução altamente eficiente em doentes elegíveis, o que aumenta a capacidade de resposta, facilita a criação de valor com a cirurgia e reduz cuidados supérfluos e geradores de desperdício, como o internamento hospitalar. Não só permite fazer mais, com menos recursos, como também liberta recursos (internamento hospitalar) para outras situações onde possam ser mais necessários.

Num cenário como o do nosso país, de extrema pressão sobre o sistema de saúde, por desequilíbrio entre a enorme procura e a escassa oferta de cirurgia metabólica, a ambulatorização de alguns cuidados pode permitir a redução dos custos (fundamental para garantir a sustentabilidade do sistema de saúde), sem comprometer a qualidade dos cuidados prestados.

No contexto atual, em que a obesidade representa um fardo crescente para os sistemas de saúde, esta abordagem representa um importante passo na busca por soluções centradas no paciente e mais sustentáveis.

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Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

O novo Peugeot 5008 já está disponível em Portugal e, pela primeira vez, com uma opção 100% elétrica: o E-5008. Com um preço de lançamento a partir de €48.150, este passa a ser o 100% elétrico de sete lugares mais acessível do mercado. E por uma diferença considerável para opções com sete lugares, como o Mercedes EQB, o VW ID. Buzz, o KIA EV9 e o Tesla Model Y.

A motorização elétrica é, sem dúvida, a principal mudança relativamente à versão anterior, mas há várias outras evoluções importantes. Até porque o novo 5008 assenta numa também nova plataforma, a mesma já usada no novo 3008, mas numa versão mais alongada. Uma das consequências é o aumento do espaço a bordo. A outra é a adição de muito mais tecnologia.

A grande distância entre eixos ajuda a manter boas proporções, apesar da dimensão considerável

A frente é semelhante ao E-3008, o que é uma boa característica. Tem aquela grelha larga embutida na carroçaria e as luzes diurnas de três garras. Também gostámos do perfil e da traseira. Ao contrário do que tantas vezes acontece, o 5008 não parece um 3008 com uma traseira ‘esticada’. Até porque a distância entre eixos cresceu, o que resulta em proporções bem conseguidas.

Interior sofisticado

O ecrã ultrawide, ligeiramente curvo, é o elemento que mais contribui para o ambiente futurista do interior. Também temos o já habitual segundo ecrã tátil do i-Cockpit, com botões generosos e personalizáveis para os atalhos mais usados. Muito prático, sem dúvida. E, felizmente, também há botões físicos para controlo direto da climatização. Mas gostaríamos que o ecrã principal fosse mais rápido a responder ao toque.

O painel de botões de atalhos facilmente personalizável é uma das mais-valias do i-Cockpit da Peugeot

No geral, os materiais são de boa qualidade, com um toque premium. Claro que há plásticos mais baratos aqui e ali, mas nada de chocante. E não falta espaço de arrumação! Os compartimentos das portas são forrados a feltro (adeus, ruídos!), o apoio de braço esconde um compartimento generoso e ainda temos carregador sem fios de série, além de portas USB C à frente e para a segunda fila.

Na segunda fila, deslizante e reclinável, há espaço para esticar as pernas, mas para três adultos fica um pouco justo, principalmente em espaço para a cabeça. Já a terceira fila… bom, o acesso é fácil, mas o espaço para as pernas é limitado. Ideal para os mais pequenos da família. E já agora, Peugeot, onde está o ISOFIX na terceira fila?

Espaço, muito espaço. Mas nem tanto em altura. Passageiros mais altos podem sentir a cabeça a roçar no tejadilho

Quanto à mala, é uma agradável surpresa! Com os sete lugares em uso, temos 348 litros, equivalente a um Volkswagen Golf. Mas atenção: parte deste espaço está “escondido” debaixo do piso. Rebatendo a terceira fila, ficamos com uns impressionantes 916 litros! Só o Volkswagen ID. Buzz o supera nesta categoria.

Ao volante

Podemos dizer que o E-5008 é um género de grande leão domesticado. Confortável, silencioso e fácil de conduzir, mesmo na cidade. Mas não esperem acelerações de cortar a respiração. As ultrapassagens exigem um pouco mais de planeamento do que em muitos outros elétricos. E por falar em planeamento, nas viagens longas, convém ter em conta a autonomia. A bateria de 73 kWh promete 499 km, mas, considerando esta nossa primeira experiência, é mais realista contar com uns 320 a 400 km. As velocidades de carregamento são razoáveis, mas a concorrência já oferece melhores.

Primeira opinião

O Peugeot E-5008 é um SUV elétrico familiar com muito para oferecer: design moderno, interior espaçoso e confortável, e uma condução agradável. No global, este é um daqueles carros que cria uma experiência de qualidade a bordo. E que até surpreende ao volante considerando a dimensão e peso. Se procura um familiar generoso ou um carro com espaço para levar quase tudo, este E-5008 merece, sem dúvida, entrar na sua lista de “a considerar seriamente”.

Tome Nota
Peugeot E-5008 Allure
desde €48.150
peugeot.pt

Características Potência e binário 157 kW (210 cv) e 345 Nm ○ Acel. 0-100 km/h: 9,7 seg. ○ Vel. máx. 170 km/h ○ Bateria: 73 kWh úteis (77 kWh total) ○ Autonomia WLTP: 502 km  ○ Potência de carregamento: 11 kW em AC e 160 kW em DC (30 min de 20-80%)

Expectativa: 4,2

Palavras-chave:

A Reykjavik Energy estabeleceu uma parceria com a startup britânica Space Solar com vista a receber energia solar proveniente de uma estação colocada no Espaço. A estação de 30 MW deve ficar operacional dentro de quatro anos, em 2030.

A colocação de uma estação com painéis solares em altitude, no Espaço, começou a ser debatida mais a sério na década de 1970, tentando explorar as vantagens de um local alto (a mais de 35 mil quilómetros de altitude) onde poderá receber luz solar sem filtros de ar, nuvens ou poeiras ininterruptamente. Essa teoria explicava que a colocação de vastos conjuntos de painéis solares fotovoltaicos em altura permitiria a captura de energia solar, conversão em eletricidade e depois em micro-ondas que seriam enviadas para a Terra. Aqui, no nosso planeta, seriam captadas por recetores que as converteriam em eletricidade e as injetariam na rede. Segundo a teoria, ter três destes sistemas seria suficiente para suprir todas as necessidades energéticas da Terra.

Quando se tenta colocar em prática o conceito, surgem as dificuldades de engenharia: os coletores em órbita teriam de cobrir vastas quantidades de Espaço, as antenas na Terra teriam de ter o tamanho da ilha de Manhattan. De seguida, o custo de criar e manter uma estrutura destas ainda seria proibitivo, lembra o website New Atlas. Por fim, criar uma tecnologia que possa operar de forma autónoma e com um mínimo de intervenção humana durante 30 anos e a eficiência de todo o processo de conversão e reconversão para o envio de energia a grandes distâncias tornaram o conceito impraticável na altura.

A Space Solar pretende agora enfrentar todas estas dificuldades e começar a explorar o conceito já em 2030, com o fornecimento de energia para a Islândia. Por outro lado, estabeleceu-se já a meta de passar para a escala do gigawatt em 2036 e colocar recetores adicionais na Islândia, Canadá e Japão nessa altura. 

O cheiro de um caixote a arder é uma mistura desagradável de plástico queimado, papel, restos de comida e outros materiais em decomposição. Tudo associado a labaredas de fogo e o calor que emana, é a evidência simbólica de atos de destruição e revolta que colocam em causa a própria sociedade e a democracia em que vivemos.

Quem já entrou fisicamente nalguns dos bairros sociais percebe o conceito de selva urbana, com recantos, túneis e becos que desafiam uma visão urbanística moderna e colocam desafios a autoridade.

Quando alguns cidadãos deliberadamente violam as leis para demonstrar a sua insatisfação, como expressão de raiva e desespero, necessariamente terá de ocorrer uma resposta, visando evitar a escalada da violência.

Face à intervenção da polícia, quando existirem autos de notícia e detenções, os tribunais necessariamente terão de pronunciar, face (em abstrato) à multiplicidade de crimes.

Uma resposta clássica ao nível de condenação do infrator em penas de multa ou prisão (nos casos mais graves) evidencia a necessidade de colocar a seguinte questão: será este sistema tradicional o adequado face aos desafios que estas comunidades representam?

A falta de oportunidades de emprego associada à exclusão social pode levar ao perpetuar da violência e da criminalidade. Por outro lado, a sensação de desesperança e a falta de perspetivas podem levar a problemas de saúde mental como depressão e ansiedade.

A integração de todos os cidadãos e a erradicação da pobreza reclamam uma abordagem multifacetada, abrangendo uma educação de qualidade, proteção social, igualdade de oportunidades e políticas inclusivas.

A justiça restaurativa é uma abordagem alternativa ao sistema de justiça penal tradicional. Com origem nos tribunais americanos e implantação em países europeus como a Chéquia ou o Reino Unido, está focada na reparação dos danos causados pelo crime, envolvendo a participação ativa das partes envolvidas, incluindo a vítima, o infrator e, quando apropriado, a comunidade.

É uma abordagem multidisciplinar – o centro de gravidade está na forma como o caso é discutido e destinada ao fortalecimento das competências sociais do arguido, envolvendo a comunidade em que se insere. E que, nomeadamente em questões de produtos estupefacientes e respetivo tráfico, tem tido sucesso comprovado, ajudando condenados a alterar a estrutura de funcionamento do seu cérebro no sentido da sua existência não ter como único foco o consumo e questões associadas. E assim evitar o aumento das (altas) taxas de reincidência nestes casos.

Quando os problemas são complexos, as respostas não podem ser únicas. Haverá que quebrar a transmissão transgeracional de padrões negativos.

Cada caso é um caso: o comportamento de dois cidadãos até pode ser exatamente a mesma, mas num caso a decisão adequada ser uma privação de liberdade do arguido, noutro caso, uma solução ao nível da justiça restaurativa que represente um ponto de viragem na vida de quem violou a lei, com suporte judicial e social.

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Para ouvir em podcast:

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Uma equipa da Universidade Cornell, nos EUA, desenvolveu um tipo de cristal poroso que poderá substituir as tradicionais baterias de líquido de iões de lítio, assim como baterias de estado sólido. A proposta dos investigadores passa por encontrar um ponto de equilíbrio entre as baterias de estado sólido e as que têm líquido em livre circulação. Um dos problemas a resolver é a criação de dendrites afiadas que se formam entre o ânodo e o cátodo da bateria quando se usam eletrólitos líquidos para transportar os iões.

Segundo a equipa de cientistas, a escolha de cristais porosos ajuda a minimizar a criação das dendrites, ao mesmo tempo que assegura um contexto mais estável e que evita explosões. Os cientistas usam uma espécie de ‘jaula’ molecular e três macrociclos, ambos com poros intrínsecos que permitem a passagem dos iões, avança o website o BGR.

O estudo foi publicado agora no Journal of the American Chemical Society e mostra que é possível haver boa condutibilidade com esta abordagem.

Uma medida de segurança implementada pela OpenAI no ChatGPT resultou no bloqueio de mais de 250 mil pedidos feitos pelos utilizadores para gerar imagens deepfake de Joe Biden, Donald Trump, Kamala Harris, JD Vance e Tim Waltz. No período eleitoral dos EUA, cada vez mais pessoas viraram-se para o DALL-E para tentar obter imagens forjadas com estes políticos, mas a mitigação da OpenAI resultou e bloqueou eficazmente estes pedidos.

A empresa afirma que esteve a preparar-se para o período eleitoral desde o início do ano e desenhou a estratégia para evitar que as ferramentas fossem usadas para espalhar desinformação. A maior parte das questões relacionadas com o voto foi redirecionada para sites oficiais, como o CanIVote.org e, depois das eleições, para fontes de confiança como a Reuters, Associated Press ou outras. No mês antes das eleições, o chatbot gerou mais de um milhão de respostas relacionadas com o ato eleitoral e mais de dois milhões de respostas no dia do voto e no dia seguinte, noticia o Engadget.

Apesar dos esforços da OpenAI, a existência de muitos outros geradores de imagens não tão bem protegidos fez com que fossem criadas várias deepfakes que foram colocadas em circulação, ilustrando os candidatos de forma propositadamente enganadora.

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