As 12 horas sem eletricidade, que resultaram no caos que conhecemos – e que muito ajudarão a rever e atualizar vários planos básicos de funcionamento vital das autoridades e do Estado, assim como o mínimo de cautela que cada pessoa deve ter – não são verdadeiramente a questão central desta embrulhada.

A que título – e isto nada tem a ver com o atual Governo – é que uma área estratégica de soberania nacional está totalmente entregue a outro país, ainda que vizinho e amigo? É apenas por ser mais barato? Isso é argumento ou explicação suficiente para se parar um país, especular sobre motivos e razões, e banalizar cenários apocalípticos?

Portugal tem as suas próprias fontes de energia elétrica, que não só deve continuar a utilizar, como, em nenhuma circunstância, pode colocar o país nas mãos de terceiros. A Espanha nunca faria isso com a França, ou com Portugal, e por aí fora. Comprar energia à rede espanhola faz todo o sentido, mas deve ser apenas o quanto baste para suprir as necessidades. O contrário é que não pode acontecer.

É isto que queremos? O ideal das melhores contas de um Estado é abdicar de prestar diretamente certos serviços, depositando a sua soberania em capital alheia. Poupava-se em tudo, sim, mas à custa de muitos sarilhos. Mas então seríamos um Estado «morto», uma Nação esbatida e áreas estratégicas denconhecidas. Portugal, se assim quiser, poderá sempre vender o país ao senhor Trump!

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Uma família de três pessoas com idades entre os 56 e os 81 anos foi encontrada morta em casa, esta terça-feira, numa localidade de Ourense, na Galiza (norte de Espanha), por alegada intoxicação com monóxido de carbono.

Segundo a autarquia local e a força policial Guarda Civil, está a ser investigada a possibilidade de a intoxicação ter sido provocada pela má combustão de um gerador de energia usado pela família durante o apagão. As mesmas fontes disseram a vários meios de comunicação social espanhóis que o homem mais velho da família usava um respirador e que o gerador foi usado para alimentar este aparelho.

Num bairro de Madrid, morreu na segunda-feira à noite uma mulher de 52 anos num incêndio na casa onde vivia.

Segundo a Polícia Nacional de Espanha, as primeiras investigações indicam que o fogo, declarado por volta das 22h00 locais (21h00 em Lisboa), foi provocado por uma vela, num momento em que a eletricidade estava ainda a ser reposta em algumas zonas de Madrid.

Outras 13 pessoas receberam assistência médica por intoxicação com fumo no mesmo incêndio no bairro de Carabanchel de Madrid e várias foram resgatadas do edifício em chamas pelos bombeiros, disseram as autoridades locais.

Numa localidade de Valência, morreu uma mulher de 46 anos que dependia de uma máquina de oxigénio para respirar, num caso em que parece haver mais dúvidas por parte das autoridades quanto a uma possível ligação com o apagão. Segundo as primeiras informações divulgadas pela polícia valenciana, a mulher morreu depois de, alegadamente, a máquina de que dependia ter ficado sem energia. No entanto, fontes dos serviços de saúde locais revelaram que se tratava de uma pessoa com várias patologias e que só precisava de usar a máquina de oxigénio durante algumas horas do dia. Segundo as mesmas fontes, os serviços médicos consideraram, no primeiro diagnóstico, que a mulher morreu por “causas naturais”.

A mulher foi encontrada morta hoje em casa pelos serviços de emergência, disse a Polícia Nacional à agência noticiosa espanhola EFE.

A Amazon anunciou esta terça-feira que não exibirá o impacto das tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos sobre os preços dos produtos vendidos no país, depois de a notícia nesse sentido ter exaltado os ânimos na Casa Branca.

Em resposta enviada à agência France Press, a multinacional de comércio eletrónico do magnata Jeff Bezos explicou que a a equipa responsável pelos produtos de baixo custo, Amazon Haul, tinha “considerado a ideia de publicar os custos de importação de certos produtos”, mas que a proposta “nunca foi aprovada” e que “não seria implementada”.

Estas declarações surgem após a Casa Branca ter atacado a Amazon, considerando estar perante “um ato hostil e político” da empresa, nas palavras da porta-voz da presidência, Karoline Leavitt, numa conferência de imprensa com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Leavitt questionou a Amazon por não ter tomado a mesma decisão quando a anterior administração de Joe Biden “levou a inflação ao nível mais alto em 40 anos”.

A porta-voz disse ainda que a medida da Amazon “não surpreende” porque Bezos tem laços comerciais com o Governo chinês.

Os Estados Unidos impuseram direitos aduaneiros de 10% a todos os produtos que entram no país. Antes disso, Donald Trump já tinha aplicado taxas de 25% sobre o aço, o alumínio e os automóveis.

Posteriormente, o Presidente norte-americano concedeu uma trégua de 90 dias na guerra comercial à escala mundial, para permitir que os países afetados negociassem com os Estados Unidos, com exceção da China, que viu as tarifas sobre os produtos aumentarem para 145 por cento.

Durante a campanha eleitoral, Bezos impediu o The Washington Post, jornal de que é proprietário, de apoiar abertamente a candidata presidencial democrata Kamala Harris, quebrando uma tradição de décadas no jornal.

Bezos teve um lugar privilegiado na tomada de posse de Donald Trump, em janeiro passado, ao lado de outros grandes empresários da tecnologia, como Elon Musk e Mark Zuckerberg.

“Vou ligar o churrasco, porque tenho o privilégio de ter um”. E que privilégio, senhora que acaba de ser entrevistada no telejornal de um qualquer canal generalista.

O apagão obrigou-me a levantar da secretária e verificar o quadro elétrico, o burburinho do corredor do prédio fez-me abrir a porta de casa para encontrar a reunião de condóminos em concílio de emergência extraordinário, como se estivessem a discutir o que fazer ao anel.

A primeira pedra foi atirada à Junta, ao que, inevitavelmente, alguém acrescentou os queixumes sobre o degradante aspeto dos jardins. Logo de seguida, o 3º dto. anunciou que a filha, que estava a trabalhar em Madrid, também se encontrava sem luz. Pensei imediatamente no maravilhoso jogo do quarto escuro que iria ser jogado a nível ibérico. “Isto foram os russos. Já vi isto nos filmes”, chutou o 6º esq. acompanhado de sopros desesperados. Voltei para dentro, com a reconfirmação de que a gestão condómina nunca será uma vocação.

Na impossibilidade de trabalhar, ponho-me a ler. No livro “Almoço de negócios em Sintra”, de que desde já ofereço a mais veemente recomendação, o holandês Gerrit Komrij oferecia um retrato que só os estrangeiros, com a distância que lhes é própria, conseguem fazer do nosso país, cómico como ternurento, onde manifestava a tese que em Portugal ainda existiam casas “a sério” como nos desenhos pueris. Gostei da imagem que me embalou para uma sesta.

Acordo sem rede e pouca bateria e decidi ir dar uma volta de carro. Lisboa estava feita nesta grande casa “a sério”, onde as crianças brincam no jardim verde, as casas brancas têm cada uma a sua chaminé com fumo cinzento e o sol está amarelo e cor de laranja. Dirijo-me onde habitualmente me reúno com amigos, numa perpendicular à Avenida de Roma, no cruzamento da Frutalmeida, vazio. Decido, então, ir à janela de uma amiga que vive a uns meros 100 metros do café. “Maria! Maria!” – nada. Uma senhora com pronúncia brasileira veio à janela com um sorriso de orelha a orelha:“Vá-se embora, que ela não quer nada consigo!” Ri-me. Pego no carro, arranco e desço a Avenida de Roma. Com os semáforos apagados, reinava a cerimónia. Ninguém tinha pressa às 18h30, mas sei que durante o dia não foi bem assim. Àquela hora, as ruas estavam cheias de pessoas e vazias de carros. Era a bola de vólei numa mão e a guitarra na outra, era a cerveja de um lado e a mão da namorada do outro.

Sem rumo, sem destino, abro por completo as quatros janelas do carro para deixar que aquele éter da “hora dos mágicos cansaços” perfumasse o carro. Sempre em segunda, a um ritmo característico das coisas belas, continuo a descer a Avenida de Roma, engatando na Manuel Maia, onde o Técnico, imponente, observa a multidão que aproveitava o ar do tempo na Alameda. Os piqueniques multiplicavam-se e as toalhas coloriam a relva verde. Já na Almirante Reis, um transeunte de direitíssimas costas realizava os seus sonhos de menino e servia com toda pompa e circunstância de polícia sinaleiro. Os olhares cruzados entre condutores diziam tudo. “Passe lá, minha senhora”, pensava eu, acompanhando com um gesto de mão. Almirante Reis abaixo, viro na Portugália para casa de um amigo, onde estaciono o carro em segunda fila. Na porta do prédio, uma multidão reunia-se entre sons de rádio e cervejas partilhadas, arquejadas por bolas que sobrevoavam os céus.

Subo, bato à porta e encontro uns outros tantos. O barulho festivo que se seguiu era sinónimo da realização comum de que todos tínhamos tido a mesma ideia. Sem qualquer comunicação peregrinámos na mesma direção, com o sucesso de encontrar o pote de ouro na final do arco-íris. Já se pensava em jantar, pelo que se reuniram, então, os mantimentos disponíveis. O arroz juntou-se a uns ovos com uma tarte de frango que se estragaria inevitavelmente, e fez-se a multiplicação dos pães e dos peixes. Faltava a cerveja. Descemos então à rua para encontrar o estabelecimento do jovem paquistanês Noor, a quem prometemos que pagaríamos assim que os cartões funcionassem. Pouco ou nada o preocupou, talvez pela frequência com que utilizamos o estabelecimento para o mesmíssimo fim, mas certamente porque Noor percebeu perfeitamente o seu papel naqueles tempos de guerra. Abraçámos o homem, que guardou qualquer emoção para si.

Sob os arcos das portas, namorava-se e lia-se; à porta do 96, via-se um rapaz com não mais de 25 anos a escrever sobre fita-cola “Maukie, fomos para tua casa, anda lá ter! : )”. Subimos e enchemos os nossos copos de cerveja pelo grande Noor fornecidos.

Como estava bonita Lisboa naquele momento. A promessa de uma noite estrelada começava a entusiasmar os ânimos. Como seria bom que aquilo que estávamos a viver se prolongasse, a nós que vivíamos no privilégio de não ter assim tão grandes responsabilidades. Como seria bom que aquele povo, poucas vezes como naquele momento, e muitas outras vezes como Sísifo, parasse de subir a colina, respirasse fundo, e absorvesse o pôr-de-sol numa dança sem fim entre Portugal mediterrânico e o Portugal atlântico; como seria bom que Sísifo largasse de uma vez a pedra que o condena à condição de escravo e fosse poeta como naquelas horas tantos foram.

Um barulho brusco precipitou-nos todos para a varanda: estariam a acontecer confrontos de uma qualquer multidão? As luzes ligaram-se e o barulho apoteótico ao qual, inevitavelmente, nos juntámos, celebrava o fim do apagão. Ouvia-se alegria e “Portugal! Portugal!” Abraçámo-nos e comentámos quão bom tinha sido.

Poderia dizer que se tinha feito luz, finalmente, mas a verdadeira luz vivia-se há já umas horas.

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+ A última tasca

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

O debate televisivo entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, vai acontecer amanhã, às 20h30, na Nova SBE, em Carcavelos, depois do adiamento imposto pelo apagão geral de segunda-feira.

Segundo fonte do gabinete do líder do executivo à Lusa, o debate foi adiado por consenso entre os dois e com o acordo das televisões.

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O frente-a-frente será transmitido em simultâneo pelos três canais generalistas, a RTP, a SIC e a TVI.

Ontem, por breves horas, Portugal parou – ou melhor, os ecrãs pararam.

E, no silêncio que se seguiu, algo mágico aconteceu. As conversas à mesa prolongaram-se sem pressa. O jantar não foi interrompido por notificações. Vimos crianças a brincar na rua como se fosse verão dos anos 90, com gargalhadas que ecoavam de forma genuína. Ouvimos vizinhos a conversar à janela, como quem ainda tem tempo para ouvir. Histórias de jantares à luz das velas, onde a presença era mais do que suficiente.

Há quanto tempo não estávamos tão concentrados em quem está ali, à nossa frente? Sem o ruído digital, sem a ansiedade da rotina.

Do ponto de vista psicológico, isto tem nome: atenção plena relacional. Quando não há estímulos digitais a fragmentar a nossa presença, o cérebro diminui os níveis de alerta e de stress. A oxitocina, a hormona associada ao vínculo e à confiança, tende a aumentar em contextos de conexão genuína. O que sentimos ontem não foi apenas sorte. Foi a biologia a lembrar-nos que é assim que nos regulamos. Com toque, com voz, com afeto. Com tempo.

Curiosamente, quando a internet voltou… voltou também o ruído. Muitas pessoas sentiram uma pontada de ansiedade. As notificações caíram como chuva. Os dedos voltaram a deslizar quase sem querer. A cabeça, que parecia mais leve, ficou de novo cheia.

Não é que a tecnologia seja o problema. O problema é quando ela ocupa o lugar de tudo o resto.

Se o tempo é nosso, ao invés de correr atrás do próximo momento, porque não começamos a viver mais o agora, sem tanta pressa?

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Em declarações ao País, ao início da tarde de hoje, Luís Montenegro anunciou que o atual Executivo vai criar uma Comissão Técnica independente para avaliar as infraestruturas críticas do país e vai pedir a Bruxelas uma auditoria europeia para apurar a origem do apagão que afetou Portugal e Espanha esta segunda-feira. “Não vamos poupar esforços nos esclarecimentos perante um problema sério que não teve origem em Portugal”, disse o primeiro-ministro, a partir de São Bento, em Lisboa, a meio da segunda reunião extraordinária do Conselho de Ministros, que continua reunida para “promover o mais rápido restabelecimento de todos os serviços públicos”

Montenegro assegurou ainda que Portugal “está ligado com normalidade” após a situação “inesperada” que afetou a Península Ibérica e sublinhou a capacidade de superação do país, que conseguiu reiniciar autonomamente o sistema de energia. “Quero dar nota que o nosso país teve uma resposta altamente positiva e forte face a uma circunstância que foi grave, inédita e inesperada”, disse, agradecendo a todos os profissionais que continuaram a trabalhar no dia de ontem e aos portugueses.

A previsão de fenómenos meteorológicos de rápido desenvolvimento, como tempestades e furacões, é uma ciência com muita margem de progressão ainda e a NASA quer mapear em 3D os ventos para dar um contributo decisivo para o avanço. A agência testou o AWP (de Aerosol Wind Profiler) no outono do ano passado quando colocou o instrumento a bordo de um avião que realizou mais de cem horas de voo, incluindo durante um furacão. Os dados estão agora a ser analisados e podem ser usados para desenvolver modelos meteorológicos mais precisos.

Kris Bedka, principal investigador no Langley Research Center da NASA para o AWP, conta que “há uma falta generalizada de medições globais de vento acima da superfície da Terra. Os ventos são medidos por aeronaves comerciais à medida que voam para os seus destinos e por balões meteorológicos lançados até duas vezes por dia em apenas 1300 locais do globo. A partir do espaço, os ventos são estimados pela monitorização de nuvens e de movimentos de vapores de água a partir de imagens de satélite”. Esta situação leva a que em áreas sem nuvens ou onde os vapores de água não podem ser detetados com facilidade, não há tipicamente medições de vento fiáveis. É aqui que o AWP pretende fazer a diferença, com perfis 3D dos ventos.

O instrumento foi colocado dentro de um avião e operou com a emissão de 200 disparos de laser por segundo que se dispersavam e refletiam em partículas de aerossol no ar, como poluição, poeiras, fumo, sal marinho e nuvens. Os movimentos destas partículas fazem com que o comprimento de onda de luz do laser se modifique, no conceito definido como Efeito de Doppler. A medição combinada das emissões laser disparadas em duas direções permite a criação dos vetores de vento em perfis 3D, representando com precisão a velocidade e a direção do vento.

“Estamos a medir ventos em diferentes altitudes na atmosfera simultaneamente com grande nível de detalhe e precisão”, conta Bedka no comunicado da NASA.

Durante os voos, o AWP esteve emparelhado com o HALO, de High-Altitude Lidar Observatory, que mede vapores de água, aerossóis e as propriedades das nuvens. Numa outra abordagem, também as sondas da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Adminstration) recolheram dados como temperatura, vapores de água e sobre o vento.

O investigador conta que “com o pacote de instrumentos a bordo de aeronaves pequenas e baratas de operar, temos uma capacidade bastante poderosa. A combinação do AWP com o HALO é o próximo pacote de sensores meteorológicos remotos aéreos da NASA, que também esperamos que possam voar a bordo de satélites para benefício de todos”.

Leia o comunicado completo da NASA, com vídeos e imagens da operação.

A civilização de Caral (ou Norte Chico) remonta aos anos 3000 a 2500 A.C. e acredita-se ser a mais antiga a ter povoado a região das Américas. Agora, uma equipa de arqueólogos revela ter encontrado o corpo bastante bem preservado de uma mulher com entre 20 e 35 anos que terá habitado na região do Áspero, em Lima, capital do Peru.

O corpo estava envolto em vários materiais, incluindo algodão, e num painel organizado de forma pitoresca em forma de rede com fibras de plantas e penas de araras, num ornamento que é dos mais antigos a ser descobertos nos Andes. Na cabeça da mulher há uma espécie de capacete composto por fibras entrelaçadas. O túmulo descoberto pela equipa liderada por Ruth Shady Solís tem outros artigos impressionantes, como cestos, uma agulha de desenho intricado, uma carapaça de caracol da Amazónia, um bico de tucano decorado com contas verdes e castanhas, uma rede de pesca e dezenas de batatas-doces. O espólio indica que a mulher pertencia a uma classe de elite da sociedade e que teria um papel importante na comunidade, noticia o Gizmodo.

A equipa pretende analisar estes itens para conhecer mais sobre a origem e associações do povo de Caral, incluindo informações sobre a sua saúde, morte e dieta. A menos de três metros deste local, foram descobertos (em 2016 e 2019) outros dois túmulos que também se acredita serem de membros das elites daquele povo. Na mesma região, foram encontrados já 22 complexos arquitetónicos da mesma altura.

As descobertas de produtos evidenciam que esta população desenvolvia produtos a partir de materiais marinhos e também construiu redes de trocas comerciais de curto e longo alcance para ter acesso a produtos da selva e das montanhas. Ainda assim, o povo de Caral parece ter estado mais isolado do que as contemporâneas civilizações dos Sumérios (Mesopotâmia) ou dos Harappans (na Índia).

Garrafas de água, comida enlatada, estojo de primeiros socorros e um rádio a pilhas. São estes alguns dos elementos essenciais que devem constar num kit de emergência em caso de catástrofe, seja um sismo – como o registado em fevereiro deste ano – ou um “apagão” que deixe Portugal (novamente) às escuras.

A União Europeia tem definida uma Estratégia de Preparação em caso de emergências naturais ou de outra natureza, que prevê a criação de kits com um conjunto de itens básicos – ajustados à necessidades de cada país – para que, caso falte a luz ou água, uma pessoa esteja segura e confortável durante 72 horas – as primeiras horas depois de um evento de catástrofe.

O que deve ter um kit de emergência?

  • Garrafas de água para três dias (são recomendados três litros por pessoa/dia);
  • Alimentos não perecíveis (como atum, salsichas, bolachas, frutos secos, arroz, etc.);
  • Material de primeiros socorros (com medicamentos de uso corrente, compressas, pensos rápidos, desinfetantes, tesoura e termómetro);
  • Apito;
  • Lanterna e pilhas de substituição;
  • Powerbank e carregadores;
  • Rádio a pilhas ou de manivela;
  • Relógio a pilhas;
  • Cópias de documentos importantes (incluindo receitas médicas);
  • Dinheiro em notas e moedas;
  • Roupas quentes e cobertor;
  • Canivete suíço, isqueiro, fósforos, velas;
  • Contactos de emergência bem como de familiares e amigos;
  • Jogos de tabuleiro.

Estes itens devem estar reunidos numa mochila de material resistente.

Será ainda importante verificar, com alguma regularidade, a data de validade dos alimentos e substituí-los quando necessário.