Oléxico dos ucranianos tem aumentado de forma significativa desde 24 de fevereiro de 2022, data em que 150 mil soldados russos invadiram o país numa “operação militar especial” com o propósito de o “desnazificar”. Uma das novas palavras de que mais se fala em Kiev – em rigor, também em muitas outras capitais, de Washington D.C. a Berlim, passando por Pyongyang e Paris – é ATACMS. Trata-se do acrónimo Army Tactical Missile Systems, que pode ser simplificado, em português, para sistemas de mísseis táticos. Desde o início da guerra, ou seja, há pouco mais de mil dias, que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, solicita ao seu homónimo dos Estados Unidos da América, Joe Biden, que lhe forneça estas armas que foram concebidas, há quatro décadas, para destruir alvos soviéticos. Desde então, as Forças Armadas americanas já as usaram em diferentes pontos do globo, com enorme e polémico sucesso – nomeadamente, no Iraque e durante a derradeira fase da Operação Tempestade no Deserto, que durou apenas 41 dias e desbaratou por completo o exército de Saddam Hussein, no início de 2001.

Não é previsível que as tropas da Ucrânia possam fazer algo de semelhante às suas congéneres russas. Já ninguém acredita em guerra-relâmpago, num milagre bélico ou num cessar-fogo, digno e justo, promovido pelo futuro Presidente dos EUA, Donald Trump, que toma posse a 20 de janeiro e promete acabar com as hostilidades em “poucos dias”. Mais do que a vontade de combater e os meios ao dispor dos beligerantes, agora é também preciso ter em conta o fator climático, o chamado “general inverno”: “Nenhum dos exércitos terá capacidade para levar a cabo operações de grande envergadura. (…) Vamos encontrar-nos durante bastante tempo numa situação em que não haverá nem guerra nem paz”, vaticina o analista Oleksandr Musienko, no site noticioso ucraniano Glavred. A jurista Oleksandra Matviichuk, vice-presidente da centenária Federação Internacional dos Direitos Humanos e ainda diretora do Centro para as Liberdades Civis, organização galardoada com o Nobel da Paz em 2022, tem uma opinião semelhante: “A ajuda da comunidade internacional permitiu-nos sobreviver. Mas os atrasos resultantes de intermináveis debates políticos (…) causaram a perda de demasiadas vidas. (…) Mais do que nunca, temos necessidade de coragem verdadeira e de liderança verdadeira.” Não é garantido que os responsáveis da Casa Branca a tenham ouvido quando, no passado domingo, 17, deram luz verde a Kiev para usar os agora famosos ATACMS em legítima defesa. Como sempre acontece neste tipo de situações, há largas doses de ambiguidade e desinformação. Estas armas que podem ter um alcance de 300 quilómetros e transportar diferentes tipos de explosivos, incluindo bombas de dispersão (vulgo fragmentação), há muito que estão a ser usadas pela Ucrânia. A diferença é que, segundo o Washington Post e o New York Times, a Administração Biden, oficiosamente, permite que os caças Su-24M ou os F-16 larguem estes mísseis em território russo, cirurgicamente na província de Kursk.

Esta região (ver infografia) transformou-se num dos principais teatros operacionais do conflito, na sequência da ofensiva ucraniana que, na primeira semana de agosto, conquistou mil quilómetros quadrados à Rússia e desencadeou nova bravata de Vladimir Putin. O Kremlin contra-atacou em força, sobretudo em Donbass, Zaporizhzhia e Kherson, mobilizando ainda os seus aliados externos. É neste contexto que, na última terça-feira, 19, “um depósito de munições e os complexos logísticos” que estariam a ser usados pelos dez mil soldados norte-coreanos presentes em solo russo foram atingidos por ATACMS. O ataque, segundo Andrii Kovalenko, membro do Conselho de Segurança ucraniano, terá ocorrido em Briansk e no mesmo dia em que o Presidente russo assinou um decreto com a nova doutrina militar russa que prevê o recurso ao arsenal nuclear do país, mesmo na eventualidade de uma agressão convencional. Nos últimos três anos, o Kremlin manifestou, diversas vezes, a intenção de utilizar as suas armas de destruição em massa. Em breve ficaremos a saber até que ponto Putin vai honrar a sua palavra, em nome da soberania e da integridade territorial da Federação Russa. Quanto a Volodymyr Zelensky, enquanto for Joe Biden a mandar, nem vai pensar duas vezes sobre o que fazer com os ATACMS e com os sistemas equivalentes que França e o Reino Unido já puseram ao seu dispor, respetivamente os SCALP e os Storm Shadow. A lista de alvos de Kiev é sobejamente conhecida e faz parte do proclamado “plano para a vitória”: a ponte de Kerch (que separa os mares Negro e de Azov), as principais bases aéreas na parte ocidental da Rússia (em particular, se forem aí detetados bombardeiros estratégicos TU-95), os locais por onde transitem os veículos que fazem parte do sistema de lançamento de mísseis SS-400, os aeródromos e outras infraestruturas críticas da Crimeia e ainda os submarinos de classe B-237 (ou Rostov-on-Don). Como têm afirmado e escrito vários analistas ucranianos, até 20 de janeiro, Zelensky só vai querer que os seus homens carreguem no botão e disparem o maior número possível de mísseis. Depois pensa-se nas explicações e nas consequências.

Neste teste de grupo colocamos à prova aquelas que são as propostas mais recentes de algumas das principais marcas do mercado. Temos auriculares para todos os gostos – uns mais indicados para música, outros para viajantes, outros a pensar nos que trabalham em escritório – e, não menos importante, temos auriculares para todas as carteiras.

Dizemos-lhe o que valem os modelos da Xiaomi, Nothing, Sony, Bose e Google em elementos como qualidade de som, chamadas, autonomia e cancelamento de ruído, entre muitos outros elementos de análise.


Conforto e leveza

Xiaomi Buds 5 €109,99

A Xiaomi tem uma longa tradição de nos dar produtos de muito boa relação qualidade/preço em diferentes segmentos da eletrónica de consumo: smartphones, relógios, pulseiras, equipamentos para a casa… Uma das áreas na qual a marca ainda não conseguiu impôr o seu cunho tem sido, justamente, no áudio, pois além de muita e boa concorrência na qualidade sonora, a luta também é feroz no que ao preço diz respeito. Pelo que tínhamos muita curiosidade – seria desta que a Xiaomi destronava a competição no segmento de gama baixa?

A resposta, por agora, ainda é um não. Há elementos muito bem trabalhados nestes Buds 5, mas há outros desafios que a Xiaomi claramente ainda não consegue responder de forma eficaz. Vamos por passos.

Xiaomi Buds 5

O primeiro elemento a destacar, e com nota positiva, é o tamanho compacto da caixa e o formato ergonómico da tampa – é tão fácil de abrir, que o mais provável é dar por si a abrir e a fechar a tampa destes auriculares como elemento satisfatório e sem dar conta disso. O bom trabalho no hardware prolonga-se nos auriculares e que, a par dos Bose, são os mais confortáveis deste teste de grupo. São muito leves e o facto de não usarem uma borracha significa que ‘pousam’ simplesmente no ouvido, pelo que conseguimos usá-los por longos períodos de tempo sem qualquer problema.

No que à qualidade sonora diz respeito, os resultados são muito competentes considerando o preço. Os Buds 5 entregam graves que não são ‘corpulentos’, mas fazem-se sentir e dão outra energia às músicas. Nos sons médios e agudos, gostamos muito da forma contida da reprodução, já que não sentimos estridências (mesmo em níveis de volume mais elevados) e conseguimos desfrutar de diferentes géneros musicais com bom equilíbrio, mas, mais uma vez, sem nos deslumbrar com reprodução de detalhes ou efeitos de amplitude. A experiência sonora é, no global, satisfatória e só não se destaca mais, pois os outros auriculares também capricham.

De sublinhar ainda que a interação com estes auriculares faz-se com ‘beliscões’ nas hastes, um sistema que funciona quase sempre à primeira, mas que em algumas situações (como no controlo de volume) pode exigir mais do que uma tentativa de nossa parte.

Para ambientes sossegados

Quando usamos estes auriculares em escritório, até estávamos contentes com o modesto sistema de cancelamento de ruído – não tinha aquele efeito de oclusão de outros modelos, mas conseguíamos perceber a diferença entre estar ativado ou não estar ativado. Mas esta ideia esfumou-se quando decidimos fazer uma viagem de autocarro com os Buds 5. Num ambiente mais exigente, o sistema de ANC simplesmente não convence. Não só deixa passar muito do ruído que nos envolve, como a própria reprodução da música não é suficiente para ‘abafar’ o barulho à nossa volta. Além de não conseguir suprimir bem o ruído, notamos também que à medida que as orelhas aquecem (sobretudo em ambientes fechados), os auriculares também têm uma certa tendência para perderem alguma aderência na orelha, o que também faz com que o efeito passivo de bloqueio do ruído se perca um pouco. Portanto, se é pela questão do cancelamento do ruído, não podemos recomendar estes auriculares. Cumprem em ambientes mais sossegados, mas não mais do que isso.

Há, no entanto, aspetos positivos que podem convencê-lo. A autonomia é satisfatória (medimos cerca de quatro horas numa única carga), os auriculares têm funcionalidades úteis (como a ligação a dois dispositivos em simultâneo, mas que temos de ativar na app, ou o eficaz sistema de iniciar/pausar a música de forma automática quando tiramos um auricular) e a aplicação apesar de não disponibilizar um equalizador, é simples e prática. Tudo isto pode tornar estes Xiaomi Buds 5 indicados para quem procura uns auriculares confortáveis, competentes no som e que não são para usar de forma intensiva ou como ferramenta de concentração em ambientes ruidosos.

Tome Nota
Xiaomi Buds 5 | €109,99
xiaomistore.pt

Características Frequências: 16Hz – 40kHz • Driver 11 mm • 6 microfones • Cancelamento Ativo de Ruído Híbrido • Autonomia anunciada: 6 h (sem ANC), 30 h total (c/ caixa) • À prova de salpicos de água (IP54) • Bluetooth 5.4 (multiponto) • USB-C (caixa) • aptX Lossless • 2x 4,2 g (auriculares) • 36,6 g (caixa)

Desempenho: 3,5
Características: 4
Qualidade/preço: 4

Global: 3,8

Altamente pragmáticos

Nothing Ear Open €149

A marca britânica está, como se diz no futebol, com o ‘pé quente’, terminando o ano com dois novos lançamentos: estes auriculares sem fios e uma nova versão do seu smartphone de referência. 

Os Ear (Open) provam que a Nothing é muito mais do que uma empresa de design extravagante. No entanto, é difícil não começar justamente por aí. Até porque, daquilo que foi a nossa experiência, o aspeto destes auriculares é polarizador. Tivemos quem os apelidasse de “feios” e tivemos os que os chamaram de “espetaculares”. Gostos não se discutem (lamentam-se), mas há uma nota positiva em fazer diferente e, sendo apologistas da tecnologia, há qualquer coisa de atrativo em podermos ver o interior dos auriculares, tal como eles são. A caixa comprida ocupa garantidamente mais espaço do que é típico em auriculares sem fios, mas como é muito fina acaba por caber no bolso das calças ou numa mala de forma discreta e sem se tornar um estorvo. 

Nothing Ear (Open)

Os Ear (Open) são, tal como o nome indica, auriculares de formato aberto. Ou seja, são auriculares que não entram nos ouvidos, permitindo ao utilizador estar mais atento ao que se passa à sua volta, mas sem ter que abrir mão da parte sonora. E a verdade é que, pela nossa experiência, a marca encontrou uma fórmula equilibrada para cumprir estas duas promessas.

A estrutura em arco significa que devemos pousar estes auriculares por trás da orelha. E do ponto de vista do conforto, esta é uma opção que nos agrada, pois não sentimos tanto a presença dos auriculares como esperávamos à partida e porque como não encaixam nas orelhas, temos uma sensação de leveza que apreciamos. Colocar e tirar os auriculares é muito simples, não exigindo, ao contrário de outros modelos, grandes ajustes de posição para encontrarmos o melhor encaixe – neste aspeto, mais pragmáticos do que isto seria difícil. 

Apesar de serem mais pesados do que os auriculares de design mais tradicional, como o peso é distribuído pelo exterior de toda a orelha, acaba por não se fazer sentir. No entanto, temos dúvidas que estes sejam os auriculares indicados, por exemplo, para quem usa óculos de forma regular.

Som só nosso

No capítulo do som, o primeiro elemento que notamos é o perfil mais aberto do som, fruto da forma como é projetado para as nossas orelhas. Isto, combinado com os diafragmas maiores, permitem encaixar mais detalhes sonoros do que, por exemplo, nos Xiaomi. E também gostamos da reprodução de graves, de perfil subtil, mas perfeitamente perceptíveis (e que até podemos ‘turbinar’ no equalizador disponível na aplicação). No entanto, o perfil mais aberto significa que o som é menos definido e ‘limpo’ do que nos outros auriculares, sobretudo em sons mais agudos. Uma área na qual os Ear (Open) se destacam é na clareza das vozes, dando-lhes um ‘palco’ mais pronunciado relativamente aos restantes sons. No global, ouvimos diferentes estilos musicais e todos com uma reprodução competente, pelo que na relação desempenho/preço, parece-nos existir um bom equilíbrio. 

Como é habitual nestes auriculares ‘abertos’, a preocupação acaba por ser sempre se o som está a ser emitido também para os outros que estão à nossa volta, já que não existe encaixe direto na orelha. E neste aspeto a Nothing fez um trabalho muito bom, com o direcionamento do som a garantir uma reprodução de áudio discreta e que é toda ‘canalizada’ para o utilizador. 

Também pelo formato aberto, a questão do cancelamento de ruído não se aplica neste modelo – aliás, o objetivo é justamente o contrário, conseguirmos perceber o que se passa à nossa volta enquanto ouvimos música. E sim, esse objetivo é bem conseguido, já que nunca ficamos inteiramente ‘abafados’ pelo som dos auriculares, sendo perfeitamente percetível aquilo que está a acontecer à nossa volta e, mediante o volume que estiver a usar, até aquilo que outras pessoas nos estão a dizer. Apesar disto, não colocaríamos estes auriculares como ideais para exercício (tipicamente um público alvo dos auriculares ‘open’), pois o encaixe na orelha tem sempre alguma folga e com movimentos mais bruscos existe tendência para os Nothing Ear (Open) abanarem.

Gostamos também do facto de a interação com os auriculares ser feita através de beliscões junto a cada um dos auriculares. Não é uma posição tão confortável quanto a dos auriculares de hastes e há elementos menos naturais, como aumentar ou diminuir o volume (temos de ficar a agarrar por mais tempo), mas no geral é um sistema eficaz.

Por fim, uma nota positiva para a autonomia, que nos garante, sensivelmente, oito horas de reprodução contínua de música, e para a experiência simples, mas pragmática, da aplicação da Nothing. Sentimos, por outro lado, a falta do sistema de pausa automática assim que tiramos os auscultadores.

Admitimos que estes não são, pelo formato e pelo próprio perfil de som, uns auriculares indicados para todos os tipos de utilizadores. Mas quem procura um dispositivo para ouvir música com boa qualidade enquanto trabalha e não quer perder a vida no escritório, esta é uma opção a considerar, sobretudo pelo quão prático é usá-los.

Tome Nota
Nothing Ear Open | €149
pt.nothing.tech

Características Frequências: 20 Hz – 20 kHz • Driver 14,2 mm • 4 microfones • Design aberto • Autonomia anunciada: 8 h (sem ANC), 30 h total (c/ caixa) • À prova de salpicos de água (IP54) • Bluetooth 5.3 (multiponto) • USB-C (caixa) • 2x 8,1 g (auriculares) • 63,8 g (caixa) 

Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 3,5

Global: 3,8

Relação amor/ódio

Sony LinkBuds Open €200

Diz-se que é muito ténue a linha que separa o ódio do amor. E que até são, de certa forma, o mesmo sentimento, simplesmente com cargas polares opostas. E conseguimos perceber de onde vem essa ideia com estes novos auriculares da Sony. Tem boas ideias, mas são estas próprias ideias que acabam por jogar contra os auriculares. O que é pena, pois quando conseguimos deixar estes pensamentos de lado, há de facto muito para gostar neste compacto sistema de som.

O primeiro destaque é, sem dúvida, o formato incomum dos auriculares. Remanescente dos LinkBuds originais, lançados em 2022, mantêm o aspeto de pequeno ‘donut’, o que significa que há, literalmente, um buraco no meio de cada auricular. É propositado e com o objetivo de permitir que o utilizador tenha o melhor de dois mundos: música de qualidade e manter-se a par do que está a acontecer à sua volta. É, claramente, uma tendência no mercado dos auriculares, indicados para desportistas ou pessoas que trabalham no escritório e não querem aquele isolamento total. E, nesse capítulo, podemos dizer que funcionam muito bem e até melhor do que os Nothing Ear (Open) – sim, o ‘buraquinho’ faz diferença na hora de deixar atravessar o som exterior. Se o volume estiver baixo, conseguimos perceber tudo o que está a ser dito e a acontecer junto a nós, mas sem termos de desligar por completo da música ou podcast que estamos a ouvir.

Sony LinkBuds Open

A questão é que para conseguir isto, sem recorrer obrigatoriamente à tecnologia de ‘som transparente’ que usa microfones para amplificar o som externo, tal como noutros auriculares, a Sony viu-se obrigada a mexer não só no design dos auriculares, como no seu conforto.

O conforto é a área na qual estes LinkBuds Open, na nossa opinião, mais saem a perder. Apesar de a marca garantir que analisou milhares de orelhas para chegar a este sistema de encaixe e formato, a realidade é que no autor desta análise o ‘fit’ nunca foi perfeito. Ajustamos, ajustamos e ajustamos, ao ponto de por vezes ficarmos com as orelhas quentes de tantos ajustes. Ora porque escorregavam um pouco, ora porque a ‘barbatana’ de borracha não estava no sítio… Houve momentos em que nos tirou do sério. Acabamos por aprender a melhor técnica para fixá-los às orelhas, mas mesmo aí sentíamos sempre alguma pressão dos LinkBuds Open, era impossível esquecermo-nos que lá estavam. E como na caixa não vêm barbatanas de borracha de tamanhos diferentes, estamos obrigados a conseguir fazer o melhor que podemos com o que temos. Numa nota à parte, a marca vende barbatanas de diferentes cores, para que o utilizador possa personalizar um pouco os auriculares.

Viva a nitidez

Entrando na parte sonora, é fácil esquecer estes ‘arrufos’ com os auriculares. Isto porque a qualidade de som é muito convincente. Não tanto pelos graves, que acabam por ser discretos, mas até mais pela definição e nitidez dos sons agudos e médios. Se é verdade que os graves ajudam a dar ‘pujança’ às músicas, é nos médios e agudos que sentimos verdadeiramente a ‘fibra’ de uns auriculares. Aqui temos essa afinação, com as músicas, podcasts e, não menos importantes, chamadas telefónicas a terem um perfil ‘cristalino’ que apreciamos bastante. É possível ajustar, de forma significativa, o perfil de som dos auriculares recorrendo ao equalizador da aplicação – em rigor, já existem vários perfis de som pré-definidos, o que ajuda, mas também podemos ajustar à nossa maneira e gosto. 

Ainda a respeito do som, vale a pena salientar que fomos chamados a atenção para o facto de estes auriculares deixarem escapar som (talvez por causa do tal ajuste que nunca é perfeito?) para o exterior, sobretudo quando temos o volume alto.

Estes Sony estão ainda recheados (até de mais?) de funcionalidades inteligentes: pausa automática de música assim que os tiramos; suporte para ligação a dois dispositivos em simultâneo; a música para assim que falamos para alguém; e o nível de volume é capaz de se ajustar automaticamente a ambientes ruidosos. É através da aplicação Sound Connect que temos acesso a muitas destas funcionalidades. A questão é que do ponto de vista da usabilidade a aplicação está muito confusa, daí que tenhamos dado nota máxima nas funcionalidades, mas uma nota mais baixa na app – além disso, muitas destas funcionalidades exigem pequenas configurações feitas em separado, o que se torna um pouco aborrecido.

O controlo dos auriculares faz-se… com toques na cara. Sim, leu bem, não é nos auriculares que deve tocar para pausar a música ou avançar na faixa, mas sim na zona junto à trago. Ainda que seja um sistema engenhoso, não é o que apresenta maior precisão, sobretudo quando precisamos das funções com mais de dois toques (para aumentar ou diminuir o volume, são precisos quatro, p.ex.).

Uma última nota para a autonomia que, segundo os nossos testes, permite sem problema chegar às oito horas de reprodução de música prometidos pela marca.

Pesando os prós e contras, e considerando também os outros auriculares aqui testados, consideramos que mesmo tendo um público-alvo específico, não tem a relação qualidade/preço mais competitiva.

Tome Nota
Sony LinkBuds Open | €200
sony.pt

Características Frequências: 20 Hz – 20 kHz • Driver 11 mm • Processador V2 • Design aberto • Autonomia anunciada: 8 h, 22 h total (c/ caixa) • À prova de salpicos de água (IPX4) • Bluetooth 5.3 (multiponto) • USB-C (caixa) • 2x 5,1 g (auriculares) • 30,6 g (caixa)

Desempenho: 4
Características: 4,5
Qualidade/preço: 3

Global: 3,8

Bingo!

Bose Quietcomfort Earbuds €219,99

A Bose tem, aos poucos, vindo a reconquistar os utilizadores de áudio com produtos diferenciadores (como os Ultra Open) e de muito boa qualidade (como os headphones Ultra). Agora, a marca ‘refaz’ aquele que é um dos seus produtos mais conhecidos e, caro leitor, não podíamos estar mais satisfeitos.

Começa logo pela questão do conforto. Apesar de terem um formato de botão e de, no geral, não serem tão pequenos quanto outros auriculares semelhantes, podemos garantir que a Bose acertou em cheio no sistema dos Quietcomfort. Encaixam bem na orelha, o que confere logo à partida um bom isolamento sonoro. Depois têm umas pequenas ‘barbatanas’ que fazem com que fixem na orelha de forma convincente. E são leves, pelo que quase não sentimos a sua presença.

Bose QuietComfort Earbuds (2024)

Mas é quando a música começa a tocar que percebemos que estamos perante um produto de grande qualidade. Os graves são pujantes e vibrantes. Os agudos são definidos e suaves nos ouvidos. Os sons médios são muito ricos, o que significa que estes auriculares têm uma capacidade de reprodução de detalhes e elementos de segundo plano que não se encontra tipicamente neste nível de preço. O melhor é que tudo junto funciona de forma muito harmoniosa, tudo muito bem ‘afinado’ de origem, pelo que nem sentimos necessidade de recorrer ao equalizador da aplicação. Se é qualidade de som que procura nuns auriculares sem fios, garantimos que vai muito bem servido com estes Bose. E ainda leva mais qualquer coisa…

Digno do seu nome

Se já justificamos, de certa maneira, a parte do Comfort, o que dizer da parte do Quiet? A análise parece estar inquinada, mas que grande cancelamento de ruído. Usámos estes auriculares em viagens de avião e não sentimos falta de uns auscultadores maiores, tamanha é a eficácia em cancelar o ruído externo. Além do isolamento sonoro de grande gabarito, basta aumentarmos um pouco o volume para ficarmos envolvidos no conteúdo que estamos a ouvir, seja uma paisagem sonora, um podcast ou o álbum da sua banda mais recente. E se precisar de prestar atenção ao que está a acontecer à sua volta (como quando o comandante está a fazer anúncios sobre a viagem…), basta dar um toque longo num dos auriculares para ouvir tudo com um bom nível de transparência.

A Bose consegue mesmo fazer o ‘bingo’ ao dar-nos uma autonomia muito boa (a rondar as oito horas), com os auriculares a garantirem, numa única utilização, cerca de oito horas de audição consecutiva.

Mas esta não seria uma análise à Exame Informática se deixássemos um produto de tamanha qualidade sair daqui sem levar uns puxões de orelhas. Ainda que os gostos sejam discutíveis, consideramos que a caixa teria a ganhar se fosse mais pequena – para ter uma ideia, ocupa praticamente o dobro do volume da caixa dos Pixel Buds Pro 2 que analisamos na página seguinte. E, a própria caixa, podia ter uma construção mais aprimorada. No entanto, se é para fazer concessões para que consigamos ter o melhor produto pelo melhor preço, então sim, que se ‘lixe’ a caixa.

Quanto à aplicação, a experiência é positiva, no sentido em que a interface e as funcionalidades estão todas bem segmentadas, sendo fácil de usar. Mas o facto de não estar disponível em português pode ser um problema para alguns utilizadores.

Uma última nota para o desempenho em chamadas. Gostamos muito da nitidez que estes auriculares dão à voz da pessoa que está do outro lado da linha, e ficamos agradavelmente surpreendidos com a funcionalidade que aumenta automaticamente o volume da chamada se o ruído à nossa volta também se tornar mais barulhento – é justamente desta tipologia de funcionalidades inteligentes, funcionalidades quase contextuais, que os auriculares e outros gadgets precisam para se tornarem parceiros indispensáveis.

Há outros elementos que, para uns auriculares de um segmento mais elevado, poderiam ser exigidos, como o suporte para áudio espacial/tridimensional ou ativar o modo de transparência de som de forma automática quando alguém fala para nós, que neste caso não existem. E nem sempre a ligação ao smartphone ou computador foi feita de forma pacífica, pois tivemos alguns erros de conexão, o que poderá ser corrigido em futuras atualizações de software.

Mas, no geral, são elementos que nos parecem menores face à qualidade sonora de alto nível, ao isolamento de som excelente e ao nível de conforto que disponibilizam. Não sabemos se o produto perfeito existe, mas no campo dos auriculares sem fios, este é garantidamente um dos modelos que mais perto fica desse título. É uma recomendação convincente.

Tome Nota
Bose Quietcomfort Earbuds | €219,99
gaplasa.com/bose/pt

Características Autonomia anunciada: 8,5 h • À prova de salpicos de água (IPX4) • Bluetooth (multiponto) • USB-C (caixa) • 2x 10,8 g (auriculares) • 47,17 g (caixa)

Desempenho: 5
Características: 4
Qualidade/preço: 4,5

Global: 4,5

Espertalhões

Google Pixel Buds Pro 2 €249

Quando testámos a primeira geração dos Pixel Buds Pro tínhamos ficado com uma boa impressão dos auriculares sem fios. Mas o que impressionou mais foi o facto de uma empresa como a Google se ter intrometido entre os grandes do áudio, mesmo sem grande experiência, graças a uns pozinhos de Inteligência Artificial. Pois bem, a empresa regressa para uma segunda tentativa, com pozinhos ainda melhores e com mais experiência na parte do áudio.

Os Pixel Buds Pro 2 estão entre os nossos auriculares sem fios preferidos deste teste por vários motivos. Um está relacionado com a ergonomia do ‘pacote’. A caixa é super compacta (só os Sony saem a ganhar neste aspeto) e cabe perfeitamente no bolso das calças sem incomodar (ao contrário da dos Bose).

Google Pixel Buds 2 Pro

Abrindo a tampa – que também tem aquele feedback prazeroso, o que faz com que a tenhamos sempre na mão –, encontramos dois pequenos auriculares, bem mais pequenos do que a geração anterior, e que quando colocados nas orelhas mal se sentem, devido também ao peso reduzido. Precisamos de ir buscar as pontas de silicone maiores que vêm na caixa para conseguirmos o melhor encaixe nas orelhas, mas depois disso não tivemos problemas de maior com o conforto deste modelo.

Depois emparelhamo-los com o smartphone… E parece que somos transportados para o interior de uma bolha. Os algoritmos da Google foram afinados e de que maneira. Com o volume definido para 50 e já estamos completamente noutra, sem ouvirmos qualquer ruído à nossa volta. O cancelamento de ruído é muito eficaz em ambiente de escritório e também na rua.

É justo dizer que o cancelamento de ruído dos Pixel está, na nossa opinião, um pouco abaixo dos Bose Quietcomfort, não tanto pela parte tecnológica, mas mais pela parte do tamanho e encaixe do auricular. A questão é que nem todos os utilizadores vão identificar-se com o ‘tamanhão’ dos Bose, sendo esta uma alternativa igualmente boa no capítulo do cancelamento de ruído. Curiosamente, os Pixel Buds Pro são os melhores… no modo transparência. O som que ouvimos através dos microfones dos auscultadores é tão ‘puro’ que nem parece que os temos nos ouvidos.

Música, maestro

Se era expectável, por um lado, uma melhoria no ANC, devido à proficiência da Google no campo dos algoritmos, o que talvez não fosse tão esperado era o salto na qualidade de som. Equilíbrio e harmonia são as palavras que melhor descrevem o áudio reproduzido pelos Buds Pro 2. Graves, médios e agudos, todos os sons são produzidos de forma contida, limpa e bem conjugada entre si. Sentimos as batidas mais fortes da música, mas não se sobrepõem ao resto. O ‘aguçar’ dos tons mais alto está lá, mas sem exagerar. Há amplitude sonora suficiente para ir buscar a capacidade de reprodução de detalhes. É, de facto, uma experiência muito completa. Mais uma vez, preferimos os Bose, pelo perfil mais forte de todo o som, mas os auriculares da Google estão garantidamente entre os mais competentes à venda no mercado.

Além do bom desempenho e da portabilidade, os Pixel Buds Pro 2 têm aquelas que consideramos serem as características essenciais: pausar automaticamente quando tiramos uns dos auriculares ou quando falamos para alguém; suporta a ligação a dois dispositivos em simultâneo; tem uma aplicação, ainda que não muito apelativa, mas fácil de usar e que inclui perfis de som variados e um equalizador à nossa disposição. E a qualidade em chamadas é de elevada qualidade, com a reprodução de voz a fazer-se de forma muito nítida e a nossa a ouvir-se sem ruídos parasitas.

Em resumo, os Pixel Buds Pro 2 são uns auriculares sem fios muito completos e praticamente sem falhas. Mas o preço podia ser mais competitivo, mesmo considerando todos os aspetos positivos referidos.

Tome Nota
HP Envy 16-H1002NP – €2149
store.google.com/pt

Características Driver 11 mm • Processador Tensor A1 • 6 microfones • Autonomia anunciada: 12 h, 48 h total (c/ caixa) • À prova de salpicos de água (IP54) • Bluetooth 5.4 (multiponto) • USB-C (caixa) • 2x 4,7 g (auriculares) • 65 g (caixa)

Desempenho: 4,5
Características: 4
Qualidade/preço: 4

Global: 4,2

Aqui encontra os resultados do nosso ‘donut da verdade’, que ajudam a perceber de forma mais simples os pontos fortes e fracos dos diferentes auriculares sem fios testados:

Sei o que ouviste nas edições passadas

Recuperamos aqui o essencial de três outros auriculares sem fios que passaram recentemente pela nossa redação e que o ajudarão a ter mais opção de escolha. São também modelos de diferentes níveis de preço, o que o ajudará a fazer uma escolha mais indicada ao seu perfil de utilizador e consumidor.

Samsung Galaxy Buds 3 Pro

Depois de duas gerações a apostar no formato ‘botão’, a Samsung rendeu-se às evidências e aposta agora num formato de haste com os auriculares Galaxy Buds 3 Pro, o que prioriza a funcionalidade e o conforto. Claro, a Samsung deu-lhes um toque muito próprio, com linhas angulares e luz LED com algum nível de personalização, que indicam o estado de emparelhamento e facilitam a localização dos auriculares em ambientes escuros. No capítulo do cancelamento de ruído (ANC), os Buds 3 Pro isolam eficazmente ruídos como o ar condicionado e o motor dos aviões, proporcionando uma experiência auditiva mais imersiva. Mas o elemento que mais brilha é, sem dúvida, a qualidade sonora, com uma definição notável que destaca os agudos e médios. A experiência sonora é rica e detalhada, embora seria desejável ter um pouco mais de impacto nos graves e uma sensação de envolvência mais profunda. Gostamos também do sistema de som ‘360’, com rastreamento da posição da cabeça, o que nos transporta para o centro da música. Quanto às chamadas, o desempenho é impressionante, com excelente redução de ruído e clareza vocal.

Veja a análise completa aos Samsung Galaxy Buds 3 Pro.

Tome Nota
Samsung Galaxy Buds 3 Pro | €259,90
samsung.com/pt

Global: 4,2

Sony WF-C510

WF-C510 in Yellow

Testámos recentemente outra opção da Sony e que tinha tido nota máxima na relação qualidade/preço. E mesmo depois de ouvirmos todos os outros auriculares, mantemos essa atribuição. Pelo preço, são mesmo
bons. Temos alguma presença de graves, ainda que sintamos que são um pouco abafados e sem grande impacto. Os sons agudos são limpos e contidos, ainda que não atinjam o nível de nitidez que estamos habituados em auriculares mais caros. As vozes também se distinguem bem do instrumental. As áreas nas quais se nota claramente a limitação destes Sony é na capacidade de reprodução de detalhes, de baixas frequências e também na amplitude, o que dá um perfil menos envolvente às músicas. Outro aspeto que valorizamos é a leveza, o que significa que, nas orelhas, pouco ou nada sentimos estes auriculares, de tão leves que são, o que permitem, podemos assegurar, largos períodos de utilização sem provocarem desconforto. Não têm tecnologia de cancelamento de ruído, mas o próprio formato dos auriculares ajuda a reduzir algum do ruído exterior. Mas o grande argumento a favor é, sem dúvida, o preço. Imbatível.

Veja a análise completa aos Sony WF-C510.

Tome Nota
Sony WF-C510 | €60
sony.pt

Global: 4

Huawei Freebuds 6i

A Huawei é sinónimo de auriculares extremamente confortáveis – tem sido assim há já várias gerações e a ‘tradição’ mantém-se com este modelo. Os auriculares, em formato de haste, são finos e elegantes, tendo uma ponta de silicone que ajuda a reduzir, logo à partida, boa parte do som exterior. Mas quando ativamos o modo ANC conseguimos um resultado ainda melhor, que já é eficaz o suficiente para nos abstrairmos de muito do que nos rodeia. Experimentámo-los em diferentes situações (como viagens de autocarro) e os resultados são convincentes. Os Freebuds 6i destacam-se ainda pelo perfil nítido dos sons graves,
o que em músicas com frequências sonoras mais baixas torna o resultado final muito mais envolvente e prazeroso. A apontar para futuras melhorias, seria a parte dos agudos, faltando alguma ‘limpeza’ à forma como alguns sons são reproduzidos. Tudo isto conjugado com uma autonomia a rondar as oito horas de utilização e algumas funções inteligentes – como pausar a música assim que tiramos um dos auriculares – tornam os Freebuds 6i um bom negócio para orçamentos mais limitados.

Veja a análise completa aos Huawei Freebuds 6i.

Tome Nota
Huawei Freebuds 6i | €99,99
consumer.huawei.com/pt

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DONUT DA VERDADE

Há 10 anos ainda o Reino Unido estava na União Europeia, Barack Obama na Casa Branca, o mundo não conhecia os delírios de Donald Trump e maravilhava-se com o lançamento do iphone 6. Os Jogos Olímpicos de Inverno realizavam-se na Rússia e a Ucrânia já estava a ferro e fogo, com violentas manifestações de protesto (Euromaidan) contra o governo pró-russo. Mas de tudo o que aconteceu na última década, nada se compara ao medo que nos dominou durante a pandemia – e as ruas desertas e os hospitais a abarrotar nunca serão esquecidos.

Para José Sócrates, nosso antigo primeiro-ministro, esta foi a década dos recursos. A 21 de novembro de 2014 tinha sido detido na manga de um avião no aeroporto de Lisboa. Vinha de Paris. O procurador Rosário Teixeira acusava-o dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. 

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Aqui há atrasado, o Sebastião Bugalho, na SIC Notícias, teve uma intervenção tirada da cartilha da extrema-direita. Dizia ele que as elites vivem numas bolhas e não percebem nada dos problemas do povo, ainda acrescentando aquela coisa populista e demagógica da Maria e do João que andam com muito medo porque lá onde moram há imensos assaltos. 

Apesar de este discurso ter sido feito pelo cabeça de lista do PSD às europeias e de ele ser a grande esperança do espaço ideológico que já foi conhecido por centro-direita, pensei que não passaria de uma afirmação inconsequente. Pronto, aquela coisa do “nós, os que estamos pelo povo e combatemos as elites” vindo de alguém que tem sido ungido pelas ditas teria sido só para os convivas se rirem muito em qualquer jantar num dos bairros da bolha.

Não é que já não seja público e notório que dirigentes do PSD e do PS (vide Ricardo Leão e os seus camaradas das câmaras socialistas da zona de Lisboa) estão a mimetizar o discurso da extrema-direita, mas nunca pensei que o ex-comentador também tivesse resolvido propagandear ideias que apenas vão beneficiar os seus autores originais.

Enganei-me. Afinal, a conversa do deputado europeu do PSD não era inconsequente, era uma espécie de pré-aviso para o anúncio que a última edição do Expresso noticiou na primeira página: o Governo ordenou seis semanas de operações policiais com o objetivo de aumentar a “perceção de segurança”.

Em primeiro lugar, o Governo ordenar operações policiais é perturbador. As forças policiais conhecem a realidade no terreno, sabem quando e que tipo de ações melhor se adequam a determinadas circunstâncias, guiam-se por critérios objetivos ligados à prevenção e ao combate à criminalidade.

O que isto indica é que a partir de agora o Governo vai definir os crimes que as polícias devem prioritariamente combater e quais as operações que devem ser levadas a cabo para esse efeito. Ou seja, acabou a autonomia das forças de segurança. A polícia atuará não seguindo o princípio da necessidade duma dada atuação, mas o da conveniência política; as forças policiais intervirão não segundo o princípio da proporcionalidade (certos meios para certas circunstâncias), mas segundo o que o Governo ache ser apropriado para uma dada operação.

No limite, tudo isto seria uma ingerência com uma legitimidade remotamente possível se fosse feito em termos muito genéricos, é o Governo que tutela as forças de segurança. Mas não é o caso: as ordens são diretas e com objetivos definidos. Ora, isto é flagrantemente atentatório a um princípio que devia ser claro para qualquer democrata: a não instrumentalização política das polícias.

E aqui entra o segundo ponto. Não é admissível que se interfira na autonomia das polícias para as instrumentalizar politicamente. Mas está-se a fazer ainda pior, o Governo está a utilizar as forças que devem ter como única função garantir a nossa segurança para fazer propaganda e duma forma descarada.

Foram dadas ordens para que se combata uma perceção. E ninguém melhor do que o Governo sabe que é uma perceção errada.

Portugal continua a ser, claramente, dos países mais seguros do mundo. Não há qualquer surto de criminalidade que justifique alarme social e os novos imigrantes são particularmente pacíficos. Ou seja, Montenegro deita às malvas uma boa prática democrática, lançando uma ação espetacular para combater algo que, pura e simplesmente, não existe.

É todo um novo paradigma, as polícias além de preservarem a nossa segurança têm de combater as perceções, certas ou erradas, que o governo decidir valer a pena serem combatidas.

Isto abre um mar de oportunidades: imaginemos a GNR atrás de pessoas que andariam a contaminar a água para nos tornarmos transexuais ou a PSP a fazer rusgas contra imigrantes de quem se suspeitaria andarem a comer os nossos cães e gatos.

Assim agindo, o Governo não combate a perceção, mas sim alimenta-a. “Nós sabemos que somos um país seguro, mas vamos fingir que não somos para as pessoas acreditarem que estamos a combater a insegurança”, pensam com certeza os nossos governantes.

Chega a ser estúpido. É que o resultado será o aumento do sentimento de insegurança: se até o Governo lança ações contra a insegurança, é porque ela existe mesmo. Ou alguém acha que por se dar espetáculos e fazer umas detenções as pessoas que se sentem inseguras vão subitamente sentir-se protegidas?

Em vez de mostrar que somos de facto um país seguro e que as nossas polícias fazem um bom trabalho, o Governo resolveu não só replicar a propaganda de extrema-direita, como amplificá-la utilizando um braço armado do Estado.

É a cedência total à agenda dos tabloides, dos manipuladores de redes sociais e dos que convertem opiniões em factos. Sobretudo, e isso é o mais grave, o Governo preferiu promover a mentira em vez de defender a verdade. Digamos que está em linha com o que de pior estamos a ver acontecer no mundo, os nossos governantes estão mesmo ao lado dos que estão a vencer. 

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Palavras-chave:

O título deste texto foi descaradamente roubado de um artigo publicado, há uns dias, na revista The Atlantic. Ou melhor, mais ou menos roubado. O título original diz algo como: “Os jovens dos colégios de elite que não conseguem ler um livro.” Assinado por Rose Horowitch, é um susto de reportagem apesar de, na verdade, tornar somente mais claro aquilo de que temos vindo a desconfiar: a leitura de livros (entre outras atividades) foi ultrapassada pela necessidade constante de notificações que encham os cérebros de dopamina. Horowitch falou com mais de 30 professores de universidades em redor dos EUA, e todos eles dizem o mesmo: os alunos que lhes chegam, venham de colégios particulares ou de escolas públicas, não conseguem ler livros de uma ponta à outra, e têm zero complexos em admiti-lo. Um dos professores de Literatura citado pela jornalista refere mesmo que desistiu de dar a Ilíada na versão completa. Pede apenas aos alunos que leiam determinados cantos do clássico de Homero, “esperando que alguns deles leiam a obra completa”. Estudos científicos revelados em 2023 davam conta de que o nosso período de atenção – aquilo a que se chama “attention span” – está a encolher a cada ano que passa: a média atual ronda os 47 segundos. Que é como quem diz: não conseguimos concentrar-nos mais do que esse tempo numa tarefa (e até pode ser o ecrã de um telefone) sem que a nossa atenção seja desviada para outra coisa qualquer. Esta procura constante de estímulos reflete-se em jovens que, conta ainda a The Atlantic, não conseguem terminar de ler, sequer, um soneto – são poemas com 14 versos!

Este texto da revista norte-americana chamou-me a atenção, em particular, porque há cerca de uma semana entrei numa livraria e ouvi uma jovem dizer a dois colegas, com quem estava a olhar para as estantes coloridas: “Eu odeio ler. Nunca li um livro inteiro. Tenho lá tempo para isso!” Lembro-me de que parei, surpreendida com a afirmação, e estive quase para lhe perguntar com que tarefas tão intensivas ocupava os dias. Mantive-me em silêncio e fui buscar os livros que queria levar para casa, enquanto me vinha à memória uma frase que, recorrentemente, as amigas da minha filha de 8 anos dizem quando estão lá em casa: “Para que é que tens estes livros todos?”

Poderia ser apenas da profissão, mas a verdade é que cresci numa casa onde a leitura sempre foi incentivada: não só porque era um método útil para viajar sem sair do sofá – e não havia dinheiro para mais viagens, portanto era incrível –, como era o caminho necessário para aumentar vocabulário, ajudar no pensamento crítico, incentivar a reflexão e o conhecimento. Aliás, muitas das queixas que hoje se ouvem dos professores, aqui em Portugal, prendem-se, precisamente, com a falta de capacidade dos mais novos para ter um raciocínio coerente quando estão a defender uma ideia – muitas vezes, abandonam a discussão porque não querem pensar mais –, com a dificuldade na compreensão de textos simples, a falta de vocabulário, enfim. Os nossos cérebros estão a ficar, temo, mais preguiçosos do que seria recomendável numa altura em que a sociedade – e a Democracia – precisam de sentido crítico e de criatividade. Com o Natal a um mês de distância, trago-vos este pedido em jeito de desafio: vamos encher os nossos jovens de livros, e vamos tentar ensinar-lhes a importância da leitura e da reflexão. Porque, sobretudo, esta última, nunca foi tão importante para a sobrevivência das nossas comunidades.

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Fazem parte da ementa das feiras e festas de rua, mas, findo o verão, as rulotes de farturas e churros parecem eclipsar-se. Pensamos nisto diante do prato com 6 churros que chega à mesa acompanhado por uma chávena de chocolate quente.

Numa esquina do Largo de São Paulo, perto do Cais do Sodré, a espanhola San Ginés quer conquistar os portugueses pela boca com os seus rolinhos fritos em espiral e depois cortados em pedaços. Estaladiços, são salgados ao paladar, seguindo a mesma receita simples de farinha, água e sal que deu fama à chocolatería no Pasadizo de San Ginés, em Madrid, perto das Portas do Sol. O chocolate, uma mistura própria da casa fundada em 1894, também não é doce e pode comer-se à colher (vende-se, igualmente, em pacotes para fazer em casa).

A abertura em Lisboa da San Ginés faz parte de um plano de expansão da marca, hoje com lojas no México, Argentina e EUA. Pedro Trapote, empresário da noite madrilena, adquiriu o negócio há mais de 30 anos e desafiou vários membros da família para assumirem a gestão fora de Espanha. “Uma garantia de qualidade”, aponta Hilario Caballero, 31 anos, sobrinho de Trapote, que há dois anos trocou a cinzenta cidade de Luxemburgo pela luminosa Lisboa. Todos os dias, divide-se entre o Cais do Sodré e o Centro Comercial Vasco da Gama, onde a San Ginés também acaba de abrir uma loja. “Provo sempre os churros, mais do que uma vez ao dia”, afirma.

Na ementa, igual em ambos os espaços, constam ainda farturas. Duas “porras”, como lhes chamam em Espanha, custam €3,40, o mesmo que a dose de 6 churros – com chocolate quente o preço é de €7,90. No capítulo “Especial Portugal”, há churros de nata, recheados com doce de leite ou Nutella (€4,90), mas na San Ginés também se pode encontrar gaspacho, as típicas tapas (tortilha, patatas bravas…) e paellas, entre outras opções salgadas.

Um camião Bedford de 1979, com almofadas para os clientes se sentarem, é um chamariz para a loja do Cais do Sodré, que se estende a um terraço na vizinha Igreja de São Paulo. Decorado em tons de verde, com chapéus e plantas, não se dá logo por ele. Um segredo a descobrir.

San Ginés > Tv. São Paulo, 9, Lisboa > seg-dom 8h30-23h > Centro Comercial Vasco da Gama, Pq. das Nações, Lisboa > seg-dom 8h30-24h

Sobremesa São sobretudo os restaurantes mexicanos que servem churros. Três moradas

Paco Bigotes Remate a refeição com uma dose de 4 churros com doce de leite. Lisboa e São Pedro do Estoril

Las Dos Manos Kiko Martins idealizou uns churros com doce de leite, milho, granizado de lima e tequila. Lisboa

Frida Num dos melhores restaurantes mexicanos do Porto, chegam à mesa com chocolate. Porto

1. Apocalipse nos Trópicos

Depois de Democracia em Queda, o documentário que Petra Costa realizou para a Netflix, expondo o processo de impeachment de Dilma Rousseff, que lhe valeu uma nomeação para os Oscars, a realizadora volta à política brasileira. Apocalipse nos Trópicos, filme de abertura do Porto/Post/Doc, estreado em Veneza, documenta a crescente influência das igrejas evangélicas na política brasileira, tendo como protagonistas Jair Bolsonaro, mas também o atual Presidente, Inácio Lula da Silva. Batalha Centro de Cinema > 22 nov, sex 21h15

2. Salomé Jashi

O cinema georgiano tem vindo a ganhar crescente interesse a nível mundial, prova disso é o trabalho de Salomé Jashi, realizadora que o Porto/Post/Doc celebra nesta edição. Entre curtas e longas-metragens, serão exibidos oito filmes que, de alguma forma, tiram uma radiografia ao país, segundo diferentes prismas. A realizadora acompanha o festival e dará uma masterclass. Filmes > Batalha Centro de Cinema > 24 nov, dom 19h, 25 nov, seg 16h30, 27 nov, qua 22h e 28 nov, qui 21h30 > Masterclass > Auditório Ilídio Pinho – UCP > 27 nov, qua 18h30

3. A Europa não existe, eu estive lá

O Porto/Post/Doc propõe uma reflexão sobre a construção e a desconstrução da Europa, entre a realidade e o mito, com um programa completo, que abrange clássicos do cinema, como A Paixão de Joana D’Arc (1928), de Carl Dreyer, Padre Padrone (1977), dos irmãos Taviani, ou Landscape in the Mist (1988), de Theo Angelopoulos, mas também filmes mais recentes como The Song of Others, de Vadim Jendreyko. Isto além de dois debates integrados no Fórum do Real. Batalha Centro de Cinema e Passos Manuel > 23-29 nov

4. Lee Ranaldo

O músico experimental, conhecido com um dos rostos da lendária banda Sonic Youth, vai marcar presença no festival para apresentar dois documentários em que é protagonista: a longa-metragem Hello Hello Hello: Lee Ranaldo, Electric Trim e a curta Lee Ranaldo and the Dust: Blackt Out, ambas realizadas por Fred Riedel. Uma oportunidade para conhecer melhor esta figura central do rock independente norte-americano. Hello Hello Hello: Lee Ranaldo, Electric Trim + Lee Ranaldo and the Dust: Blackt Out (curta) > Passos Manuel > 28 nov, qui 21h30

5. Stop

Em julho de 2023, o meio cultural português ficou em choque perante o encerramento do Stop, antigo centro comercial da cidade do Porto, que albergava quase 500 artistas, em grande parte músicos. Jorge Quintela filmou o local e a sua atividade, para memória futura, num pequeno e incisivo documentário, Stop. Salas de Ensaio para um Materialismo Histórico, que tem a sua estreia mundial numa sessão especial do festival. Batalha Centro de Cinema > 27 nov, qua 21h

6. Sessões Planetário

O Porto/Post/Doc propõe-nos uma forma alternativa de ver cinema, fora do formato retangular standardizado. Servindo-se das instalações do Planetário da cidade, são propostas três curtas-metragens especialmente idealizadas para aquele espaço, onde habitualmente vemos estrelas e planetas: Dobrando Harmonias, de Ping Sheng Wu; Distopias Locais na Utopia Global, de Sergey Prokofyev; e Fumo e Espelhos, de Carlos Hurtado Múnera. Novas formas de fazer e de ver cinema. Planetário do Porto > 23 nov, sáb 17h30

7. Uma Alegoria Urbana

Alice Rohrwacher, realizadora italiana que o grande público poderá conhecer da série A Amiga Genial, faz uma impressionante curta de ficção, em parecia com o artista francês JR, em que revisita a Alegoria da Caverna de Platão, através de um olhar sobre o espetáculo multidisciplinar Chiroptera, de JR, Damien Jalet e Thomas Bangalter. Uma Alegoria Urbana passa na sessão de encerramento, juntamente com um dos filmes premiados do festival. Batalha Centro de Cinema > 30 nov, sáb 21h15

Porto/Post/Doc > Batalha Centro de Cinema, Passos Manuel e outros locais do Porto > 22-30 nov > €5, €2,50 (estudantes, maiores de 65 anos, desempregados e Cartão Porto) > programação completa aqui

A Oppo acaba de anunciar o lançamento global da linha Find X8. Depois da estreia na China, em outubro, a nova gama de smartphones está a caminho de mais mercados, incluindo na Europa, onde chega exclusivamente o modelo premium Find X8 Pro.

Como destacado por Arne Herkelmann, responsável pela gestão de produto da Oppo na Europa, numa apresentação de antecipação à imprensa, que a Exame Informática acompanhou, este marca o regresso dos modelos Find X ao ‘velho continente’, dois anos após a chegada do Find X5.

Por fora, o Find X8 Pro destaca-se pelo design Cosmos Ring da marca, contando com uma construção que combina vidro e alumínio. Com uma espessura de 8,24 milímetros e um peso de 215 gramas, o novo modelo promete uma experiência de utilização mais confortável. 

O smartphone está equipado com um ecrã Quad-Curved Infinite View de 6,78 polegadas, rodeado por uma moldura de apenas 1,9 milímetros para uma visualização mais imersiva. De acordo com a marca, o ecrã dispõe de uma taxa de atualização de 120 Hz, além de brilho até 1600 nits, que permite manter a legibilidade sob luz solar intensa. Já ao reproduzir conteúdo HDR, o brilho sobe até 4500 nits, com o ecrã a suportar o padrão Ultra HDR. 

Através da tecnologia Splash Touch é possível usar o ecrã do Find X8 Pro mesmo com as mãos molhadas, ou se for apanhado desprevenido por chuva. A pensar em quem se preocupa com o conforto ocular, o ecrã usa tecnologia de escurecimento PWM de alta frequência, assim como escurecimento por corrente contínua, contando ainda com a certificação TÜV Rheinland Eye Comfort 4.0.

Câmaras com ‘assinatura’ Hasselblad

O Find X8 Pro está equipado com uma nova configuração de câmaras desenvolvida em parceria com a Hasselblad. Além de uma câmara frontal de 32 MP, o sistema de quatro câmaras de 50 MP destaca-se pela inclusão de dois sensores periscópicos, com capacidade de zoom avançada e um desempenho superior em condições de iluminação reduzida, avança a marca.

Ainda no capítulo da fotografia, o smartphone conta com um modo de retrato da Hasselblad, assim como com um modo Livephoto e com a funcionalidade Fotografia Instantânea, acessível através do Botão Rápido na lateral, que tira partido do motor de imagem HyperTone da Oppo e que capta uma série de fotografias até sete fotogramas por segundo. 

A pensar nos criadores de conteúdo, o smartphone também permite gravar  vídeos Dolby Vision HDR com uma resolução até 4K, a 60fps, a partir de todas as câmaras, incluindo com a câmara frontal.

Mais potência e inteligência

No interior, o Find X8 Pro conta com o mais recente processador da MediaTek, o Dimensity 9400, que, segundo a marca, promete um desempenho 35% mais rápido no que respeita à CPU e 41% mais rápido no que toca à GPU. A Oppo afirma que o chip permite também uma eficiência de 40% da CPU e de 44% da GPU, com as tarefas de IA a utilizarem menos 35% de energia. 

Há ainda espaço para o novo Motor Trinity, um sistema de arrefecimento avançado para uma melhor dissipação de calor e uma bateria de silício-carbono com capacidade de 5910 mAh. O smartphone é compatível com carregamento rápido SUPERVOOC a 80 W e com carregamento sem fios AirVOOC a 50 W. O LinkBoost AI é outra das novidades que chega ao smartphone, concebida para melhorar a conectividade em condições de rede menos ideais.

Com o lançamento do Find X8 Pro, a Oppo anuncia também o sistema operativo ColorOS 15, baseado no Android 15. Com um aspecto renovado e focado numa experiência de utilização fluida, esta versão do sistema operativo contará com seis anos de suporte a atualizações de segurança, avança a marca.

A nova versão do ColorOS conta também com várias funcionalidades ‘alimentadas’ por Inteligência Artificial. Para as edições fotográficas contam-se opções como a AI Eraser, que elimina elementos indesejados, além de três novas ferramentas criativas com IA: melhoria de imagem, refocagem e remoção de reflexos. 

Já na produtividade, a AI Toolbox da Oppo foi atualizada, com ferramentas que usam IA para gerar resumos, transcrever gravações de áudio ou gerar conteúdo escrito. A funcionalidade Circle to Search da Google chega também ao ColorOS 15, sem esquecer o assistente digital Gemini da gigante de Mountain View.

Durante o evento de lançamento global da linha Find X8, que decorreu em Bali, na Indonésia, a Oppo anunciou que o modelo Pro conta com um preço de 19.999.000 IDR (rúpias indonésias), o equivalente a cerca de 1.188 euros, para a versão com uma configuração de RAM/armazenamento interno de 16 GB/512 GB. No entanto, a marca ainda não avançou com mais preços e datas de chegada para outros mercados.