É a primeira longa-metragem de Pedro Almodóvar falada em inglês. E, para já, valeu-lhe o Leão de Ouro no prestigiado Festival de Veneza. É por isso grande a expectativa para a sessão de abertura do LEFFEST, mesmo sem a presença do realizador (que já esteve neste festival anteriormente). Protagonizado por Julianne Moore e Tilda Swinton, o filme aborda a eutanásia, um dos debates mais quentes das sociedades modernas europeias. O LEFFEST aposta numa sessão de abertura dupla, decorrendo em simultâneo a exibição de The Brutalist, Leão de Prata em Veneza, com a presença do realizador, o americano Brady Corbet. Teatro Tivoli > 8 nov, sex 19h
2. Les Vampires
São 514 minutos de filme e 514 minutos de… banda sonora. Les Vampires (1915), clássico do cinema mudo do francês Louis Feuillade vai ser musicado ao vivo pela Rodrigo Amado Unity. São três sessões para abranger a obra integral, em versão restaurada, na magnífica sala do Tivoli. Com uma estética surrealista e uma interpretação icónica de Musidora, que se tornou a primeira vamp do cinema, Les Vampires é considerada uma obra-prima absoluta. No festival, está integrada no ciclo Cinema Erótico. A Rodrigo Amado Unity é constituída por Rodrigo Amado no saxofone, Hernâni Faustino no contrabaixo, Rodrigo Pinheiro no piano e Gabriel Ferrandini na bateria. Teatro Tivoli > 12, 13 e 14 nov, ter-qui 21h
3. On Falling
O filme lusobritânico tem acumulado prémios em festivais de grande relevância, como San Sebastián e Londres. On Falling é a primeira longa-metragem de Laura Carreira, realizadora portuguesa que estudou cinema no Reino Unido e foi influenciada, de forma muito notória, pelo realismo social de Ken Loach. Tendo como cenário a cidade de Glasgow, na Escócia, Laura faz um retrato social frio e avassalador da exploração laboral. Partindo da experiência da própria realizadora, tem como protagonista uma jovem funcionária de um armazém que tem como trabalho a recolha de produtos para clientes (algo equivalente a uma Amazon). É o único filme português selecionado para a competição internacional. Cinema São Jorge > 10 nov, dom 21h > Cinema Nimas > 12 nov, ter 21h30
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4. O Castelo de Haneke
O Castelo, um mergulho no universo de Franz Kafka
O alemão Michael Haneke tornou-se uma figura maior do cinema europeu contemporâneo com obras perturbadoras e grandiosas como Funny Games, A Pianista, O Laço Branco e Amor. O LEFFEST traz a Portugal facetas desconhecidas do realizador. São três longas-metragens e alguns filmes para televisão até agora inéditos nas nossas salas. Um dos destaques é O Castelo, um mergulho no universo de Franz Kafka, criando um ambiente de desconforto em que até se percebe a proximidade entre os universos do escritor e do realizador. O filme integra também o ciclo do LEFFEST que assinala os 100 anos da morte do escritor checo. Cinema Nimas > 13 nov, qua 21h
5. Memórias da Palestina
Memoires de Palestine é centrado nas memórias de Leila Shahid, antiga representante da Autoridade Palestiniana na Europa
A guerra na Faixa de Gaza, que tem resultado no massacre do povo palestiniano, é assinalada no LEFFEST com um programa multidisciplinar, que inclui as exposições In-Between, do artista palestiniano Khaled Jarada, e They Are Shooting at Our Shadows, do coletivo Al-Haq (FAI Unit), uma noite de poesia e um concerto de angariação de fundos para a AMI. Isto, claro, além de um ciclo de cinema, conversas e debates, com a presença de Leila Shahid, Elias Sanbar, Simone Bitton, Elia Suleiman, Mariam Said e Dima Mohammed. Entre os filmes, destaque para Memoires de Palestine, centrado nas memórias de Leila Shahid, antiga representante da Autoridade Palestiniana na Europa. Cinema Nimas > 10 nov, dom 16h
6. Junction 48
O mediático filósofo esloveno Slavoj Žižek, que também tem uma série de filmes de análise de cinema, vai marcar presença no festival, via Zoom, para uma conversa com Udi Aloni, realizador de Junction 48. A sessão está inserida no programa especial Imagens de Guerra/Guerra das Imagens, em que passam alguns dos mais importantes filmes de guerra da história do cinema, desde O Couraçado de Potemkine, de Sergei Eisenstein, a Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola, passando por A Batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo, e A Barreira Invisível, de Terrence Malick. Junction 48 conta a história do jovem rapper palestiniano Kareem. Cinema São Jorge > 12 nov, ter 15h
7. As curtas de Miguel Gomes
Curta-metragem Kalkitos, de Miguel Gomes
Uma oportunidade rara para rever em sala a obra completa de Miguel Gomes, numa altura em que o seu último filme, Grand Tour, ainda circula por cinemas um pouco por todo o mundo. Nesta retrospetiva integral é possível rever as suas longas mais marcantes, como Aquele Querido Mês de Agosto, Tabu e As Mil e Uma Noites, mas também ir ao fundo do baú e (re)descobrir as suas curtas-metragens, os momentos em que começou a construir uma linguagem própria e original, como Inventário de Natal, Entretanto, Kalkitos ou Cântico das Criaturas. Além de Miguel Gomes, o festival também homenageia, com retrospetivas, dois outros realizadores. De Jonás Trueba, figura relevante do novo cinema espanhol, que se destaca pela forma como constrói os filmes ao lado dos atores, podem ver-se, por exemplo, Los Ilusos e La Reconquista. Patricia Mazuy é uma realizadora veterana francesa, com uma linguagem surpreendente, como se pode perceber no seu mais recente filme, La Prisonnière de Bordeaux. Retrospetiva Miguel Gomes > sessões aqui
LEFFEST – Lisboa Film Festival > Teatro Tivoli, Cinema Nimas, Cinema S. Jorge, Auditório do Liceu Camões e Teatro do Bairro, Lisboa > 8-17 nov > sessões €6 a €8 > programação completa aqui
“Julián, o rio! O rio! Ficou louco!” (El País, 31 outubro 2024). O grito de desespero desta mulher retrata bem a situação vivida naquela noite na Comunidade Valenciana. Não é por acaso que Valência tem um longo histórico em matéria de cheias e risco, isto é, perdas humanas e danos.
Valência comprova que, perante o mesmo tipo de ocorrência, as consequências em vidas e danos materiais são maiores, porque a intensidade da ocupação do território é cada vez maior. Seja como for, não há memória de tanta chuva em tão pouco tempo.
Apocalipse Mais de 200 mortos e quase dois mil desaparecidos era, seis dias depois das apocalípticas inundações, o balanço provisório da catástrofe. Por baixo do amontoado de destroços ou presas em caves e garagens podem estar mais umas centenas de vítimas. A chuva inclemente alastrou a Barcelona
As cenas apocalípticas em Valência, que a televisão nos mostrou, tocaram-nos mais do que o habitual, pela proximidade e, provavelmente, porque muitos de nós terão pensado, com naturalidade, que poderia ser cá, na nossa terra, na sua rua, na sua casa. É verdade, temos todas as condições para que isso aconteça. Como também temos uma certeza: um fenómeno destes vai voltar a acontecer. E, num universo de muitas incertezas, sobressaem duas: quando e onde? O não saber quando e onde só pode conduzir-nos a uma atitude: prevenção.
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Precipitação total
A designada gota fria, ocorrência meteorológica conhecida, estudada e comum, que provocou a tragédia de Valência, resulta de peculiares condições locais e não é replicável na nossa geografia com a mesma intensidade, porque em matéria de temperatura o Atlântico é muito mais estável do que o Mediterrâneo e o relevo do litoral português é substancialmente diferente do da costa mediterrânica espanhola que tem grande proximidade ao mar, fator essencial. Todavia este facto não deve descansar-nos, antes pelo contrário: temos tudo para que uma qualquer tempestade atmosférica possa ter a mesma consequência por cá.
Empatia O rei Filipe VI também foi apupado e alvo de “pedradas” de lama, mas decidiu permanecer no local, mostrando humanidade e proximidade com os súbditos valencianos. “O Estado existe!”, repetiu, na vila de Paiporta, perante os que se sentiram abandonados. Já o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, alvo principal da fúria popular, foi retirado do local
Para compreender o que se passou em Valência, desde logo tem de ser assumido que chover 450 mm em 24 horas só pode ter consequências como as ocorridas. Para se ter uma ideia, este nível de precipitação num só dia é bem mais de metade da precipitação média que em todo o ano cai em Portugal a sul do Tejo. Este absurdo pico de precipitação numa faixa litoral densamente povoada como a região de Valência – a Comunidade Valenciana tem mais de cinco milhões de pessoas –, numa área menor do que o Alentejo, explica a dimensão da catástrofe humana e material.
Além da elevadíssima precipitação, a outra parcela que contribuiu significativamente para a catástrofe é a já referida elevada densidade de ocupação, agrícola, industrial, urbana e também de infraestruturas (como vias de comunicação rodoviárias e ferroviárias) no território, sempre a qualquer preço – como também se vê por cá.
Histórico trágico
Em qualquer latitude do planeta, chegou-se ao século XXI com a ilusão de que a tecnologia tudo pode, mas a Natureza mostra-nos que não. O que se passou na noite de 29 de outubro é bem conhecido em Valência e encontra paralelismo ao longo da história da cidade. Há notícia de eventos hidrológicos catastróficos muito remotos – sabe-se que em 1517 a cidade ficou totalmente submersa e o número de mortos foi muito superior ao de agora. Mais recentemente, os anos de 1957 e 1966 são datas marcantes na história das cheias na região de Valência. Podemos, e devemos, afirmar que este tipo de ocorrências hidrológicas na região de Valência e em todo o Levante Ibérico são normais e naturais. O problema é a intensa presença humana, que ocupa todo e qualquer espaço sem olhar às contingências naturais alheias ao mercado.
Surreal Um especialista em efeitos especiais não conseguiria imaginar algumas das imagens mais estranhas que a catástrofe provocou. Infraestruturas destruídas e os cemitérios repentinos de automóveis evocam cenários que parecem fabricados por Inteligência Artificial. Difícil é saber como recomeçar e retomar alguma normalidade
1957 é um bom exemplo de uma grande cheia que destruiu o centro de Valência e levou ao desvio total do rio Turia. Este tipo de intervenção, cedo ou tarde, tem consequências, como nos mostrou a noite de 29 de outubro.
A prevenção – seja estrutural, comportamental, de manutenção, etc. – é a única aposta que pode trazer resultados positivos, lá como cá. A análise desta ocorrência extrema, com muito realismo, deve naturalmente considerar o somatório do efeito da mudança climática; o que choveu em 24 horas não é compaginável com o “histórico normal”.
Prevenção e política
Lá, como cá, a trágica ocorrência foi usada como arma política, pois o governo autonómico é conservador e o nacional é socialista. O governo autonómico considerou a situação em nível 2 de perigo, a que lhe permitia assumir o protagonismo e controlar a gestão do processo, para impedir que o governo nacional tomasse conta da situação (só possível a partir de nível 3, ou seja, alerta e perigo máximos), tudo isto com as consequências que se conhecem no atraso no ataque à situação, socorros, etc.
Também o importante sistema de alerta à população foi questionado, ou ignorado (?). Pelo que se sabe, cinco dias antes do temporal, surgiram os primeiros alertas e, só no próprio dia, perante a iminência da catástrofe, foram lançados alertas vermelhos, que terão sido desrespeitados. Nesta matéria também há bastante semelhança nos dois lados da fronteira; por um lado, um exagero de “avisos e alertas” que por tudo e nada são lançados, o que leva o cidadão a desacreditar, e, por outro, o desrespeito pelo alerta vermelho que apanhou muita gente a circular, ou em garagens a salvar automóveis, quando devia estar em casa.
Por cá, sabemos, e repete-se frequentemente, que somos um país muito vulnerável a fenómenos naturais. Seja pela exposição atlântica, pela diversidade geológica e climática ou pela desflorestação, seja pela péssima ou inexistente política de ocupação do território. Provavelmente o débil ordenamento do território em Portugal é o nosso maior risco e custo. Na verdade, nesta matéria os erros pagam-se muito caros e os exemplos no nosso quotidiano são muitos e óbvios, a começar pela mobilidade com a simples ida para o trabalho.
Voluntariado Milhares de voluntários, muitos dos quais percorrendo longos quilómetros a pé, afluíram de todas as regiões de Espanha. Mantimentos, água potável, roupa e pás (para limpeza da via pública e das casas) apareceram pela mão dos espanhóis anónimos. Depois de um jogo do empurra entre autoridades, governos central e regional foram criticados pela demora em atuar
Cada risco é único, muitos deles imprevisíveis, mas atualmente e de uma forma geral, os dados disponíveis e a capacidade de os trabalhar e extrair conclusões obrigam-nos a tomar decisões, isto é, a prevenir e educar para o cumprimento de um dos principais deveres do Estado, a segurança das pessoas, dos bens e do território.
As cheias são um bom exemplo da previsão como apoio à decisão, designadamente para a ocupação do território ou para as intervenções necessárias para controlar e minimizar o risco. Por último, num ato de consciência cívica, sabemos que perante uma ocorrência natural, os meios de ação e socorro serão sempre insuficientes; também por isto, a importância crescente da ação de cada um e da comunidade em geral sempre acompanhou a evolução da Humanidade. O caso de Valência é um bom exemplo do que não fazer perante a catástrofe. Tentar salvar o automóvel, e outros bens, foi fatal para muitas das vítimas.
Por cá, a existência e a consideração de mapas de risco são uma prioridade nacional. Na hora de decidir uma nova urbanização ou a localização de um novo hospital, a perigosidade do lugar é essencial. O mesmo se deve aplicar quando compramos ou alugamos uma casa. Por enquanto, temos um Estado que dispõe, há mais de duas décadas, de um Programa Nacional da Política do Ordenamento do Território e o ignora. Esquecemos demasiadas vezes a Natureza – aquela coisa que é sempre natural, mesmo que às vezes pareça louca.
Quanto mais quente, pior
Inundações aumentam com o aquecimento global?
As leis da física são claras: o ar quente retém mais humidade. E o que sabemos é que, desde o início do período industrial, a libertação de gases com efeito de estufa para a atmosfera tem feito com que as temperaturas aumentem, levando a uma evaporação mais rápida da água no mar, nos rios e nos lagos. Portanto, quanto chove, as nuvens carregam mais água para libertar.
Os cientistas não têm dúvidas, por isso, que as mudanças climáticas estão a ter um grande impacto na frequência de chuvas torrenciais durante tempestades e outros fenómenos meteorológicos repentinos. Os estudos incluídos nos vários relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), das Nações Unidas, indicam que no cenário de um aumento de temperatura global de 1,5°C , que o mundo está cada vez mais perto de atingir, a precipitação intensa, que ocorreria uma vez em cada dez anos, passará a registar-se 1,5 vezes em cada década. E será mais de 10% mais húmida.
No ano passado, a Europa teve cerca de 7% mais chuva do que o normal, com a maior parte do continente enfrentando condições mais húmidas do que a média. Precipitações pesadas desencadearam inundações em Itália, Noruega, Suécia e Eslovénia.
De acordo com o IPCC, com dois graus Celsius de aquecimento acima dos níveis pré-industriais, o que seria uma ocorrência de chuva muito acima do normal a cada dez anos ocorrerá 1,7 vezes por década e será 14% mais húmida. E se o mundo aquecer para quatro graus Celsius, chuvas pesadas que costumavam ocorrer uma vez por década podem ocorrer quase três vezes mais frequentemente e libertar 30% mais chuva.
Estima-se que, desde 2000, a proporção de pessoas expostas a inundações tenha aumentado em 24%. Atualmente, segundo os mesmos estudos, quase dois mil milhões de pessoas habitam em locais vulneráveis a grandes inundações.
Podíamos ter entrado na cidade velha pela Porta Nova de Bisagra, de origem muçulmana e reconstruída ao estilo renascentista no século XVI. Mas o autocarro estacionou cá em baixo, perto das escadas rolantes do Paseo de Recaredo, e por aí subimos ao interior das muralhas de Toledo. A pé, a banda sonora das malas a arrastarem pela calçada acompanhou-nos até à porta do hotel Aurea.
Neste centro histórico, classificado Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, poucos carros circulam, daí o vaivém de gente para cima e para baixo – sim, Toledo faz-se de ruas estreitas e íngremes, que obrigam a paragens para contemplar e também para recuperar o fôlego.
Logo na primeira caminhada, vimos alguns dos principais monumentos da cidade, entre igrejas, sinagogas e mesquitas, como a imponente catedral, com a sua torre de 94 metros de altura, mais alta do que a de Sevilha e com influência da mesquita-catedral de Córdova, e o sino de San Eugenio, o maior de Espanha com 18 toneladas, também conhecido como Campana Gorda. Com entrada pela porta lateral, a catedral situa-se na Plaza del Ayuntamiento, por todos chamada de Plaza de Los Tres Poderes (judicial, político e eclesiástico) devido à proximidade do Palácio de Justiça, da Câmara Municipal e do Palácio do Arcebispo e a Catedral.
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Antes já tínhamos calcorreado a Plaza Zocodover, lugar do antigo mercado de “bestas de carga”, e percebido a proliferação de lojas de cutelaria, a vender espadas, facas e canivetes, e pastelarias de mazapán.
Banhada pelo rio Tejo, Toledo foi a primeira capital de Espanha. Foto: Dreamstime
O mesmo rio Tejo, que vindo de Espanha desagua no oceano Atlântico, formando um estuário em Lisboa, banha as margens desta cidade a 25 minutos de comboio ou a 45 minutos de carro desde Madrid. Há mais de quatro mil anos, Toledo nascia do lado oposto onde está e, na outra margem do rio, os miradouros são paragem obrigatória, proporcionando as mais belas panorâmicas. Perto da água, ficavam os ofícios que dela precisavam, como os curtidores e tintureiros, até que os romanos transladaram tudo.
Descansar em quartos-museu
Entrar no hotel Aurea, um quatro estrelas de uma das sete marcas do Grupo Hotusa, é embarcar numa viagem ao passado. No Bairro dos Cânones ou Pozo Amargo (poço público que esconde uma lenda de amores impossíveis), aqui viveram padres católicos, desde o final do século XII até ao século XVII, atraídos pela vizinha catedral. Foi da fusão de sete casas-pátio típicas, uma em ruínas, outras só com fachada, que nasceu o projeto Aurea. Um restauro arqueológico realizado ao logo de 15 anos, terminado em setembro de 2023.
O hotel Aurea, no Bairro dos Cânones, nasceu da recuperação de sete casas-pátio típicas, Fotos: DR
No hotel, está representado o emaranhado labiríntico da cidade, a remeter para o traçado sinuoso das ruas de Toledo. A luminosidade dos quartos, por darem para três ruas diferentes, vai mudando ao longo do dia.
Mantêm-se as paredes originais, abóbadas, arte islâmica, pinturas murais, painéis policromados, tetos esculpidos, colunas de granito e os lancis dos poços. As zonas comuns do hotel terão sido as antigas cozinhas, adegas, cavalariças e currais, e os pátios interiores continuam a ser utilizados, desde há um ano, pelos hóspedes.
Entre os 66 quartos de 14 tipologias existe um mais especial do que os outros, digno de estudo e apreciação por parte de especialistas em arte, com capacidade para pagarem o suplemento de mil euros, além do preço da estada. No n.º 305, as pinturas murais com sete camadas preenchem as quatro paredes. Representações do século XIV-XV, uma Maria Madalena do século XVI, mais renascentista, e frescos originais do século XV-XVII deixam qualquer um boquiaberto.
Segredos debaixo dos pés
Conhece-se melhor Toledo se descobrirmos o labirinto subterrâneo de abóbadas, arcos, corredores e porões. Até 1948, quando a água canalizada chegou à cidade, por cada três casas do casco antiguo havia pelo menos um poço ou cisterna. No bairro judeu fica o Pozo del Salvador, da época medieval, já que parte do aparelho utilizado na sua construção é dos séculos XI-XII. Descoberto em 2002, só pode ser aberto por guias turísticos credenciados. Próxima paragem: miradouro do Paseo de San Cristóbal com vista para o bairro judeu e o Museu El Greco, dedicado à obra de Domenikos Theotokopoulos (1541-1614), pintor grego que em 1577 se mudou para Toledo, onde viveu e trabalhou até morrer.
Calcorrear Toledo é a melhor forma de nos perdermos por ruas estreitas, descobrindo edifícios históricos como a imponente catedral, com a sua torre de 94 metros de altura. Fotos: DR
Ponto de encontro de três culturas, a primeira capital de Espanha preserva os vestígios da presença árabe, judaica e cristã em diferentes épocas da História. A Calle de Sillerias, no bairro dos artesãos, onde eram feitas as cilhas dos cavalos, dá início à zona palaciana de Toledo, um verdadeiro museu ao ar livre.
Olho atento às portas e fachadas das casas com influência muçulmana restauradas, em que os batentes das portas estão à altura de um cavaleiro em cima do cavalo. A 1 de junho, na festa de Corpus Christi, a mais importante de Toledo e uma das mais antigas, há cerca de 40 pátios abertos a visitas.
A delícia de Toledo
Foto: DR
A laborar desde 1856, a fábrica Santo Tomé instalada num edifício do século XVI é a mais antiga de Toledo. Fazer mazapán (maçapão) é um negócio tradicional de família, agora na sétima geração, que preserva a receita original do doce natalício feito com amêndoa, açúcar e mel, mas vendido o ano inteiro. Um produto certificado com Indicação Geográfica Protegida que é o verdadeiro recuerdo de Toledo. Só em dezembro vendem 20 mil a 25 mil quilos de mazapán, o mesmo que é produzido de janeiro a novembro.
As amêndoas doces da região de Levante (Valência, Alicante, Múrcia) têm de ter 60% de gordura mínima, depois de lavadas e peladas são trituradas num moinho de pedra de granito. O açúcar é branco e o mel nacional multifloral, para dar um sabor mais neutro. Misturar estes três ingredientes demora quatro dias, entre o início do processo de fabricação e a venda, com 19 passos pelo meio. É um produto fresco, sem conservantes e com um mês de validade desde que sai do forno. Irresistível.
Vem de longe a tradição de celebrar o São Martinho, santo padroeiro de Penafiel. Entre os dias 8 e 20 deste mês, a cidade transforma-se numa romaria com castanhas assadas, provas de vinho novo, gastronomia, artesanato e mostras de gado. Junto ao Largo da Ajuda, instalam-se duas tendas onde decorrem as provas de vinho novo e se serve a gastronomia típica da região (todos os dias das 10h às 20h, ou 11h30-23h (12-15 nov). Já os magustos tradicionais acontecem nos dias 11, 17 e 20, às 17 horas. Lg. da Ajuda, Penafiel > 8-20 nov > grátis> programa completo aqui
2. À volta do fogo no Tenro by Digby, no Porto
A sala do restaurante Digby com vista para o rio Douro e a marginal de Vila Nova de Gaia. Foto: DR
Dois dias dedicados à cozinha de fogo e ao São Martinho, são as propostas para este sábado e domingo, 9 e 10, no restaurante Tenro by Digby, do hotel Torel Avantgarde. A primeira edição do URO – Gastro Fire Sessions vai juntar o chefe-anfitrião João Figueirinhas, os chefes Harry Quinn (irlandês), Lídia Brás e Rodrigo Cardoso, e a pastelaria vegan de Rodrigo Cláudio e Sara Soares, criadores da marca Caos – O Futuro é Vegetal. O objetivo passa por “cozinhar de forma consciente, utilizando todos os elementos do ingrediente”, salienta João Figueirinhas. “A ideia nasce do magusto, onde o fogo assume o papel principal, da vontade de reunir amigos à volta do fogo e de celebrar sabores genuínos”.
Do menu, que será conhecido no próprio dia, sabe-se que contará com carne de porco, de animais criados pela vitivinicultora Filipa Pato (Bairrada), e com bifana com tupinambor servida em bun de batata-doce da padaria Brites (Porto). Um mercado com marcas locais e sustentáveis acompanha os dois dias. Torel Avantgarde, R. da Restauração, 336, Porto > T. 22 244 9615 > 9-10 nov, sáb-dom 12h-23h > €55
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3. Feira de vinhos e jantar no The Largo, no Porto
Neste sábado, 9, a partir das 16h30, o hotel The Largo abre as portas a uma Feira de Vinhos, dando a conhecer as colheitas de vários produtores, coincidindo com o São Martinho e a tradição de dar a provar o vinho novo. São eles: Picote Wines (região de Miranda do Douro), Quinta de Tourais (Vale do Douro), Quinta da Portela – Coliseu (Vale do Douro), Tubarão Vinhos (Póvoa de Varzim), e Márcio Lopes (Vinhos Verdes e Douro), com ligações a este hotel de cinco estrelas.
Fotos: DR
No restaurante, situado no terraço do The Largo, será servido um jantar (€110, com vinhos) preparado pelo chefe de cozinha Nuno Mendes (Cozinha das Flores) e composto, entre outros pratos, por pastel de nata de nabos com caviar, presa de porco com grelos grelhados, arroz de sarrabulho e jus de porco com groselha. Lg. de São Domingos, 60, Porto > T. 22 976 0000 > Feira de vinhos: €20 (o valor pode ser descontado no Cozinha das Flores), jantar €110
4. Jantares “A La Mesa” nas caves Cockburn’s, em Vila Nova de Gaia
Os jantares são servidos nas caves com dez mil cascos de carvalho. Foto: DR
Numa mesa para 60 pessoas, posta nas caves de vinho do Porto da Sygminton, vão servir-se dois jantares especiais sob o mote do São Martinho. Nesta sexta e sábado, 8 e 9, ao chefe argentino Maurício Ghiglione (restaurante Belos Aires), presença habitual nas caves Cockburn’s, juntam-se João Magalhães (restaurante Pata Gorda) e João Pupo Lameiras (Bacalhau, Muro do Bacalhau e Ro) para a confeção de dois menus à volta da castanha, composto por seis momentos (carne e peixe incluídos), revelados no próprio dia. Caves Cockburn’s > R. Dona Leonor de Freitas, Vila Nova de Gaia > 8-9 nov, sex-sáb, 19h30 > €80 (bilhetes à venda aqui)
5. Festa do Magusto na Praça, em Lisboa
A Praça no Hub Criativo do Beato Foto: DR
A Praça, no Hub Criativo do Beato, preparou a preceito o São Martinho. Sopa da pedra, castanhas assadas e água pé, são os ingredientes da festa que se celebra neste sábado, 9, a partir do meio-dia. O menu sabe e cheira a outono e tem como convidados a Confraria Gastronómica de Almeirim. À sopa da pedra, o prato mais conhecido de Almeirim, associado à lenda do frade que, com uma pedra e astúcia, criou uma sopa com carne, enchidos, feijão e batata, junta-se o pão de trigo de miolo denso e côdea estaladiça, que na região chamam de caralhota. Também não vai faltar a água-pé, trazida pelo produtor Rodrigo Filipe, do projeto Humus, e as castanhas assadas no carvão, quentes e boas, como se quer. Hub Criativo do Beato > Tv. do Grilo, 1, Lisboa > 9 nov, sáb a partir das 12h
6. Maugusto na Musa de Marvila, em Lisboa
À sétima edição, a cerveja Musa não deixa os créditos por mãos alheias e propõe uma festa de São Martinho irreverente, a acontecer neste sábado, 9, a partir 13h, em Marvila. Começamos pelo principal, o menu, composto por castanhas, aqui acompanhadas com as cervejas da casa. Quem rumar à Musa vai encontrar ainda caldo de verde de batata-doce e óleo de Nduja; migas de broa e castanha com ovo a cavalo; espeto de porco e castanhas; bifana; sande de rojão e castanha e rabanada de jeropiga. Agora, damos conta da música e do bailarico, essencial para um pézinho de dança. Joana Barrios e Mariana Afreixo, Femme Falafel, Doce da Casa e Sónia Trópicos, vão dar show em formato DJ Set. Musa de Marvila > R. do Vale Formoso, 9, Lisboa > 9 nov, sáb a partir das 13h
7. Magusto em Oeiras, Oeiras
Em Oeiras, as castanhas vão estar a ser assadas em dois grelhadores de rua. Foto: DR
Doze toneladas de castanha têm destino certo neste fim de semana em Oeiras: os dois grandes grelhadores de rua que vão estar no Largo 5 de Outubro (sáb) e no Parque Anjos (dom), em Algés. Vinho de Carcavelos acompanha as castanhas assadas e haverá animação (11h-22h). Tudo grátis. Ainda neste fim de semana, no Mercado Municipal de Paço de Arcos, acontece o Vinhos e Petiscos – Sabores de Outono, uma iniciativa de entrada gratuita que inclui degustação de castanhas assadas e pratos típicos de outono, stands com produtores regionais, vinhos e música ao vivo. I.B. Lg. 5 de Outubro e Parque Anjos, Algés, Oeiras > Mercado Municipal de Paço de Arcos, Paço de Arcos, Oeiras > 9-10 nov, sáb-dom > grátis
8. Magusto Baldaya no Palácio Baldaya, em Lisboa
A tradição também se cumpre em Benfica com o Palácio Baldaya a abrir portas para os festejos de São Martinho neste fim de semana, dias 9 e 10. O programa inclui várias atividades, como workshops de ornamentação floral e reautilização de materiais (dom), aulas de ginástica, teatro infantil e magusto. No sábado, há um concerto da Real Companhia, e no domingo, atua a cantora Aldina Duarte, dois espetáculos com início marcado para as 16h. A Refood é parceira deste Magusto Baldaya e promove algumas destas atividades, cujas receitas revertem para a associação. Palácio Baldaya > Estr. de Benfica, 701, Lisboa > 9-10 nov, sáb-dom a partir 10h > grátis
9. Visita à adega e prova de vinho na José Maria da Fonseca, em Azeitão
A loja da José Maria da Fonseca Foto: DR
Com quase dois séculos de existência, a José Maria da Fonseca é um dos produtores mais antigos da região de Setúbal. Em Vila Nogueira de Azeitão, na sua Casa-Museu, festeja-se o São Martinho com um programa especial, a acontecer entre este sábado, 9, e segunda, 11. A tradição cumpre-se com castanhas assadas e prova de dois vinhos (um vinho tinto e um Moscatel de Setúbal Roxo), assim como a degustação de produtos regionais. Visita às adegas da Mata, Teares Novos e Teares Velhos, assim como à bonita Casa-Museu, onde se conta a história da família, e aos jardins, também fazem parte do programa, assim como o kit de São Martinho (inclui garrafa de vinho, um saco de castanhas para assar e, ainda, 10% desconto em vinhos, válido no dia na loja física). José Maria da Fonseca > R. José Augusto Coelho, 11-13, Vila Nogueira de Azeitão > T. 21 219 8940, enoturismo@jmfonseca.pt > 9-11 nov, sáb-dom 15h > €26, €8 (3-17 anos), 2 adultos + 2 crianças €60 (inclui prova de dois sumos de oferta e caixa de lápis)
10. São Martinho Mayor na Adega Mayor, em Campo Maior
Assinada pelo arquiteto Siza Vieira, a Adega Mayor foi a primeira adega de autor em Portugal Foto: Marcos Borga
Em Campo Maior, a Adega Mayor celebra o São Martinho com várias atividades. O São Martinho on the Move acontece neste sábado, 9, às 15h30, e consiste numa caminhada de 8 km e uma corrida de 3 km, percursos acompanhados por guias e não competitivos – são para exercitar e conviver. Seguem-se visitas guiadas em grupo à adega desenhada por Siza Vieira (17h45) e, claro, um magusto com castanhas, vinho e animação pelo Grupo Cantares – Carlos Clemente. A inscrição custa €2 (o valor reverte para a Associação de Solidariedade Social Coração Delta) e inclui um copo de vinho e um cartucho de castanhas (um copo de vinho extra custa €1, o cartucho de castanhas €2). No local, haverá ainda doçaria e salgados, cujas vendas revertem também para fins sociais. No sábado seguinte, dia 16, realiza-se um Curso Vínico. Tem início às 10 horas, com um visita à Adega Mayor, seguindo-se a formação, prova de vinhos e o almoço harmonizado (diploma de participação e oferta surpresa). Adega Mayor > Herdade das Argamassas , Campo Maior > 9 nov, sáb, 15h-20h > €2 (inclui um copo de vinho e um cartucho de castanhas) > inscrições em https://forms.gle/Qj3hwbS73qj7vRrX6, enoturismo@adegamayor.pt, T. 268 699 440
11. Castanhas e vinho da talha na Adega José de Sousa, em Reguengos de Monsaraz
A adega dos potes, um dos espaços de visita da Adega José de Sousa Foto: DR
Em Reguengos de Monsaraz, a Adega José de Sousa celebra o S. Martinho como manda a tradição: prova de vinho novo, vinificado nas talhas de barro, e também de outros dois vinhos, Dona Julieta Branco e Puro Talha Tinto, acompanhados de castanhas assadas e de uma degustação de produtos da região (queijo de ovelha, enchidos e pão alentejano com azeite). O programa inclui ainda uma visita guiada a esta adega tradicional. Aos participantes é também oferecido um kit de São Martinho com uma garrafa de vinho do produtor e um saco de castanhas para assar em casa. I.B. Adega José de Sousa > R. de Mourão, 1, Reguengos de Monsaraz > reservas T. 91 826 9569, > até 30 nov, seg-dom às 11h, 15h >€26/pessoa, 2 adultos + 2 crianças €60 (inclui prova de dois sumos de oferta e caixa de lápis)>josedesousa@jmfonseca.pt
12. Festa da Castanha entre muralhas, em Marvão
Os bolos de castanha vão poder provar-se em Marvão Foto: José Carlos Carvalho
No alto da serra de São Mamede, Marvão é palco neste fim de semana, dias 9 e 10, da 40º edição da Feira da Castanha. Este ano, em três magustos, vão assar-se mais de 4 mil quilos de castanha produzidos localmente, a que se junta prova de vinho da talha. A feira conta também com uma mostra de artesanato, onde se encontrará, por exemplo, a tradicional cestaria em madeira de castanho e os bordados com casca de castanha, mostra de produtos locais, concertos, dois workshops para crianças e adultos conduzidos pela artista têxtil local Marisa Arosa, sobre a lã Abenaia produzida na região (Casa da Cultura, domingo, 10, 11h e 15h).
Pelas ruas da vila a exposição 40 Anos de Festa do Castanheiro – Feira da Castanha de Marvão, celebra em fotografias os momentos mais importantes e os costumes desta festa. A partir deste sábado, 9, e até domingo, 24, decorre a Quinzena Gastronómica da Castanha, a que se associaram 15 restaurantes do concelho e que vão dar a provar este fruto, em várias propostas salgadas e doces. Marvão > 9-10 nov, sáb-dom 10h-18h > €1,50 (receita reverte a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Marvão)
Dos 26 países da União Europeia analisados pelo Eurostat (os Países Baixos são avaliados com outra metodologia), Portugal fica em 18º do que diz respeito ao salário médio anual ajustado a tempo inteiro.
Este indicador teve, em 2023, um aumento homólogo de 6,5% para os 37.900 euros ao nível da UE.
De acordo com os dados publicados pelo serviço estatístico da União Europeia, os salários médios anuais ajustados a tempo inteiro mais elevados foram apresentados pelo Luxemburgo (81.100 euros), seguido pela Dinamarca (67.600) e a Irlanda (58.700). No extremo oposto, com os menores salários, estão a Bulgária (13.500 euros), a Hungria (16.900 euros) e a Grécia (17.000 euros).
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Portugal está no 18.º lugar entre os 27 Estados-membros com um salário médio anual ajustado a tempo inteiro de 22.933, que se compara com os 21.131 apresentado em 2022.
Se olharmos apenas para a folha de despesas de material (BOM, de bill of materials) conclui-se que o Google Pixel 9 Pro custa muito menos dinheiro a produzir do que o novo iPhone de topo da Apple. O relatório com as estimativas, citado pela publicação GSM Arena, não foi confirmado oficialmente por nenhuma das marcas, mas mostra que o Pixel 9 Pro totaliza 406 dólares (cerca de 375 euros ao câmbio atual) em componentes, enquanto a Apple paga 568 dólares (cerca de 528 euros) pelo material do iPhone 16 Pro.
Mesmo dentro dos padrões da própria Google, o modelo 9 Pro é 11% mais barato do que o Pixel 8 Pro lançado no ano passado, mas a verdade é que o sucessor daquele é na verdade o modelo Pixel 9 Pro XL. O Pixel 9 Pro surge no mercado com um tamanho mais pequeno, um ecrã mais reduzido e uma bateria com menor capacidade, lembra o GSM Arena.
Por seu lado, o iPhone 16 Pro tem um preço 6% acima do que tinha o antecessor: estima-se que só o chipset custe 135 dólares, o ecrã perto de 110 dólares e os componentes de câmara 91 dólares. Na Google, o chipset custa 80 dólares, o ecrã 75 dólares e a câmara chega aos 61 dólares.
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Apesar das diferenças nos custos de produção, ambos os equipamentos têm o mesmo preço de referência no mercado norte-americano – 999 dólares. Já em Portugal, o Pixel 9 Pro está disponível a partir de 1119 euros e o iPhone 16 Pro está disponível a partir de 1249 euros.
É possível agradar a gregos e a troianos? O velho ditado diz-nos que não. Mas quando se trata de encontrar um televisor capaz de agradar tanto a fãs de cinema e séries, como a entusiastas de desportos e de videojogos, a missão torna-se um pouco mais fácil. Com uma qualidade de imagem convincente, o TCL 65C855 QD-Mini LED mostra a sua versatilidade. Nem tudo é perfeito, porém, esta é uma proposta que pode ser apelativa para quem procura uma televisão com dimensões generosas.
Apesar das dimensões generosas do ecrã de 65 polegadas, este modelo conta com um design ‘slim’. Já o design da base não é o mais inspirado, mas oferece uma boa estabilidade, suportando o peso do televisor de modo eficaz. A moldura em torno do ecrã é reduzida, o que contribui para uma maior sensação de imersão no conteúdo.
Este modelo deixa uma boa impressão quanto à qualidade de imagem, em particular, no que respeita à reprodução de conteúdos a 4K. As imagens são nítidas, com boa riqueza de pormenores e fluidez visual. O TCL 65C855 QD-Mini LED tem vários perfis de imagem pré-configurados e, no predefinido Standard, as cores são agradavelmente vibrantes. É certo que não estamos na liga dos OLED, mas o nível de contraste é satisfatório, assim como a profundidade dos tons mais escuros.
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Se no perfil Standard as cores já saltam à vista, no modo Dinâmico os tons tornam-se ainda mais vibrantes. Já no perfil Cinema, as imagens ganham tonalidades um pouco mais quentes, além de contrastes mais acentuados. Entre os perfis disponíveis contam-se ainda uma opção para Desporto, que ajuda a dar um pouco mais de dimensão às partidas em diferentes modalidades, e um perfil de Melhoramento HDR, que otimiza os contrastes e o nível de detalhe.
Embora a marca afirme que o ecrã está preparado para fazer face a condições de iluminação mais complexas, verificámos que este modelo tem dificuldade em lidar com reflexos, algo que se nota, sobretudo, em conteúdos com tons mais escuros. Aumentar o nível de brilho ajuda, em parte, a mitigar o problema, mas nem sempre se afirma como uma solução eficaz.
Com uma taxa de atualização de 144 Hz, a TCL pisca o olho aos gamers, mas este não é o único ‘mimo’ incluído para os entusiastas de videojogos. A par do suporte à tecnologia AMD FreeSync Premium Pro, para tornar a experiência ainda mais fluida, este modelo conta com um modo de gaming dedicado e muito completo, incluindo uma barra com uma variedade de opções de personalização, além da possibilidade de ver métricas de jogo em tempo real.
Aqui destacam-se três perfis de imagem exclusivos, entre um modo Original, outro para jogos FPS e ainda outro para RPGs. É também possível aproveitar uma funcionalidade de melhoramento de sombras, assim como ativar o modo de alta velocidade de fotogramas e até usar uma espécie de ajudante de mira, numa opção concebida para os jogadores que não têm a melhor das pontarias.
Som e conectividade
O TCL 65C855 QD-Mini LED está equipado com um sistema de altifalantes que oferece uma boa potência a nível de volume. Porém, em volumes muito elevados, sentimos distorção nas frequências mais graves. A inclusão de perfis para diferentes tipos de conteúdo traz mais dimensão à experiência sonora, colmatando a falta de profundidade que sentimos no modo Standard.
Como sucede nos perfis de imagem, cada um destes modos pode ser personalizado. Aqui destacamos perfis como “Cinema”, que carrega nos graves para nos dar mais dramatismo e que se torna ainda melhor quando a virtualização de som surround está ativada; “Limpar voz”, que isola e dá destaque às vozes de maneira convincente; e “Desporto”, cuja ênfase no efeito de som surround nas vozes resulta muito bem para acompanhar, por exemplo, jogos de futebol.
No que respeita à conectividade, quase todas as bases estão cobertas com uma variedade de ligações, incluindo duas entradas HDMI 2.1 que suportam conteúdos a 144 Hz e 120 Hz. Em destaque está também o suporte aos sistemas AirPlay da Apple e Chromecast da Google.
A propósito da tecnológica de Mountain View, este modelo tem o Google TV como sistema operativo, permitindo o acesso a múltiplas aplicações de streaming, além de uma experiência de navegação fluida, respondendo sem atrasos às interações através do comando.
A TCL apostou numa abordagem minimalista para o comando, centrando-se no acesso às funcionalidades básicas de navegação e controlo, dando ainda destaque a quatro serviços em específico (Netflix; Prime Video; YouTube; e TCL Channel), se bem que a posição dos botões de volume na lateral seja uma escolha que nos deixa um pouco confusos.
Tome Nota TCL 65C855 QD-Mini LED – €1299 tcl.com/pt/pt
Imagem Muito bom Brilho Bom Som Bom Conectividade Muito Bom
Características Ecrã LCD Mini LED/QLED 65”, 3840×2160; 144 Hz VRR; 3300 nits ○ AiPQ Pro ○ HDR 10+; HDR10+ Adaptive; Dolby Vision IQ ○ Som: 2x 10W + 2x 10 W + 2x 10 W (DTS-HD+DTS Virtual X) ○ Wi-Fi 6; BT 5.2; 2x HDMI 2.1; 2x HDMI 2.0 ○ Google TV ○ Chromecast; AirPlay ○ 2178 x 41 x 1250 mm ○ 22,3 kg (sem base)