Portugal é um território com zonas onde há uma grande possibilidade de ocorrerem sismos. Para que a população esteja preparada para tais eventos, todos os anos, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil realiza o exercício “A Terra Treme”, que pretende alertar e sensibilizar a população sobre como agir durante e depois de um sismo.

Assim, a entidade deixa alguns conselhos sobre como agir em caso de sismo:

Durante

Se está dentro de casa ou de um edifício

  • Se estiver num dos andares superiores de um edifício, não se precipite para as escadas.
  • Nunca utilize elevadores.
  • Abrigue-se no vão de uma porta interior, nos cantos das salas ou debaixo de uma mesa ou cama.
  • Mantenha-se afastado de janelas e espelhos.
  • Tenha cuidado com a queda de candeeiros, móveis ou outros objetos.
  • Se está num local com grande concentração de pessoas fique dentro do edifício, até o sismo cessar. Saia depois com calma, tendo em atenção as paredes, chaminés, fios elétricos, candeeiros e outros objetos que possam cair.
  • Não se precipite para as saídas. As escadas e portas são pontos que facilmente se enchem de escombros e podem ficar obstruídos por pessoas que tentam deixar o edifício
  • Nas fábricas, mantenha-se afastado de máquinas que possam tombar ou deslizar.

Se está na rua

  • Dirija-se para um local aberto com calma e serenidade, longe do mar ou cursos de água.
  • Não corra nem ande a vaguear pelas ruas.
  • Mantenha-se afastado dos edifícios (sobretudo dos mais degradados, altos ou isolados) dos postes de eletricidade e outros objetos que lhe possam cair em cima.
  • Afaste-se de taludes, muros, chaminés e varandas que possam desabar.

Se está a conduzir

  • Pare a viatura longe de edifícios, muros, taludes, postes e cabos de alta tensão e permaneça dentro dela.

Depois

  • Mantenha a calma e conte com a ocorrência de possíveis réplicas.
  • Não se precipite para as escadas ou saídas. Nunca utilize elevadores.
  • Não fume, nem acenda fósforos ou isqueiros. Pode haver fugas de gás.
  • Corte a água e o gás e desligue a eletricidade.
  • Utilize lanternas a pilhas.
  • Ligue o rádio e cumpra as recomendações que forem difundidas.
  • Limpe urgentemente os produtos inflamáveis que tenham sido derramados (álcool ou tintas, por exemplo).
  • Evite passar por locais onde existam fios elétricos soltos.
  • Não utilize o telefone, exceto em caso de extrema urgência (feridos graves, fugas de gás ou incêndios).
  • Não circule pelas ruas para observar o que aconteceu. Liberte-as para as viaturas de socorro.

Organize-se em 7 Passos:

1º Passo – identifique e corrija os riscos da sua casa

2º Passo – Organize um plano familiar de emergência

3º Passo – Prepare um kit de emergência

4º Passo – Identifique e corrija os pontos fracos do seu edifício

5º Passo – Execute os 3 gestos que protegem

6º Passo – Cuide de si e depois dos outros

Palavras-chave:

Um avião da Delta Airlines acabou por ficar virado ao contrário no Aeroporto Internacional de Pearson, Toronto, Canadá, depois de se despenhar durante a aterragem por volta das 19h45, hora de Lisboa, 14h 45 locais. A bordo seguiam 80 pessoas e há, pelo menos 15 feridos a registar, incluindo uma criança. Dois dos feridos estão em estado grave.

Segundo as autoridades canadianas, ainda não foram apuradas as circunstâncias nem a causa do acidente, mas as imagens permitem perceber que o aeroporto se encontrava coberto de neve.

No X, a conta oficial do aeroporto dá conta de que o avião chegava a Toronto oriundo de Minneapolis, nos Estados Unidos.

O serviço de meteorologia do Canadá confirma que, esta tarde, além na neve, a região do aeroporto registou ventos fortes, com rajadas de mais de 100 kms/hora.

Antes do acidente, dezenas de partidas e chegadas tinham sido canceladas devido ao mau tempo.

Paris e Londres desempenham um papel decisivo na manutenção da estabilidade militar na Europa, dissuadindo qualquer aventura vinda de Moscovo ou de Pequim. Os dois países, juntos, possuem 515 ogivas nucleares, distribuídas entre submarinos e aviões, e o seu poder de destruição, bem como a capacidade de resposta a um primeiro ataque, permanecem intactos.

Os Estados Unidos têm 5.244 ogivas nucleares, repartidas pela tríade estratégica – submarinos, aviões e silos – mas, quando se equaciona um cenário em que essas armas sejam utilizadas, a quantidade torna-se substancialmente irrelevante. O poder nuclear de França e do Reino Unido é mais do que suficiente para destruir o mundo várias vezes. Daí a importância que agora assumem, face ao isolacionismo de Trump, que considera a NATO um desperdício de dinheiro e de recursos militares.

A reunião de emergência em Paris, com os líderes europeus, terá um papel decisivo na forma como a Europa, em conjunto, pode manter o apoio à Ucrânia e fazer frente a qualquer expansionismo sonhado por Putin. Em teoria, a Aliança Atlântica já não pode contar com o total empenho militar dos Estados Unidos, e esse papel dissuasor cabe agora ao Reino Unido e a França. Dois por Todos.

Nesta nova realidade, a Europa tem de demonstrar que nunca haverá um acordo de paz sem a Ucrânia e sem a União Europeia – ou, pelo menos, sem a nova União de Defesa Europeia que se tenta criar rapidamente. Trump pode cometer as tolices que quiser, por agora, mas, em novembro de 2026, se o Congresso mudar de maioria, a Casa Branca tornar-se-á dispensável. É apenas uma questão de resistência. E Putin sabe-o. Ou consegue uma paz rápida, ou tudo voltará ao que era nos últimos três anos – mas com uma Rússia mais debilitada, vulnerável e incapaz de manter os territórios ucranianos.

Zelensky pode ter perdido, momentaneamente, um grande aliado, mas ganhou uma Europa forte, que deseja Kiev na União e que está disposta a dar garantias de defesa e segurança. Russos e americanos podem conversar indefinidamente em Riade, mas não passarão de figurantes que perderam o controlo da guerra e da paz.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Atenção, atenção, atenção: provavelmente, o maior ativo dos nossos tempos.

Desde muito novos que ouvimos a exclamação “atenção!” – na escola, em casa, em convívio com amigos, em todo o lado. A capacidade para estar atento sempre foi uma habilidade valorizada pela sociedade em geral, visto que está associada a produtividade, obediência e inteligência. A demanda pela atenção sempre foi alta mas está, hoje, mais alta do que nunca.

A partir do momento em que as grandes empresas que gerem as redes sociais se aperceberam que o seu grande ganha-pão estava na capacidade de captar a atenção e mantê-la na sua plataforma, o mundo nunca mais foi o mesmo. A colheita de big data foi e é apenas o primeiro passo de uma corrida maior, dados por si só não valem de muito – é na próxima passada que está o segredo, transformar dados em informação que pode ser utilizada por um algoritmo mutante, em constante pessoalização de acordo com o utilizador.

Instagram, Facebook, TikTok, X, nenhuma destas redes tem como produto os conteúdos disponíveis, até porque o acesso aos mesmos é gratuito. A gratuitidade é o grande cavalo de Tróia que ilude o utilizador e faz com que este se submeta a processos que desconhece mas que aceitou sem ler as condições de privacidade e política de cookies. Não sejamos ingénuos: a gigante maioria dos utilizadores destas plataformas não lê estas informações porque não foram, de facto, feitas para serem lidas: desde a linguagem críptica, à extensão dos parágrafos, e a própria dimensão da letra, estes “avisos” são uma fachada. E acompanhados destes pseudo-avisos, está um design de plataforma concebido para ser aditivo, recorrendo a mecanismos idênticos aos que são utilizados por casinos: o mais comum e que talvez todo o leitor reconhecerá com facilidade é o da slot machine. Não é por acaso que todas as redes sociais já aqui mencionadas utilizam um estilo de atualização de feed igual ao de uma slot machine: com movimentos da página para cima e para baixo para atualizar, sempre com resultados novos, sejam eles positivos ou negativos, o que importa é manter o utilizador agarrado ao ecrã e com vontade de ter mais e mais resultados.

Nick Couldry, sociólogo e investigador na LSE, chama a este processo de data colonialism ou, em português, colonialismo de dados. Este processo engloba a recolha, o tratamento e a utilização da informação por parte de algoritmos de modo a gerar lucro. No fundo, é daí que advém a utilização do termo “colonialismo”: o que estas empresas fazem consiste na apropriação de dados pessoais que as pessoas nem sabem estar a dar de forma gratuita para gerar receitas de milhões e milhões de dólares. Os nossos dados e a nossa atenção está a ser colonizada para um espaço digital totalmente fora do nosso controlo.

Não é, então, por acaso que se ouvem cada vez mais queixas, sobretudo da geração mais jovem, relativas à capacidade de concentração. Atividades como ler um livro, ver um filme do início ao fim, estudar ou até trabalhar estão mais difíceis. O cérebro, depois de habituado a grandes doses de estímulos rápidos, por vezes de segundos, tem dificuldade em focar-se em atividades de duração mais longa e requerentes de maior atenção numa só coisa.

De modo a prevenir que uma geração inteira tenha problemas de concentração, urge que se legisle no sentido de responsabilizar estas empresas de tecnologia. A proibição de telemóveis nas escolas de 1° e 2° ciclos pode ser um primeiro passo, porém há que ir mais longe; há que ir à fonte do problema – regulação das redes sociais. Tudo é regulado na nossa sociedade porque concordamos colectivamente que a liberdade precisa de regras para sobreviver. Porque é que as redes sociais são exceção? Estarão os biliões de Musk e Zuckerberg a falar mais alto do que os valores democráticos das nações? Atenção a isto!

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Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Palavras-chave:

Quando foi confrontado pelo Correio da Manhã com o facto de a sua mulher e os seus filhos deterem uma empresa com interesses no setor imobiliário, o primeiro-ministro respondeu que nunca teve atividade nessa área, acrescentando que “do vasto objeto social dessa empresa apenas a prestação de consultoria no âmbito da proteção de dados pessoais teve execução; por ironia do destino, o grupo de comunicação social que integra o Correio da Manhã foi um dos clientes”. A VISÃO procurou obter mais informação sobre esta prestação de serviços, mas fonte oficial do gabinete de Luís Montenegro diz que não vai dar mais respostas sobre este tema.

A empresa em causa chama-se Spinumviva, Lda e foi criada em janeiro de 2021, cerca de um ano depois de Rui Rio ter vencido, à segunda volta, Luís Montenegro na corrida à liderança do PSD. Montenegro tinha saído do Parlamento em 2018 e foi por essa altura que se dedicou mais a fundo à advocacia na Sociedade de Advogados Sousa Pinheiro & Montenegro (SP&M), que fundou em 2014, e através da qual celebrou dez contratos por ajuste direto com as câmaras de Espinho e de Vagos, ambas governadas pelo PSD.

Quando chegou à liderança do PSD, a 28 de maio de 2022, Luís Montenegro vendeu a sua quota na SP&M e renunciou à gerência da Spinumviva, Lda, da qual deixou de ser sócio a 30 de junho desse mesmo ano.

Consultoria de proteção de dados só pode ter sido feita por Montenegro

A Spinumviva, Lda continuou a ser da sua mulher, Carla Montenegro, e dos seus filhos Hugo Montenegro, agora com 22 anos, e Diogo Montenegro, de 18.

O filho mais velho, que se apresenta no Linkedin como trabalhador nas áreas de “Entrepreneurship & AI”, revela nessa rede social que trabalha “a tempo integral” na Spinumviva, Lda e tem uma licenciatura em Gestão de Empresas da Universidade Católica no Porto. A mulher, que é técnica de Educação numa IPSS em Espinho, tem duas licenciaturas, ambas na área da Educação.

Tendo em conta as habilitações académicas dos familiares de Montenegro que são sócios desta empresa, apenas Luís Montenegro, por ser jurista, estaria habilitado a prestar a “consultoria no âmbito da proteção de dados pessoais” à empresa dona do Correio da Manhã, que o próprio primeiro-ministro revelou àquele jornal ter sido a única atividade da Spinumviva, Lda.

A VISÃO quis, por isso, perceber qual a empresa do grupo dono do Correio da Manhã a que a Spinumviva, Lda prestou esse serviço e em que data. São Bento não quer dar mais esclarecimentos sobre o caso, mas uma fonte próxima de Montenegro assegura que esse trabalho foi prestado “no âmbito da aplicação do RGPD [o regime legal de proteção de dados] à Cofina”, antes de esta empresa ser a MediaLivre, e antes de Montenegro ser eleito líder do PSD, sem precisar a data.

Não é, contudo, claro o motivo pelo qual esse serviço está sido prestado à Cofina pela Spinumviva, Lda e não pela sociedade de advogados que Montenegro fundou em 2014 e da qual só se desvinculou quando chegou à liderança do PSD em 2022.

Segundo a informação financeira consultada pela VISÃO, a Spinumviva, Lda teve em 2023 um volume de vendas e prestações de serviços no valor de 235 216 euros, tendo um ativo total de 417 521,52 euros e um passivo de 66 150,70 euros. Em 2022, último ano em que Montenegro foi sócio, a empresa teve um total de vendas no valor de 415 100 euros.

De acordo com o registo comercial, a empresa tem como objeto “as atividades de consultoria de gestão e exploração agrícola, turística e empresarial; consultoria, orientação e assistência operacional às empresas ou a organismos (inclui públicos) em matérias muito diversas, tais como: planeamento, organização, controlo, informação e gestão; reorganização de empresas; gestão financeira, estratégica e organização de eventos; consultoria sobre atividade seguradora, proteção de dados pessoais, segurança e higiene no trabalho; objetivos e politicas de marketing; gestão de recursos humanos; gestão e comércio de bens imóveis próprios ou de terceiros, o arrendamento e outras formas de exploração dos mesmos, bem como o alojamento local; exploração de recursos naturais e exploração e produção agrícola, predominantemente vitivinícola”.

Os 49 prédios rústicos de Montenegro…

Segundo uma notícia do Correio da Manhã, publicada em agosto de 2024, Luís Montenegro declarou à Entidade para a Transparência ter um património financeiro e imobiliário de valor superior a 1,17 milhões de euros, que inclui cinco prédios urbanos e 49 prédios rústicos no montante de mais de 641.000 euros, de acordo com a avaliação feita pela Autoridade Tributária para efeitos de pagamento de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

É precisamente este património e o facto de a Spinumviva, Lda ter no seu objeto social “o comércio a gestão de bens imóveis” que fez Pedro Nuno Santos, líder do PS, pedir mais esclarecimentos ao primeiro-ministro e o líder do Chega, André Ventura, ameaçar com uma moção de censura, caso Luís Montenegro não dê mais explicações sobre o caso.

É que este Governo está, com o acordo do PS, a alterar a Lei dos Solos, simplificando a conversão de terrenos rústicos em urbanos, permitindo assim que sejam urbanizados, com uma simples autorização da câmara municipal para o efeito, valorizando em muito imóveis que até agora estavam muito desvalorizados.

E a “imprudência” de Hernâni Dias

Segundo as explicações que Luís Montenegro, deu ao Correio da Manhã, o objetivo da constituição da empresa foi incorporar na sociedade património herdado dos pais, revitalizando-o na vertente agrícola e turística. “Esse projeto acabou por nunca se realizar, porque entretanto regressei à vida política ativa”, justificou-se o primeiro-ministro, recusando qualquer conflito de interesses entre a sociedade detida pela sua família e o cargo que ocupa. A empresa continua na mão de Carla Montenegro e dos filhos, mas estando Montenegro casado com comunhão de adquiridos, o património herdado dos pais não pertence à sua mulher.

Montenegro acrescentou mesmo que “nunca foi, não é e não será objeto da atividade da empresa qualquer negócio imobiliário ligado à alteração legislativa” feita na Lei dos Solos. A resposta é muito semelhante à que foi dada por Hernâni Dias, que se demitiu do lugar de secretário de Estado, precisamente por ter constituído com a mulher e as filhas uma sociedade imobiliária já depois de ser governante, mas asseverando que não iria beneficiar da mudança na lei pela qual também foi responsável no Governo. Uma atitude que Montenegro classificou como “uma imprudência”, quando foi confrontado com o caso pela oposição no último debate quinzenal no Parlamento.

De resto, Luís Montenegro considerou, em declarações ao Correio da Manhã, não haver “nenhuma necessidade” de alterar o objeto social da Spinumviva, Lda no sentido de eliminar os negócios imobiliários, para assim excluir qualquer conflito de interesse. “Não há nenhuma necessidade disso porquanto não foi nem vai ser atividade da empresa qualquer operação imobiliária geradora de conflito de interesses. Repito, essa insinuação é absurda e injustificada”, disse ao diário.

Foi registado um abalo sísmico de magnitude 4,7 na escala de Richter ao início da tarde desta segunda-feira, na Área Metropolitana de Lisboa. De acordo com o Instituto Português e do Mar e da Atmosfera (IPMA), o epicentro foi a 14 quilómetros a Sudoeste do Seixal. “Até ao momento, a intensidade máxima observada foi de V (escala de Mercalli modificada)”, pode ler-se num comunicado do IPMA, que salienta que serão emitidos novos comunicados, “se a situação o justificar”.

Inicialmente, foi noticiado que o sismo tinha atingido uma magnitude de 4,9, mas este valor foi depois revisto para 4,7. Segundo o IPMA, a localização do epicentro de um sismo é um “processo físico e matemático complexo que depende do conjunto de dados, dos algoritmos e dos modelos de propagação das ondas sísmicas. Agências diferentes podem produzir resultados ligeiramente diferentes. Do mesmo modo, as determinações preliminares são habitualmente corrigidas posteriormente, pela integração de mais informação”, lê-se no comunicado. 

Para além de Lisboa, a nota do IPMA refere que o tremor de terra também foi “sentido com menor intensidade nos concelhos de Odemira (Beja), Coimbra (Coimbra), Albufeira, Portimão (Faro), Alcobaça, Leiria (Leiria), Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Oeiras, Vila Franca de Xira, Amadora, Odivelas (Lisboa), Abrantes (Santarém), Barreiro, Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal e Sines (Setúbal)”.

Não existem, para já, registos de danos pessoais ou materiais provocados pelo sismo. Uma informação que já tinha sido avançada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). 

Após o abalo, o site do IPMA apresentou dificuldades na resposta aos utilizadores, devido ao volume de tráfego excecionalmente elevado.

É verdade: a campanha eleitoral não tem de ficar circunscrita aos pátios e aos corredores da tua escola. Há muitas ações que podem ser realizadas na terra onde vives, para dares a conhecer a iniciativa à comunidade e não só aos alunos da escola.

Aproveitar o Carnaval para fazer um desfile com as turmas que estão a participar é uma ideia; organizar um debate aberto a alunos, professores e pais também pode funcionar. E que tal contactares a rádio local para apresentares o trabalho que estão a fazer?

Na EB n.º1 de Coruche, por exemplo, há turmas que vão ler o seu livro-candidato a um lar de idosos. Quando soubemos da iniciativa, achámos espetacular. E tu, que achas? ‘Bora pensar noutras ações originais?

Mostra o regulamento que vês em baixo ao professor ou professora que vos está a acompanhar. Este regulamento visa premiar as melhores ações de campanha realizadas fora do ambiente escolar no âmbito da iniciativa “Miúdos a Votos: quais os livros mais fixes?”.

O prémio pretende valorizar a originalidade e o impacto das campanhas, reconhecendo
o esforço das bibliotecas escolares em promover a leitura de forma inovadora.

Boa campanha!

“Qual de vocês, malucos (nuts), tem coragem (guts)?” A entrada em cena do novo residente do hospital psiquiátrico, Randle Patrick McMurphy, encarnado pelo magistral Jack Nicholson, no filme Voando sobre um Ninho de Cucos, do realizador checo Miloš Forman, não deixa ninguém indiferente. A audácia e rebeldia do homem que se faz passar por doente mental para contornar o sistema e fugir à prisão tornam claro, desde logo, que nada será como antes para os doentes e os profissionais que ali estão, com a autoritária enfermeira Mildred Ratched (Louise Fletcher) à cabeça.

O desfecho da saga terá sido menos favorável ao protagonista – num derradeiro momento de lucidez, ele lança o repto, também aos espectadores, com um lapidar “mas pelo menos tentei, não foi?” – e o icónico filme, que há 50 anos recebeu cinco Oscars, teve o mérito de trazer à luz a eterna luta entre o indivíduo e a sociedade que o manipula e controla, ou a tensão secular entre a liberdade e o poder.

A adaptação ao grande ecrã do romance homónimo de Ken Kesey, publicado em 1962, tocou num tema que era tabu: as práticas desumanas de que eram alvo as pessoas institucionalizadas com doença mental, tal como as dissidentes ou diferentes da maioria, que acabavam marginalizadas ou punidas.

O estilo narrativo e o desempenho das personagens, em conflito com o poder estabelecido, converteu o filme num clássico que relançou a carreira de Forman. E nós, o que vislumbramos nesta obra icónica ao revisitá-la num tempo de polarização, desregulação e de emergência de líderes autocráticos, capazes de acelerar distopias? 

A identificação com o anti-herói

A história, narrada por um dos pacientes da unidade do hospital psiquiátrico e com desenhos da autoria de Ken Kesey (ver caixa), pode ser lida no romance, até agora inédito entre nós e publicado pela Livros do Brasil. O escritor Paulo Faria, que traduziu a obra, explica o que sentiu no processo: “Por estranho que pareça, a personagem do romance que mais se ‘afasta’ das personagens do filme é McMurphy, muito mais cru e agressivo, muito mais maldoso, tanto na linguagem como na postura perante os auxiliares e as enfermeiras.”

Sublinhando a natureza transgressora do livro, cuja atmosfera “é bem mais perturbadora do que a do filme”, o tradutor nota que, logo nas primeiras linhas, se refere que o Estado e as suas instituições são uma conjura opressiva (“a Conjura”, no romance) que condiciona a liberdade das pessoas e existe para as “formatar” e anestesiar. Resiste-se a tal agressão pela força. Ou pela manha: “McMurphy é um misto de agressividade e manha.”

Os acontecimentos mundiais a que hoje assistimos, que “parecem mergulhar-nos num manicómio coletivo”, levam à inevitável pergunta: “Há uma conjura planetária, orquestrada na sombra, para nos formatar, para nos subjugar?” É que, a não ser assim, Paulo Faria questiona: “Estaremos entregues a uma espécie de delírio psicotrópico global, sem farol moral nem ético? Como situar-nos perante este misto de agressão e de rédea solta para nos entregarmos à loucura?”

Talvez possamos imaginar esta obra-prima no divã, com a ajuda do psicanalista Ricardo Sousa Andrade, também formado em Cinema. Comecemos pelo hospital psiquiátrico, que “representa uma prisão onde se desenrolam dramas psíquicos”. Nessa arquitetura psíquica, a enfermeira Ratched “personifica o superego, o juiz que censura desejos, pensamentos e ações” e McMurphy “simboliza o Id, o núcleo pulsional e os conteúdos inconscientes (a famosa líbido), em conflito com o superego e o ego”. E o ego é representado pelo índio Bromden, “um ‘diplomata’ em apuros, tentando conciliar imperativos institucionais e exigências da realidade”.

O livro 

O romance de Ken Kesey que deu origem ao filme estava, até hoje, inédito em Portugal. Voando sobre um Ninho de Cucos (Livros do Brasil, 392 págs., €21,10) chega agora às livrarias.

Estas questões permanecem atuais. “Arrebatar a compreensão e a liberdade é um desejo inconsciente de que os pacientes, no filme, e alguns de nós, neste mundo, se sentem privados”, faz saber o clínico, notando ainda que a enfermeira que gere o hospital “teme a liberdade, até a sua, e o que pode coconstruir com a liberdade dos outros, como todos os ditadores”.

O médico psiquiatra Júlio Machado Vaz salienta a possibilidade da Instituição Médica – e, especificamente, a Psiquiatria – se transformar num mecanismo de controlo da diferença, decretando-a anormal e, até, “tratando-a”, e remata: “Ao longo do tempo, vimos regimes políticos fazerem o mesmo aos seus opositores. As declarações de Trump sobre o género são exemplares no que à repressão da diferença diz respeito.”

De são e de louco…

A comédia dramática chegou ao nosso país um ano depois da Revolução dos Cravos. O psiquiatra e ensaísta Jaime Milheiro, assumido admirador de Milos Forman e de Jack Nicholson – “só ele conseguia ter aquele ar de fanfarrão excêntrico, com esgares e sorrisos de louco!” –, recorda o impacto que teve na altura: “É um filme cheio de talento, uma reflexão sobre a liberdade, interna e externa, que nos põe a pensar sobre o que é a doença mental.”

Considerando o movimento antipsiquiatria – que contestava a existência dos manicómios (hospitais psiquiátricos) – radical e sem sentido, o fundador do serviço de Psiquiatria do Hospital de Gaia e antigo presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental prefere sublinhar os progressos na humanização e no tratamento da doença psiquiátrica: “Criaram-se leis que proíbem ou limitam, de forma acentuada, a lobotomia e a eletroconvulsoterapia; além disso, o internamento compulsivo implica um processo judicial.”

Hoje, dispomos de um arsenal farmacológico para aliviar o sofrimento e tratamentos que regulam a neuroquímica cerebral, da estimulação transcraniana ao uso clínico de drogas psicadélicas. Miguel Bragança, diretor do Serviço de Psiquiatria da Unidade Local de Saúde de São João, no Porto, afirma que “tudo mudou, das regras de verificação do sistema ao respeito pelos direitos humanos”, já para não falar da importância crescente da saúde mental na consciência das pessoas. A título de exemplo, o especialista fala na “importância do encontro do doente com o terapeuta como um aspeto nuclear do tratamento”. No livro e no grande ecrã, a ficção deixa no ar uma dúvida: porque é que se permanece “preso” a uma instituição, podendo sair dela? “Porque a instituição substitui uma sociedade que lhes é hostil”, responde Miguel Bragança. “Com a progressiva desagregação social, o aumento das expetativas face ao plano de vida e a intolerância à frustração, a Psiquiatria é cada vez mais procurada para acolher e tratar o sofrimento da existência.”

O autor por trás da obra 

Quem era o homem que ilustrou os abismos da condição humana

Doentes a deambular no corredor de uma unidade psiquiátrica. Os seus rostos eram confissões medonhas e foram esboçados pelo escritor que as incluiu numa obra perturbadora, cuja adaptação ao cinema celebra este ano as “bodas de ouro”.

Ken Kesey era ainda universitário, em Stanford, quando, a troco de algum dinheiro, foi voluntário em ensaios clínicos com LSD patrocinados pela CIA, num hospital de veteranos, em Menlo Park, em São Francisco. Mais tarde, seria contratado para trabalhar como auxiliar na enfermaria. O livro inspirou-se na sua experiência, quando despontavam os movimentos hippie e antipsiquiatria e a contracultura psicadélica. “Percebe-se que alguns dos episódios no romance são descrições de alucinações induzidas pelas drogas, com trechos que parecem ter sido escritos sob o seu efeito, o que os torna especialmente inquietantes”, observa o tradutor Paulo Faria.

Nesta altura, também em Stanford, foi interrompida a controversa experiência do psicólogo social Philip Zimbardo: recriar o ambiente prisional com universitários (grupo dos cárceres e dos presos) revelou o lado sombrio da autoridade e da submissão.

Foi sentido um tremor de terra de magnitude 4,7 na escala de Richter em Portugal, na zona de Lisboa, ao início da tarde desta segunda-feira.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o epicentro foi a 14 quilómetros a oeste-sudoeste do Seixal. O IPMA refere que deverá ser emitido novo comunicado com informação instrumental “em breve”.

Já segundo a  Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) não há registo de feridos, danos pessoais ou materiais.

(Notícia atualizada às 14h19)

Milhares de adeptos juntaram-se este domingo ao redor do estádio do FC Porto para homenagear o ex-presidente do clube, Jorge Nuno Pinto da Costa.

A Câmara Municipal do Porto decretou luto municipal para esta segunda-feira, no mesmo dia em que se realizam as cerimónias fúnebres. Pinto da Costa morreu este sábado, aos 87 anos, vítima de cancro, doença que o levou a vários internamentos.