Perante o desafio de implementar um CRM (software de gestão do relacionamento com clientes), algumas empresas recuam ou adiam a decisão quando confrontadas com as necessidades de investimento, definição de processos e tempo de implementação

A redução do tempo e do investimento necessários para atingir este objetivo é a resposta que a metodologia Core Sales — desenvolvida pela inCentea Core para a implementação do Microsoft Dynamics 365 Sales — disponibiliza para que as organizações de menor dimensão consigam obter mais oportunidades de negócio, possam gerir melhor a sua força de vendas e obtenham uma visão 360O dos seus clientes e do seu ciclo de negócio. 

Em que consiste o Core Sales?  

Consiste numa solução pré-configurada do Microsoft Dynamics 365 Sales e no conjunto de serviços de implementação, formação de utilizadores e apoio no arranque. Incorpora a experiência da inCentea em projetos com empresas de múltiplos setores e dimensões, possibilitando a redução do tempo de implementação e do investimento. 

É uma metodologia que assegura, de base, que as etapas dos processos são geridas de forma precisa e alinhada com os objetivos de negócio. 

Com isso, as empresas deixam de poder adaptar a solução tecnológica às suas especificidades?  

Não, por duas razões. A primeira é que a pré-configuração contempla processos e procedimentos que permitem que as empresas comecem muito rapidamente a usar o CRM. A metodologia não impede, de todo, a atenção às especificidades de cada negócio. A segunda é a garantia de evolução. Ou seja: tendo garantida a base de partida, continua a ser possível acompanhar o negócio e o seu crescimento, evoluindo em função de novas necessidades ou alargamento do âmbito do projeto. 

Quando se fala em menor investimento, de que valores estamos a falar?  

Com o Core Sales, o tempo de implementação é de 10 dias úteis, sendo o investimento de base de 3.750€ (a que acresce o preço das licenças). É importante ter em conta os ganhos de utilização do sistema. Há verdadeiro valor para o negócio: da cobertura total das fases do processo de negócio à integração do CRM com outras ferramentas (Outlook, Excel, Word e Teams), passando por uma visão 360o dos clientes, prospects e pipeline de negócios e pela disponibilidade de indicadores de suporte à decisão. 

Por ser um produto 100% cloud, o cliente não precisa de investir na aquisição e manutenção de infraestrutura, para além do seu equipamento pessoal. 

Quais os principais benefícios do investimento no CRM?

A facilidade em acompanhar o processo de criação de negócio, com aumento da sua eficiência e eficácia, consolidação da informação e uma melhoria da proatividade na interação com os clientes. 

A atividade comercial, pela sua natureza, é especialmente difícil de gerir. Uma ferramenta destas é estruturante e um grande catalisador da eficiência. 

A metodologia Core Sales foi desenvolvida no âmbito da inCentea Core. Como se enquadra esse trabalho na orientação estratégica desta unidade do Grupo inCentea? 

A inCentea Core é a empresa do grupo dedicada a soluções de negócio com base tecnológica Microsoft: Dynamics e Power Platform. Temos integração e complementaridade com várias ferramentas das outras unidades de negócio, permitindo-nos trabalhar em conjunto e criar uma oferta mais robusta e abrangente para todos. 

Hoje, não há praticamente nenhuma empresa que não use tecnologia Microsoft. A familiaridade da maior parte dos utilizadores com estas ferramentas e a natural integração deste ecossistema faz com que os níveis de adoção sejam muito altos e as curvas de aprendizagem mais curtas do que noutras plataformas. 

O papel da Inteligência Artificial nestes produtos, em que a Microsoft é líder com o Copilot, é transformador e temos sentido um grande interesse e vontade de adesão por parte das empresas. 

O Core Sales adequa-se também a empresas internacionalizadas?  

Sim, sem dúvida. Um dos aspetos diferenciadores destes produtos é a sua escalabilidade. Temos feito projetos com poucos utilizadores e outros com centenas de utilizadores em vários países e de grande complexidade. 


CONTEÚDO PATROCINADO POR INCENTEA

Palavras-chave:

Segundo um relatório divulgado pela organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional, a FIFA deve suspender o processo de candidatura ao Campeonato mundial de futebol de 2034 – com realização prevista na Arábia Saudita – e exigir uma estratégia credível em matéria de direitos humanos para o campeonato de 2030.

Desenvolvido pela Amnistia Internacional e pela Sports & Rights Alliance, o relatório “Há muito em jogo: Falhas perigosas nas estratégias de direitos humanos perigosamente erradas para os Campeonatos do Mundo de Futebol de 2030 e 2034” avaliou as estratégias de direitos humanos propostas pelas candidaturas de Marrocos, Portugal e Espanha para o campeonato mundial de 2030 e pela Arábia Saudita para o torneio de 2034. De acordo com as suas conclusões, nenhuma das candidaturas descreve, nos regulamentos de candidatura, as estratégias que utilizará para cumprir as normas de direitos humanos exigidas pela FIFA. Para além disso, não foram consultadas organizações de direitos humanos no decorrer destas candidaturas.

O relatório determinou ainda que “os riscos na Arábia Saudita são tão elevados que a realização do torneio nesse país conduziria provavelmente a violações graves e generalizadas dos direitos humanos”, pode ler-se no comunicado. A organização defende assim que a Federação Internacional Futebol suspenda o processo de seleção da Arábia Saudita como anfitriã do Campeonato Mundial de Futebol Masculino a realizar-se em 2034, “a menos que sejam anunciadas reformas importantes em matéria de direitos humanos”.

“Haverá um custo humano real e previsível se o Campeonato do Mundo de 2034 for atribuído à Arábia Saudita sem a obtenção de garantias credíveis de reforma. Os adeptos serão vítimas de discriminação, os residentes serão despejados à força, os trabalhadores migrantes serão vítimas de exploração e muitos morrerão. A FIFA tem de suspender o processo até que estejam em vigor as devidas proteções dos direitos humanos, para evitar o agravamento de uma situação já de si terrível”, disse Steve Cockburn, diretor de Direitos Laborais e Desporto da Amnistia Internacional.

O comunicado apela ainda que a Federação condicione a atribuição do Campeonato de 2030 a Marrocos, Portugal e Espanha até ser desenvolvida uma estratégia de direitos humanos “mais credível”. “A FIFA também deve exigir estratégias muito mais credíveis e compromissos vinculativos para evitar violações dos direitos humanos em relação ao Campeonato do Mundo de 2030. Marrocos, Portugal e Espanha ainda não explicaram adequadamente como é que os jogadores e os adeptos serão protegidos de abusos discriminatórios, que medidas serão tomadas para evitar o uso excessivo da força policial ou como é que os direitos à habitação dos residentes serão salvaguardados”, refere Cockburn.

A FIFA – Fédération Internationale de Football Association, sigla original – introduziu pela primeira vez os critérios de direitos humanos no seu processo de escolha dos anfitriões para o Campeonato do Mundo 2026, após polémicas sobre a escolha da Rússia, em 2018, e do Qatar, em 2022. Em outubro do ano passado, a organização de futebol confirmou que as candidaturas para o Campeonato para os torneios mundiais destas datas teriam de mostrar novamente como iriam cumprir uma série de normas em matéria de direitos humanos e que estes requisitos seriam “obrigações totalmente vinculativas”. No entanto, a FIFA, segundo a Amnistia Internacional, “prejudicou seriamente a sua própria influência para insistir nas reformas em matéria de direitos humanos, ao prosseguir um processo com apenas uma candidatura para cada torneio”, lê-se.

“Há muito que a FIFA afirma que inclui normas de direitos humanos na seleção dos anfitriões do Campeonato do Mundo e na realização dos seus principais torneios. A menos que a FIFA seja honesta sobre a escala e a gravidade dos riscos que se avizinham e atue para os evitar, será claro que o seu compromisso com os direitos humanos é uma farsa”, conclui Andrea Florence, diretora da Sports and Rights Alliance.

Riscos para o Campeonato de 2030

A candidatura conjunta de Marrocos, Portugal e Espanha tem prevista a realização de jogos em 20 estádios de 17 cidades diferentes – para além de três jogos iniciais a realizaram-se no Uruguai, Paraguai e Argentina. Os planos incluem ainda a construção de um novo estádio em Casablanca, Marrocos, e o desenvolvimento de novas ligações de transportes.

Entre os riscos para os direitos humanos apontados pelo relatório, destacam-se o uso excessivo da força policial nos três países, o uso indevido de balas de borracha, restrições à liberdade de expressão e a persistência de abusos racistas, sexistas e homofóbicos no futebol. O relatório sublinhou ainda o risco de redução da disponibilidade de alojamento a preços acessíveis para os residentes de várias cidades em Portugal e Espanha bem como despejos forçados em Marrocos. “Marrocos, Portugal e Espanha têm de levar muito mais a sério as suas responsabilidades em matéria de direitos humanos”, afirmou Steve Cockburn. “O Campeonato do Mundo de 2030 poderá constituir uma oportunidade para reforçar a proteção dos direitos humanos nos três países, mas apenas se os governos e as federações de futebol estiverem preparados para trabalhar em estreita colaboração com os adeptos, as organizações de direitos humanos, os sindicatos e outros grupos afetados”, concluiu.

A candidatura da Arábia Saudita

A candidatura da Arábia Saudita apresenta planos para a construção ou renovação de onze estádios e o desenvolvimento de grandes projetos de infraestruturas. Contudo, e apesar dos projetos, a estratégia de direitos humanos da candidatura não apresenta novas medidas para proteger as pessoas de despejos forçados ou refere aspetos essenciais como a discriminação contra as mulheres, a criminalização das relações extraconjugais e entre pessoas do mesmo sexo e não prevê medidas ou compromissos para proteger os adeptos e residentes LGBTI de abusos ou detenções. “A Arábia Saudita necessitará de um grande número de trabalhadores migrantes para concretizar as suas ambições para o Campeonato do Mundo, mas não há compromissos para reformar o sistema explorador de patrocínio ‘Kafala’ do país, estabelecer um salário mínimo para os não-cidadãos, permitir-lhes aderir a sindicatos ou introduzir novas medidas para evitar a morte de trabalhadores”, explicou Cockburn.

Ingredientes 

500 g de açúcar  

250 ml de água  

1 pau de canela 

½ vagem de baunilha 

1 casca de limão 

250 g de castanhas congeladas  

4 gemas 

1 c. chá de manteiga 

Preparação 

  • Num tacho, colocamos água, açúcar, pau de canela e casca de limão. Levamos ao lume e deixamos ferver até atingir 110 ºC.  
  • Colocamos as castanhas num tacho e cobrimos com água, manteiga e vagem de baunilha. Vai ao lume até as castanhas estarem bem cozidas, mesmo quase a desfazerem-se.  
  • Escorremos a água e trituramos as castanhas até formar um puré. Passamos depois por um peneiro para evitar qualquer grumo.  
  • Adicionamos o puré de castanha e três gemas à calda de açúcar e deixamos cozinhar até formar o ponto estrada. Retiramos do lume e colocamos num recipiente.  
  • Tapamos com papel vegetal e pomos no frio.  
  • É tempo de pré-aquecer o forno a 180 ºC. Quando o creme de castanhas estiver frio, moldamos as castanhas usando as mãos. Depois de termos as castanhas moldadas pincelamos com ovo e vão ao forno cerca de 7 a 10 minutos. Nesta altura devem ter formado uma crosta ligeiramente dourada. 

O novo livro de Marlene Vieira, Cozinha de Chef 2 (Casa das Letras, 160 págs., €21,90), traz-nos receitas de todas as regiões de Portugal (continente e ilhas) e de países aos quais estamos ligados pela História. Alguns exemplos: arroz de polvo, bacalhau à Braga, pescada à poveira, lulas à algarvia, empada de perdiz e cogumelos, morcela com ananás e queijo de São Jorge ou, entre outras, moamba de pintada com funge. A chefe de cozinha tem três restaurantes, em Lisboa: o gastronómico Marlene, o gastrobar Zunzum e Marlene Vieira (no Time Out Market). 

À hora em que os leitores da VISÃO estiverem a receber esta newsletter, já o até ontem treinador do Sporting deve estar no interior de um jato privado a caminho de Manchester, onde, a partir de hoje, vai assumir o cargo de treinador do United. E a despedida, como se sabe, não podia ter sido mais gloriosa, pare ele e todos os sportinguistas. Na semana em que foi anunciada a sua contratação dos Red Devils, Rúben Amorim despediu-se com duas vitórias extraordinárias: 4-1 contra o Manchester City e 4-2 contra o Sporting de Braga. Triunfos que não só deixam o clube de Alvalade muito bem colocado na Liga dos Campeões (é segundo atrás do Liverpool) e na Liga portuguesa (é primeiro, só com vitórias) como foram esclarecedoras quanto importância do trabalho do treinador para o sucesso da equipa. A questão que se coloca é perceber que Sporting e que, consequentemente, que campeonato passaremos a ter, agora que Amorim já não mora aqui.

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Há um antes e um depois de Desalmadamente, o álbum escrito pelo músico e compositor Pedro da Silva Martins, ex-membro dos Deolinda, que, em 2019, resgatou Lena d’Água de um aparente esquecimento, catapultando-a de novo para o topo e apresentando-a, ao mesmo tempo, a uma nova geração. “Não estive propriamente parada e sabia o que ainda tinha dentro de mim, mas estava assim a trabalhar a um nível mais local, digamos”, afirma a cantora com humor à VISÃO.

Com esse primeiro registo de originais em 30 anos, Lena d’Água conseguiu também a proeza de conquistar a crítica, com o disco a ser considerado um dos melhores do ano, algo que nunca antes tinha conseguido, nem mesmo no período mais áureo da carreira, nos anos 80, com canções como Robot, Sempre que o Amor me Quiser ou Dou-te um Doce, hoje considerados verdadeiros clássicos da pop nacional.

Mas agora, com o novo Tropical Glaciar, a lançar no dia 15 deste mês, também isso já é passado. Neste novo trabalho, com a mesma voz cristalina de há 40 anos, Lena d’Água aborda alguns temas que lhe são muito caros, como a ecologia e a defesa do ambiente. “O Pedro [Silva Martins] conhece-me muito bem e já sabia que havia alguns assuntos que eu pretendia abordar. Aliás, quando fizemos o álbum anterior, ficou logo falado que haveríamos de fazer uma continuação”, revela.

Neste concerto de apresentação de Tropical Glaciar, Lena d’Água sobe ao palco acompanhada por uma nova banda, composta por Pedro da Silva Martins (guitarra e voz), Luís J. Martins (guitarra e vozes), Nuno Prata (baixo), Cat Falcão (guitarra e vozes), Sérgio Nascimento (bateria, percussão e vozes) e Vicente Santos (teclado e vozes). Revela ainda à VISÃO que, ao todo, serão tocadas vinte canções: “Todos os temas do disco novo [são dez], quatro do Desalmadamente e ainda mais seis do repertório dos anos 80. Só não digo é quais, que é para ser surpresa [risos].”

Lena D’Água > Teatro de São Luiz > R. António Maria Cardoso, 38, Lisboa > 12 nov, ter 20h > €9 a €17

Ouça aqui o tema Sem Pressa

Investigadora no Departamento de Aeronáutica e Aeroespacial do MIT, nos EUA, Afreen Siddiqi, 47 anos, americana, com origens no Paquistão, esteve em Lisboa no princípio da semana passada, para conversar sobre o seu percurso com estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, na Caparica. Gosta muito de ensinar e, segundo diz, sente-se motivada pela urgência dos problemas relacionados com a sustentabilidade. O seu trabalho tem-se centrado no uso equitativo da tecnologia e dos recursos humanos com o objetivo de melhorar o bem-estar humano. Recentemente, a NASA abriu um concurso para apoiar projetos de investigação em sustentabilidade espacial de cinco equipas universitárias: Synthesizing Frameworks of Sustainability for Futures on the Moon, dirigido por Afreen Siddiqi, foi um dos projetos selecionados. 

Como é conversar com as gerações mais novas e, de certa maneira, inspirá-las?
Fiquei muito impressionada com as perguntas que os alunos me fizeram em Portugal. Foram perguntas muito ponderadas e detalhadas e, por isso, fiquei muito feliz por ver este nível de interesse e curiosidade das gerações futuras. 

Se tivesse de explicar o seu projeto a pessoas que não percebem nada do tema, como o faria? 
Basicamente, utilizo modelos matemáticos, que são conjuntos de equações que representam sistemas técnicos. Estes sistemas técnicos podiam ser automóveis, podiam ser naves espaciais, podiam ser infraestruturas. Utilizo estes modelos matemáticos ou equações para analisar, essencialmente, como é que estes sistemas funcionarão quando o ambiente estiver a mudar, quando os mercados mudarem, quando as pessoas mudarem. 

Como recebeu a notícia de que a NASA iria financiar o seu projeto de sustentabilidade na Lua? 
É maravilhoso poder ter a oportunidade de trabalhar num projeto financiado. Estou muito entusiasmada por trabalhar nessa área, para analisar as futuras missões à Lua e perceber como podemos torná-las sustentáveis.

Mas calculo que não seja o seu único projeto…
Não, tenho outros em que trabalho e que estão relacionados com infraestruturas. Por exemplo, trabalho com sistemas de energia e água, assim como tecnologias. Trabalho em vários sistemas diferentes, mas todos com a mesma pergunta-base: como podemos modelá-los com equações matemáticas para que possamos projetá-los e operá-los melhor sob condições variáveis?

Como considera ser o futuro da exploração espacial?
A meu ver, a exploração espacial é ambiciosa e inspiracional. De certa forma, é o melhor da Ciência porque se baseia apenas na curiosidade. Não se sabe o que se vai descobrir. É a Ciência a ser movida pela curiosidade, especialmente para aquelas pessoas que são capazes de se entusiasmar com as descobertas científicas. Agora, como será a exploração espacial no futuro é muito difícil de prever, especialmente a longo prazo. Mas acho que será cada vez mais internacional. Penso que há muitos países, muitas universidades que estão cada vez mais envolvidas na atividade de exploração espacial, o que é algo muito promissor e entusiasmante de observar. Julgo também que será mais barato.

Porquê?
Os custos de lançamento baixaram. Há muito mais capacidade de computação a um custo muito mais baixo. Portanto, esta é também uma tendência muito promissora. Além de ser mais barato, vamos conseguir fazê-lo de uma forma muito mais eficaz, porque as capacidades são cada vez melhores. Tudo isto é muito emocionante. 

Porque é que a sustentabilidade no Espaço é tão importante?
Hoje temos muito mais conhecimento do que tínhamos no passado sobre o que as atividades industriais e as atividades humanas podem fazer ao ambiente em que estão inseridas. Portanto, deveríamos assimilar todas as lições que aprendemos ao operar na Terra e ter cuidado enquanto operamos no Espaço. Um exemplo importante é a questão dos detritos orbitais, que são naves espaciais antigas e componentes que já não são utilizados na órbita da Terra e que se tornam um verdadeiro problema. Tornam-se lixo espacial, que pode atingir outras naves espaciais em funcionamento e destruí-las ou torná-las inutilizáveis. Outro problema da sustentabilidade espacial são os lançamentos.

Como assim?
Quando os foguetes são lançados, temos de pensar nas emissões que criam e em como podemos reduzi-las. Até agora, os lançamentos de foguetes não têm sido em grande número. Mas, no futuro, se estivermos a falar de minilançamentos, com ordens de grandeza superiores às que temos hoje, então teremos de levar muito a sério as implicações das emissões. Por último, quando vamos operar em superfícies planetárias, como a Lua ou Marte, também temos de ser muito mais sábios ao pensar sobre o que as nossas operações na superfície podem fazer em termos de criação de emissões, de alteração do terreno. Como podemos melhorar os nossos planos e as nossas atividades para não criarmos problemas que possam impedir a exploração científica (ou novos problemas nos quais nem sequer pensámos…). Por isso é importante a ideia simples de aprender com o passado.

Quando os foguetes são lançados, temos de pensar nas emissões que criam e em como podemos reduzi-las. Os detritos orbitais são um problema crescente. Já temos um problema de entulho com o qual temos de lidar

O Espaço já está assim tão poluído?
Sim, por exemplo, os detritos orbitais são um problema crescente. Já temos um problema de entulho com o qual temos de lidar, mas agora já há atividades que estão a tentar regredir isso, de forma rigorosa. Por exemplo, nos EUA, criou-se a regra de que basicamente temos de trazê-los de volta para a Terra, não podemos deixá-los apenas no Espaço depois de terminarem as operações. Antes, não existia essa regra e a nave seria simplesmente deixada à deriva no Espaço. Isto já está a ser feito, mas não chega: existe já um nível de poluição que precisa de ser resolvido porque, caso contrário, tornar-se-á um problema para o futuro. Estamos na altura certa para pensar nisto.

E um dia vamos conseguir atingir a sustentabilidade ou isso é algo utópico?
Boa pergunta. Há muitos debates sobre o que entendemos por sustentabilidade. O que eu diria é que, neste momento, estamos a fazer um esforço para compreender o que significa realmente a sustentabilidade quando se trata de exploração espacial. Isto é algo que vamos ter de estudar com muito rigor. Mas é uma aspiração, sim, porque nunca seremos perfeitos. Penso, no entanto, que, mesmo que não alcancemos totalmente os objetivos que estabelecemos, esforçamo-nos por fazer melhor do que fizemos no passado. Reconhecermos as consequências negativas é que é importante. Mesmo que não cheguemos lá plenamente.

Numa perspetiva mais pessoal, como olha para o seu percurso?
Sinto-me muito sortuda. Sinto-me muito sortuda por ter tido as oportunidades que tive. Sinto-me muito sortuda por ter tido uma família que apoiou a minha educação, os meus sonhos. Quando era jovem, queria estudar o Espaço, ser astronauta. E a minha família ouviu e apoiou o meu interesse. E isso é muito importante, principalmente para as raparigas, terem este nível de apoio das suas famílias. Além disso, estar no MIT é uma viagem incrível, é muito gratificante ter tido grandes colegas e grandes mentores que trabalharam comigo, que moldaram o meu percurso profissional e continuam a fazê-lo. Pelo menos, sinto que tem sido uma experiência maravilhosa até estar agora nas áreas em que tive a oportunidade de trabalhar.

Como é ser mulher neste mundo da Ciência?
Também reconheço que existem desafios importantes a esse nível. Falo em termos de oportunidades que estão abertas para as mulheres e também em termos da orientação que recebem. E é por isso que ainda ensino. Acho, aliás, que esta é uma forma de retribuir. E a forma como o faço é lecionando no MIT, mas também no ensino profissional, que se destina a pessoas que não estão em programas de licenciatura, mas que podem estar a frequentar cursos mais curtos. Tanto quanto posso, tento chegar a um público mais vasto.

Quais foram os seus maiores obstáculos?
Quando se é investigador, diria que o pior é que, de certa forma, o trabalho nunca está terminado. É-se sugado para o ciclo de candidaturas a bolsas, redigir artigos e, no fundo, nunca ter uma divisão clara entre a vida profissional e a pessoal.

Como é o seu dia a dia?
Tenho filhos pequenos, que já estão na escola. Por isso, agora, o meu dia normal é muito diferente do que costumava ser há alguns anos. A minha rotina diária é ir para o MIT e, depois, é uma combinação de ensino, reuniões relacionadas com os meus projetos de investigação, todas as tarefas relacionadas, como revisão de artigos… Pelo meio, também tento viajar. Gosto muito de conhecer lugares diferentes, acho que é muito inspirador. O mundo é tremendamente diversificado, e eu adoro conhecer novos lugares, novos povos, novas culturas. 

Está continuamente apaixonada pelo seu trabalho? 
Adoro o que faço, porque sinto que as capacidades que tenho são para algo maior. A pergunta que faço sempre é: sabendo as capacidades que tenho, como posso usá-las para fazer o maior bem? Isto parece um cliché, mas é algo que considero mesmo relevante. E é por isso que gosto tanto do meu trabalho. De alguma forma, aos poucos, tento fazer coisas que possam ajudar. Também sinto que, quando escrevemos algo, significa que estamos envolvidos no processo de descoberta. Talvez, um dia, as pessoas escrevam livros com uma referência ao meu trabalho de investigação. Lemos livros que foram escritos há mil anos, certo? E é maravilhoso deixar algo para trás, algo de que outros possam beneficiar. 

Que conselhos gostava de dar aos mais jovens que desejam seguir um caminho semelhante?
Aos jovens, o meu único conselho é que leiam o máximo que puderem. Não se deixem ficar pelas redes sociais. Vão ler outras coisas. Leiam os clássicos, leiam livros que resistiram ao teste do tempo. Há muita sabedoria a ser descoberta e sinto que as pessoas estão a perdê-la porque deixaram de ler aqueles textos clássicos e aqueles livros incríveis.

E, depois, acho também que devem envolver-se em algo que realmente consideram significativo. Porque, assim que o fizerem, farão o seu melhor trabalho. Nunca se cansarão do que estão a fazer e, com sorte, vão sentir-se muito satisfeitos com a vida. Encontrem algo que realmente vos inspire e depois façam com que isso seja o trabalho da vossa vida. Olharão para trás com esperança, sentirão que viveram uma vida plena.

Esperança num futuro melhor?
Muitas vezes, as pessoas sentem-se deprimidas ou preocupadas com o futuro. Acredito mesmo que precisamos de ser otimistas em relação a um futuro melhor, porque, muitas vezes, estas coisas tornam-se uma profecia autorrealizável. Mantenham a esperança, façam o melhor trabalho que puderem, assumam o melhor dos outros. E acho que, assim, o nosso mundo será um lugar melhor.

Não há como fingir, esquecer ou apagar: a maioria dos americanos decidiu mudar a liderança do país, de uma assentada. Terão um presidente, um Senado e uma Câmara dos Representantes republicanos. Todos no mesmo pote, ou caldeirão. Não foi uma mudança tangencial, por sorte ou improvável. Foi um desejo votado.

Os democratas ainda estão a viver a noite das facas longas, com trocas de acusações e traições, e ninguém escapa imune, nem sequer o presidente Biden, o que é ridículo, diga-se. Biden foi empurrado à força, colocado numa posição constrangedora, o que reforçou ainda mais a visível degradação física e mental. “Se tivesse sido mais cedo”, dizem. Devem estar a brincar com os eleitores. Cedo ou tarde, Trump venceria qualquer candidato democrata. Os resultados não mentem: maior votação nacional, 312 membros do Colégio Eleitoral, maioria no Senado e uma vitória quase certa na Câmara dos Representantes.

O “antes cedo do que tarde” não coincide com a vontade eleitoral, que agora tem de ser respeitada. Para quem não concordar, daqui a dois anos poderá inverter o comando do Congresso, o que não seria uma má ideia. Ali reside o Governo da Nação, e tudo da mesma cor só faria sentido com um Reagan na Casa Branca, como aconteceu.

No último mandato, os presidentes americanos tendem a ponderar e agir de acordo com o que desejam fazer para ficar na História americana e mundial. Alguns conseguiram, poucos, enquanto a maioria desapareceu na fogueira das vaidades de um segundo mandato na Casa Branca. Trump já deu um sinal: ao nomear Susie Wiles para chefe de gabinete (uma verdadeira função de primeiro-ministro), de 67 anos, a fazer lembrar Thatcher, até no penteado, o presidente eleito quer pôr ordem no seu permanente caos organizativo e executivo, e tentar ser menos errático e incoerente. Isto sim, antes tarde do que nunca.

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