Marcelo Rebelo de Sousa diz que tem refletido sobre “um fator de que ninguém tem falado ultimamente” a propósito do decreto-lei que alterou o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial, a chamada lei dos solos, que promulgou no fim do ano passado. O chefe de Estado, que falava esta terça-feira aos jornalistas, no Palácio de Belém, acredita que “não se pensou ainda numa pequena questão que é a seguinte: o diploma deixa a decisão nas mãos das autarquias, não é o Governo que tem a decisão fundamental, são as autarquias, concretamente as assembleias municipais”.

“E o que eu tenho pensado é o seguinte, e tenho pensado porque vários autarcas me têm falado nisso: qual é a posição dos autarcas, num ano eleitoral, de serem chamados a decidir sobre essa matéria?”, interrogou, continuando: “Quem é o autarca que se sente muito à vontade para tomar decisões sobre a utilização dos solos, na sua autarquia, no município, na assembleia municipal, a meses da realização de eleições autárquicas?”

“A ocasião não é fácil” para os presidentes de câmara tomarem decisões, “neste contexto, a esta distância das autárquicas”, insistiu Marcelo. “Nas eleições autárquicas vai haver, naturalmente, um escrutínio, quer dizer, um controle muito apertado, de todas as decisões, nomeadamente aquelas que dizem respeito à matéria urbanística e que têm um efeito económico e social muito grande”, explicou.

“Tem a ver, no fundo, com a eficácia ou não da alteração legislativa, no momento em que, verdadeiramente, o tema que vai estar em cima da mesa vão ser as eleições autárquicas”, concluiu.

Com um design simples e minimalista, estes auriculares podem inicialmente passar despercebidos, mas, assim que pegamos pela primeira vez, a qualidade torna-se evidente. Leves e com um formato tradicional, adaptam-se confortavelmente às orelhas. Contudo, em movimentos mais bruscos, podem escorregar, o que os torna menos ideais para a prática de desporto.

Para contornar esta questão, a Xiaomi inclui na embalagem dois pares adicionais de borrachas de tamanhos diferentes, permitindo que cada utilizador experimente e escolha a opção mais confortável. A caixa também foi pensada de forma prática: compacta e leve, cabe facilmente em qualquer bolso, tornando o transporte dos auriculares extremamente conveniente.

Qualidade sonora capaz

Desenvolver auriculares que equilibrem qualidade e preço é o objetivo de muitas marcas, mas nem sempre é fácil conjugar estes dois fatores. No entanto, é precisamente nesta fórmula que reside o sucesso global da Xiaomi. E os Redmi Buds 6 Pro são um excelente exemplo dessa abordagem. A qualidade sonora é convincente, embora não deslumbrante.

Os graves, por exemplo, revelam-se pouco impactantes e com pouca presença, o que os torna menos expressivos do que gostaríamos. Como valorizamos este aspeto, seria interessante ver melhorias nesta área em futuras gerações. Ainda assim, os médios e os agudos são bem equilibrados e entregam uma reprodução fiel do som. A separação dos instrumentos é clara, proporcionando uma experiência auditiva detalhada e agradável.

ANC q.b

A tecnologia de cancelamento de ruído (ANC) é cada vez mais valorizada pelos utilizadores, sobretudo por reduzir distrações e permitir maior concentração. Nos Redmi Buds 6 Pro, não esperávamos tecnologia de ponta, pois, neste segmento de preço, há naturalmente algumas limitações. Ainda assim, o ANC consegue reduzir substancialmente o ruído exterior.

Em ambientes interiores, como em casa ou no escritório, o desempenho é eficaz e satisfatório. No entanto, em espaços exteriores, a tecnologia poderia ser mais aprimorada, especialmente em transportes públicos, onde ainda se ouve um ruído considerável do ambiente. Apesar disso, a Xiaomi promete um nível de cancelamento de ruído até 55 dB, o que, tendo em conta o preço, torna difícil exigir muito mais.

Depois, a aplicação “Xiaomi Earbuds” para smartphones é intuitiva e completa, disponibilizando opções bem organizadas e fáceis de personalizar, incluindo os comandos por toque na haste dos auriculares. No entanto, devido à elevada sensibilidade, é possível que pequenos ajustes na posição dos auriculares sejam interpretados como comandos involuntários. Por isso, recomendamos desativar a função de toque único, para evitar ações indesejadas. 

Estamos em que modo?

Depois, alternar entre os modos de audição (ANC, Transparência ou Desligado) é simples: basta pressionar a haste dos auriculares. No entanto, a única indicação da mudança é um som curto, sem qualquer aviso claro sobre o modo selecionado. Isto pode gerar incerteza, pois o utilizador não tem uma confirmação imediata do modo em que está. Em alguns auriculares concorrentes, esse processo é mais intuitivo, já que uma voz indica claramente qual o modo ativo.

No caso da Xiaomi, a ausência dessa informação obriga a prestar mais atenção ao ambiente para perceber se o cancelamento de ruído ou o modo transparência estão realmente ativados. É um detalhe que poderia ser melhorado para tornar a experiência mais intuitiva e prática.

A autonomia é um dos grandes destaques destes auriculares. A Xiaomi promete até 9,5 horas de utilização, um valor que se confirma na nossa experiência real. Com o ANC ativo, conseguimos cerca de 8 horas de audição, um desempenho impressionante e ao nível dos melhores do mercado neste segmento.

Além disso, o carregamento da caixa é extremamente rápido, recuperando a carga total em apenas uma hora. Isto elimina qualquer preocupação com a autonomia e garante que os auriculares estão sempre prontos a usar, mesmo em utilização intensiva. Com esta rapidez de carregamento, basta uma breve pausa para que os auriculares voltem a estar operacionais, permitindo uma experiência contínua e sem interrupções.

Tome Nota
Xiaoimi Redmi Buds 6 Pro – €79,99
Site: xiaomistore.pt

Som Bom
Cancel. Ruído Bom
Autonomia Bom
Conforto Muito bom

Características Frequências: 20 Hz – 20.000 Hz ○ Driver duplo de 11 mm ○ Codecs: SBC, AAC, LDAC ○ Cancelamento Ativo de Ruído (ANC) ○ Autonomia anunciada:  9,5 horas (máx) ○ Bluetooth 5.3 ○ Alcance: 10 metros ○ 30,6×21,4×24,5 mm ○  5,2 g

Desempenho: 4
Características: 3,5
Qualidade/preço: 4,5

Global: 4

“Temos dados que mostram que os indivíduos que comem mais tarde, à noite, tendem a ter um peso mais elevado. Mas são associações e não provam que comer a uma hora tardia ‘cause’ aumento de peso”, explica ao The Guardian Adrian Brown, dietista e investigador sénior da University College London, especializado em gestão do peso.

O especialista explica que muita da investigação nesta área se foca no nosso ritmo circadiano, o já muito falado relógio interno, alinhado com os períodos do dia que usamos para a alimentação ou o sono. Se esse alinhamento não existir, como no caso dos trabalhadores por turnos, o peso pode ser afetado.

No entanto, para a maioria de nós, a ligação entre o comer à noite e o peso pode ter mais a ver com o que se come e porquê do que propriamente com o “quando”, acredita Adrian Brown. Se se tratar de um jantar tardio por falta de tempo de o fazer cedo, deixando passar muitas horas desde a refeição anterior, é provável que acabe por fazer escolhas pouco saudáveis ou que exagere na quantidade. Se se tratar de uma ceia em forma de bolos, batatas fritas ou bolachas para acompanhar uma série ou um filme, por outro lado, a somar às refeições já tomadas, estamos a acrescentar uma dose considerável (desnecessária e com pouco valor nutricional) de calorias ao total diário.

Palavras-chave:

“O elevado número de acessos ao e-fatura do Portal das Finanças, que se registou ao longo do dia de ontem [segunda-feira] e que se continua a verificar durante o dia de hoje, em virtude do fim do prazo legal para a verificação e validação de faturas, provocou constrangimentos e limitações pontuais de acesso”, explica o Ministério das Finanças para justificar o prolongamento do prazo.

Assim, os contribuintes proceder à validação das respetivas faturas até 28 de fevereiro, anunciou o gabinete de Miranda Sarmento.

O prazo para validação das faturas a que cada contribuinte associou o seu NIF durante 2024 para as despesas serem contabilizadas como deduções ao IRS terminava esta terça-feira.

A nova fábrica da chinesa CALB, um dos maiores fabricantes mundiais de baterias, já tinha sido confirmada para Sines. Mas ontem decorreu, em Lisboa, o evento oficial de lançamento deste projeto, que contou com a participação do ministro da economia, Pedro Reis, e a presidente da CALB, Liu Jingy. Segundo as declarações do representante do governo português, o volume de negócios anual da fábrica deverá atingir os 1,6 mil milhões de euros graças a uma capacidade de produção máxima de 15 gigawatss hora (GWh), equivalente a quase 40 milhões de células para baterias. Células que deverão permitir criar quase 200 mil baterias para veículos elétricos.

Os números expressivos continuam com um dado mais importante para a economia nacional: a criação de 1800 postos de trabalho diretos. Uma informação partilhada pelos responsáveis da CALB, que prevê um impacto de 4% no PIB nacional, quando se conjuga efeitos diretos e indiretos.

Foto: DR

Ainda segundo as informações divulgadas por Pedro Reis o “objetivo é construir uma gigafábrica de topo, carbono zero e com recurso à Inteligência Artificial (IA), que vai não só apoiar a economia portuguesa, mas também acelerar a transição energética europeia”.

Este projeto foi considerado como um Projeto de Interesse Nacional (PIN) pelo Governo Português, que considera apoiar o investimento em até cerca de 35%, o equivalente a 350 milhões de euros recorrendo ao regime europeu de incentivos à reindustrialização.

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O asteroide 2024 YR4 foi descoberto no final do ano passado e a comunidade começou a monitorizá-lo com atenção. Nas últimas semanas, foram avançadas várias probabilidades de uma possível colisão com a Terra, oscilando de 1,9% para os 3,2%. A colisão não seria catastrófica a nível global, mas poderia causar danos regionais significativos e dar-se-ia em dezembro de 2032. Agora, a estimativa mais recente da NASA aponta para uma probabilidade de apenas 0,0039%, ou seja, 1 em 26 mil, o que é significativamente baixo.

O que este episódio realça é que é expectável que, a partir daqui, se registem mais situações semelhantes. Asteroides com estas dimensões, entre 40 e 100 metros de diâmetro, são suficientes para causar destruição a nível local ou regional, mas difíceis de captar pela maioria dos telescópios existentes. Richard Binzel, um dos maiores especialistas neste campo, explica ao ArsTechnica que “um objeto do tamanho do YR4 passa sem perigo na região entre a Terra e a Lua várias vezes por ano. Este episódio é apenas o início para os astrónomos terem capacidade para ver estes objetos antes de eles aparecerem”.

Com o aparecimento de telescópios cada vez mais potentes e capazes, aumentam as probabilidades de os cientistas detetarem este tipo de objetos. O observatório Vera C. Rubin, no Chile, está quase completo e tem como objetivo científico principal a descoberta de pequenos asteroides perto da Terra e deve, provavelmente, encontrar muitos destes. Daqui a dois anos, o NEO Surveyor da NASA vai ser lançado e procurar por ameaças no Sistema Solar e, em 2027 também vai ser lançado o telescópio espacial Nancy Grace Roman destinado a encontrar possíveis ameaças para a Terra, elenca o ArsTechnica. Com todos estes aparelhos disponíveis, é provável que se encontrem entre 10 e 100 vezes mais objetos como o 2024 YR4. “Tal como com o YR4, com um pouco de tempo e monitorização paciente, vamos ser capazes de descartar completamente qualquer perigo”, conta Binzel.

Este tipo asteroides e trajetórias são classificados na escala de Torino, de acordo com a probabilidade de colisão, em que 0 é sem impacto e 10 é o equivalente a destruição massiva. A escala considera a probabilidade de impacto e a libertação de energia cinética que o impacto provocaria. O 99942 Apophis foi o que recebeu uma classificação mais alta, de 4, durante alguns dias após a descoberta em 2004. Uma análise posterior mostrou que deve voltar a aproximar-se da Terra em 2036, mas não colidir com o planeta. Nesta escala, o YR4 chegou a ser classificado como 3, mas agora está como 0.

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Um espetáculo de luzes orquestrado por Simon Pollock acaba de bater o recorde mundial: 1150 Teslas, organizados pelos clubes Tesla da Bélgica e dos Países Baixos, proporcionaram uma experiência impressionante. O evento contou com um computador central que orquestrou uma sinfonia de luzes e movimento com recurso a milhares de luzes LED e em que cada carro se comportou como um pixel de um ecrã verdadeiramente memorável.

Durante o espetáculo, é possível ver padrões pulsantes, luzes e cores vibrantes e animações sincronizadas com uma banda sonora arrebatadora. A coordenação permite replicar ilusões de objetos 3D, cenas dinâmicas e esbater a fronteira entre a realidade e a imaginação, lemos no comunicado publicado pelo Clube de Teslas da Bélgica no YouTube.

Além dos carros no solo, também houve espaço para uma frota de drones que, a partir dos ares, iluminou a cena e deu ares da sua graça. Veja o vídeo completo aqui.

Uma análise do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, com base em dados do Índice da Igualdade de Género 2024, no qual Portugal ocupava a 15.ª posição, com 68,6 pontos em 100, permite perceber que 13% dos homens, mas também 14% das mulheres, tendem a concordar ou concordam totalmente que, se uma mulher for vítima de abusos ou violência sexual enquanto está alcoolizada, ela é, pelo menos, parcialmente responsável.

Por outro lado, 27% dos homens e 18% das mulheres concordam que as mulheres frequentemente inventam ou exageram quando se queixam por abusos sexuais ou violação.

O estudo conclui também que 57% dos homens e 51% das mulheres consideram que, se uma mulher partilha conteúdo pessoal íntimo com alguém, é pelo menos parcialmente responsável se essas imagens forem partilhadas com terceiros.

Cerca de 35% dos homens e 20% das mulheres em Portugal entendem que é aceitável o homem controlar as finanças da mulher, e 8% dos homens e 4% das mulheres defendem que a violência doméstica é um assunto privado que deve ser tratado na intimidade da família.

Duas em cada dez mulheres de entre 18 e 74 anos admitiram ter sofrido violência física ou psicológica a partir dos 15 anos e 28% disseram ter ficado com consequências severas por causa disso. Cerca de 53% afirmaram ter tido consequências na saúde por causa dos abusos.

Em média, cerca de um terço das mulheres (31%) na UE indicou ter sido vítima de violência física e/ou sexual por qualquer agressor desde os 15 anos.

A Google considera que os riscos inerentes ao envio de uma mensagem de texto, que pode ser intercetada, para um sistema de autenticação de dois fatores devem ser eliminados. Assim, a gigante prepara-se para retirar esta opção aos utilizadores, segundo uma notícia da Forbes. O porta-voz Ross Richendrfer conta que se pretende “reduzir o impacto dos abusos globais das SMS” e aponta que uma das soluções, para já, passa pelos códigos QR.

A proposta da Google, em vez de enviar uma mensagem de texto para o telemóvel, assenta na disponibilização de um código QR que deve ser digitalizado com recurso ao smartphone de forma a permitir o acesso à conta de Gmail. Apesar de a dependência de um smartphone ainda estar presente, este método acaba por ser mais seguro, uma vez que as mensagens de texto podem ser intercetadas: ‘basta’ o criminoso empregar um método para convencer a operadora móvel de que é o detentor do número de telefone para receber o código em vez do utilizador legítimo.

A solução definitiva pode ser a utilização de passkeys e afastar por completo a utilização de passwords, mas a adoção destas tem vindo a ser mais lenta do que o desejável, pelo que a autenticação de dois fatores, agora com códigos QR, ainda deve estar para durar.

No calendário anual, há momentos que assumem especial relevância para a comunidade de utilizadores de tecnologias de reabilitação auditiva. Esta terça-feira, 25, assinala-se o Dia Internacional do Implante Coclear e a 3 de março o Dia Mundial da Audição. Estes períodos não só comemoram avanços tecnológicos e médicos, mas também servem como oportunidades para refletir sobre os desafios e oportunidades que se colocam a quem depende de dispositivos como próteses auditivas e implantes cocleares.

A história da reabilitação auditiva tem sido marcada por grandes avanços, como a primeira cirurgia de implante coclear realizada com sucesso em 1957 pelo Dr. André Djourno e pelo Dr. Charles Eyriès em Paris. Este marco revolucionou o tratamento da perda auditiva severa a profunda, permitindo a milhares de pessoas recuperar a perceção sonora. Indicado para quem não beneficia de próteses auditivas, o implante coclear transforma sinais sonoros em estímulos elétricos que ativam o nervo auditivo, possibilitando uma audição útil.

A cirurgia é apenas o primeiro passo num longo processo de reabilitação, que inclui a ativação do implante e semanas ou meses de treino auditivo-verbal. O envolvimento diário do utilizador é essencial para maximizar os benefícios e consolidar o trabalho dos terapeutas. Em Portugal, a primeira cirurgia de implante coclear ocorreu em 1985, em Coimbra, e este ano assinala-se o 40.º aniversário desse momento histórico para a Saúde Auditiva no país.

A nível global, a consciencialização para a perda auditiva tem sido uma prioridade. Organizações internacionais têm enfatizado a importância da saúde auditiva e promovido ações para prevenir a perda de audição e melhorar o acesso à reabilitação. O mote atual sublinha a necessidade de garantir que as tecnologias auditivas e os serviços de reabilitação sejam acessíveis a todos.

Estatísticas e desafios no acesso à reabilitação auditiva

A perda auditiva afeta milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com o Relatório Mundial sobre a Audição da OMS, cerca de 1,5 mil milhões de pessoas vivem com algum grau de perda auditiva, número que poderá aumentar para 2,5 mil milhões até 2050 se não forem tomadas medidas adequadas. Destes, aproximadamente 430 milhões necessitam de reabilitação auditiva.

Em Portugal, cerca de 5% da população apresenta algum grau de perda auditiva incapacitante, mas a taxa de utilização de dispositivos de reabilitação auditiva permanece abaixo do desejável. Muitos indivíduos não têm acesso ou não procuram soluções que poderiam melhorar significativamente a sua qualidade de vida. Entre os principais desafios, destacam-se os custos elevados dos dispositivos, desigualdades regionais na oferta de serviços, falta de informação e barreiras burocráticas no acesso aos apoios públicos.

Acessibilidade e inclusão: o caminho a seguir

Garantir que as pessoas com perda auditiva possam participar plenamente na sociedade vai além da disponibilização de dispositivos. A acessibilidade nos meios de comunicação e a implementação de tecnologias assistivas são fundamentais.

A legendagem escrita em conteúdos audiovisuais é uma ferramenta essencial, mas em Portugal a sua implementação ainda é insuficiente. É necessário expandir a legendagem para todos os formatos, melhorar a sua qualidade e assegurar que esteja presente em espaços públicos.

Outras tecnologias assistivas, como sistemas de indução magnética e Bluetooth Auracast, aplicações de transcrição em tempo real e sinalizadores visuais, podem facilitar a comunicação e melhorar a acessibilidade. Paralelamente, a inclusão no mercado de trabalho, a sensibilização pública e a adaptação de infraestruturas são medidas indispensáveis para garantir uma verdadeira igualdade de oportunidades.

Caminhos para a melhoria

Para superar os desafios e garantir uma sociedade mais inclusiva, é essencial adotar medidas concretas:

  1. Aumento do financiamento público para dispositivos auditivos e respetiva manutenção.
  2. Redução das listas de espera para avaliação e cirurgia de implante coclear.
  3. Expansão dos serviços de apoio em audiologia e reabilitação auditiva.
  4. Reforço da sensibilização pública sobre a perda auditiva e a importância da reabilitação.
  5. Legislação para acessibilidade comunicacional, incluindo legendagem universal e tecnologias assistivas.
  6. Inclusão no mercado de trabalho, garantindo adaptações tecnológicas para uma comunicação eficaz.

Conclusão

A reabilitação auditiva não se resume a avanços médicos e tecnológicos, mas sim a um compromisso contínuo para garantir que ninguém fique preso no silêncio por falta de acesso. A acessibilidade auditiva é um direito fundamental, e cabe à sociedade assegurar que todas as pessoas tenham a oportunidade de ouvir e comunicar plenamente.

Nota final

Viver com perda auditiva é mais do que um desafio médico — é uma luta diária pela inclusão. Desde os 16 anos, quando comecei a usar próteses auditivas, até ao implante coclear em 2007, descobri que ouvir não é apenas captar sons, mas estar verdadeiramente ligado ao mundo. A otosclerose tentou impor-me o silêncio, tal como fez com Beethoven, mas a tecnologia devolveu-me a audição. Infelizmente, muitas pessoas em Portugal continuam sem procurar ajuda ou não têm acesso ao acompanhamento adequado. O primeiro passo deveria sempre começar com profissionais credenciados, seja um médico nos cuidados primários, um otorrinolaringologista ou um rastreio auditivo regulado. O País precisa garantir que ninguém fique isolado pela perda auditiva.

Porque ouvir é viver!

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