A Marinha do Reino Unido anunciou a estreia do sistema Lura, uma mudança no paradigma da guerra submarina que assenta em drones autónomos que se mantêm no fundo dos oceanos, funcionam em rede e que usam Inteligência Artificial para detetar a presença ou movimentação de ameaças submarinas.

O Lura foi desenvolvido pela Helsing, uma empresa especializada em defesa, usa uma constelação de sensores acústicos montados em ‘planadores’ e que dão pelo nome de SG-1 Fathoms. Estes planadores foram desenhados originalmente para monitorizar condições marinhas e vigiar baleias, mas constituem agora a espinha dorsal para um sistema de deteção de ameaças. Assim que uma movimentação ou um alvo anormal são detetados, o sistema envia os dados em tempo real para o centro de comando da Marinha que irá analisar e atuar.

Um sistema de Inteligência Artificial faz com que os sensores sejam capazes de distinguir várias embarcações na mesma área e fazer distinções com base nas assinaturas acústicas, algo que um intérprete humano teria dificuldade em conseguir. Gundbert Scherf, co-fundador da Helsing, explica que “o Lura deteta, para as marinhas poderem deter (…) Lançar Inteligência Artificial para constelações no fundo dos mares vai iluminar os oceanos e parar os nossos adversários. Já Niall Cartwright, arquiteto da empresa, conta que “um só não consegue fazer muito sozinho. Mas são tão baratos e simples que podemos lançar centenas ou milhares nas águas. Eles [os inimigos] vão pensar duas vezes antes de vir”, cita o The Times.

O sistema foi otimizado para detetar a ameaça russa e o Lura consegue distinguir entre as diferentes embarcações que constituem a Marinha russa e os navios de passageiros. O contrato da Marinha Britânica visa usar a Inteligência Artificial e outras soluções avançadas para monitorizar as águas britânicas contra eventuais ameaças de Moscovo.

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Donald Trump continua o périplo pelo Golfo e anunciou agora um acordo de 142 mil milhões de dólares para o fornecimento de armas, “o maior acordo comercial de defesa na história”. Este contrato é parte de um pacote de 600 mil milhões de dólares que a Arábia Saudita tem para empresas americanas de vários setores, como a defesa, a energia, a tecnologia e as infraestruturas.

No que toca a armamento, o acordo vai incidir sobre cinco categorias: avanços na força aérea e espacial, defesa aérea e contra mísseis, segurança costeira e marítima, segurança fronteiriça e atualizações aos sistemas de comunicações.

Entre a comitiva de Trump estão responsáveis de várias tecnológicas, incluindo Elon Musk e Sam Altman. A Nvidia conseguiu um acordo para vender centenas de milhares de chips de Inteligência Artificial, começando com 18 mil chips Blackwell, à Humain, uma startup apoiada pelo fundo soberano saudita. A AMD estabeleceu uma parceria de 10 mil milhões de dólares com a Humain para o desenvolvimento de soluções de Inteligência Artificial. Segundo a Al Jazeera, “a Arábia Saudita quer tornar-se um dos grandes investidores globais em Inteligência Artificial e é por isso que estão aqui muitos CEOs em Riade, que querem alguns destes contratos”.

Também a NASA vai receber a sua quota parte destes 600 mil milhões, com um acordo para lançar CubeSat sauditas a bordo da missão Artemis II.

Recorde-se que Trump vai continuar a visita ao Golfo, passando agora pelos Emiratos Árabes Unidos e pelo Qatar ainda esta semana.

Tudo isto é triste, tudo isto é fado. 

Perante a falta de rasgo político que marca a campanha eleitoral para as legislativas de domingo, cheia de frases feitas, ideias recalcadas e “números” ensaiados (à descarada) só para português ver, apanhamos aqui esse comboio, aproveitando os serviços mínimos da sabedoria popular

Quem semeia ventos, colhe tempestades. 

Inspirado numa célebre frase de Cavaco Silva, Luís Montenegro pede que o deixem trabalhar, por mais quatro anos, no cargo de primeiro-ministro, insistindo na versão musicada para embalar apoiantes em ações de campanha.

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A Microsoft anunciou que vai despedir seis mil trabalhadores, o equivalente a 3% da força de trabalho. “Continuamos a implementar as mudanças organizacionais necessárias para melhor posicionar a empresa para o sucesso num mercado dinâmico”, confirmou o porta-voz Pete Wootton ao The Verge.

Recorde-se que Amy Hood, a responsável financeira da Microsoft, afirmou há duas semanas que “continuamos a focar-nos em construir equipas com elevado desempenho e a aumentar a nossa agilidade ao reduzir camadas, reduzindo os cargos de gestão”.

A ronda de despedimentos deve afetar escritórios em várias geografias e várias equipas, incluindo o LinkedIn e a Xbox. Já em janeiro a empresa tinha feito um corte, com quase dois mil despedimentos de trabalhadores em Washington cujo último dia será em julho.

Daniel Zhao, economista do Glassdoor, conta que “as grandes tecnológicas estão a reduzir as forças de trabalho ao reorganizar as estratégias e a recuar de contratações agressivas que fizeram durante os anos pós-pandemia”. Estes despedimentos não indicam necessariamente que as empresas estão com dificuldades financeiras, mas sim que estão a reorganizar-se internamente. Também a aposta na Inteligência Artificial pode estar a provocar estas reduções. No mês passado, Satya Nadella admitiu que “20 a 30% do código de alguns projetos da Microsoft estão a ser criados por IA.

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Uma equipa de físicos conseguiu criar iões de ouro através da (quase) colisão de feixes de chumbo. A experiência teve lugar no Large Hadron Collider (LHC) do CERN, o maior acelerador de partículas do mundo e concretizou a esperança dos alquimistas do século XVII, que sonhavam transformar chumbo em ouro.

Explica o artigo publicado na Nature sobre esta experiência que isso é uma impossibilidade química devido à diferença no número de protões dos dois elementos (82 no chumbo e 79 no ouro). Só a partir do século XX se descobriu que os elementos pesados podem transformar-se sim, mas não através da química – ou se transformam naturalmente através do decaimento radioativo, ou em laboratório, submetidos a um bombardeamento de neutrões ou protões.

O que os cientistas do CERN descobriram foi que ao apontar feixes de chumbo na direção um do outro, enquanto se deslocavam a uma velocidade próxima da da luz, ocasionalmente, em vez de sofrerem uma colisão frontal, os iões cruzavam-se por instantes. Quando isto acontece, o intenso campo eletromagnético em torno de um ião pode criar um impulso de energia na forma de protões que leva um núcleo do chumbo a ejetar três protões, transformando-o num núcleo de ouro.

A partir daqui, os investigadores analisaram dos dados das colisões no LHC entre 2015 e 2018 e concluíram que, durante esse período, terão sido criados 86 mil milhões de núcleos de ouro, que terão existido durante um microssegundo.

O presidente do Chega abandonou esta quarta-feira, pelas 09h44, o hospital de Faro, onze horas depois de te dado entrada naquela unidade hospitalar. André Ventura não prestou declarações aos jornalistas, tendo apenas entrado no carro que o tem transportado durante esta campanha eleitoral para eleições legislativas antecipadas de 18 de maio.

André Ventura estava a discursar quando, cerca das 21h10 parou de falar, sendo logo amparado por elementos da comitiva e retirado do local, para o exterior do Parque de Feiras e Exposições de Tavira.

Ao local acorreram elementos dos Bombeiros Municipais de Tavira para assistir o presidente do Chega no local, assim como um ambulância do INEM de suporte de imediato de vida.

Durante muitos anos, quando queríamos chegar a um destino distante e desconhecido, confiávamos em mapas físicos de papel. Eram ferramentas úteis, mas exigiam atenção, interpretação e uma “boa dose” de paciência. Com o tempo, passámos para o GPS, e hoje, com um simples clique, temos rotas e percursos otimizados, alertas de trânsito e alternativas em tempo real. Assim como a passagem dos mapas em papel para o GPS transformou a nossa forma de orientação, o EU AI Act e a ISO/IEC 42001 representam um sistema de “navegação inteligente” para a implementação e gestão da Inteligência Artificial nas organizações.

Contudo, como qualquer estrada nova, este regulamento suscita entusiasmo, mas também incertezas.

O primeiro passo para dissipar essas dúvidas passa por reconhecer que o AI Act é uma oportunidade de posicionamento competitivo e não uma mera exigência legal. A conformidade com este regulamento pode fortalecer a reputação da organização, facilitar o acesso a novos mercados e aumentar a confiança dos clientes/utilizadores. Por outro lado, a utilização descontrolada de IA pode acarretar diversas responsabilidades legais (civil, penal, contraordenacional, disciplinar) e, certamente, danos reputacionais significativos.

Para avançar nesta viagem é necessário identificar se, e de que forma, a organização desenvolve, integra ou utiliza sistemas de IA. Esta identificação deve considerar aplicações internas e externas, fornecedores envolvidos e o tipo de decisões automatizadas que os sistemas suportam. Para além desta identificação, também a classificação de risco não é apenas uma formalidade, já que permite categorizar os sistemas segundo a hierarquia de risco definida no AI Act – risco inaceitável, elevado, limitado ou mínimo.

Mapeado o caminho através da identificação de sistemas de IA, o próximo passo é preparar as pessoas envolvidas. A conformidade começa nas pessoas, e, por isso, promover ações de sensibilização sobre os princípios do AI Act, os riscos éticos e os requisitos de supervisão humana são essenciais. Afinal de contas, o AI Act atribui especial ênfase à supervisão humana, o que significa que a presença de pessoas capazes de intervir, validar ou anular decisões automatizadas é essencial.

Outro pilar deste novo caminho é implementar uma estrutura de governance clara, com a identificação de quem decide, quem valida, quem aprova, quem e como se reage em casos de falhas. A ISO/IEC 42001:2023 ajuda a responder a estas perguntas ao propor um sistema de gestão orientado à IA, que funciona como um painel de controlo: permite monitorizar, ajustar e melhorar continuamente o desempenho dos sistemas de IA, tal como um GPS que redefine o percurso quando deteta trânsito ou obstáculos. Deve, ainda, ser definida uma equipa responsável pela gestão do sistema de IA, com papéis bem definidos, incluindo supervisão ética, proteção de dados, segurança da informação e avaliação de impacto, por exemplo, através da nomeação de um Comité de IA ou de um ponto focal.

Este sistema de gestão é particularmente útil para garantir que o ciclo de vida da IA seja devidamente controlado. A ISO/IEC 42001:2023 não fornece apenas um modelo estruturado para a gestão da IA, como também promove uma abordagem integrada à gestão do risco e da segurança, estabelecendo conexões diretas com outras normas de referência (como a ISO/IEC 27001 e a ISO/IEC 31000).

Na senda do AI Act, a documentação assume uma componente importante. Pode parecer burocrático, mas, tal como num acidente de viação, são os registos que permite reconstruir os factos, apurar responsabilidades e evitar a repetição de erros. O AI Act impõe um conjunto de obrigações documentais, sobretudo para sistemas de risco elevado. Entre elas destacam-se medidas sólidas de governance, avaliação de conformidade, avaliação de impacto, documentação técnica detalhada e mecanismos de monitorização contínua.

Posto isto, a pergunta que se impõe é: depois de seguir todos estes passos, estarão as organizações realmente prontas? Estará o caminho bem traçado, como uma reta, sem obstáculos? A resposta, muito provavelmente, é não. O percurso para a conformidade pode (e deve) começar de forma progressiva, por exemplo, com projetos-piloto centrados em áreas críticas, como recursos humanos ou atendimento ao cliente. Estas iniciativas permitem testar a abordagem e a metodologia, avaliar a maturidade interna e ganhar experiência prática antes de uma implementação mais ampla.

O regulamento consagra também princípios fundamentais como explainability, a transparência, a robustez técnica e a responsabilização, com uma abordagem centrada no utilizador. Também visa garantir a interoperabilidade com outras legislações europeias, alinhando-se com os valores da União Europeia e complementando outros instrumentos normativos como o RGPD. Em particular, os sistemas de IA devem ser concebidos de acordo com os princípios de minimização e proporcionalidade no tratamento de dados.

Por todo o exposto, concluímos que a IA não é um destino, mas sim um percurso exigente. E, neste itinerário, a conformidade não representa um fim em si mesma, mas antes uma bússola ética e operacional, orientada e fortalecida pelo AI Act e pela ISO/IEC 42001:2023. Cabe, assim, a cada organização decidir se vai confiar apenas na intuição e circular livremente sem mapa, ou se pretende investir num sistema de navegação fiável – ético, transparente e seguro.

1. Digitalizar documentos

Através da aplicação de bloco de notas, os utilizadores podem tirar uma fotografia e digitalizá-la para a aplicação

2. Agendar mensagens

Precisa de enviar uma mensagem a determinadas horas? O Iphone dá aos utilizadores a opção de agendar a mensagem que necessitam para as horas que quiserem, através do menu “Enviar mais tarde”, após a redação da mesma.

3. Identificar plantas ou animais

Ao tirar uma fotografia a uma planta, flor ou animal, o seu dispositivo da Apple consegue reconhecer o conteúdo da imagem, através do botão de “Info” no inferior do ecrã.

4. Copiar ou traduzir texto através da câmara fotográfica

Com uma simples fotografia a um livro ou texto, o telemóvel permite ao utilizador selecionar o trecho que pretende e até traduzir o mesmo.

5. Máquina de “white-noise”

Nas definições, ao escolher a opção Acessibilidade, seguindo do Áudio e imagem e Sons de fundo, os utilizadores podem transformar o seu telemóvel numa autêntica máquina de “white-noise” – em português, “ruído branco” – e ouvir sons relaxantes como a chuva, rios ou o oceano. 

6. Tornar apps inacessíveis a outras pesssoas

É possível proteger algumas aplicações com o Face ID, o que pode ser particularmente útil quando há miúdos a mexer no telemóvel. Basta manter o ícone da app premido até aparecer o menu e selecionar a opção “Pedir Face ID”.

Fontes europeias avançaram à agência Lusa que a luz verde ao novo pacote de sansções aconteceu na reunião desta manhã dos embaixadores junto da UE, em Bruxelas, estando prevista uma aprovação oficial na reunião dos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros, na próxima terça-feira.

Este novo conjunto de medidas restritivas surge três meses após 16.º pacote de sanções – que foi aprovado aquando do terceiro aniversário da guerra da Ucrânia – e volta a abranger navios da frota fantasma, com os quais o regime russo tentava contornar as restrições ocidentais ao comércio de petróleo, reforçando o combate à evasão ao embargo aplicado à Rússia.

Surgem ainda novas restrições a mais indivíduos e entidades, adiantaram as fontes europeias à Lusa.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a UE tem avançado com pesadas sanções contra a Rússia, nomeadamente económicas ou diplomáticas, visando 2.400 pessoas e entidades, entre os quais o Presidente russo, Vladimir Putin e o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Sergey Lavrov.

Em causa está a proibição de viajar para a UE, o congelamento de bens e a indisponibilidade de acesso a fundos que provenham do espaço comunitário.

Avançou-se também para o congelamento de bens, num total de 24,9 mil milhões de euros de bens privados congelados no espaço comunitário e de 210 mil milhões de euros de bens do Banco Central da Rússia bloqueados.

Ao nível comercial, as medidas restritivas europeias visam 48 mil milhões de euros em exportações proibidas para a Rússia e 91,2 mil milhões de euros em importações proibidas provenientes da Rússia.

A Ucrânia tem também contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O conflito de três anos provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.

A coisa mais perigosa no mundo é a capacidade de pensar. Por isso uma das primeiras coisas que todos os ditadores e aprendizes fazem é controlar a informação e procurar abafar as competências do pensamento. Hitler e aparentados queimaram livros, o que é sempre o prenúncio de queimar pessoas a seguir. O Big Brother ainda continua a inspirar os tiranos.

Uma escola transmite conteúdos. Uma universidade faz mais do que isso, cria pensamento científico. Por isso Trump se levantou assanhado contra as universidades, tentando censurá-las na sua autonomia científica, pedagógica e de gestão. Não terá sido por acaso que um dos professores que o teve como jovem aluno disse, há tempos, que o atual inquilino da Casa Branca tinha sido um dos piores que ensinou.

Universidades altamente prestigiadas como Harvard, Princeton e Brown, entre outras, têm sofrido repetidas ameaças de retirada dos estatutos de isenção fiscal, de proibição de aceitar alunos estrangeiros e do corte de verbas se persistirem nas políticas de diversidade e inclusão.

Mais de uma centena de reitores de universidades e presidentes de sociedades académicas dos Estados Unidos avançaram com uma declaração conjunta, para fazer face às ameaças indignas do governo Trump contra as instituições norte-americanas do ensino superior. Esta resposta coletiva classificou a atitude do governo como “interferência política sem precedentes” que fere o mundo universitário.

Trump mandou cortar a Harvard – uma das universidades mais prestigiadas em todo o mundo – 2,3 mil milhões de dólares (cerca de dois mil milhões de euros) de verbas federais, depois de amuar porque a universidade recusou aceitar uma série de exigências absurdas do governo, que pretendia interferir na escolha do corpo docente, currículos, matérias e até na admissão dos estudantes.

Mas Harvard não se ficou. Decidiu contra-atacar ao processar a administração Trump, acusando-a de violar a Constituição devido à descarada tentativa de controlar ideologicamente a sua gestão e ensino, deitando assim por terra a autonomia universitária.

Em qualquer democracia, o governo não pode decidir aquilo que as universidades privadas ensinam, quem contratam, quem admitem e quais as áreas em que devem fazer incidir a sua pesquisa e estudo. De resto, os advogados de Harvard fizeram questão de lembrar publicamente que um governo que tenta “coagir e controlar” vai ao arrepio de princípios fundamentais consagrados na Primeira Emenda da constituição americana, que salvaguarda claramente e sem qualquer dúvida a “liberdade académica”.

Algumas das questões que incomodam Trump nas universidades são realmente as principais bandeiras de grupos religiosos seus apoiantes. Trump só quer saber de negócios e de alimentar o seu ego gigantesco. Está a borrifar-se para Israel ou a Palestina, até porque esta não tem petróleo nem riquezas naturais. Mas o setor da direita religiosa americana fez de Israel uma bandeira e, para lhe agradar, transferiu a sua embaixada para Jerusalém no primeiro mandato.

O mesmo sucede com a questão da inclusão. Embora esta não se confine às minorias sexuais ou à questão da cor da pele, os neoconservadores religiosos nem querem ouvir falar de homossexuais e muitos deles persistem ainda no campo do racismo e da xenofobia.

Trump sabe que as revoluções começam normalmente com os jovens estudantes e por isso quer aplicar uma mordaça às universidades. Cheira-me que se vai dar mal, até por que após cem dias de governo está com uma taxa de aprovação de 45%, abaixo de Biden (53%) e da média dos presidentes entre 1952 e 2020 (60%).

Ébrio de poder, Trump mandou deportar ativistas pró-palestinianos, desencadeou uma guerra comercial com imposição de tarifas alfandegárias a quase todos os parceiros comerciais dos EUA, mesmo aos aliados mais próximos, e assinou freneticamente um número sem precedentes de ordens executivas.

Os Estados Unidos acabaram de perder a posição que detinham no plano internacional desde a II Guerra Mundial e ninguém sabe que papel virão a desempenhar no futuro. Estamos a caminho de situações impensáveis, de tal modo que já se especula se o vizinho Canadá, alvo do bullying trumpista, não irá aderir à União Europeia…

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.