Segundo o Jornal Luso-Americano, que avança a notícia, citando fontes da família, trata-se de Matthew Tenedório, de 25 anos, era filho do emigrante português Luís Tenedório e neto paterno dos emigrantes João e Dalila Tenedório, naturais de Vila Nova de Cerveira, distrito de Viana do Castelo.

Matthew Tenedório, que nasceu em Huntington, Long Island, no Estado de Nova Iorque, encontrava-se na Bourbon Street, onde ocorreu o ataque, que matou 14 pessoas, com amigos, depois de ter estado num jantar com os pais para celebrar o Ano Novo. Morreu baleado pelo atacante, que já tinha atropelado dezenas de pessoas quando abriu fogo.

Quer Matthew, quer o pai, Lou Tenedório, eram técnicos de audiovisual no Superdome and Smoothie King Center, uma arena no centro da cidade de Nova Orleães, adianta o mesmo jornal. A equipa de futebol americano de Nova Orleães New Orleans Saints refere-se ao jovem como um “membro valioso” da equipa de produção de vídeo”. “Matthew era jovem, talentoso e tinha um futuro brilhante, ajudando a produzir conteúdos de qualidade quer para os New Orleans Saints e Pellicans [basquetebol]”, pode ler-se.

Depois de anunciar que estava a avaliar a hipótese de o atacante ter agido em coordenação com outras pessoas, o FBI veio, na quinta-feira, confirmar que o veterano do Exército agiu sozinho.

A polícia federal revelou ainda que Shamsud-Din Jabbar, cidadão norte-americano do Texas, de 42 anos, publicou cinco vídeos na sua conta de Facebook nas horas anteriores ao ataque em que proclamava o seu apoio ao Estado Islâmico (EI). Foi o ataque mais mortífero inspirado pelo EI em solo norte-americano em vários anos, revelando o que as autoridades federais alertaram ser uma ameaça ressurgente do terrorismo internacional.

Um novo estudo feito por investigadores da University College de Londres, no Reino Unido, conclui que por cada cigarro fumado, essa pessoa perde o equivalente a 20 minutos de vida em comparação com um não fumador. O estudo enfatiza que é importante deixar de fumar o mais rapidamente possível para evitar esta redução do tempo de vida.

Os malefícios do tabaco são já bastante conhecidos, passando por danos em praticamente todos os órgãos, estando associados também a doenças do coração e dos pulmões, além de cancro ou enfisemas. Este estudo procurou colocar um número em frente a cada cigarro, para estimular os fumadores no sentido da decisão correta.

Uma análise britânica de 2000 calculava que cada cigarro custava 11 minutos de vida, em média, aos fumadores, mas os dados não estavam completos, assumindo apenas informações de fumadores homens. Agora, os investigadores consideraram também o universo das fumadoras, além de dados mais recentes sobre a mortalidade nos britânicos e novos padrões de consumo de tabaco.

Globalmente, a equipa conclui que quem nunca deixa de fumar vê a sua vida total reduzida em 10 a 11 anos, um aumento significativo face aos 6,5 anos calculados anteriormente. Nos homens, o impacto de cada cigarro é de 17 minutos de vida e nas mulheres é de 22 minutos.

A equipa alerta também que os anos de vida são ‘roubados’ ao período mais saudável da pessoa, ou seja, os fumadores sentem os efeitos do envelhecimento mais cedo do que os não fumadores. Como exemplo, os investigadores salientam que um fumador de longa duração com 60 anos apresenta o estado de saúde típico de uma pessoa não fumadora de mais de 70 anos.

Apesar de os números de fumadores estarem nos valores mais baixos de sempre, o tabaco e o fumo passivo ainda são responsáveis por milhões de mortes anuais em todo o mundo.

O estudo completo pode ser lido no jornal Addiction.

Calhou-nos em sorte ficar de frente para o painel assinado pelo artista AkaCorleone. Enquanto esperamos pelo pedido, vamos reparando nos desenhos destes azulejos encomendados para o restaurante da Almirante Reis, para assinalar um século de Portugália, e encontramos um ovo estrelado, claro.  

Tem a mesma forma da sobremesa que a cervejaria inventou para os 99 anos da marca, que começou precisamente aqui. O ovo estrelado doce, não aquele que vem a cavalo do famoso bife, é feito de uma nata branca muito fofa que rodeia o doce de ovos e tem bolacha moída que não se vê antes da primeira colherada. 

A Portugália celebra 100 anos em junho e até lá inova-se nos pormenores, como o novo balcão na enorme sala da casa-mãe na Almirante Reis

Se à frente temos esta parede colorida que se integra bem nos antigos azulejos da casa, nas nossas costas está um dos novos balcões que se encaixam na perfeição na enorme sala do andar térreo (o outro encontra-se logo à entrada). Também eles têm em seu redor azulejos lisos, em forma de escudo, feitos na fábrica Viúva Lamego.  

Estes dois retoques de modernidade fazem parte do rebranding que está em marcha para celebrar o centenário da Portugália, em 2025. Isso nota-se já nos quatro restaurantes de Lisboa (mais os franquiados), seja no logótipo, nas fardas ou na loiça.

Na ementa pouco se mexeu, pois quem aqui vem espera comer um bom bife a nadar em molho, uns croquetes estaladiços ou marisco fresco que se encontra exposto em cima desse balcão do centro da sala e que é pedido ao quilo. O camarão tigre no molho Portugália e os vegetarianos cogumelos à Brás são a diferença mais assinalável na oferta atual.     

De agora até 10 de junho, só se esperam surpresas – José Maria Jorge, diretor de marketing, não quis ainda revelá-las. Sabemos, no entanto, que a próxima loja a entrar em obras será a de Alvalade, onde está o grande painel de Júlio Pomar que pertencia à pastelaria Biarritz. “Vão ser todas Portugália, mas cada uma terá a sua identidade, consoante o bairro em que está”, nota.

A ideia é chegar à data do centenário e estar tudo de cara lavada para os próximos 100 anos, nunca se desviando da máxima “uma cervejaria democrática”, pois foi com esse intuito que abriu em 1925. Nessa altura, comiam-se croquetes e outros petiscos ao balcão, enquanto se esperava que os barris da cerveja fossem repostos, à mão, claro. Venha de lá essa imperial, fresquinha e bem tirada, para brindarmos à proeza de um restaurante atravessar 100 anos de História, saindo deles sem grandes mossas.

Os mais atentos vão também encontrar diferenças no logótipo, nas fardas e na loiça

Portugália > Av. Almirante Reis, 117 > T. 21 314 0002 > seg-dom 12h-24h 

Durante algum tempo, os madeirenses foram os primeiros a desacreditarem os vinhos produzidos no seu território, exceção feita ao fortificado que leva, desde sempre, o nome da ilha no rótulo. Ao jeito curto e grosso, diziam que os de mesa eram caros e maus e raramente os consumiam.

Hoje, sabem que baratos nunca podem vir a ser, porque os lotes são pequenos, alguns ainda experimentais, as vinhas plantam-se em socalcos e, por vezes, até em latada. Porém, classificá-los de maus e trocá-los por outros numa refeição já se trata de uma injustiça só justificada pela ignorância na matéria.

Na semana em que a Madeira foi eleita, pela décima vez, o Melhor Destino Insular do Mundo, percorremos a ilha de norte a sul, por entre inúmeras provas, e muito álcool etílico, e podemos atestar que a região tem atualmente um leque bastante considerável de vinhos de qualidade, especialmente quando a casta Verdelho entra em jogo.

Devido à pequenez de quem os produz, não existem quintas que tenham adega própria – todas as marcas se servem das adegas da Madeira Wines e da Casa de São Vicente para a transformação das uvas em vinho. Também por causa da dimensão dos viticultores, estes produtos só podem ser apreciados dentro de portas (salvo raríssimas exceções em que um restaurante do continente os tenha descoberto).

Na Madeira, as vinhas cobrem encostas vulcânicas, que se estendem, a pique, em direção ao oceano. Deste terroir só poderiam sair vinhos especiais

Pensando bem, é neste cenário, em que a densidade do verde da vegetação só é interrompida pela clareza do azul do céu e do mar, que eles fazem mais sentido. Não é por acaso – estamos rodeados de água salgada por todos os lados – que se encontra salinidade e acidez em quase todas as referências que levámos à boca, com a parcimónia que uma prova exige.

Ao mesmo tempo que crescem os programas em que se experimentam estes vinhos distintivos, a par dos já muito conceituados Madeira, entre um petisco e outro, e quase sempre rematado com um minibolo de mel, há cada vez mais lugares em que também se pode ficar a dormir com vistas sossegadas para o vinhedo.

Programar em silêncio

A Quinta das Malvas, inserida dentro da tradicional quinta de Santa Luzia, existe desde 1826 e é disso bom exemplo. A madeirense Emily Blandy, 47 anos, descendente em sétima geração da família que lançou esta semente, está há dois anos à frente do projeto, depois de ter andado a percorrer mundo. As vinhas são geridas pela empresa familiar, a Madeira Wine Company.

A madeirense Emily Blandy está à frente da Quinta de Santa Luzia. Nesta hectare de vinha, fazem-se experiências muito exclusivas com castas adaptadas ao solo vulcânico

Junto a um frondoso jacarandá centenário, e ao lado do seu cão Fusco que descansa na relva impecavelmente tratada, ela explica que aqui se planta Verdelho, a casta mais adaptada, mas também Boal e Terrantez. Esta última esteve quase em vias de extinção, mas agora já se encontra pela ilha, embora seja bastante sensível ao tempo seco prolongado, que é como tem estado a meteorologia da ilha. Em final de novembro, por exemplo, os dias foram passados em manga curta e debaixo de um céu cristalino. As vindimas, aliás, começaram duas semanas antes do previsto, pois a maturação da uva aconteceu de forma muito mais célere. Apesar desta realidade climática, nesta quinta rega-se apenas uma vez por semana – a humidade intensa trata do resto.

Enquanto o Funchal se espraia lá mais abaixo, recolhemo-nos no telheiro do elegante Bed & Breakfast, recentemente aberto, e à nossa frente temos queijo de São Miguel a contrastar com os típicos bolinhos de mel. Havemos de provar um Blandy’s Boal, meio doce, e um Verdelho, meio seco, ambos 10 anos, pois em 2024 lançaram-se os Madeira desta gama.

O Bed & Breakfast Quinta das Malvas tem apenas seis quartos e está integrado na Quinta de Santa Luzia

Os programas de enoturismo são de topo. Acontecem normalmente aqui, neste local privilegiado, num silêncio sem-fim e com uma vista de cair o queixo sobre a agitada capital. Podem ser simples provas de várias referências ou expandirem-se para almoços com seis momentos, assinados pelo chefe Filipe Janeiro, acompanhados pelos vinhos Atlantis. Ou ainda constituírem-se de uma ajuda na vindima (só na época certa, claro) e de um piquenique na vinha.

A seguir à Tinta-Negra, o Verdelho é a casta mais usada nesta ilha e por isso pode sofrer influência de todos os climas, consoante é plantada nas encostas a norte ou a sul. Na Quinta de Santa Luzia também vimos uns pés de Malvasia, já com 19 anos, a que se tem de dedicar um cuidado especial, pois estamos perante uma planta, conta Emily, que “pode tardar uma década a dar fruto” e que por isso se reveste de um interesse especial. 

Ajustar as castas

A Quinta das Vinhas, no Estreito da Calheta, ainda é mais antiga do que a de Santa Luzia. Está na mesma família desde 1635 e, no início, estava pensada para a exploração da cana-de-açúcar.

Só nos anos 1980 é que a área se transformou num campo experimental. Nessa época, o governo regional iniciou uns estudos da adaptação de 64 castas provenientes da Madeira, de Portugal continental, França, Itália e Alemanha para a produção de vinhos tranquilos, em três zonas da ilha (Estreito da Calheta, Preces e Arco de Jorge). Paralelamente, fez-se a seleção clonal das castas tradicionais (Sercial, Verdelho, Boal, Malvasia-Cândida, Malvasia-Cândida-Roxa, Terrantez e Bastardo).

Em 2017, a família proprietária recuperou a gestão da quinta, herdou dezenas de castas destas experiências, mas preferiu esquecer esses anos e dedicar-se à conversão para terreno biológico – em 2021, produziram o primeiro Verdelho livre de químicos. Dois anos mais tarde, saiu um blend com Boal e Verdelho. Com a uva que sai dos dois hectares de vinha engarrafam menos de dois mil litros de vinho (é tudo feito com a Justino’s Madeira Wines, fora da quinta) e ainda não conseguiram produzir um fortificado com a marca Fanal, o nome usado pelo parceiro quando está perante projetos especiais.

Atualmente, andam em ajustes das castas, tendo retirado a Tinta-Negra, apostado na Bastardo, que estava quase extinta, e aumentado a área de Malvasia-Cândida, em tempos aquela que deu mais brilho ao vinho Madeira.

Ao mesmo tempo, explica Isabel Freitas, 60 anos, trataram de enriquecer o ecossistema, aumentando a biodiversidade e atraindo novos polinizadores. “Tudo leva tempo”, lembra a gestora, enquanto explica que tradicionalmente na ilha se plantam as vinhas em latada (ou espaldeira), para se usar a sua sombra no verão e poder aproveitar o terreno para outras culturas. Além disso, com uma geografia tão acidentada, tal como a região do Douro, a solução mais óbvia foi aderir ao socalco, que por cá se chama poios. 

A Quinta das Vinhas está certificada como 100% biológica, muito por culpa de Isabel Freitas que veio tratar da produção destes dois hectares de vinha

A parte dedicada ao alojamento nestes quatro hectares na costa sul da ilha – a que goza do melhor clima – também tem vindo a crescer. Já existiam aqui duas casinhas de pedra, mas entretanto construíram, de forma ecológica, mais 14 edifícios e ainda há seis quartos na casa-mãe. Apetece mesmo aqui ficar, em qualquer das soluções, pois o sossego do ambiente conquista-nos totalmente, assim como a acalmia do oceano lá mais ao fundo.

É no cimo da quinta, no restaurante Bago, rodeado de videiras, onde a ementa condiz com o espírito sustentável da quinta, que se concentram as provas. Nesses momentos, descobre-se a simplicidade dos vinhos aqui produzidos, realçando a mineralidade saída do solo vulcânico. Primeiro, há que sentir o nariz, só depois a boca e as diferentes partes da língua.

Respeitar as tradições

Quando chegaram a este recanto da ilha, os manos Freitas só avistaram a casa-mãe, mas logo começaram a magicar em como transformá-lo no “turismo mais madeirense da Madeira”. E o resultado do que hoje é o Socalco Nature Calheta impressiona, sobretudo nos pormenores.

As janelas dos quartos do Socalco Nature Calheta saem da rocha para se debruçarem sobre a vinha

Há quartos incrustados na rocha, um hectare de horta, caminhos aromáticos, rega por levada e muita uva plantada em poios. As oito casas e os dois quartos estão decorados de forma minimal, com recurso a materiais muito simples e poucos ornamentos. “Não pendurámos quadros porque estamos rodeados de mar, rocha e vegetação densa. Não conseguimos competir com a natureza que nos invade”, nota Nélia, 50 anos, a diretora do agroturismo.

Apesar de as casas estarem equipadas com tudo para se cozinhar, o restaurante Razão, no topo de uma encosta, em frente à piscina, não vai deixar ninguém com vontade de o fazer. A assinatura do chefe Octávio Freitas, a mais recente Estrela Michelin da Madeira, está lá e o chefe André Gonçalves faz muito bem as suas vezes quando ele tem de estar no Desarma, no Funchal.

O Socalco Nature Calheta está cheio de recantos encantadores como este, dignos de postal

As refeições são sempre acompanhadas dos vinhos Cagarra e Galatrixa, 100% produzidos neste hectare de vinha, recorrendo a castas autóctones, como Verdelho, Sercial, Malvasia e Folgosão. Os lançamentos mais recentes incluem um rosé e um clarete com o nome de Maçaroco (flor roxa, típica da ilha), mas estas uvas já vêm de outros vinhedos que Octávio Freitas explora por perto.

A comida aqui servida, além de ser orgânica, respeita as tradições. No final dos deliciosos repastos, é provável que se prove um Madeira fruto de um blend de várias castas inventado pelo chefe, com dois anos de estágio em madeira e engarrafado em vime, tal como os “vinhos secos”, aqueles que todos produzem em casa, a partir da casta americana, e que se bebem nas festas.

Além das provas de vinhos, no Socalco também há workshops de cozinha, outro só para ensinar a fazer o delicioso pão de massa mãe que aqui se come e ainda um para identificar as plantas aromáticas que enchem os caminhos de prazerosas sensações.

Apostar na exclusividade

As estradas que rodeiam a ilha, num constante ziguezague, têm o condão de nos reduzir à nossa pequenez. Da janela do carro, somos engolidos pela magnitude da floresta Laurissilva, património mundial da UNESCO desde 1999. E de repente chegamos ao fim do mundo, sem que isso tenha alguma conotação negativa. Antes pelo contrário, sente-se algum conforto neste beco sem saída, ainda antes de passarmos o portão do Terrabona Nature & Vineyards – Wine Country & Wellness Retreat.

Nestes sete mil metros quadrados, envolvidos pela floresta Laurissilva, construiu-se discretamente um boutique hotel, onde cabem apenas dez pessoas

Uma vez cá dentro, as palavras tornam-se pouco expressivas para se descrever com minúcia o que se encontra nestes sete mil metros quadrados, em que se construiu discretamente um boutique hotel, onde cabem apenas dez pessoas, e se fazem aventuras de viticultura com as vinhas plantadas há 30 anos para as tais experiências do governo regional.

Marco Noronha e Maria João Veloso são o casal que abandonou os empregos de uma vida na banca para se aventurarem neste paraíso, em 2014. Três anos depois, licenciaram o terreno em produção integrada (agora já vão a caminho do 100% orgânico) e começaram logo a aparecer as primeiras borboletas e abelhas. Foi nessa altura que produziram o primeiro vinho. Como se fartaram de ganhar prémios, decidiram enveredar por esse caminho e assim nasceu a paixão por uma área que até então desconheciam quase por completo. A maior consequência disso foi a travagem nos planos para expandir o turismo para outras villas num terreno mais acima.

São eles que ostentam o primeiro vinho vegan da ilha, numa produção de 200 lindas garrafas. Como são pequeninos e meticulosos, construíram uma nanoadega dentro do Terrabona, o que lhes permite desligarem-se da de São Vicente, onde muitos outros fazem os seus vinhos. Esta produção, exclusiva, só se vende dentro de portas.

Quem aqui fica ou vem para uma prova especial, só tem a agradecer-lhes esse twist no percurso e até o desvio para os vinhos especiais. As palavras de ordem de Maria João são “privacidade, conforto e luxo”. Mas este luxo não se ostenta, é feito para se sentir enquanto se caminha absorvido pela paisagem, se nada na piscina infinita, se faz uma aula de ioga ou se relaxa na sauna virada para o oceano. Agora sim, percebe-se bem o nome na porta e no rótulo: Terrabona significa, em latim, terra de boa ventura.

Que bem se está por aqui, num confortável pufe que se molda à medida da nossa lazeira, saboreando o sol quente da ilha, o copo cheio de um vinho mineral, os olhos postos no Atlântico e a floresta, densa, a transformar-nos num mísero pontinho cá em baixo.

DEPOIS DE PROVAR, DORMIR

Quinta de Santa Luzia

Dentro desta quinta, existe o Bed & Breakfast Quinta das Malvas, que tem apenas seis quartos, todos com nomes de ervas aromáticas. R. de Levada de Santa Luzia, 124 > T. 92 443 4153 > desde €87 > provas: 4 vinhos 10 anos €37,50; prova vertical Verdelho e Boal, 5, 10 e 15 anos €60; visita, prova e almoço de seis momentos com vinhos Atlantis €195

Quinta das Vinhas

Há 14 casas de pedra construídas recentemente e a casa-mãe, com seis quartos, que manteve a traça tradicional e a decoração de outros tempos. O restaurante Bago enquadra-se muito bem a paisagem. Estrada Regional 223, Estreito da Calheta > T. 291 824 086 > desde €120 > visita e prova 3 vinhos Madeira €25, ter e qui 16h30

Socalco Nature Calheta

Daqui saem os vinhos especiais do chefe estrelado Octávio Freitas, mas também pode ficar num dos dois quartos ou oito casas, decorados com a simplicidade que a exuberância da natureza envolvente exige. No restaurante Razão, provam-se pratos de assinatura e as experiências vínicas do chefe madeirense. Caminho do Lombo do Salão, 13, Calheta > T. 291 146 910 > desde €180

Terrabona Nature & Vineyards

Trata-se de um boutique hotel em que se preza, acima de tudo, a discrição e a privacidade. A floresta Laurissilva que nos rodeia faz o favor de nos manter incógnitos. O vinhedo espalhado em socalco proporciona vinhos exclusivos de produção muito pequena. Estrada do Cardo, 117, Boaventura > terrabonawine.com > villas a partir de €370 (mínimo 3 noites) > provas 4 vinhos €35, ter qui sáb dom 12h, 16h

PROVAR BASTA

Boneca de Canudo

Pode visitar-se parte das vinhas e o pomar que se situam nesta quinta rodeada de um ambiente natural. A marca familiar Boneca de Canudo tem referências de Verdelho, Caracol (casta de Porto Santo) e também dois tintos, um deles reserva. Estrada Regional 206, Santo da Serra > T. 96 923 7520 > provas 4 vinhos e petiscos €25

H. M. Borges

Desde 1924 que a empresa está neste edifício muito perto do centro do Funchal. Hoje, é a quarta geração que toma conta do negócio, ainda com forte vertente manual. Visita-se a zona de armazenagem dos 150 mil litros anuais de Madeira que produzem com recurso a uvas de diversos produtores. R. 31 de Janeiro, 83, Funchal > T. 291 223 247 > provas €15-€34

Barbeito

Os visitantes podem chegar de autocarro e até falar búlgaro, que Leonel Gouveia tem a missa toda na ponta da língua e algumas fotos de uvas para mostrar aos turistas. Na Barbeito produzem-se 4 milhões de litros de vinho Madeira por ano. Estrada Ribeira Garcia, Parque Empresarial de Câmara de Lobos, Lote 8 > T. 291 761 829 > provas €15-€28

Quinta do Barbusano

A estrada para aqui chegar dá a conhecer as entranhas da ilha e leva-nos ao fim do mundo. O edifício envidraçado, que o carismático António, o dono, decidiu construir, recebe os visitantes com almoço típico de espetada em pau de louro. As vinhas estão todas em latada e a visita implica andar debaixo delas pelos caminhos escavados para as vindimar. São Vicente > T. 291 101 022 > Almoço de espetadas, batata cozida, salada e bolo do caco de Porto Santo, mais prova de vinhos €65

Blandy’s Wine Lodge

No centro do Funchal não se deve falhar a visita a este local onde a Madeira Wine Company faz a maturação dos seus néctares. Trata-se de uma espécie de museu do vinho da Madeira, com direito a provas comentadas por especialistas. Perfeito para ficar com um bom retrato da realidade vínica da ilha. Av. Arriaga, 28, Funchal > T. 291 228 978 > provas desde €25,50

Ver um filme, uma série ou um jogo de futebol torna-se uma experiência ainda mais agradável quando temos um televisor de qualidade. Mas, hoje em dia, cada vez mais marcas apostam em projetores como uma forma de garantir entretenimento multimédia de qualidade – embora ainda não igualem a qualidade de imagem dos melhores televisores, já garantem uma imagem bastante convincente. E a possibilidade de projetar imagens de grandes dimensões, a um custo significativamente inferior ao de um televisor com tamanho equivalente, faz dos projetores uma proposta cada vez mais aliciantes para alguns consumidores.

A Epson lançou o EF-21G, o mais recente projetor a laser, que combina boa qualidade de imagem com uma utilização simples e intuitiva. Com cerca de três quilos e dimensões relativamente compactas, o EF-21G é facilmente transportável, permitindo mudar o local de funcionamento sempre que necessário.

A projeção máxima é de 150 polegadas

Sala de cinema em casa

A instalação do EF-21G é prática e rápida. Basta posicionar o projetor a uma distância mínima de 1,30 metros da superfície de projeção para obter uma imagem de 60 polegadas. Para quem procura mais versatilidade, o projetor permite projeções no teto ou no chão, graças à base incorporada que facilita o ajuste do ângulo vertical. A área de projeção máxima que disponibiliza é de 150 polegadas, pelo que necessita de estar a sensivelmente 3,5 metros de distância da parede. Referimos também que, caso alguém se coloque à frente do projetor, este pausa automaticamente o que está a ser transmitido.

Depois de ligar o dispositivo, as configurações iniciais incluem a integração com os serviços Google, que vêm pré-instalados e prontos a usar. Aplicações populares, como Netflix e YouTube, já estão disponíveis, simplificando o processo de utilização. A interface é organizada e intuitiva: no ecrã inicial, encontramos as apps principais e, através do atalho das definições, é possível personalizar detalhes como os modos de imagem (cinema, natural, personalizado, entre outros).

O projetor tem várias portas de ligação multimédia

A qualidade de imagem é convincente, especialmente considerando o segmento médio deste projetor. Um dos destaques é a correção trapezoidal automática, que ajusta o enquadramento da imagem de forma precisa, mesmo em locais menos convencionais. Este recurso garante uma projeção bem alinhada, independentemente do posicionamento. A qualidade de imagem é boa, com uma resolução de 1920×1080 píxeis (Full HD), o que garante, à partida, uma experiência agradável, com imagens fluidas e cores vivas.

Durante os nossos testes, assistimos à série da Netflix sobre o icónico piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna e ficámos convencidos. Com imagens dinâmicas, o desempenho do EF-21G foi bastante satisfatório, proporcionando uma sensação próxima à de estar no cinema. No entanto, há alguns pontos menos positivos que merecem destaque. Em primeiro lugar, os pretos são excessivamente acinzentados, comprometendo a profundidade em cenas mais escuras. Em segundo lugar, notámos uma ligeira falta de nitidez em determinadas situações, como quando o rosto de uma pessoa está em foco ou em imagens de natureza de alta qualidade. Nestes casos, há uma diferença percetível em comparação com um televisor. 

É possível projetar na parede, no chão ou no teto, devido à base

Por fim, o som deixa a desejar. Os graves são fracos e pouco impactantes, sendo necessário manter o volume em níveis médios ou altos para que o áudio se torne minimamente envolvente. Para uma experiência mais imersiva, é essencial utilizar uma soundbar ou um sistema de som externo.

O preço compensa?

O EF-21G permite ter um ‘ecrã’ de 150 polegadas em casa por um preço abaixo dos mil euros, algo difícil de encontrar num televisor dessas dimensões sem gastar vários milhares de euros. E, apesar de não estar ao nível dos melhores projetores do mercado, consegue, no geral garantir uma boa qualidade de imagem e proporcionar uma experiência muito agradável. Por outro lado, é importante referir que, por um valor semelhante, já é possível adquirir um televisor OLED de 55 polegadas, que disponibiliza pretos mais profundos, uma nitidez superior e uma qualidade de imagem globalmente mais refinada.

Tome Nota
Epson EF-21G – €921,48
Site: epson.pt

Imagem Bom
Ruído Muito Bom
Som Satisfatório
Configuração Muito bom

Características Diagonal de 30” a 150” (1,5 a 3,5 metros da parede) ○ Resolução 1920×1080 p, 240 Hz ○ Contraste 5.000.000 : 1 ○ Brilho 1000 lúmenes ○ Fonte de luz: Tecnologia 3LCD, Obturador de cristais líquidos RGB (mais de 20 mil horas de tempo de vida) ○  Entradas: HDMI ARC, HDMI (HDCP 2.3), USB 2.0 Mini-B, USB 2.0 Bluetooth 5.1, Wi-Fi 5 GHz, USB 2.0 Mini-B, USB 2.0 ○ Consumo: 108 watts ○ Dimensões: 197‎ x 191 x 113 mm ○ 2,3 kg

Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 4

Global: 4

Quando entrei naquela casa, o chão tinha acabado de ser lavado. A tijoleira cheirava a detergente e tudo estava impecavelmente limpo e arrumado, cada coisa no seu sítio e no meio um vazio gigante. Aquela mãe tinha acabado de ficar sem os seus sete filhos menores e abria-me a porta para que lhe contasse a história. Nas semanas seguintes, recebi cartas, e-mails e até visitas na redação de pessoas que tinham histórias parecidas. Cheguei a ir a uma casa, longe de tudo, num bairro muito pobre e periférico, aonde não chegavam transportes públicos, e onde uma mãe me abriu as gavetas de uma cómoda para me mostrar as roupinhas de um bebé que nunca conseguiu trazer da maternidade para casa, por ter já outros dois filhos adolescentes sinalizados.

Como não sabia fazer outra coisa, escrevia. Escrevi sempre as histórias, na esperança de que contá-las ajudasse alguma coisa. Sabia que quem me procurava esperava isso de mim. Vinham ter comigo quando tudo o resto tinha falhado. Os que se sentiam injustiçados, os que não tinham a quem recorrer, os que estavam indignados, os que queriam travar a corrupção. Todos, cada um à sua maneira, viam em mim uma parte da salvação.

Eu duvidava. Mas ouvia e escrevia. Ouvir é sempre a primeira coisa que se pode fazer por alguém que precisa de ajuda e já perdeu toda a esperança. Quando nos dispomos a ouvir quem está desesperado, começamos a ajudar. Porque lhes parece que já mais ninguém os ouve e que aquele problema sem solução começa a ser invisível para todos e, por isso, impossível de partilhar. À medida que tomava notas, ia sentido que uma parte daquele fardo se desfazia. Era como se começássemos a partilhar o peso.

Então, atirava-me ao computador e escrevia. Sentia-lhes a impaciência. “Quando é que sai? Quando vai ser publicado?” A dúvida sempre era uma distração para alguns, para outros mais uma ansiedade. “Nunca vai sair, pois não? Desistiu da história?”

E então, às vezes muito tempo de depois, lá aparecia em letra impressa sobre papel de jornal ou revista ou num ecrã, debaixo de um título sempre demasiado pequeno para conter todo o problema, o texto. Estava cá fora. E a ansiedade de quem me tinha passado a história estava agora em mim. Agora, era eu quem sustinha a respiração à espera das reações.

Às vezes, não acontecia nada. Outras vezes, alguma coisa se resolvia. Quase sempre me agradeciam. Mas também havia quem se esfumasse para sempre sem me chegar a dizer se o meu texto tinha servido para alguma coisa. Raramente, alguém se queixava. E eu ficava sempre na dúvida: teria mesmo feito a diferença?

Há muitas maneiras de fazer jornalismo. Mas esta é aquela que mais se parece com um serviço. E é uma que tende a ser esquecida. Poucas pessoas param para pensar na importância que pode ter contar a história de alguém.

Raramente, a história de alguém é só dessa pessoa. Na maior parte das vezes, o que fazemos é dar uma cara e um nome a um problema em que até aí ninguém reparou. É esse corpo que torna visível aquilo que tendíamos a ignorar coletivamente.

Foi quando escrevi pela primeira vez o nome de Odair Moniz que ele deixou de ser o “suspeito” anónimo que vinha descrito no auto policial. E foi quando lhe vimos a cara que nos interrogámos sobre como se pode acabar morto depois de ter desrespeitado uma ordem da polícia. Cada um pode ter tirado conclusões diferentes sobre essa interrogação, mas foi quando o jornalismo contou essa história que descobrimos a estatística segundo a qual uma pessoa negra tem 21 vezes mais probabilidades de ser morta pela polícia em Portugal do que uma pessoa branca.

Contar as histórias, procurar as causas, revelar os números, explicar os mecanismos, expor versões contraditórias, confrontar quem tem poder. É isso que faz o jornalismo. É isso que torna o jornalismo diferente de qualquer outra forma de comunicação.

Escrevo este texto em dias de grande perturbação para a redação da VISÃO. Vivemos numa enorme incerteza. E haverá quem culpe o mercado, quem nos diga que é o futuro inexorável que aí vem, com os seus algoritmos e inteligências artificiais, quem ache que não faremos falta e quem se regozije com a possibilidade de ver desaparecer quem interroga, quem incomoda, quem escrutina e expõe. A todos gostaria de pedir que parassem para pensar e imaginassem esse futuro sem jornalismo.

Não é um exercício difícil. É só voltar atrás. Ao passado em que as atrocidades se cometiam em silêncio, os povos eram comandados sem questionar, as verdades eram divinas e o poder uma coisa obscura.

Foram precisos séculos, revoluções e muitas lutas para fugir a essa escuridão. No que me toca, vou tentar não deixar que a luz se apague.

1. Orquestra Gulbenkian na Fundação Gulbenkian, em Lisboa 

Sob a direção do maestro de ascendência romena Lawrence Foster, o repertório dos três concertos de Ano Novo no Grande Auditório da Gulbenkian gira em torno do período do Império Austro-Húngaro em Viena, com peças de vários compositores, nomeadamente, da família Strauss (Josef, Johann e Richard). Cada concerto, com a duração de mais de duas horas, contará com as vozes da soprano francesa Isabelle Cals e do tenor austríaco Nikolai Schukoff. As três datas já se encontram esgotadas, no entanto, o concerto do dia 10 de janeiro (às 19h) será transmitido em direto no site da Gulbenkian e na Antena2.  Fundação Calouste Gulbenkian > Av. de Berna, 45 A, Lisboa, T. 21 782 30 00 > 8, 9 e 10 jan, 20h e 19h > €26-€58

2. Orquestra Metropolitana de Lisboa, em Setúbal, Barreiro, Águeda e Montijo 

Foto: DR

Depois de ter começado o ano com dose dupla no Centro Cultural de Belém, a Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML) vai levar o Concerto de Ano Novo a mais quatro palcos: Setúbal, Barreiro, Águeda e Montijo. Dirigida por Fernando Marinho, a OML interpreta valsas, polcas, aberturas de opereta e marchas da família Strauss (Vozes da Primavera, abertura da opereta O Morcego ou, entre outras, a valsa Danúbio Azul), e de compositores como Filipe Raposo (Valsa da Noite), Joly Braga Santos (Dança Geral, da suíte do bailado Encruzilhada) e Frederico de Freitas (Bailia, do bailado Suíte Medieval). Fórum Municipal Luísa Todi, Setúbal > 3 jan, sex 21h > €14 > Auditório Municipal Augusto Cabrita, Barreiro > 4 jan, sáb 16h30 > €20 > Centro de Artes de Águeda > 5 jan, dom 17h > €6 a €8 > Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida, Montijo > 11 jan, sáb 21h30 > €5 

3. Orquestra do Algarve na Culturgest, em Lisboa

Martim Sousa Tavares dirige a Orquestra do Algarve no Concerto de Ano Novo da Culturgest. Uma seleção de temas das danças húngaras, compostos por Johannes Brahms, e das danças eslavas, compostas por Dvórak, dão início ao concerto que inclui as obras Morgenblätter Walzer, Bluette Polka e Aus den Bergen Walzer, de Johann Strauss Jr., compositor austríaco que assinala 200 anos de nascimento neste ano. Culturgest > R. Arco do Cego, 50, Lisboa > T. 21 790 5155 > 9 jan, qui 19h > €5 

4. Strauss Festival Orchestra no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e no Coliseu do Porto

A Strauss Festival Orchestra e o Strauss Festival Ballet Ensemble chegam a Lisboa e ao Porto com uma seleção de valsas, polcas e marchas de Strauss para dois Concertos de Ano Novo. Entre as obras, escutar-se-ão, entre outras, Napoleão, Festa das flores, Klipp Klapp, A valsa do imperadorChampagne, Danúbio Azul, e a fechar o espetáculo, a Marcha Radetzky.  Coliseu dos Recreios, Lisboa> 3 jan, sex 21h30 > €45 a €100 > Coliseu do Porto, Porto > 9 jan, qui 21h30 > €46 a €52

5. Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras 

A OCCO-Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras começa o ano “a jogar em casa”, com dois concertos de Ano Novo sob o mote Paz e Liberdade – nesta sexta, 3, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho, em Oeiras, e no domingo, 5, no Casino Estoril, em Cascais. Ambos são dirigidos e comentados pelo maestro Nikolay Lalov, e incluem um repertório com valsas de Chopin, Shostakovich, Khachaturian, Dunayevsky e obras de Strauss. Auditório Municipal Ruy de Carvalho > R. 25 de Abril, Carnaxide > T. 21 417 0109 > 3 jan, sex 18h > €5 > Casino Estoril > Av. Dr. Stanley Ho, Estoril > T. 21 466 7700 > 5 jan, dom 18h > a partir €12 

6. Coro Gulbenkian na Casa da Criatividade, em São João da Madeira

No Concerto de Ano Novo, o Coro da Gulbenkian interpreta a peça Agnus Dei, adaptada para versão coral por Samuel Barber a partir do seu Adagio para Cordas. Casa da Criatividade > Pç. 25 de Abril, São João da Madeira > 3 jan, sex 21h30 > €5 a €10

7. Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, no Porto

Orquestra Sinfonica do Porto Casa da Musica

Sob a direção do maestro José Eduardo Gomes, a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música inicia 2025 com dois concertos de Ano Novo neste sábado e domingo, 4 e 5. Num repertório preenchido por valsas e polcas, cabem as obras de Johann Strauss II (Polca Tritsch-Tratsch; Kaiser-Walzer; Polca Annen; Polca Tik Tak), Frank von Suppé (Abertura Poeta e Aldeão); Tchaikovski (Valsa das Flores), entre outras.  Casa da Música > Av. da Boavista, 604, Porto > T. 22 012 0220 > 4-5 dez, sáb-dom 18h > €19 a €38

8. Banda Sinfónica Portuguesa no Fórum da Maia 

A celebrar 20 anos em 2025, a Banda Sinfónica Portuguesa começa o ano com um concerto onde cabem obras de Stephen Melillo (Godspeed ), Bert Appermont (Colors ), John Powell (How To Train Your Dragon ) e, entre outros, Johann Strauss II (An Der Schönen Blauen Donau ).  Fórum da Maia, Pça. Dr. José Vieira de Carvalho, Maia > T. 22 9408 600 > 4 jan, sáb 21h30 > grátis  

9. Orquestra do Norte no Auditório Municipal de Vila Nova de Gaia  

A entrada em 2025 é celebrada com algumas das obras do compositor Johann Strauss Jr., a pretexto dos 200 anos do seu nascimento, e de Puccini (evocando o centenário da sua morte). A Orquestra do Norte será dirigida pelo maestro convidado Filipe Fonseca, com a voz da soprano Regina Freire. Auditório Municipal > R. de Moçambique, 183, Vila Nova de Gaia > T. 22 377 1820 > 4 jan, sáb 21h > grátis

10. Concerto de Ano Novo no WoW, em Vila Nova de Gaia  

O coro infantil Crescendi, constituído por 60 crianças entre os 5 e os 15 anos, brinda ao Novo Ano com um concerto na praça central do WoW (ou no interior do edifício, caso chova). World of Wine > R. do Choupelo, Vila Nova de Gaia > 4 jan, sáb 18h > grátis  

Palavras-chave:

1. Casa Amor, Olhão

Até 1991, era a Dona Helena quem tomava conta da pensão da Rua Dr. Pádua, com muito boa reputação. Depois da sua morte, nesse ano, ninguém mais lhe pegou e a casa, com mil metros quadrados, caiu em ruína. Só em 2019, este edifício histórico de Olhão, do século XIX, seria salvo pelo casal de franceses Jack e Walter. Meteram mãos à obra para o reabilitar para um turismo de habitação com 10 quartos, aberto em março de 2024, e que tem também uma coffee shop com porta para a rua.

Foto: Marcos Borga

Existem vários recantos que nos envolvem em indiscutível bom gosto e nos puxam para o desligamento quase total, apenas concentrados nos pormenores que garantem o respeito pela originalidade da arquitetura, das paredes caiadas às abóbadas ou às pedras ocre, típicas da região. 

Um dos pontos irresistíveis da Casa Amor é a sua açoteia, o local onde antes se secavam os polvos. Hoje, existe aqui uma pequena piscina de água salgada, perfeita para refrescar do calor do verão. Dentro de água, dá para apreciar o recortado árabe, muito evidente nesta cidade algarvia, a que se chama de capital do cubismo: um mar branco, sem telhados, pintalgado de chaminés de balão e mirantes. L.O. R. Dr. Pádua, 24 A, Olhão > T. 91 066 9436 > a partir de €127,50 > coffee shop > ter-sáb 9h-15h

2. Casas da Quinta de Cima, Vila Nova de Cacela

Acordar nesta quinta de 50 hectares, no meio do nada, num silêncio conciliador, ainda que saibamos que o mar não está muito longe, é um luxo. Um luxo discreto, que quase nem se nota – ou nota-se na beleza das pequenas coisas: como sair do quarto, que, na verdade, é uma suíte com kitchenette incluída, e seguir a pé para o pequeno-almoço, que se toma dentro ou fora, consoante a meteorologia, mas em que, em qualquer dos casos, se experimentam alguns dos produtos da terra, como limões, laranjas ou abacates.

Foto: Francisco Nogueira

As nove suítes, com 70 m², eram as antigas casas dos trabalhadores da Quinta de Cima. Todas têm também sala de estar, kitchenette, como já se escreveu, e uma casa de banho, que se abre, de par em par, para o pátio privativo. Nos interiores, privilegiaram-se os materiais tradicionais: madeira, terracota, mármore, lã e algodão. Os tetos, altíssimos, são tipicamente algarvios e forrados a vime. Além destes quartos, o hotel tem duas villas isoladas, no meio dos pomares, ideais para famílias.

O restaurante está aberto só para jantares, com receitas da família, como caril ou arroz de pato. Ao almoço, quem quiser ficar pela piscina (um antigo tanque de rega) ou a relaxar numa das cadeiras, abrigadas pela densa vegetação, pode pedir sanduíches e saladas. Espaço não falta por aqui. Aliás, faz parte do programa andar a pé pela propriedade. L.O. EM1242, Vila Nova de Cacela > T. 96 691 2743 > a partir de €200

3. Casa Az-Zagal, Sousel

A traça desta casa senhorial e alguns dos apontamentos que fizeram a sua história foram preservados, como o grande fumeiro da entrada, a manjedoura das estrebarias da sala de jantar, os tijolos que sobressaem em algumas paredes ou as pias de cozinha em mármore de um dos quartos – são 13, no total, quatro deles em suíte, e nenhum tem televisão.

Foto: José Carlos Carvalho

No exterior, descobre-se a piscina e o alpendre, com a lareira de chão pronta a ser acesa nas noites mais frias (assim como as menos sedutoras pirâmides de aquecimento). Na cozinha, Célia Delgado encarrega-se das delícias que chegam à mesa das refeições, desde o pequeno-almoço aos snacks, passando pelo almoço e o jantar, por encomenda (não deixe de reservar, porque esta é uma peça fundamental da estada na Casa Az-Zagal, fica a dica). Por sorte, estas refeições típicas, confecionadas com produtos das redondezas – como a hortelã ou o poejo do jardim, o borrego de Sousel ou a cabeça de xara da salsicharia do Cano –, estão abertas a quem por aqui passe e queira provar, sem que seja preciso estar hospedado.

Outra coisa: criança não entra. Só a partir dos 16 anos, quando já não é suposto perturbarem a paz que reina na propriedade, goste-se ou não deste conceito de excluir os mais novos dos prazeres da vida, como deambular por Casa Branca, aldeia típica em que foi edificada este belo casarão, e ver os mais velhos a passar de bicicleta ou de saco de pão na mão, como quem tem todo o tempo do mundo. L.O. R. de Évora, 14, Casa Branca, Sousel > T. 268 539 085 > a partir de €90

4. Casa da Moira, Avis

Com vista para a Barragem do Maranhão, a Casa da Moira, no centro histórico de Avis, junto da muralha medieval, conta com 11 quartos divididos por dois edifícios nobres – um do século XVII, outro do século XIX. A disponibilidade dos proprietários, o casal João e Maria João Tenreiro, faz a diferença. São eles que recebem os hóspedes, estão discretamente por perto e gostam de uma boa conversa noite fora.

As suítes são espaçosas e confortáveis (há, inclusive, uma suíte duplex), com zonas de estar e tetos trabalhados. Os hóspedes têm à disposição as áreas comuns das duas casas: terraços com sofás confortáveis, salas de estar aconchegantes, algumas com lareira, cantos de leitura e um salão de jogos. No inverno, saberá bem um jantar no casão – feito a pedido, com pratos da região. Uma sugestão para dar um passeio? O Centro Interpretativo da Ordem de Avis, no antigo Convento de São Bento de Avis, traça a história da ordem militar e destaca a importância da vila alentejana através dos séculos. S.L.F. Lg. Dr. Sérgio de Castro, 1, Avis > T. 242 412 059 > a partir €165

5. O Lugar, Porto Covo

É com o chilrear dos passarinhos que se acorda n’O Lugar. Pedro Martins trocou Lisboa por Porto Covo, onde viveu até aos 18 anos, para abrir esta guesthouse em 2017, junto com a mulher, Inês. Os seis quartos têm uma decoração minimalista, em cores neutras e com mobiliário de linhas direitas, e varanda com vista para a baía. Na sala de estar, servem um pequeno-almoço com produtos da região: pão alentejano, croissants, queijadas de requeijão, feitas na padaria da família do proprietário, sumo de laranja natural, iogurte, cereais e fruta fresca. S.P. R. 25 de Abril, 7C > T. 96 580 0557 > a partir de €90

6. Sesimbra Oceanfront Hotel, Sesimbra

É um privilégio acordar de frente para a praia da Califórnia, um dos areais da vila de Sesimbra e para o qual há acesso direto a partir do Sesimbra Oceanfront Hotel. Dos 92 quartos existentes, não há um que não tenha vista para o imenso azul do mar, varanda e outras mordomias dignas das cinco estrelas, que o hotel passou a ostentar depois das obras de remodelação. Quem conheceu o antigo Sesimbra Hotel & Spa, aberto há 18 anos, vai encontrar diferenças: os quartos e as áreas comuns têm nova decoração, o restaurante e bar também.

Um dos quartos do Sesimbra Oceanfront Hotel. Foto: DR

No restaurante MarLuso, aberto aos jantares, a carta é inspirada nas viagens do navegador Sebastião Rodrigues Soromenho, natural de Sesimbra, e propõe uma fusão de sabores com influências da América Central. Exemplos? Guacamole de ervilhas com chips de batata-doce, um tiradito de espadarte-rosa com leite de tigre de agrião, e polvo grelhado com puré de feijão-coco e óleo de chouriço. Ao almoço, o Poké Bar serve refeições leves, com sugestões como o hambúrguer de grão, bolo lêvedo e molho toban djan ou o poké de camarão-tigre, cogumelos shitake e manga. Tudo acompanhado pela belíssima vista para o mar, sempre à espreita em cada canto deste hotel. S.L.F. R. Navegador Rodrigues Soromenho, Sesimbra > T. 21 228 9800 > a partir de €185

7. AlmaLusa Comporta

Foto: DR

É o único hotel de portas abertas bem no centro da Comporta, com tudo o que esta aldeia tem para oferecer, do comércio à restauração, a meia dúzia de passos. Dos 53 quartos do AlmaLusa, 31 são espaçosas suítes equipadas com kitchenette. Umas têm um terraço de 30 metros quadrados, outras acesso direto à piscina, no centro do hotel e rodeada de espreguiçadeiras.

O The Rooftop Bar, aberto a não hóspedes e com vista para os arrozais, é uma boa alternativa para um jantar leve com pratos de partilha, das ostras aos chipirones com molho aïoli, do taco de camarão e maionese de especiarias ao ceviche de corvina, coentros, pickle de chalota e crocante de arroz da Comporta.

Também aberto a todos, o Café do AlmaLusa, com mesas no interior e uma esplanada, tem uma carta com sugestões para comer no hotel, levar para a praia ou num passeio pela região. Além do menu de pequeno-almoço, há sumos naturais e smoothies, saladas, paninis e wraps. S.L.F. R. Pedro Nunes, 3, Comporta, Alcácer do Sal > T. 265 098 600 > a partir de €140

8. Vila Galé Collection Tomar

No centro de Tomar, encostado ao rio Nabão, este hotel de quatro estrelas divide-se em dois edifícios históricos recuperados – o antigo Convento de Santa Iria, construído no século XVI, e o ex-Colégio Feminino –, ligados entre si por um renovado passadiço.

Foto: DR

No primeiro, ficam o restaurante Versátil, que aposta numa ementa regional, dois bares, a piscina exterior, a biblioteca e a capela. Na segunda ala, encontram-se o Satsanga Spa & Wellness – com salas de massagem, piscina interior aquecida com cascatas, sauna e banho turco – e uma sala de reuniões, preparada para receber congressos. Os 100 quartos, com diferentes tipologias (standard, familiar e suítes), dividem-se pelos dois edifícios. Entre um passeio a pé pela cidade e uma visita ao Convento de Cristo, não deixe de provar os doces Beija-me Depressa, inspirados na doçaria conventual, na pastelaria Estrelas de Tomar. S.P. R. Santa Iria, 8, Tomar > T. 249 249 820 > a partir de €130

9. MS Collection – Palacete Valdemouro, Aveiro

Os mais distraídos hão de passar o edifício no número 50 da Rua José Estêvão, em Aveiro, que outrora foi residência da família de Eça de Queirós. Abrande-se o ritmo, então, para observar as paredes de um pálido cor de rosa, a varanda em ferro e as janelas altas debruadas a pedra, que contam parte da história desta casa construída no século XVIII.

Foto: DR

Situada a dois passos da ria, responde agora pelo nome MS Collection – Palacete Valdemouro, o primeiro hotel de cinco estrelas da cidade, inserido num edifício histórico de quatro pisos, restaurado. Tem 39 quartos de seis tipologias, todos singulares: uns criados à imagem das personagens de Eça, como Carlos da Maia, Padre Amaro ou Luísa de Brito, com elementos representativos da época, e outros com uma decoração art déco. Na sala de leitura, encontam-se fotografias, cartas, canetas de tinta permanente e até o monóculo, pertença do espólio da Fundação Eça de Queiroz, com a qual foi estabelecida uma parceria.

No pátio, há livros disponíveis para leitura, junto ao restaurante Prosa. Aberto ao jantar, serve uma ementa da autoria do chefe Rui Paula, composta por pratos alusivos à região, como o bacalhau, a enguia e as ostras. S.S.O. R. José Estêvão, 50, Aveiro > T. 234 245 630 > a partir de €230

10. Hotel da Fábrica, Manteigas

Ainda não espreitámos o quarto, mas na chave que levamos na mão vai presa uma lançadeira de madeira, uma peça fundamental nos teares antigos que servia para enrolar o fio e fazer a trama (tecido entrelaçado). Tem tudo que ver, afinal, com a história deste hotel, que nasceu nas primeiras instalações da Ecolã, a mais antiga unidade produtiva artesanal de lanifícios do País (fundada em 1925).

Uma coisa é certa: quem pernoitar no Hotel da Fábrica (16 quartos e duas suítes) usufruirá não só de conforto e de uma noite bem dormida, com vista para o vale glaciar do Zêzere, mas também de uma viagem ao passado da indústria dos lanifícios, que outrora era parte integrante da paisagem geográfica e económica da serra da Estrela – hoje, em Manteigas, só restam duas, a Ecolã e a Burel Factory. Ao pequeno-almoço, não faltam o queijo e o requeijão Serra da Estrela, e a piscina interior aquecida é bem apetecível quando faz frio lá fora. F.A. Quinta de Santa Clara, EN232, Manteigas > T. 275 982 420 > a partir €85

11. Puro Dão Hotel & Spa, Nelas

No coração da região vitivinícola do Dão, este quatro estrelas é um pequeno oásis. A lareira acesa na sala de estar comum convida ao ócio, sentados nos sofás em couro, a olhar para a janela rasgada de alto a baixo com vista para a serra da Estrela. A mesma vista têm os 50 quartos e seis suítes (uma delas com jacúzi na varanda), com encostos de cama em couro, traves de madeira reaproveitas – muitas encontradas nas ruínas do edifício – e betão, tal como a restante decoração do hotel.

Foto: Lucília Monteiro

A cereja em cima do bolo deste dolce far niente é o spa, com piscina interior aquecida, que se liga à exterior (sempre com a serra no horizonte), e as massagens de relaxamento, algumas feitas com azeite biológico da região. Ao pequeno-almoço, ficamos a saber, o sumo de laranja e a marmelada vêm dos frutos do pomar do hotel, o requeijão e o queijo são de ovelha de raça bordaleira.

Integrado no Puro Dão, o restaurante Tertúlia serve os sabores da região: tachinhos de arroz malandrinho de míscaros, o cabrito grelhado e a aba de vitela assada à moda de Lafões (domingos ao almoço). A garrafeira tem mais de 300 referências de vinho, em grande maioria da região do Dão. F.A. R. do Mondego, Lote 9, Nelas, Viseu > T. 232 245 777/96 821 2158 > a partir €100

12. Solar de Vila Meã, Barcelos

Ao percorrer a Estrada Nacional 204, entre Barcelos e Vila Nova de Famalicão, era inevitável admirar de longe o Solar de Vila Meã. Agora, já é possível transpor o portão imponente, percorrer a alameda ladeada por árvores e extensos vinhedos, e conhecer o edifício do final do séc. XIX – com arquitetura original de João de Moura Coutinho, o mesmo que desenhou o Theatro Circo, em Braga – convertido em hotel, no topo da propriedade de 40 hectares.

Foto: Pedro Ferreira

Os sete quartos do solar e os espaços comuns combinam o respeito pela traça (agora com uma maior leveza) e a decoração eclética, com peças contemporâneas e apontamentos do mobiliário original. Os antigos edifícios agrícolas e a casa do caseiro também foram reconvertidos e acolhem 16 quartos e seis apartamentos duplex, além de outras valências, com a decoração inspirada na riqueza das artes e ofícios de Barcelos.

Além de duas piscinas (interior e exterior), spa e ginásio, tem também o restaurante Barro, marcado pelos tons terracota da olaria na decoração e pelos pratos mais tradicionais de várias regiões portuguesas, dos rojões à chanfana. J.L. R. Principal, 101, Silveiros, Barcelos > T. 253 400 850 > a partir de €150

13. InnSide by Meliá Braga Centro

Este hotel de quatro estrelas surge da recuperação de um edifício contíguo ao Retiro das Convertidas (fundado em 1722) e apela à vontade de descobrir a cidade de Braga. O imóvel barroco serviu de inspiração para a arquitetura da ala mais antiga do hotel, onde se encontra a receção e o restaurante Convertidas (aberto a não hóspedes), à qual foi acrescentada uma outra ala contemporânea com vista para a piscina e os jardins exteriores. 

Foto: DR

A tal curiosidade é aguçada pelas muitas bicicletas retro espalhadas pelo hotel (há modelos elétricos que podem ser alugados a partir €5/hora), pelo DJ que anima o bar nas noites de sexta e sábado ou pelas dezenas de ilustrações que decoram as paredes, tanto das áreas comuns como nos 109 quartos (duplos, suítes e estúdios). O restaurante serve pratos da cozinha tradicional portuguesa, como o arroz de pato à moda de Braga, o polvo à lagareiro com batata a murro e, claro, o pudim Abade de Priscos. Tudo, num ambiente descontraído para todas as idades. F.A. Av. Central, 107, Braga > T. 253 200 200 > a partir €135 

14. Torel Quinta da Vacaria, Peso da Régua

Uma das mais antigas propriedades da região do Douro, a Quinta da Vacaria (a sua história remonta a 1616) foi convertida em boutique hotel de cinco estrelas. A funcionar desde agosto de 2024 em Vilarinho dos Freires, Peso da Régua, soma 33 quartos e suítes decorados pelo Studio Astolfi, um spa com piscina interior e exterior virada para as vinhas, e um restaurante. No 16 Legoas, Vítor Gomes, com a consultoria do chefe de cozinha Vítor Matos, dá a provar uma cozinha descomplicada e simples, com produtos locais, como o cordeiro, o porco bísaro e o lúcio-perca.

Foto: Luís Ferraz

Uma adega construída de raiz, coberta de xisto e integrada na encosta de vinhas, fica a poucos metros do hotel. Encontra-se aberta a visitas e organizam provas diárias de vinhos DOC e do Porto (a partir €15) ou almoços exclusivos na Casa da Vinha – situada numa cota mais alta, aonde se acede de jipe. F.A. Vilarinho dos Freires, Peso da Régua > T. 254 240 242 > a partir €300 

15. Hotel Senhora da Rosa, Ponta Delgada

Entre ananases, bananeiras, araucárias e inhames, este hotel familiar é um mergulho no verde da ilha açoriana de São Miguel. Além dos 33 quartos e suítes no edifício principal, o Senhora da Rosa tem dois refúgios de madeira escondidos entre a vegetação – o Cafuão e o Granel, com banheiras ao ar livre na varanda -, inspirados nos cafuões onde se guardavam os cereais.

Foto: Gonçalo F. Santos

Tomar um banho no tanque da estufa de ananás, fazer uma aula de ioga ou de Pilates, ou dar um passeio nesta quinta do século XVIII, são algumas das possibilidades para uns dias bem passados. No Spa Musgo, as massagens são feitas com óleos essenciais, elaborados na ilha pela Essentia Azorica. O restaurante Magma aposta nos sabores tradicionais dos Açores: risotto de lapas, pastéis de massa tenra, pica-pau de moreia, chicharrinhos casados, atum braseado com molho de vilão. Em alternativa, o Mirante Rooftop serve cozinha asiática. F.A. R. Senhora da Rosa, 3, Fajã de Baixo, Ponta Delgada > T. 296 100 900 > a partir €150 (quartos), €280 (cafuões)

Henrique de Gouveia e Melo

  • Independente
  • Apoios: CDS e…?
  • Ponto forte: Tem grande notoriedade. Pode gerir o tempo de apresentação da candidatura. Conduziu com eficácia o plano de vacinação durante a Covid-19. Tem uma imagem acima dos partidos.
  • Ponto fraco: A condição de militar pode jogar contra ele. Não se lhe conhecem ideias políticas para o País. Dificilmente terá uma máquina partidária a organizar-lhe e a financiar-lhe a campanha.

José Pedro Aguiar-Branco

  • Militante do PSD
  • Apoio: PSD ou AD?
  • Ponto forte: Tem um perfil moderado, muito capaz de ir buscar votos ao centro-esquerda. Não tem anticorpos junto da direita mais radical. Notabilizou-se pelas suas intervenções como presidente da AR.
  • Ponto fraco: Mesmo ocupando o cargo que ocupa, falta-lhe notoriedade nacional. Precisa de arrancar cedo, o que o obrigará a deixar a sua tribuna na AR. Tem concorrência no seu partido.

Luís Marques Mendes

  • Militante do PSD
  • Apoio: PSD ou AD?
  • Ponto forte: Tem grande notoriedade e exposição semanal em canal aberto, como comentador da SIC. Tem um perfil moderado, capaz de recolher votos no centrão. Corresponde ao perfil definido pelo PSD.
  • Ponto fraco: Percurso televisivo demasiado decalcado do de Marcelo Rebelo e Sousa, mas sem ser a mesma coisa. Pode ter muita concorrência, dentro da sua área política e, até, do seu partido.

André Ventura

  • Líder do Chega
  • Apoio: Chega
  • Ponto forte: Com plena notoriedade nacional, pode gerir o tempo para anunciar candidatura. Agrega todo o eleitorado do Chega. Exímio em campanha e nos debates-espetáculo. Tem máquina partidária.
  • Ponto fraco: Muito marcado ideologicamente, não terá votos à sua esquerda. Concorrência do almirante pode tirar-lhe o eleitorado antipartidos.

Pedro Passos Coelho

  • Militante do PSD
  • Apoio: AD e…?
  • Ponto forte: Tem notoriedade nacional e pode gerir entrada na corrida. Consegue agregar toda a direita e algum eleitorado antipartidos. Entusiasma vastos setores da AD e terá máquina partidária.
  • Ponto fraco: Pouca capacidade de conquistar votos ao centro e ainda menos à esquerda. Probabilidades escassas de ganhar à segunda volta.

Pedro Santana Lopes

  • Independente
  • Apoio: Chega e…?
  • Ponto forte: Mantém intacta a notoriedade nacional, reforçada pelo comentário no canal NOW. Tem um discurso “fácil” e persuasivo, muita experiência política, simpatia pessoal e alguma popularidade em campanha.
  • Ponto fraco: Não tem máquina partidária. Muita concorrência na sua área política. Credibilidade afetada pelo desempenho como primeiro-ministro.  Aproximação a André Ventura joga contra ele.

António José Seguro

  • Militante do PS
  • Apoio: PS
  • Ponto forte: Tem a imagem de um político sério e moderado. O PS admite colocar a máquina à sua disposição. Como comentador televisivo, pode recuperar a notoriedade perdida.
  • Ponto fraco: Está há demasiado tempo fora da política e o seu nome não empolga o eleitorado. Terá de anunciar a candidatura o mais cedo possível, para os portugueses se habituarem à ideia… e a ele.

Paulo Portas

Militante do CDS
Apoio: CDS e…?
Ponto forte: Mantém intacta a sua notoriedade, alimentada pelo comentário televisivo. Tem um discurso persuasivo, pode passar por moderado e é eficaz em campanha e nos debates.
Ponto fraco: Embora tenha o apoio incondicional do CDS, será difícil convencer o partido de coligação, que tem as suas próprias hipóteses de candidaturas. Isso limita a máquina partidária e a penetração no centrão.

Mário Centeno

  • Área do PS
  • Apoio: PS?
  • Ponto forte: Ficou no imaginário do eleitorado como o ministro que virou a página da austeridade e solidificou as contas nacionais. Também por isso, pode penetrar no eleitorado mais à direita.
  • Ponto fraco: Paradoxalmente, o PS de Pedro Nuno Santos resistirá em conceder-lhe o apoio e a máquina de que precisa. Terá de antecipar a candidatura, tornando-a facto consumado, e deixar o Banco de Portugal…

Augusto Santos Silva

  • Militante do PS
  • Apoio: PS
  • Ponto forte: Intelectualmente, é o mais bem preparado dos candidatos potenciais. Conseguirá fazer o pleno da esquerda, pelo menos, à segunda volta. Terá máquina partidária. Mas tem concorrência na sua área…
  • Ponto fraco: Não consegue, em campanha, uma popularidade fácil. Tem dificuldade em penetrar no centro e não terá um único voto à direita.

António Vitorino

  • Militante do PS
  • Apoio: PS
  • Ponto forte: Tem uma imagem de competência técnica, projeção internacional e moderação política. Simpático, pode revelar-se, em campanha. Agrada ao centrão e pode obter simpatias no centro-direita.
  • Ponto fraco: Já não tem a notoriedade que teve, em tempos, e precisará de arrancar antes da concorrência. Não é um nome óbvio, capaz de entusiasmar o eleitor comum.

Paulo Raimundo

  • Líder do PCP
  • Apoio: PCP
  • Ponto forte: Tem experiência política e de campanha e a notoriedade própria do secretário-geral do PCP. Pode gerir a entrada na corrida, marcar a agenda, fixar o eleitorado comunista e ganhar outros eleitores, à esquerda.
  • Ponto fraco: Sem hipótese de vitória ou de forçar, sequer, uma segunda volta, pode expor as fragilidades eleitorais atuais do PCP, sobretudo se for vítima do voto útil…

Já há dois candidatos a Belém

A psicóloga e comentadora Joana Amaral Dias, que foi militante do Bloco de Esquerda, mandatária de juventude da 3.ª candidatura de Mário Soares a Belém e candidata às eleições europeias pelo ADN, já anunciou a sua candidatura às presidenciais de 2026. Uma semana depois, seguiu-se o anúncio da candidatura do líder do S.TO.P. (Sindicato de Todos os Profissionais de Educação), André Pestana, dissidente do Bloco de Esquerda e fundador do MAS (Movimento de Alternativa Socialista). São os primeiros candidatos oficiais a Belém (ou pré-candidatos, até que as candidaturas sejam devidamente formalizadas), e ambos têm em comum com o possível concorrente André Ventura um discurso antissistema.