Os 86 mil milhões de neurónios do cérebro, multiplicados por conexões ainda inexploradas e inexplicáveis para os cientistas, faziam acreditar numa velocidade impressionante de processamento do pensamento humano. Pela primeira vez, uma equipa de investigadores, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, procurou responder a essa pergunta: quão rápidos são os nossos pensamentos?

De acordo com os cálculos apresentados em dezembro, na revista científica Neuron, os resultados foram dececionantes: “correm” a uma média de dez bits (unidade básica de informação na computação) por segundo, ou seja, numa pista incrivelmente lenta. Pelo menos, se estabelecermos como termo de comparação alguns dispositivos tecnológicos: uma ligação wifi média (nos Estados Unidos) tem uma velocidade de download de 260 milhões de bits por segundo; já uma chamada telefónica ocupa cerca de 64 mil bits por segundo. “É um pouco como um contrapeso à hipérbole sem fim sobre o quão incrivelmente complexo e poderoso é o cérebro humano”, afirmou um dos coautores do estudo, Markus Meister, ao New York Times. Afinal, o que aprendemos ao longo da vida caberia facilmente numa pen drive.

A ideia da investigação surgiu quando o neurocientista da Caltech procurava dar alguns dados básicos sobre o cérebro aos seus alunos caloiros. Contudo, a forma como a informação acelera pelo sistema nervoso estava por determinar.

Para estimar esse fluxo, Meister resolveu então recorrer à medição de uma tarefa concreta e lembrou-se de um estudo feito em 2018, na Finlândia, que registava os toques digitados. A média dos 168 mil voluntários conseguia digitar 51 palavras por minuto e uma pequena fração chegava a martelar no teclado 120 palavras. Mesmo com base nesta taxa mais elevada de destreza, e recorrendo a um ramo da matemática denominado teoria da informação, o neurocientista, em conjunto com Jieyu Zheng (sua aluna de pós-graduação), chegou à conclusão do tal limitado fluxo neural de dez bits por segundo.

Decidiram testar o resultado com outras tarefas, exercícios mentais em que as limitações físicas dos nossos corpos não prejudicassem o fluir do pensamento humano. Lembraram-se de medir o blind speedcubing, em cujas competições os jogadores têm de olhar para um cubo mágico, colocar de seguida uma venda e resolvê-lo o mais rapidamente possível, recorrendo apenas à memória visual. Com base nos recordes alcançados pelo speedcuber norte-americano Tommy Cherry – demorou 5,5 segundos a inspecionar o cubo e 7,5 segundos a encontrar a solução –, os números não melhoraram substancialmente: uns míseros 11,8 bits por segundo.

A “ilusão de Musk”

Para os neurocientistas, o contraste gritante entre a imensidão da coleta de dados pelos sistemas sensoriais e a lentidão da taxa de transferência de informações de um ser humano permanece um enigma. No artigo, com o título A Insuportável Lentidão do Ser: Porque Vivemos a Dez Bits/s?, Meister e Zheng levantam questões fundamentais: “Porque o cérebro precisa de bilhões de neurónios para processar dez bits por segundo? Porque só conseguimos pensar numa coisa de cada vez?”

Os neurocientistas sustentam que “o cérebro parece operar em dois modos distintos: o cérebro ‘externo’ lida com sinais sensoriais e motores rápidos de alta dimensão [num segundo, carregam dez mil milhões de bits de dados], enquanto o cérebro ‘interno’ processa os reduzidos bits necessários para controlar o comportamento”. Os sistemas sensoriais (a visão, o olfato, a audição) funcionam cerca de 100 milhões de vezes mais rápido do que a cognição.

Aliás, este contraste biológico contribui para a falsa sensação de que a nossa mente poderia lidar simultaneamente com diferentes pensamentos – “a ilusão de Musk”, como descrevem os autores. Referem-se às frustrações do milionário norte-americano com “o problema de largura de banda” desta nossa máquina complexa e à sua vontade de criar uma interface (fundou a empresa de neurotecnologia Neuralink) que permita ao cérebro humano comunicar diretamente com um computador, sem ser limitado pela velocidade lenta de falar ou escrever.

Se for bem-sucedido, Musk irá constatar que “o cérebro humano é muito menos impressionante do que podemos pensar”, pois “é incrivelmente lento quando se trata de tomar decisões, e é ridiculamente mais lento do que qualquer um dos dispositivos com os quais interagimos”, declarou Meister à revista Scientific American. Mesmo ligado a um computador, a comunicação não seria mais rápida do que se usasse um telefone.

Os neurocientistas da Caltech esboçam uma explicação para este paradoxo, que já tinha sido comprovado por outros estudos, mas ainda não tinha sido medido quantitativamente.

“A Natureza, ao que parece, construiu um limite de velocidade aos nossos pensamentos conscientes, e nenhuma quantidade de engenharia neural pode ser capaz de o contornar” declarou Tony Zador à Scientific American, um neurocientista do Laboratório Cold Spring Harbor, que não esteve envolvido no artigo, mas é mencionado no mesmo. “É provável que seja o resultado da nossa história evolutiva”, aponta. Criados numa era mais lenta, os nossos ancestrais sobreviveram com essa velocidade intelectual.

As primeiras criaturas com um sistema nervoso usavam os seus cérebros principalmente para uma navegação simples, em direção à comida ou para longe de predadores. E a evolução cerebral manteve um “caminho” de pensamento único. “Os nossos ancestrais escolheram um nicho ecológico onde o mundo é lento o suficiente para tornar a sobrevivência possível”, escrevem Zheng e Meister. “Na verdade, os dez bits por segundo são necessários apenas nas piores situações, e na maioria das vezes o nosso ambiente muda a um ritmo muito mais vagaroso.”

Os cenários futuristas de ficção científica sobre a exploração da mente humana parece que terão de repensar as suas ambições.

Olha o robot

Grandes empresas tecnológicas estão na corrida para o aperfeiçoamento dos robots humanoides

O investimento em robótica feito no último ano pela OpenAI já indiciava este passo. Segundo o site The Information divulgou no final de 2024, duas fontes internas da empresa tecnológica norte-americana afirmam que está a ser ponderado o desenvolvimento de um robot humanoide.

Recorde-se que, em 2021, a OpenAI tinha encerrado a sua divisão de robótica e concentrado esforços no desenvolvimento dos grandes modelos de linguagem natural, como o ChatGPT (lançado em novembro de 2022). A robótica continuará a não ser a prioridade do consórcio liderado por Sam Altman. A nova era de assistentes inteligentes e chatbots, com uma melhoria significativa das capacidades, levou o CEO a afirmar, esta semana, que “funcionários virtuais”, programados com Inteligência Artificial (IA) e capazes de executar tarefas de forma autónoma, podem começar a entrar no mercado de trabalho este ano.

A corrida para o aperfeiçoamento dos robots humanoides tem acelerado. Elon Musk investiu fortemente, tendo apresentado os Optimus, com o selo Tesla, em outubro de 2024, programados para interagir com humanos e ajudar nas tarefas do quotidiano (tanto servem bebidas como levam o cão a passear), com um preço estimado de 28 mil euros. Os primeiros exemplares deverão ser lançados em 2026.

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Notícias Relatamos-te alguns factos e novidades relativas a Portugal e ao resto do mundo. Por exemplo, sabias que um grupo de investigadores conseguiu fazer a reconstituição do rosto de D. Dinis? Agora já temos uma ideia de como era a sua aparência.

Miúdos a votos A campanha de ‘Miúdos a Votos: Quais os livros mais fixes?’ está a decorrer até 10 de março. Damos-te algumas ideias para pores em prática com os teus colegas.

Consultores Já temos equipa formada! Os nossos leitores aceitaram o desafio e candidataram-se ao cargo de consultor Júnior. Fica a conhecer o grupo que nos vai ajudar a fazer a VISÃO Júnior nos próximos meses.

Factos loucos Como sempre trazemos-te factos fantásticos sobre o mundo em que vivemos que até parecem mentira. Ora lê este: os polvos têm três corações, mas dois deles param de bater enquanto eles nadam.

Opinião Luana Custódio, 14 anos, é a nossa cronista de serviço. Este mês, ela escreve sobre a dificuldade que é ter de escolher uma área no 10.º ano, e pergunta: “Não será demasiado cedo?”

Tradições Nem todo o mundo entrou em 2025 no início de janeiro. Há povos que só festejam o ano novo lá mais para a frente. Explicamos-te porquê.

Miúda Inspiradora Victoria Nicole venceu o “The Voice Kids”, da RTP1 e ficou em segundo lugar no festival Eurovisão Júnior. Lê a conversa que tivemos com ela.

Descobre o intruso Já sabes: tens de usar uma lupa ou os teus olhos de lince para descobrir quatro minúsculos intrusos que se infiltraram na revista

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Corpo humano No inverno, quando a temperatura desce, o nosso corpo reage de várias formas à perda de calor. Queres ver o que te acontece por estes dias?

Escola Os alunos da turma Asas Gigantes, da escola Ideia Outeiro, em São Domingos de Rana, propuseram à professora cada um fazer a sua própria VISÃO Júnior. O resultado são 25 edições muito especiais que fomos conhecer e te mostramos nesta edição.

Escola Estudas, estudas, e quando chegas ao teste… não te lembras? Mas sabias que o que comes pode ajudar-te? Com a ajuda da nutricionista Ana Luísa Guimarães, vais descobrir os superaliados da tua memória.

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Jogos Diverte-te com as charadas, os puzzles e as diferenças

Vamos rir Anedotas e adivinhas enviadas pelos nossos leitores

Milhares de pessoas juntaram-se esta tarde na avenida Almirante Reis, em Lisboa, para protestar contra o racismo e a ação policial no tratamento de imigrantes. A manifestação “Não nos encostem à parede” foi convocada na sequência das imagens de dezenas de imigrantes encostados às paredes dos prédios devido a uma operação policial, em dezembro do ano passado, na rua do Benformoso, perto do Martim Moniz.

Os dirigentes dos partidos de esquerda – PS, BE, PCP, PAN e Livre – também se juntaram à manifestação sublinhando a necessidade de combater as divisões que existem na sociedade portuguesa e o respeito pelos valores de liberdade e democracia. Em declarações aos jornalistas, Alexandra Leitão, líder parlamentar do partido socialista, referiu que a manifestação não foi “contra ninguém” mas pela “defesa dos valores do Estado de Direito”. “O que rejeitamos são retóricas divisivas e artificiais que servem apenas para o Governo tirar o foco daquilo que é importante que é resolver os problemas dos portugueses”, defendeu Alexandra Leitão, reforçando a ideia de que a polícia “não deve ser instrumentalizada por discursos” de divisão.

Já Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, referiu que “o orgulho do antirracismo” e “a coragem da solidariedade nos momentos mais difíceis” foram os grandes fatores de união dos partidos presentes na manifestação. “O único receio que devemos ter é o receio de ficar calados, em silêncio. É o receito do medo. Quem tem a coragem da solidariedade, quem tem orgulho nessa posição de união, de antifascismo, de solidariedade, de democracia, não tem receito de nada, porque a democracia é tudo o que vale a pena defender”, disse.

Também o dirigente do PCP, João Ferreira, alertou para a “instrumentalização, por parte do poder político, das forças de segurança” considerando-a “um perigo” para a população e para a própria democracia. “Quando essa instrumentalização é feita para voltar grupos da população uns contra os outros mais perigoso se torna ainda, porque hoje é contra uns e amanhã será contra nós todos”, referiu o dirigente do PCP.

Vigília organizada pelo Chega decorreu na Praça da Figueira

Também durante a tarde, na Praça da Figueira, decorreu a vigília “Pela autoridade e contra a impunidade” de apoio à PSP, organizada pelo partido Chega. À chegada à concentração, André Ventura, presidente do partido, descreveu como “ilegítima” a manifestação antirracismo considerando-a “contra polícias e magistrados”, e acusou o Governo de ter “cedido à pressão”. “Eu não quero provocar ninguém, mas tenho a certeza disto: há muitas manifestações, num sentido e noutro, talvez esta manifestação de hoje seja a mais ilegítima que alguma vez existiu aqui ao lado no Martim Moniz, porque é verdadeiramente contra a polícia, verdadeiramente pelos bandidos”, referiu.

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Tem 14 anos e um talento enorme. Ficámos a conhecer Victoria Nicole no programa da RTP1 ‘The Voice Kids’, onde mostrou que sabe cantar, tocar piano e, além disso, é simpática e cheia de garra.

Essas qualidades levaram Victoria até ao primeiro lugar no programa, acompanhada pelo seu mentor, Nininho Vaz Maia. Mas Victoria não ficou por aí e, do palco do ‘The Voice Kids’, saltou para um palco muito maior: o do festival Eurovisão Júnior.

Foi ali que, uma vez mais, revelou o seu talento ao interpretar a canção ‘Esperança’, escrita por si. Contados os votos, Victoria ficou em segundo lugar, a melhor classificação que um concorrente português alguma vez conseguiu naquele festival!

A VISÃO Júnior esteve à conversa com ela, que nos contou como foi aquela experiência, o que achou mais fácil e difícil; como foi trabalhar com Nininho Vaz Maia e Bárbara Tinoco; o que faz nos seus tempos livres e quais são os seus sonhos.

Podes ler toda a conversa na edição de janeiro da VISÃO Júnior.
Boas leituras!

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Uns conseguem sobreviver dentro e fora de água, outros chegam onde mais ninguém consegue chegar e outros ainda mostram que cansaço é uma palavra sem sentido. Vamos conhecer estes verdadeiros heróis

Pinguim
O mestre da terra e da água

Com as suas pequenas asas, não consegue voar, mas é um exímio nadador. O pinguim passa boa parte da vida na água, onde as suas asas se transformam em barbatanas que funcionam como “remos”. Além disso, o seu corpo tem um formato aerodinâmico, parecido com um torpedo, uma grande ajuda na hora de cortar a água e caçar as suas presas. Algumas espécies podem chegar a nadar 35 quilómetros por hora! É na água o pinguim que se alimenta, caçando peixes, krill (uma espécie de camarões muito pequeninos) e lulas.Quando está em terra, em vez de voar, caminha, salta e até desliza pelo gelo de barriga para baixo, como se estivesse num escorrega, uma técnica curiosa para poupar energia. E olha que bem precisa dela: na época das migrações e da reprodução, há espécies que chegam a percorrer 120 quilómetros.

Onde vive: Algumas espécies como o pinguim-imperador, habitam na Antártida, outras, como o pinguim-de-magalhães, vivem em climas mais quentes, como a costa da América do Sul

Cabra-montês
A equilibrista sem medo

Quando uma montanha rochosa é tão inclinada que só um atleta de escalada devidamente equipado ali consegue chegar, lá aparece uma cabra-montês provando porque é a verdadeira escaladora da Natureza! Os seus cascos são fundamentais para dar tão perigosos passeios: têm um rebordo rígido que se agarra bem a superfícies escorregadias e uma “almofada” macia no interior, que se molda às pedras irregulares. Além dos cascos, as suas pernas são extremamente flexíveis e musculadas, o que lhe permite dar saltos de mais de dois metros em altura e de seis metros em comprimento. É assim que consegue saltar por fendas nas rochas e contornar obstáculos nas alturas. Se fores passear pelo Gerês e tiveres a sorte de avistar uma, dizemos-te como podes saber se é macho ou fêmea. Elas têm chifres curtos e parecem-se com uma cabra doméstica, os chifres dos machos são muito grossos e chegam a ter o triplo do comprimento dos das fêmeas.

Onde vive: montanhas da Península Ibérica

Peixe-voador
O planador sem asas

Este peixe é uma criatura fascinante, graças à sua habilidade de “voar” sobre a água. Não é bem um voo verdadeiro como o das aves, já que não possui asas, contudo, consegue percorrer distâncias impressionantes fora de água quando quer escapar a predadores como golfinhos e atuns.

Graças às suas barbatanas peitorais excecionalmente grandes e rígidas, semelhantes a asas, consegue atingir velocidades superiores a 50 quilómetros por hora. Durante o voo, as barbatanas abrem-se como asas para que consiga planar. Durante esse tempo, o peixe pode atingir alturas de um a 1,5 metros acima da água. O mais longo voo deste animal já registado durou 45 segundos e cobriu uma distância de quase 400 metros, o comprimento de uma pista de atletismo! Quando está no ar, porém, também está em perigo, já que, se por um lado, escapa aos predadores marinhos, fora de água pode ser capturado por aves marinhas.

Onde vive: águas quentes e tropicais dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico

Husky siberiano
O velocista da neve

Conhecido pela sua incrível resistência, pela força e pela capacidade de percorrer longas distâncias enquanto puxa trenós no gelo ou na neve, o husky começou por ser criado pelos Chukchi, um povo da região siberiana, como um cão de trabalho, usado para transportar comida e outras mercadorias.O husky siberiano é um verdadeiro herói, capaz de percorrer 150 quilómetros por dia (mais ao menos a distância de Lisboa a Leiria), mesmo quando os termómetros marcam 40 graus negativos! E fá-lo durante várias horas. A sua pelagem dupla e resistente à água faz com que se sinta confortável na neve e com ventos gelados. Ah! E usa a cauda farfalhuda para se equilibrar enquanto corre e também como “cobertor” para tapar o focinho enquanto dorme na neve, mantendo-se quente.

A sua origem: Sibéria, uma região situada no extremo norte da Ásia e um dos lugares mais frios do planeta

Crocodilo
O predador pré-histórico

Sabias que o crocodilo pode viver entre 70 e 100 anos?

É uma das criaturas mais fascinantes e mais antigas do planeta. Há cerca de 200 milhões de anos, quando ainda havia dinossauros, o crocodilo já cá andava. Este réptil extraordinário é semiaquático, ou seja, vive em terra e na água, onde é um temido predador. Na água, é com a cauda poderosa que dá impulso ao corpo, conseguindo mover-se lentamente, apanhando as suas presas de surpresa. Uma característica muito útil é a “terceira pálpebra” que possui nos olhos, que o protege de detritos, permitindo ver bem debaixo de água. Em terra também não se dá mal: chega a atingir 17 quilómetros por hora (uma pessoa normal começa a correr a partir dos seis). Com patas musculosas e garras afiadas, se for preciso subir um pequeno monte, também consegue. Caso para dizer que é mesmo um animal todo-o-terreno!

Onde vive: África, América, Ásia e Oceânia

Borboleta-monarca
A viajante dos céus

Com pouco mais de um grama de peso, a borboleta-monarca é uma viajante incansável. Percorre cerca de 4 000 quilómetros todos os anos para fugir do frio inverno da América do Norte em direção ao calor do México, caso contrário, não sobreviveria às baixas temperaturas. E por dia chega a voar 100 quilómetros. Nesta longa viagem, milhões de borboletas passam por ambientes e terrenos muito diferentes, de florestas tropicais a planícies desertas e áreas montanhosas. Apesar de enfrentar ventos fortes, chuva, frio e calor, esta frágil borboleta arranja maneira de se adaptar, seja pousando em árvores para descansar ou alimentando-se de néctar em campos floridos. É também durante o caminho que acasala e, pouco tempo depois, morre. São as filhas das borboletas que iniciaram a viagem que regressam ao Norte, no final do inverno.

Curiosidade: Para saber qual a direção a tomar, a borboleta-monarca guia-se pelo Sol, mas também por referências no solo, como montanhas ou o recorte da costa. Que fantástico GPS!

Rinoceronte
O gigante musculado

Verdadeiro gigante da Natureza, o rinoceronte é conhecido pelo seu tamanho, pela sua força e, claro, pelo seu chifre engraçado. Mas sabias que, além de forte, tem uma grande capacidade de se adaptar a ambientes muito diferentes? Por exemplo, tanto se sente confortável em terrenos áridos e poeirentos, como as planícies africanas, como em lugares húmidos, com rios e lagos. E adora estar dentro de água. O rinoceronte-indiano, por exemplo, passa muito tempo na água ou na lama. Isso ajuda-o a refrescar o corpo nos dias mais quentes, e a lama funciona como um “protetor solar” natural, protegendo a pele sensível contra o calor e os insetos. Mas não só: mães e filhotes adoram mergulhar juntos e brincar debaixo de água. Em terra, com as suas patas fortes, caminha longas distâncias, mesmo em terrenos difíceis, como florestas, mas também consegue atravessar rios e lagos caminhando no fundo. E se a água não for muito profunda, até dá uma corridinha, se for preciso.

Curiosidade: sabias que pode pesar 2 500 quilos, mas consegue correr a uma velocidade de 50 quilómetros por hora? Mais rápido do que a maioria dos humanos!

Já alguma vez imaginaste, enquanto lias a VISÃO Júnior, que tipo de artigos gostarias de escrever se fosses tu a fazer a revista? Pois foi exatamente isso que tiveram de pensar os alunos da turma do 4.º ano Asas Gigantes da escola Ideia Outeiro.

No início deste ano letivo, recebemos um email da professora Sara Honório que nos deixou muito curiosos. Contava-nos que os seus alunos quiseram fazer a sua própria VISÃO Júnior durante o verão. Ou seja, uma edição especial.

A ideia partiu do Miguel Santos, 10 anos, que conheceu a revista e a página de internet da VISÃO Júnior através de amigos. “Achei interessante e pensei que seria giro fazermos uma revista onde contássemos como passámos as nossas férias.”

Miguel, à direita, foi o autor desta ideia fantástica, que propôs à professora Sara Honório: “Pensei que seria giro”

A primeira decisão de Miguel foi a de um verdadeiro jornalista: “Escrever sobre coisas que os meus colegas (leitores) achassem interessantes e divertidas, como um texto sobre um curso de escrita criativa que fiz.” Na sua opinião, resultou, e o mais giro, diz-nos, “foi dar a ver às outras pessoas o que fizemos”.

Matilde

Matilde Correia, 9 anos, também se divertiu a fazer a revista. E a verdade é que o resultado parece o de um profissional! “Tive a ajuda da minha mãe, que fez algumas coisas no computador”, explica, a sorrir.

“Eu escrevi os textos, escolhi as fotos e fiz algumas ilustrações. Os meus colegas disseram que a capa está muito engraçada e que a revista tem muitos conteúdos interessantes. Além das férias, escrevi sobre acontecimentos importantes, como o sismo que sentimos em agosto.”

Quando chegámos à sala das Asas Gigantes, ficámos surpreendidos com tanto entusiasmo e com a quantidade de trabalhos engraçados que decoram as paredes. A turma quis saber como se faz a “VISÃO Júnior a sério”: de onde vêm as ideias para os temas de cada mês, quem trabalha na revista…

No final da conversa com a nossa equipa de reportagem, Rafael Pinto, 9 anos, lá nos confessou: “Fiquei com uma ideia. Se não conseguir ser futebolista, quero ser repórter fotográfico! Percebi que é importante usar boas fotografias na capa e escrever sobre temas diferentes que interessem a muitos leitores.”

Com uma bandelete de rena e um grande sorriso na cara, Sofia Nunes, 9 anos, mostra-nos a sua revista. Como conhece bem a VISÃO Júnior, que costuma pedir aos pais para comprar, quis fazer uma edição com algumas das suas rubricas preferidas, como os jogos, as anedotas e os recordes de animais.

“E também pesquisei sobre assuntos que me interessam e sobre os quais queria descobrir mais. Senti-me mais ao menos uma jornalista”, diz-nos, orgulhosa. O tema que escolheu para a capa foi a viagem que fez ao Porto, uma cidade que não conhecia. E que bem que ficou!

Violeta

Violeta Quelhas, 10 anos, concorda com a amiga: “Ao fazer a revista, aprendi muitas coisas sobre os temas que escrevi, como o Jardim Zoológico, e os animais que ali vivem, e a ilha de Porto Santo, que visitei no verão.”

A intenção de Violeta foi fazer uma revista parecida com a original e o resultado foi muito apreciado pelos colegas. “Eles disseram que cumpri o desafio. Inventei vários jogos e até páginas de publicidade, como numa revista a sério!”

Vimos todas as revistas criadas pela turma e podemos garantir que cumpriram o desafio. E o mais interessante foi o facto de que todas eram muito diferentes. Usaram-se materiais diversos, umas revistas tinham os textos escritos à mão e outras foram feitas em computador.

Havia páginas agrafadas, mas também houve quem colasse as páginas com fita-cola. Uns usaram muitas fotografias, enquanto outros preferiram desenhar ilustrações. A todos damos os nossos parabéns, pois revelaram-se verdadeiros “repórteres Júnior”!

A equipa da VISÃO Júnior mostrou à turma como se faz, página a página, a VISÃO Júnior

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A iServices, habitualmente associada à reparação de smartphones e gadgets, aventura-se em novos terrenos com a Eden, uma horta urbana hidropónica que promete trazer a frescura do campo para dentro das nossas casas. Uma proposta tentadora num mundo cada vez mais urbano e afastado da natureza. Mas será que a Eden cumpre tudo o que promete?

É (quase) só semear

Um dos grandes trunfos da Eden da iS, marca da iServices, reside na simplicidade. Ao contrário de alguns sistemas hidropónicos, que mais parecem ter saído de um laboratório de ficção científica, a Eden aposta numa montagem intuitiva e acessível a qualquer um. Em poucos minutos, mesmo sem qualquer experiência prévia, a horta está pronta a funcionar. Encaixar algumas peças, encher o depósito de água, semear nas espojas, ligar à corrente e ‘voilà’, temos um pedaço de natureza pronto a florescer.

Depois de cerca de uma semana, as sementes de morango já se tinham transformando em pequenas plantas

A caixa traz tudo o que é necessário para dar início à primeira cultura, exceto as sementes. Esta é, talvez, a primeira decisão questionável. Embora se compreenda que a iServices queira dar ao utilizador a liberdade de escolha, a inclusão de um pequeno conjunto de sementes de ervas aromáticas básicas, por exemplo, seria um gesto de boas-vindas, especialmente para os iniciantes, e evitaria uma deslocação imediata a uma loja da especialidade.

Hidroponia: cultivar sem terra

Para os novatos, a hidroponia pode parecer um conceito complexo. No entanto, a Eden descomplica-o. Basicamente, trata-se de cultivar plantas sem solo, num sistema onde as raízes estão imersas numa solução aquosa rica em nutrientes. Esta técnica oferece várias vantagens: menor consumo de água, controlo mais preciso do crescimento e, em teoria, menor necessidade de pesticidas devido ao ambiente controlado. A Eden traz esta técnica para o ambiente doméstico de uma forma compacta e elegante.

Com capacidade para até nove plantas, graças às nove cúpulas de germinação incluídas, a Eden acena com a promessa de uma horta diversificada dentro de casa. Manjericão, hortelã, salsa, tomate, talvez até morangos ou flores comestíveis – as possibilidades são aliciantes. Ter acesso a ervas aromáticas frescas e outros vegetais à distância de um braço é, sem dúvida, um dos grandes atrativos deste sistema.

Do berçário ao prato… ou ao jardim

A Eden tanto pode ser utilizada como um sistema completo, acompanhando a planta desde a semente até à colheita. O que é adequado para plantas mais pequenas, como aromáticas, que, deste modo, podem estar sempre à mão numa cozinha. Mas também pode servir de ‘incubadora’ para plantas que, depois de ganharem ‘força’, podem ser transplantadas para vasos ou para um jardim onde completarão o crescimento. Esta versatilidade é um ponto a favor, permitindo aos utilizadores escolher o nível de envolvimento que desejam ter com a hidroponia. É uma excelente porta de entrada para quem quer experimentar esta técnica, mas não quer abdicar completamente da jardinagem tradicional.

Plant Food: o elixir do crescimento

A água, por si só, não fornece os nutrientes necessários às plantas. É preciso adicionar o “Plant Food”, dois líquidos concentrados que são vendidos separadamente (€4,95 por cada par de garrafas de 100 ml). Estas duas garrafas rendem para cerca de 200 litros de água, pelo que o custo torna-se quase desprezável. E, claro, os mais avançados na hidroponia podem experimentar as suas próprias ‘receitas’ recorrendo a outras fontes de nutrientes. Mas, atenção, já que recomenda-se vivamente que sejam sempre usadas soluções líquidas para não criar problemas na bomba de água integrada.

O manual de instruções é claro, conciso e está escrito em português, com ilustrações úteis. No entanto, poderia ser mais completo. Por exemplo, poderia incluir uma tabela com sugestões de plantas adequadas à hidroponia e às características da Eden, com informações sobre o respetivo desenvolvimento, bem como dicas para otimizar o crescimento em cada um dos modos.

O sistema de alarme que avisa quando o nível da água está baixo é uma mais-valia, especialmente para os mais distraídos. Complementado por um indicador de nível visível, este sistema minimiza o risco de as plantas sofrerem com a falta de água.

Dois Modos de cultivo

A Eden possui dois modos de funcionamento, “Plantas” e “Fruta”, que ajustam o tipo de luz emitida pelos LEDs. É uma funcionalidade interessante, mas a sua eficácia real só poderá ser comprovada com uma utilização prolongada e comparando os resultados com plantas cultivadas sob luz natural ou outros sistemas de iluminação artificial. Considerando a nossa experiência, resulta, já que em poucos dias vimos as sementes de morango a transformarem-se em plantas, que cresceram rapidamente e de forma aparentemente saudável. Não esperámos o suficiente para ver os morangos a aparecer. Fique atento às nossas redes sociais e ao nosso site, onde complementaremos esta análise logo que apareça – esperamos nós – a fruta. Mas conhecemos a experiência de um outro utilizador que conseguiu, com sucesso e facilidade, cultivar várias ervas aromáticas.

Proposta tentadora

É verdade que cerca de €100 dá para comprar muitas ervas aromáticas. E gostaríamos de ter um pouco mais espaço cultivar plantas de maior dimensão. Mas, a longo prazo, a iS Horta Urbana Eden torna-se um investimento vantajoso. E, mais importante, a experiência de cultivarmos as nossas plantas é recompensadora.

Este aparelho é, sem dúvida, uma proposta atrativa para quem deseja ter uma horta em casa, mesmo sem experiência ou espaço exterior. É uma boa porta de entrada para o mundo da hidroponia doméstica, com potencial para mudar a forma como consumimos ervas aromáticas e pequenos vegetais.

Tome Nota
iS Horta Urbana Eden – €99,95
iservices.pt

Construção Muito bom
Instalação Muito bom
Consumo Muito bom
Capacidade Satisfatório

Características Dimensões (LxPxA): 250x140x275-690 mm ○ Peso: 1,78 kg ○ Capacidade de água: 4 litros ○ Potência: 24 watts ○ Acessórios incluídos: 9x esponja, 9x suporte de plantação, 9x cúpulas de germinação, 1x garrafa de nutrientes A e 1x garrafa de nutrientes B

Desempenho: 4,5
Características: 3,5
Qualidade/preço: 4

Global: 4

Ooxigénio, essencial à nossa vida, é extraído nos pulmões a partir do ar inspirado pelo nariz ou pela boca. Na respiração normal, pelo nariz, o ar é filtrado de possíveis alergénios (por exemplo, pólenes) e corpos estranhos, e é humidificado e aquecido, contribuindo para a saúde funcional dos brônquios e dos pulmões.

Ao nível da mucosa dos seios paranasais, principalmente, e das fossas nasais e nasofaringe, forma-se óxido nítrico que facilita a captação de oxigénio nos pulmões e o seu transporte pelo corpo, tem ação imunitária protetora e propriedades antimicrobianas, provoca vasodilatação, diminui a pressão arterial, melhora o fluxo sanguíneo, regula a resposta inflamatória, previne a coagulação e a obstrução arterial.

Quando existe respiração bucal, em geral associada a obstrução nasal, aquela produção de óxido nítrico fica reduzida, aumentando o risco de infeções respiratórias, hipertensão arterial, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, disfunção erétil, demências, distúrbios digestivos, entre outras.

Infelizmente, há pessoas sem qualquer obstrução nasal que adquirem o hábito nefasto de respirar pela boca, pelo que devem ser esclarecidas sobre os riscos associados e ajudadas a revertê-lo. A respiração bucal, no entanto, torna-se necessária em doenças respiratórias agudas que cursam com marcada obstrução nasal congestiva, como constipações, gripes ou certas alergias.

A respiração bucal crónica, por obstrução nasal, pode ocorrer durante todo o dia ou só durante o sono, tem causas variadas como, por exemplo, má posição da língua, amígdalas ou adenoides aumentados, desvio do septo nasal, infeções nasofaríngeas crónicas, pólipos nasossinusais, sucção de dedos, anomalias congénitas (por exemplo, fendas palatinas, deficiências maxilares).

A língua baixa permite inspirar mais ar, mas promove secura da boca, com redução da saliva, que é essencial na eliminação de bactérias. Tal agrava-se na desidratação, em pessoas dependentes de outrem para ingerir água (doentes acamados, crianças). A secura e a proliferação bacteriana podem originar mau hálito, gengivites, cáries dentárias, dores de garganta e infeções respiratórias.

A respiração bucal crónica é causa frequente de perturbações do sono profundo, roncopatia (“ressonar”) e eventual síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono, com cansaço sistemático (sono não reparador), cefaleias matinais, problemas digestivos, fraca produtividade, entre outras. A má postura corporal é frequente, procurando facilitar a respiração, pelo encurvar dos ombros e o inclinar da cabeça para a frente, mas como isso pressiona o tórax, pode dificultar a respiração.

Nas crianças, a diminuição do nível de hormona do crescimento, associada às perturbações do sono, leva a um desenvolvimento físico inadequado, faces estreitas e longas, maxilares pouco desenvolvidos, dentes tortos e má oclusão dentária, boca aberta, sorriso gengival, disfunção das articulações temporomandibulares, incontinência salivar, problemas da fala, défices de atenção e raciocínio, hiperatividade, insucesso escolar e fraca autoestima.

Quem respira pela boca deve ter um acompanhamento multidisciplinar, pois existem muitos procedimentos e tratamentos médicos, cirúrgicos e outros possíveis, consoante o quadro clínico individual, pelo que deve ser solicitada orientação ao seu médico assistente.

De acordo com o último balanço das autoridades mais 12 mil habitações e outros edifícios da cidade de Los Angeles, no estado norte-americano da Califórnia, foram consumidos pelas chamas.

Esta sexta-feira, o Corpo de Bombeiros da Califórnia disse estar a fazer progressos no combate aos cinco incêndios florestais ativos na região. Segundo a última atualização, o incêndio que deflagrou em Lidia está 98% contido, o de Hurst cerca de 70% e o de Kenneth em 50%.

Cerca de 11 pessoas morreram na sequência dos incêndios, um número que poderá vir a aumentar, alertam as autoridades. 

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