A Inteligência Artificial tem vindo a ganhar destaque de forma acelerada nos últimos anos. Quando falamos em “AI nas nossas mãos”, podemos advogar que as aplicações já andam neste mundo da inteligência artificial há bastante tempo. Os smartphones somam e seguem há mais de 15 anos e, como eles, nasceram as aplicações que mudaram, facilitaram e aceleraram a nossa vida e dia-a-dia. A Siri, por exemplo, já é uma adolescente com 13 anos.

Certo é que, desde que começámos a usar smartphones, até aos assistentes virtuais e às soluções de tradução automática, a IA tem vindo a moldar a forma como interagimos com a tecnologia no nosso dia-a-dia. Mais do que uma tendência, a IA é a espinha dorsal da evolução nas aplicações que usamos todos os dias e hoje 77% das empresas utilizam esta ferramenta ou estão a explorar formas de o fazer no futuro.

A personalização é, sem dúvida, um dos maiores trunfos da IA nas apps modernas. Ao entrar numa aplicação de música, por exemplo, a IA analisa frequentemente os gostos e preferências de quem a utiliza para sugerir novas músicas e até playlists, muitas vezes de forma imperceptível. Um exemplo claro disso são plataformas como o Spotify, que se tornam cada vez mais adaptadas ao comportamento dos utilizadores, proporcionando uma experiência mais agradável e personalizada.

A IA, no entanto, não se limita apenas à personalização. Também tem a capacidade de tornar as funcionalidades das apps mais inteligentes e práticas, como no caso da tradução automática. Ferramentas como o Google Translate ou o Translate Now utilizam IA para realizar traduções instantâneas de textos e até conversas, com uma precisão crescente. Temos também a geração dos QR codes, que passou a ser um forte aliado em processos de pagamento e compras online. Apps como o Calculator Air, por exemplo, oferecem funcionalidades avançadas de IA que vão muito além de cálculos simples e ajudam a resolver problemas matemáticos complexos, fornecer explicações detalhadas e suporte para os trabalhos de casa dos mais novos, tornando o processo de aprendizagem mais fácil. O mais interessante é que essas ferramentas continuam a melhorar à medida que são utilizadas – oferecendo um serviço cada vez mais adaptado às necessidades de cada pessoa.

Estas funcionalidades não se limitam às grandes empresas e plataformas. A IA tem um impacto direto em empresas de todos os tamanhos sendo que empresas que adotam esta ferramenta reportam aumentos de produtividade dos empregados de até 40%. As apps de atendimento ao cliente, por exemplo, são alimentadas por IA para fornecer respostas rápidas e úteis, melhorando a experiência do utilizador e ajudando as empresas a resolver problemas de forma eficiente. Este tipo de automação não só beneficia o consumidor, mas também permite que as empresas operem de forma mais ágil, otimizando recursos e tempo.

No âmbito empresarial, a IA também está a ser utilizada para melhorar os processos internos. Em 2024, 52% das empresas reportaram aumento de receita devido ao uso de IA. Cada vez mais, estas ferramentas estão a ajudar empresas a tomar decisões mais informadas, analisar grandes volumes de dados e até a otimizar campanhas de marketing. A automação de processos, a análise preditiva e a personalização dos serviços estão a mudar a forma como as empresas funcionam. Não é em vão que se prevê que a IA tem o potencial de contribuir com até 14 biliões de euros para a economia global até 2030.

Hoje, a IA já não é um luxo, mas uma necessidade para quem quer desenvolver apps que se destaquem e tragam valor aos utilizadores. Desde a personalização da experiência até à criação de funcionalidades inteligentes, a IA está a tornar as nossas interações com as apps mais naturais, rápidas e eficientes. O seu impacto é visível em praticamente todas as áreas, desde a saúde, educação, até ao e-commerce, e a tendência é que se torne cada vez mais presente, com mais soluções inovadoras e interativas. A Inteligência Artificial está, sem dúvida, a moldar o futuro das apps, e quem a souber integrar de forma eficaz, terá uma maior hipótese de se destacar no mercado.

Donald Trump chega pela segunda vez à Casa Branca, num registo entre o ovni político e o cowboy e sabemos uma coisa: há método na loucura. O pior que se pode fazer é subestimá-lo. Ele encarna a voz mais poderosa de uma revolução populista que quer governar o mundo. A sua ambição está expressa no livro de Kevin Roberts, prefaciado pelo vice-presidente JD Vance: Dawn’s Early Light, Taking Back Washington. O autor é o presidente da Heritage Foundation, o think tank conservador que criou o projeto 2025, um plano de grande envergadura para remodelar o governo americano. Como diz o autor, trata-se de realizar a “segunda revolução americana”, cujo desígnio fundamental é acabar com o “Estado Profundo”. Isto é, substituir a elite burocrática e financeira que domina a vida política americana desde os anos 80 por uma nova elite populista emanada do movimento MAGA de Trump.

Esta revolução de Trump tem duas grandes forças motrizes. A primeira é o neonacionalismo e o populismo, que utiliza como recurso sistemático o apelo ao povo e fórmulas simplistas para atacar o sistema e as instituições democráticas, acusadas de não resolverem os problemas das pessoas. O segundo é o que podemos chamar o complexo financeiro-industrial-tecnológico, que reúne à volta de Trump três setores cruciais da economia americana: as grandes empresas tecnológicas (Big Tech), petrolíferas (Big Oil) e financeiras (Big Money).

Programa: desmantelar o Estado

O Presidente Eisenhower, no seu discurso de despedida em janeiro de 1961, alertou os Estados Unidos da América e o mundo para o imenso poder acumulado pelo complexo militar-industrial no país e o perigo para as políticas públicas, que advinha da ligação umbilical das Forças Armadas com o setor industrial. Esta ligação cria distorções e facilita a obtenção para o setor privado da aprovação política do investimento em investigação, desenvolvimento e produção de armas, equipamentos, instalações. O discurso de Eisenhower foi premonitório e o complexo militar-industrial tomou muitas vezes conta das políticas públicas nos EUA com consequências desastrosas. A intervenção no Iraque em 2003, justificada com base em informações falsas, é apenas um exemplo.

Ecoando o discurso de Eisenhower, o Presidente Joe Biden, numa das suas últimas intervenções, alertou para os perigos para o país da “oligarquia que está a tomar forma e que com o seu poder, a sua riqueza e a sua influência ameaça a democracia” e da avalanche de desinformação propagada pelas redes sociais, que até já prescindem da verificação dos factos.

Estamos a entrar numa nova era em que o complexo financeiro-industrial-tecnológico pode vir a tomar conta das políticas públicas nos EUA e a infligir um duro golpe à democracia americana. Sejamos claros: Elon Musk é um génio da tecnologia, domina setores vitais da economia, como o espaço e o lançamento de foguetes com o SpaceX, dos satélites com o Starlink, da Inteligência Artificial com o OpenAI, das neurotecnologias e interfaces cérebro-computador com a Neuralink, da mobilidade elétrica com a Tesla, das redes sociais com a rede X. Tudo isto é fruto do seu trabalho e da sua capacidade de inovação e isso é uma coisa positiva. O problema é quando se parte daqui para conquistar Washington e querer governar o país e o mundo.

Dupla O casamento de Musk com Trump transporta para o centro da Administração o mais poderoso industrial da América e do mundo, que tem um programa: desmantelar o Estado Foto: WILL OLIVER/ LUSA

O casamento de Musk com Trump transporta para o centro da Administração o mais poderoso industrial da América e do mundo, que tem um programa: desmantelar o Estado; eliminar as instituições reguladoras que podem restringir a sua ação e os seus interesses; abolir as leis que criem o mínimo obstáculo ao desenvolvimento das suas atividades e das dos seus pares; criar condições para acumular ainda mais riqueza; abrir uma grande avenida política para servir a sua ganância sem escrúpulos.

Nesta trajetória, como representante da Administração Trump, Musk vai alargar a sua agenda ao resto do mundo, como o demonstram os seus recentes ataques às democracias inglesa e alemã, e o seu apoio aos movimentos populistas e de extrema-direita na Alemanha e no Reino Unido, procurando minar e debilitar as democracias europeias. Só um lunático pode apelar ao rei Carlos III para dissolver o Parlamento e acabar com o governo inglês porque a Inglaterra é uma tirania. Todos os autocratas do mundo e os inimigos da democracia esfregam as mãos de contentes.

O confronto entre a riqueza e o poder já aconteceu antes na História dos Estados Unidos da América, mas a grande nação americana soube parar os milionários egocêntricos e os tecnocratas sem escrúpulos. A História mostra que os EUA conseguiram evitar a transformação do regime político do país numa plutocracia, até hoje. No início do século XX, um dos industriais mais poderosos do mundo era o milionário americano John Rockfeller, dono da Standard Oil, a maior companhia de petróleo naquele tempo. Quando o superpoder industrial e financeiro começou a representar uma ameaça, o governo e as instituições americanas entraram em ação e criaram uma lei antimonopólios, o famoso Sherman Antitrust Act, que regula a competição entre empresas e salvaguarda a livre concorrência. Na altura levou ao desmantelamento da Standard Oil, que foi transformada em 34 diferentes empresas. A Exxon é uma das companhias que emanou dessa decisão histórica. O problema hoje é que Trump traz o lobo para dentro do galinheiro e isso não augura nada de bom para os Estados Unidos e para o mundo.

Reordenamento da economia mundial

O poder de Trump está reforçado com o controlo simultâneo das duas Câmaras do Congresso e do Supremo Tribunal. O que podemos esperar desta Administração no plano interno é o reforço do “discurso soberanista”, centrado na relevância das fronteiras, na estigmatização dos imigrantes e na sua deportação anunciada (que pode incluir portugueses), combinada com campanhas ferozes de perseguição aos adversários políticos, e não só, ressuscitando um clima de caça às bruxas, uma espécie de macarthismo aparatoso do século XXI, que o seu poder sem limites pode exponenciar.

Ao mesmo tempo, no plano interno, e com graves repercussões internacionais, vamos assistir à concretização do seu programa económico, o chamado Maganomics, que é um cocktail de contradições. Scott Bessent, o indigitado secretário de Estado do Tesouro tem insistido na fórmula 3-3-3, que significa 3% de redução do défice orçamental, 3% de crescimento do PIB e três milhões de barris por dia no aumento da produção de energia. O problema é que todo o programa repousa em contradições, algumas delas insanáveis. Não é possível reduzir o défice de 6,5% para 3,5% do PIB, enquanto se concretizam reduções de impostos, em particular para os mais ricos. Trump diz que os cortes nos impostos vão ser compensados com o maior crescimento económico, a redução das despesas do governo e as receitas das tarifas, mas atingir estes objetivos simultaneamente é praticamente impossível.

Trump quer reduzir a inflação, mas anuncia aumentos de tarifas de 60% para os produtos chineses, 25% para produtos do Canadá e do México e 20% para os produtos europeus. Uma das consequências do aumento de tarifas, como mostram as conclusões de estudos de entidades financeiras, é exatamente o aumento da inflação. Trump quer reduzir as taxas de juro, mas hostiliza o presidente da Reserva Federal e, com o seu poder discricionário, pode vir a violar uma das regras sagradas do funcionamento do sistema financeiro, que é a da independência do Banco Central do poder político.

Trump quer um dólar mais barato para estimular as exportações. Perora contra a hipervalorização do dólar, quer uma espécie de reordenamento da economia mundial, um novo Bretton Woods ou uma reprodução do Acordo Plaza, do G20, em 1985. No entanto, é o próprio Scott Bessent que diz que 2/3 do impacto do aumento das tarifas se reflete na valorização do dólar. Trump quer reduzir o défice comercial, mas ele e os seus aliados atacam a teoria clássica de David Ricardo, que postulou os pressupostos do comércio livre e aberto e dos benefícios que daí resultam para todos: os países exportam bens, ganham divisas e usam as divisas geradas para pagar as suas importações, sendo que cada país se especializa nos setores em que tem vantagens comparativas. David Ricardo deu na altura o exemplo dos tecidos ingleses e do vinho português. Trump tem uma visão protecionista e está contra o modelo “ricardiano” do comércio livre. A sua equipa proclama aos quatro ventos: “Ricardo está morto.” Em seu lugar Trump quer um novo paradigma no comércio mundial comandado pelo poder político, com as tarifas, a coação e as represálias. Como a História mostra, isso conduz ao aumento dos custos, à penalização dos consumidores e ao agravamento dos défices comerciais. Com as tarifas e a coerção política sobre o comércio, os próprios fluxos de capital de que hoje beneficiam os Estados Unidos podem ser condicionados.

Testar a Europa até ao limite

Na cena internacional, Trump chega de novo à Casa Branca quando o mundo vive um dos momentos mais perigosos depois da II Guerra Mundial, com a crescente fragmentação geopolítica e geoeconómica. A União Europeia está mais frágil, mais hesitante e reativa, incapaz de tomar uma iniciativa estratégica e de se preparar para viver e agir num mundo cujas regras estão em erosão. A União Europeia reagiu bem à invasão da Ucrânia pela Rússia, reforçou a sua unidade, reforçou a sua participação na NATO, reforçou a relação transatlântica, mas a nova Administração americana vai testar a Europa até ao limite e de forma severa. Para Trump a Europa tem um interesse periférico, não a mencionou na campanha eleitoral e, quando pode, ataca os seus aliados europeus.

Acresce a isto que a Europa teve de se adaptar rapidamente e de forma abrupta. Tinha um modelo de desenvolvimento económico baseado no gás barato russo e nas exportações sobretudo da indústria automóvel e química, de que a Alemanha era um paradigma. Esse modelo ficou virado do avesso com a invasão da Ucrânia pela Rússia. A Alemanha está a fazer a sua reconversão industrial e mudou a sua política energética em 48 horas, com a célebre formulação do chanceler Scholz do Zeitenwende, do ponto de viragem, não só na energia como na política de defesa e armamento. Mas o resultado é que o gás russo tem vindo a ser substituído pelo gás natural liquefeito (LNG) importado dos EUA e do Qatar, que é mais caro. Isso tirou vantagens competitivas à indústria e às economias europeias, sendo que na Europa Central hoje os preços do gás são cinco vezes mais elevados do que nos Estados Unidos e os da eletricidade são três vezes maiores.

A Europa está assim numa grande encruzilhada e isto quando tem vindo a perder poder económico e competitividade. Em 2008 o PIB europeu era da mesma ordem de grandeza do PIB americano, e hoje é 20% inferior. O declínio do Ocidente é de facto um declínio da Europa, porque os EUA têm sabido preservar o seu poder económico no mundo e são hoje não só a maior superpotência económica, militar e tecnológica, mas são também uma superpotência energética, fruto da revolução do gás e do petróleo de xisto empreendida a partir da primeira década deste século.

Política do “quero, posso e mando”

Esta revolução energética levou ao desenvolvimento sem precedentes da produção de petróleo e gás nos Estados Unidos, que são hoje o maior produtor mundial de petróleo, à frente da Arábia Saudita, e são o maior produtor mundial de gás, à frente da Rússia e do Qatar. Os EUA têm três grandes bacias geológicas – a de Bakken, no Dacota do Norte, e as de Eagle Ford e Permian, no Texas – e cada uma destas bacias equivale a um país do Golfo Pérsico a produzir petróleo e gás dentro do território americano. Isto mudou a geopolítica e a geoeconomia mundiais. Esta independência energética dá a Trump ainda mais conforto para praticar a sua política do “quero, posso e mando”.

No entanto, o seu programa “drill, baby, drill” vai ter dificuldades no que concerne às companhias petrolíferas porque a procura mundial de petróleo está em declínio, resultado do fraco crescimento da economia. O mercado do petróleo está saturado com excesso de produção, a OPEP tem capacidade excedentária e os EUA atingiram um recorde de produção de petróleo em outubro do ano passado, tendo aumentado cerca de 18% nos últimos três anos, o que reduz a margem de crescimento futuro. Acresce a isto que o concurso para a perfuração do Refúgio de Vida Selvagem no Ártico, no Alasca, uma obsessão de Trump, ficou deserto pela segunda vez. As companhias temem os custos altos de perfuração onde não existem estradas nem infraestruturas e as grandes dificuldades de financiamento, pois os bancos não querem ficar associados a projetos de alto risco, não só técnico como ambiental. No que concerne ao gás, a situação é diferente porque a procura de gás no mundo está a crescer com a eletrificação da economia, o crescimento das classes médias dos países emergentes e os consumos dos Centros de Tratamento de Dados e da Inteligência Artificial.

Estamos a entrar numa nova era em que o complexo financeiro-industrial-tecnológico pode vir a tomar conta das políticas públicas nos EUA e a infligir um duro golpe à democracia americana

Uma área em que Trump pode ser altamente lesivo é na luta contra as alterações climáticas. Vai voltar a sair do Acordo de Paris, porá em causa o programa de 300 mil milhões de dólares, aprovado na COP29, em Baku, para ajudar a transição energética nos países em desenvolvimento. Internamente vai tentar acabar com os apoios do Presidente Biden às energias renováveis e dará carta-branca aos combustíveis fósseis. Isto é um caminho inaceitável quando o mundo assiste à deterioração crescente do sistema climático da Terra, com o cortejo de tragédias frequentes e o sofrimento indizível das populações, de que as inundações em Valência, Espanha, e os incêndios na Califórnia são exemplos.

No entanto, nem Trump com todo o seu poder vai parar muitas das mudanças em curso. Durante a primeira Administração Trump, o poder dos Estados e dos governos estaduais levou a que muitos deles continuassem a executar as suas políticas de combate às alterações climáticas e diminuíram as suas emissões. Isso vai voltar a acontecer. Da mesma forma, os eleitos do partido Republicano, que dependem da sua base eleitoral nos estados, vão ter um papel importante: das cerca de 900 empresas que os EUA atraíram ao abrigo da legislação do IRA (Inflation Reduction Act), de Biden, e que estão ligadas a tecnologias renováveis e limpas e aos respetivos equipamentos, cerca de 80% serão instaladas em estados republicanos. Vai ser interessante ver como é que as tensões vão ser geridas.

A questão das alterações climáticas oferece à Europa a possibilidade de construir grandes plataformas colaborativas no mundo para continuar a lutar e a minimizar os efeitos, reforçando o caminho justo que tem seguido para um planeta sustentável e pela sobrevivência da vida.

Preservar a relação transatlântica

Neste contexto, Trump pode de facto significar uma oportunidade para a Europa. É preciso fazer tudo para preservar a relação transatlântica e trabalhar com os EUA para uma solução da guerra da Ucrânia. Ao mesmo tempo, a Europa não pode esperar pelos EUA e ficar amarrada. Tem de ter iniciativa estratégica para desenvolver as suas indústrias de defesa, reforçar a sua segurança, colmatar o fosso tecnológico que deixou cavar para os EUA e a China, materializar as medidas do Relatório Draghi, reforçar a união política, abrir e/ou reforçar novas zonas de cooperação no mundo com o Mercosul e África, erigir grandes plataformas de cooperação com as democracias (Canadá, México, Brasil, África do Sul, Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e outros países) para lutar pela paz, defender os valores da liberdade, dos direitos humanos, do comércio livre e resolver problemas como as alterações climáticas e a luta contra a pobreza e as desigualdades, construindo um futuro de paz e prosperidade.

Um desafio para os EUA e para a Europa é que as autocracias, com a Rússia e a China à cabeça, estão mais assertivas, mais agressivas e desafiam a ordem democrática liberal instituída depois da II Guerra Mundial e liderada pelos EUA.

A fragmentação geopolítica e geoeconómica reflete-se no facto de as autocracias estarem a construir na Ásia um mercado “paralelo” para a energia, com a reconfiguração dos fluxos de petróleo e gás russos. A Rússia movimenta hoje uma frota-fantasma de petroleiros que se deslocam no oceano, com os sistemas de referenciação desligados, contrariando todas as regras da Autoridade Marítima Internacional, e abastecem com petróleo e gás barato múltiplos países asiáticos, desde logo a China e a Índia.

Ao mesmo tempo, tentam assegurar o controlo das matérias-primas críticas, como as terras raras, o manganês ou o lítio, e o controlo dos três estreitos que são fundamentais para o funcionamento da economia mundial: o Bósforo, para os cereais; o estreito de Ormuz, para o petróleo e o gás; o estreito de Taiwan, para os microchips e os microprocessadores.

Regresso definitivo da lei do mais forte

A nova Administração Trump arrisca-se a transformar a geopolítica num negócio em que ganha quem paga melhor, e isso vai favorecer as autocracias e debilitar o campo democrático. A mentalidade transacional do Presidente americano e a sua atração pelos autocratas pode contribuir para a maior erosão da ordem internacional e o regresso definitivo da lei do mais forte, transformando a comunidade internacional numa selva em que todos vão estar em guerra com todos.

Estes sintomas tornam-se claros com as posições recentes de Trump sobre o Canal do Panamá, a Gronelândia e o Canadá, que fazem lembrar o imperialismo dos EUA no fim do século XIX, quando anexou Porto Rico e Guam. É o regresso da Doutrina Monroe, que vê o Hemisfério Ocidental como uma área de influência dos EUA, que querem também afirmar-se como uma potência do Ártico, tendo em conta os recursos minerais enormes desta área do mundo e a sua importância na reconfiguração das rotas marítimas, que advém do desaparecimento de grandes massas de gelo com os efeitos do aquecimento global. A posição unida da Europa no apoio à Dinamarca e ao Canadá pode ser importante para defender com firmeza os princípios que norteiam a ordem internacional se o mundo se confrontar com uma deriva imperialista e discricionária americana.

Como representante da Administração Trump, Musk vai alargar a sua agenda ao resto do mundo, como o demonstram os seus recentes ataques às democracias inglesa e alemã, e o seu apoio aos movimentos populistas e de extrema-direita na Alemanha e no Reino Unido, procurando minar e debilitar as democracias europeias

Finalmente, Trump parece apegado à preocupação da busca da paz no mundo e isso é uma boa notícia. No entanto, para a Ucrânia a notícia só será boa se se conseguir um acordo de paz que respeite os direitos fundamentais do povo ucraniano e não o sujeite a uma humilhação, que seria também uma humilhação para a Europa. Por isso, é importante esta não se deixar marginalizar para ser confrontada com factos consumados. Uma reunião a sós de Trump e Putin para definir o futuro da Ucrânia pode não ser o melhor caminho.

Também o Médio Oriente está cansado da guerra e a influência de Trump sobre o governo de Israel pode ser decisiva para alcançar as tréguas, trabalhando na base da arquitetura de negociações definida por Biden. O risco aqui é deixar o governo de Israel de mãos livres, o que pode levar ao espezinhar completo dos direitos do povo palestiniano e ao agravamento das consequências do genocídio em Gaza, o que é inaceitável. Os últimos eventos no Médio Oriente levaram ao colapso do regime repressivo sírio de Bashar al-Assad, ao enfraquecimento do Irão e à destruição das lideranças terroristas do Hamas e do Hezbollah. O Médio Oriente pode entrar numa nova etapa, mas todos os demónios estão vivos, assim como todas as feridas, e podem regressar a qualquer momento. Acresce a isso que os dinossauros que governam Israel, a Turquia e o Irão há décadas têm cada um a sua agenda. Se não houver entendimento e o envolvimento e o empenho dos países árabes como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos ao lado do Qatar, o pior pode voltar a acontecer, com ou sem Trump.

O mundo entra numa nova era repleta de incertezas e desafios e, sendo verdade que o pior nem sempre acontece, todos os sintomas são a favor do caos e da instabilidade. Por isso o papel da Europa pode ser importante se não quiser ser apenas um museu, mas um participante ativo para resolver os problemas deste tempo.

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Depois de uma semana marcada pelos ventos e chuvas fortes, cortesia da depressão Garoe, uma nova depressão vai voltar a deixar Portugal sob aviso devido ao mau tempo, já na próxima semana.

A tempestade Éowyn deverá afetar primeiro as ilhas britânicas, sendo já considerada a “pior do século” na Irlanda, onde se estima que os ventos ultrapassem os 130 km/hora. Foi emitido um alerta vermelho para a região. “Fiquem em casa, não há necessidade de sair. Algumas das velocidades de vento que estamos à espera estão nos níveis mais extremos que já vimos”, alertou a meteorologista Elizabeth Coleman.

Continente volta a estar sob aviso amarelo a partir de sexta-feira

Em Portugal, a região autónoma dos Açores deverá ser a primeira a sentir os efeitos da tempestade, já a partir de quinta-feira. São esperados ventos fortes e ondas que podem chegar aos 10 metros. Já na sexta-feira e sábado, os arquipélagos da Madeira e Açores voltam a estar sob aviso amarelo devido às condições meteorológicas adversas.

A depressão só deverá começar a fazer-se sentir no continente no final da tarde de sexta-feira, existindo um aviso amarelo do IPMA devido a forte agitação marítima e precipitação para os distritos do Porto, Aveiro, Viana do Castelo e Braga entre as 18:00 de sexta-feira e as 00:00 de sábado.

Para os distritos Lisboa e Leiria está previsto o aviso amarelo entre as 18:00 de sexta-feira e as 18:00 de sábado, mas devido apenas a agitação marítima.

Desde a tomada de posse do novo Presidente dos EUA, as redes sociais geridas pela Meta encheram-se de reclamações de utilizadores que alegavam ter dado por si a seguir Donald Trump sem o terem escolhido fazer. A polémica atingiu uma proporção tão significativa que a Meta já esclareceu que esse “seguir” aparentemente involuntário resulta de já seguirem contas oficiais dos Estados Unidos.

Numa publicação no Threads , o porta-voz da dona do Facebook, do Instagram e do WhastApp, Andy Stone, explica que as contas oficiais do POTUS [Presidente dos Estados Unidos] e da Casa Branca são geridas por esta última e “mudam quando o ocupante da Casa Branca muda”. O mesmo se aplica às contas do vice-presidente e da primeira-dama dos EUA.

Quando um novo presidente toma posse, as contas de Facebook e Instagram da anterior administração são arquivadas e as publicações preservados. Os seguidores são depois transferidos para as novas contas oficiais. Na manhã de terça-feira, a conta POTUS arquivada de Joe Biden tinha 11 milhões de seguidores no Facebook, assim como a conta POTUS oficial de Trump.

Após a tomada de posse, na passada-segunda, o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não perdeu tempo a assinar uma série de ordens executivas. Entre essas ordens, assinadas logo nas primeiras horas de mandato, esteve o perdão presidencial concedido, não só aos acusados do atentado ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021, mas também a Ross Ulbricht, um cidadão norte-americano, condenado a prisão perpétua, no âmbito da exploração de um mercado da Dark Web, o Silk Road.

Conhecido pelo nome online “Dread Pirate Roberts” (DPR), Ulbricht, de 40 anos, foi sentenciado a prisão perpétua, sem a possibilidade de liberdade condicional, em 2015, após ter sido apanhado a operar um mercado online de venda de drogas ilegais, passaportes falsificados e equipamento de pirataria informática utilizando Bitcoin como moeda de troca. O jovem, na altura com 26 anos, foi ainda condenado ao pagamento de uma multa no valor de 183,9 milhões de dólares – 176,58 milhões de euros.

Em 2022, Ulbricht escreveu uma carta ao então Presidente dos EUA, Joe Biden, para pedir a sua libertação. “Durante inúmeras horas, procurei na minha alma e examinei as decisões erradas que tomei quando era mais novo”, escreveu, referindo que desejava voltar a ter um futuro e que construir uma família.

Contudo, o perdão presidencial só chegou esta semana, pelas mãos de Donald Trump, o novo presidente dos Estados Unidos. O republicano escreveu esta terça-feira na rede social Truth Social que ligou pessoalmente à mãe de Ulbricht para lhe dar a notícia, acrescentando que os responsáveis pela condenação de Ulbricht foram os mesmos “lunáticos” que estiveram envolvidos na instrumentalização de instituições governamentais contra o próprio, referindo-se ao seu julgamento.

Ulbricht foi libertado esta terça-feira de um estabelecimento prisional no estado do Arizona, de acordo com a agência Reuters.

O que era a Silk Road?

De nome “Silk Road” (em português, “Rota da Seda”) – numa clara referência às rotas comerciais históricas – este site clandestino foi desenvolvido por Ulbricht no início de 2011 e manteve-se em funcionamento até outubro de 2013, altura em que foi encerrado pelo FBI. Na plataforma eram comercializadas várias drogas ilegais – distribuídas a mais de 100 mil compradores – bem como passaportes falsos e equipamento de pirataria informática. Durante o julgamento, Ulbricht reconheceu ter criado o Silk Road, que, segundo o seu advogado, tinha por objetivo ser um “mercado livre”.

Ulbricht foi acusado pela justiça norte-americana por conspiração para tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e de utilizar um sistema de pagamento baseado em Bitcoin para facilitar a atividade ilegal no site, tendo lucrado mais de 13 milhões de dólares – 10,11 milhões de euros – em comissões. A Silk Road foi ainda associada à morte por overdose de seis pessoas, entre elas um antigo funcionário da Microsoft. “Ulbricht era um traficante de droga e um criminoso que explorava os vícios das pessoas e contribuiu para a morte de, pelo menos, seis jovens”, defendeu Preet Bharara, procurador de Nova Iorque, na altura da sua detenção.

As esculturas luminosas do artista Park, dispostas logo à entrada e numa das duas salas, ajudam a explicar o nome de um dos mais recentes restaurantes na Rua do Bonjardim, no Porto. Luffa é um fruto, idêntico a um pepino, que depois de seco se transforma numa esponja vegetal. Tudo tem que ver, afinal, com o local onde nos encontramos: o rés do chão do Saboaria Boutique Hotel, que foi outrora uma fábrica de sabão.

A bartender Rita Maria e os chefes de cozinha Francisca Passos e João Ribeiro, a equipa à frente do Luffa

O restaurante é um projeto de João Ribeiro (pasteleiro e dono do Goela, na Boavista), que desafiou Francisca Passos – passou pelo The Yeatman (Vila Nova de Gaia), pela Taberna do Mercado, pela Casa Fofò e pelo Portland (Londres) e pelo Pigmeu (Lisboa) – para aliar “uma cozinha de conforto à técnica e à comida internacional”.

Em setembro, o Luffa começou por servir pequenos-almoços (€25) e almoços (€18, menu) e só depois vieram os jantares à carta, em que é visível a criatividade e as diferentes influências da dupla, à qual se juntou a bartender Rita Maria (ex-Fauno, Porto) responsável pela seleção de vinhos, a maioria naturais, e pelos cocktails de autor, preparados de acordo com a estação – provámos um delicioso Pum’kin up (€9) com abóbora, especiarias e rum.

Dourada servida com mandioca frita e nabiças

“O nosso ponto de encontro são os ingredientes portugueses, sazonais e de pequenos produtores”, sublinha João. “Elevar a comida portuguesa com ingredientes sazonais” é um dos objetivos, sublinha Francisca. E isso nota-se tanto na sua versão de sapateira cujo recheio é servido com aipo assado e pickles (€13), como nos raviolis caseiros feitos de massa fresca, que surgem a boiar num saboroso caldo de grão-de-bico e couve a lembrar um cozido (€14), no arroz caldoso de cogumelos e alho negro (€16) ou na dourada servida com mandioca frita e nabiças (€20). À sobremesa, prove-se a baked Alasca ou a rabanada quentinha que contrasta com gelado de maçã assada e caramelo com especiarias. Uma lufada de criatividade, pois.

Rabanada com gelado de maçã assada e caramelo com especiarias

ALMOÇOS DE DOMINGO: Uma vez por mês, o restaurante convida um chefe para cozinhar em formato pop-up: Tânia Durão (26 jan) e Liliana Guimarães (16 fev) serão os próximos

Luffa > R. do Bonjardim, 574, Porto > T. 93 227 5060 > seg-qua 7h-10h30, 12h-15h; qui-dom 7h-23h

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Não há dias cinzentos e chuvosos que demovam os clientes da Giola Gelato de pedir cones e copos de gelados como se fosse uma tarde de verão. A geladaria, um projeto de Luís Matoso e Maria Alvarez García, faz parte do rol de novidades gastronómicas da Praça das Flores, que ciclicamente se vai renovando no que a restaurantes, bares e comércio diz respeito.

Na Giola, entre os 24 sabores à disposição, está o de morango com hortelã, sabor assinatura da casa, chocolate extra dark, uma alternativa vegan, os clássicos stracciatella, nata com ginja e um saborosíssimo pistácio. Greta Lupano, gerente e responsável pelo fabrico destas delícias artesanais, destaca ainda o sabor a canela “que os portugueses adoram” – “mas a oferta tenta agradar ao maior número de pessoas possível”, diz.

Na porta ao lado, a ucraniana Alona Babko, 32 anos, está a terminar os preparativos para a primeira exibição cinematográfica no Sino Bar. “É uma noite diferente, vamos projetar a curta-metragem documental It’s Just My Happy Place, de Liubava Petriv, realizadora ucraniana que está hoje aqui connosco”, conta-nos, sorridente.

Alona veio para Lisboa para fugir da guerra no seu país e imaginou o Sino como “um lugar onde se dá a conhecer a Ucrânia”: “Tem alma ucraniana, mas de uma forma leve e descontraída. Não somos só a guerra atual, somos muito mais do que isso, História, cultura, artistas…”

O Sino Bar de Alona Babko tem alma ucraniana

Sino em ucraniano significa feno, e a palhinha que forra os tetos da casa faz alusão a esse material; o chão é em azulejo português, cruzando as tradições portuguesas e ucranianas. Quando descobriu o espaço, encontrou-o sem luz nem água e com obras por fazer, mas no local certo. “Os meus amigos trouxeram-me à Praça das Flores para beber um copo e eu gostei logo do sítio, faz-me lembrar uma zona hipster que também temos em Kiev, fez-me sentir em casa.”

Ao balcão do rés do chão ou no primeiro andar, serve, em shots ou cocktails, uma bebida tradicional feita com vodka e aromatizada com fruta. Pode ser ananás, cereja ou outro fruto, e no dia em que visitámos o Sino até havia uma versão especial feita de amoras, gengibre e mel. Também há cerveja artesanal e algumas referências de vinhos naturais portugueses.

Cozinha do mundo

Nesta praça bebe-se, dentro e fora de portas, mas também se come com inspiração em várias partes do mundo. Na Cantina Flores, servem-se tacos e quesadillas, comida tipicamente mexicana de que as proprietárias, as irmãs norte-americanas Mickey e Mindie Spencer, sentiam falta em Lisboa. Na fachada está uma janela para o serviço de takeaway, para o caso de se querer levar essas iguarias para casa ou para os bancos de jardim, ali mesmo ao lado.

A cozinha francesa prova-se no Õ Bistro, na esquina da praça com a Rua Marcos Portugal. São duas portas: uma dá para o bar, a outra diretamente para este restaurante acolhedor, de espírito parisiense, ou não fossem os proprietários franceses.

“Somos um bistro e temos alguma coisa de brasserie”, diz-nos a subgerente Alicia Cochet, enquanto espreitamos o menu. Tábuas de charcutaria e queijos, rillete caseira de pato e pickles ou foie gras e brioche marmelo são algumas das sugestões que os clientes, portugueses e estrangeiros, têm provado e aprovado. Nesta altura do ano só servem jantares, mas lá para março passam a abrir aos almoços, como outros restaurantes da zona.

Boa vizinhança

Desde que o Cotovia abriu portas, em setembro, no número 46, a Praça das Flores nunca mais foi a mesma. Diz-nos Manuel Sant’Ana, um dos responsáveis, “que às sextas e sábados há enchente”: “Chegámos a ter 400 pessoas lá fora, estamos na berra.”

Manuel regressou a Portugal há cerca de dois anos, depois de uma passagem por Inglaterra para aprender e aperfeiçoar a profissão de bartender. A ideia de ter um bar vem desde muito jovem, e agora imaginou o pequeno Cotovia como um bar clássico de cocktails de assinatura, com carta curta e sazonal, e convidou para sócios os amigos Tiago Costa e Miguel Oliveira. O sucesso foi imediato. “A Praça da Flores estava na moda para os estrangeiros, faltava alguma coisa para os lisboetas que ainda não tinham descoberto a zona.”

Manuel Sant’Ana do Cotovia Cocktail Bar

A carta tem cinco cocktails de autor e um cocktail do mês, e muda quatro vezes por ano. Há, ainda, cerveja e vinho. Na próxima semana estreia-se uma carta nova com sugestões mais quentes e intensas batizadas com os nomes de alguns vizinhos, em jeito de homenagem: Generosa, Maria, Bento, António e Elvira vão poder beber-se ali – sentados, se for durante a semana quando há serviço de mesa, ou na praça, com as enchentes das sextas e dos sábados.

Quase sempre cheio até à porta, o Black Sheep tem agora um espaço maior no número 63, onde funcionava a Cerveteca. “São dois bares de vinhos completamente diferentes, mantemos o primeiro a funcionar, no número 62, mas este é a concretização do que sempre quisemos fazer no Black Sheep, mas não conseguimos por falta de espaço”, explica Bruna Aguiar.

A versão 2.0 do Black Sheep

Além das várias referências de vinho servido a copo ou garrafa, houve espaço para acrescentar champanhes e xerez, duas paixões de Bruna, que com o marido, Lucas Ferreira, dinamiza esta extensão do Black Sheep com uma série de iniciativas ligadas ao mundo dos vinhos: “Temos música, lançamentos de vinhos, conversas com produtores nacionais e estrangeiros, provas, mercados…”

A primeira garrafeira não alcoólica de Lisboa, um projeto do alemão Jeremias Look, está a curta distância. A The Other Bottle começou com a venda online, distribuição para restaurantes de alta gastronomia e hotéis de cinco estrelas, até abrir ao público em outubro e pôr à disposição e à prova as cerca de 150 referências do seu portefólio de bebidas.

Há vinhos e espumantes, bebidas espirituosas, cervejas artesanais, cidras, de diversas proveniências e para todos os gostos. “As bebidas sem álcool são uma alternativa interessante e saborosa com qualidade, grande parte é artesanal.

O mercado está em crescimento e há cada vez mais gente a optar por elas”, explica Jeremias. A The Other Bottle vai tendo iniciativas para apresentar estas bebidas, que podem conhecer-se visitando as suas redes sociais. Ou, melhor ainda, ir passando frequentemente pela bonita Praça das Flores, onde há sempre muito a acontecer, em qualquer dia do ano.

Porta a porta

Novos pontos de paragem para explorar na vibrante Praça das Flores

Giola Gelato >  Pç. das Flores, 5, Lisboa > seg-qui 16h-24h, sex-dom 12h-24h

Sino Bar > Pç. das Flores, 6, Lisboa > seg-dom 19h-1h

Cotovia Cocktail Bar > Pç. das Flores, 46, Lisboa > ter-sáb 18h-2h

Cantina Flores > Pç. das Flores, 59, Lisboa > seg-qui 17h-24h, sex-dom 12h-24h

Black Sheep > Pç. das Flores, 62-63, Lisboa > T. 93 894 6752 > qua-qui 19h-24h, sex-sáb 19h-1h

​Õ Bistro > R. Marcos Portugal, 1, Lisboa > qua-dom 19h-2h

The Other Bottle > R. Marcos Portugal, 18 B, Lisboa > ter-sáb 11h-20h

Ser youtuber, tiktoker, criador de conteúdos digitais ou fazer entrevistas para projetos pessoais e profissionais é agora mais simples, graças ao sistema de microfones de lapela da iS.

A qualidade do som captado diretamente pelos smartphones ou câmaras nem sempre é a melhor. Por isso, e para elevar o nível dos conteúdos, um bom microfone é indispensável. Afinal, além de uma boa imagem, o som de qualidade é essencial para captar a atenção do público e transmitir a mensagem de forma clara e envolvente. Por vezes, os microfones tradicionais com fios podem ser complicados de instalar e pouco práticos. Assim, com este conjunto da iServices, esses problemas desaparecem.

A caixa de transporte permite arrumar os microfones e os acessórios, assim como realizar o carregamento

Simples e prático

A simplicidade é a palavra de ordem: basta ligar o microfone e começar a gravar. Era difícil pedir uma utilização mais simples e prática para este sistema. Na caixa de transporte encontra-se um recetor, que liga através de um adaptador duplo USB-C (ou Lightning, no caso dos iPhone mais antigos), e dois transmissores (microfones de lapela) que podem ser fixados à roupa com uma espécie de mola ajustável. Depois, basta ligar cada aparelho.

O recetor possui um visor que indica quando está a receber sinal, garantindo que tudo está a funcionar corretamente. A partir daí, é tão simples como abrir a aplicação da câmara no smartphone e começar a gravar o vídeo. Estes aparelhos garantem ainda um bom alcance (cerca de 100 metros), eliminando preocupações com a distância entre o recetor e os microfones.

Contudo, em alguns smartphones, o processo pode não ser tão simples. Isto deve-se ao facto de o smartphone nem sempre reconhecer automaticamente o microfone externo, o que faz com que o som continue a ser captado pelo microfone ‘interno’ do dispositivo. Para evitar este problema, após ligar o transmissor ao smartphone, é necessário aceder às definições de vídeo e selecionar a opção “microfone externo” (a nomenclatura pode variar dependendo da marca do telemóvel).

Gravar com qualidade

A qualidade do som captado é convincente e revela, como seria de esperar, uma grande diferença em relação ao som gravado diretamente com um smartphone. O som é limpo e nítido, melhorando significativamente a qualidade das gravações de vídeo. Mesmo ao reproduzir os vídeos com o volume elevado, não se verifica qualquer distorção.

A iServices inclui no conjunto dois corta-ventos para os microfones, que são discretos e fáceis de instalar no transmissor. Basta encaixá-los, e um clique audível confirma a fixação correta.

Em termos de eficácia, os resultados impressionam: em testes realizados em condições de vento intenso, praticamente não se registou qualquer ruído. O kit de transporte é robusto e bem concebido. Inclui uma bolsa, e no seu interior encontra-se uma caixa onde os componentes podem ser guardados e carregados, graças a dois pinos magnéticos. O carregamento, realizado através de USB-C, demora cerca de 90 minutos para restabelecer a autonomia total.

O preço é equilibrado, considerando dois aspetos principais: a qualidade da captação e a facilidade de utilização do produto. Não é necessária qualquer instalação ou aplicação adicional, o que torna a experiência simples e intuitiva. Esta é uma solução prática e eficiente para quem deseja melhorar a qualidade das gravações sem complicações.

Tome Nota
Microfones Wireless iServices – €99,95
Site: iservices.pt

Construção Satisfatório
Design Bom
Som Muito Bom
Utilização Muito bom

Características: Material: Plástico ○ Conectividade: Wireless, USB-C, Lightning ○ Transmissão: 2.4G ○ Distância de transmissão: cerca de 100 metros ○ Microfone: -30db:3db ○ Frequências: 20Hz-20Khz ○ Autonomia: 7h ○ Tempo de carregamento: 60-90 min

 

Desempenho: 4
Características: 4
Qualidade/preço: 4

Global: 4