Os projetores estão na moda – algo que se nota pelo número de novos modelos que têm sido lançados. E é fácil perceber porquê: estão a melhorar muito na qualidade de imagem e prometem tamanhos de ecrã gigantes quando comparados com os televisores. Além disso, são práticos – ocupam menos espaço e até podem ser transportados com maior facilidade. Decidimos transformar o nosso teste num FAQ (perguntas e respostas), para que perceba o ‘fenómeno’ e também este modelo específico, o Samsung The Premiere 9.
O que é o The Premiere?
É a linha de projetores premium da Samsung. Mas não daqueles antigos como usávamos na escola. É uma versão muito mais moderna, muito melhor em todos os sentidos. A ideia, no entanto, é a mesma: um pequeno aparelho que projeta uma imagem de grande tamanho numa superfície plana.
Moderno em que sentido?
A tecnologia de imagem dos projetores melhorou substancialmente. No caso deste modelo da Samsung é utilizada a tecnologia laser (que por si só já é sinónimo de maior definição de imagem), mas a triplicar: existe um laser para cada cor primária (vermelho, azul, verde). A tecnologia laser além de garantir uma maior nitidez visual, neste caso de laser triplo, garante também uma melhor reprodução de cores e níveis de luminosidade superiores.
E quão grande é o projetor?
Vamos dizer… grandito. Não é gigante, mas não é pequeno. Vai seguramente precisar de alguma força de braços para conseguir transportar em segurança o Samsung The Premiere 9 de um lado para o outro (pesa 11 kg). Mas este acaba por ser um ponto positivo – é mais fácil transportar este projetor do que um televisor. Ou seja, pode montar facilmente um cinema em qualquer divisão da casa desde que tenha parede suficiente para isso.

Como assim parede suficiente?
Apesar de este ser um projetor de ultra curta projeção (basicamente, basta estar a 11 centímetros da parede para criar uma projeção gigante), este modelo da Samsung foi criado especificamente para grandes projeções. O intervalo de projeção é entre as 100 polegadas e as 130 polegadas (entre 2,5 metros e 3,3 metros de diagonal). É um modelo topo de gama, criado para proporcionar, de facto, uma experiência próxima ao do cinema (e aí o tamanho importa). No entanto, caso queira a qualidade de imagem, mas não um tamanho tããão grande, é possível ajustar em percentagem o tamanho do ecrã (por exemplo, definir para 100 polegadas, mas depois ‘encolher’ em 20% o tamanho, para ficar com 80 polegadas).
Uau, um ecrã de 130 polegadas…
Exato! E a experiência é mesmo de encher o olho. E aqui podemos entrar mais em detalhe sobre a questão da qualidade de imagem. Há dois claros destaques neste Samsung The Premiere 9: as cores e o brilho. A saturação das cores, para aquilo que é habitual nos projetores, é muito boa. Conseguimos imagens muito vivas, o que tende a tornar alguns conteúdos (como desenhos animados, filmes de ficção científica e videojogos) mais apelativos. E se o conteúdo tiver um alto contraste dinâmico (HDR), melhor. E não exageramos quando dizemos que a experiência está de facto próxima daquela que conseguimos num cinema. É que o brilho, tipicamente um fator que deixa a desejar, aqui existe em quantidades abundantes. Mas o brilho garante mais – garante também uma melhor gradação das cores, e, no contexto dos projetores, melhor gradação dos tons escuros, ajudando a dar mais definição e textura às imagens. O único senão é que elementos demasiado brilhantes podem parecer, por vezes, sobreexpostos.
E qual a resolução?
A resolução deste The Premiere 9 é muito boa. A projeção final em Ultra HD garante definição a todos os conteúdos, mas é a mistura entre resolução e projeção a laser (que dá um recorte mais aprimorado aos elementos) que torna tudo mais apelativo. Isto para dizer que apesar do tamanho grande da projeção (tipicamente, o aumento de tamanho ‘dilui’ a nitidez), nunca sentimos que há uma perda significativa da qualidade de imagem. Além da resolução, outro elemento que nos encheu o olho foi a excelente fluidez de imagem. Apesar de não suportar taxas de atualização acima dos 60 Hz, vimos uma fluidez visual que está ao nível do que encontramos em televisores.
Como funciona o ajuste da imagem?
Uma questão muito importante. Não existe um sistema automático de correção do posicionamento da imagem. O que nos parece impensável neste nível de preço (até projetores mais baratos incluem um sistema de ajuste automático). As opções para o ajuste da imagem são mexer fisicamente o projetor até ao ponto certo, sendo possível fazer ajustes extra graças a dois suportes de rosca que existem na base do equipamento. Já do lado do software, existe uma opção chamada Keystone, que nos permite, de forma mais precisa, ajustar a posição da projeção às nossas necessidades. Mas qualquer pequeno toque que o projetor sofra (como durante a limpeza do pó ou um gato aventureiro que tenha lá por casa) vai obrigar a outro processo de ajuste manual e que demora sempre alguns minutos.

É o único problema?
Já lhe dissemos que este projetor cria um ecrã de 130 polegadas em sua casa? Se nem este fator o faz esquecer os pontos fracos associados a esta tecnologia, enumerá-mo-los na mesma. Um elemento no qual este Samsung The Premiere 9 não convence tanto é nos contrastes, com as cores mais escuras a apresentarem uma tonalidade acinzentada. E só conseguirá espremer o melhor da qualidade de imagem deste monitor num ambiente devidamente escurecido. Experimentámos, por exemplo, usar o projetor durante o dia, numa sala sem estores, e a imagem fica ‘deslavada’, com cores muito pálidas. Portanto, há condicionantes para conseguir a melhor qualidade de imagem.
Pode substituir um televisor?
A resposta é um claro não, exceto se apenas ligar o televisor em casa, no escuro, para ver conteúdos específicos. Aliás, se as tecnologias de projeção fossem tão boas quanto os televisores em diferentes contextos de utilização, suspeitamos que essa seria a escolha preferencial dos utilizadores, pela versatilidade de utilização e pelo tamanho extra que garantem.
Há algo mais que deva saber?
Sim. Um dos grandes pontos positivos deste Samsung The Premiere 9 é a integração de um sistema de som. É por isso um cinema ‘tudo-em-um’. E garantimos que a experiência sonora não sendo equivalente à de sistemas dedicados (como um home cinema), surpreendeu muito positivamente. Dá-nos volume, dá-nos alguma capacidade de reprodução de graves, essencial para os impactos fortes dos efeitos sonoros dos filmes, e, talvez mais importante, dá-nos amplitude sonora. O som é projetado de forma a envolver-nos, o que contribui de forma positiva para a experiência cinematográfica.

E como posso ver filmes neste projetor?
É literalmente à escolha do freguês. O projetor tem um sistema operativo próprio (Tizen OS), através do qual temos acesso às principais aplicações de streaming de vídeo e de música: Netflix, Amazon Prime, Max, Disney+, RTP Play, YouTube, Spotify… Além disso, existem três ligações HDMI na traseira do projetor, que permitem ligar leitores multimédia, consolas de videojogos ou até mesmo um computador. Aliás, sentimos que é na parte do software que a Samsung puxa dos galões e se destaca da concorrência. É possível controlar outros equipamentos ligados à internet através da plataforma Smart Things, há opções próprias para a ligações a computadores Windows e Mac, e até uma outra para ligar facilmente smartphones Samsung ao equipamento.
Até dá vontade de comprar um!
Ainda para mais sabendo que há outros elementos bem feitos. O comando, pequeno, prático e com carregamento solar (ou por USB), só peca por ser branco (dispositivos que andam muito pelas mãos não deviam ser brancos…). Há um assistente digital, o Bixby, disponível para fazer pesquisas por voz (ainda que só fale em português do Brasil e que não seja tão completo nas funcionalidades como o Assistente Google). Permite-nos ter dois conteúdos a serem projetados em simultâneo (ideal para as grandes competições desportivas). Tem uma galeria recheada de imagens e ambientes dinâmicos que pode usar para ‘embelezar’ a casa quando não está a ver filmes ou séries. E promete uma vida útil de 20 mil horas (o que a uma média de seis horas de reprodução por semana, equivale a sensivelmente 60 anos de utilização). Mas…
Mas…?
O preço. Este foi o projetor que nos deu, até ao momento, a melhor experiência cinematográfica chave na mão, entre qualidade de imagem, tamanho de imagem e qualidade sonora. Mas o preço além de só estar ao alcance de alguns consumidores, não é totalmente justificado. Já falamos da ausência do sistema de ajuste automático de imagem, mas também podemos referir a qualidade de construção desinspirada para este valor (que tal apostar em materiais como tecido, metal ou até mesmo madeira?). Em cima disto, testámos recentemente duas propostas da Hisense (com destaque para o PX3 Pro), cuja qualidade de imagem é também muito convincente e custa quase três vezes menos. Portanto, este Samsung The Premiere 9 acaba sempre por ser penalizado pela relação qualidade/preço mais fraca relativamente a outros rivais.
Tome Nota
Samsung The Premiere LPU9 | €7999
samsung.com/pt
Imagem Muito Bom
Som Muito Bom
Conectividade Muito bom
Software Excelente
Características Características Tamanho projeção: 100 – 130 polegadas • Resolução: 3840×2160 • HDR10+, HLG, Dolby Vision • Contraste: 1500:1 • Cores: 1,07 mil milhões • Brilho: 3450 lúmen • Vida útil anunciada da fonte de luz: 20.000 horas • Áudio: 2.2.2 canais (40 W), Dolby Atmos, OTS • 3x HDMI 2.0, 1x USB-A, áudio digital • LAN, Wi-Fi, Bluetooth 5.3 • Sistema operativo: TizenOS • 550×141,3×384,1 mm • 11,6 kg