A água que a chuva permitiu armazenar nas barragens do Algarve são suficientes para “quase três anos de consumo” da região, segundo o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, e ainda sem ter em conta a passagem esta semana da depressão Martinho.

“Esta situação permite-nos trabalhar com alguma tranquilidade na execução dos projetos em curso para dar maior resiliência à região”, disse Pimenta Machado à agência Lusa, referindo-se à construção da central de dessalinização no concelho de Albufeira, à obra de captação de água no Pomarão, no concelho de Mértola, no Alentejo, e à construção de uma conduta até à albufeira de Odeleite, no concelho de Castro Marim, no Algarve. Quanto ao Barlavento (oeste) algarvio, está a ser estudada uma ligação, via Santa Clara, no Alentejo, “para dar uma maior resiliência” a esse lado do Algarve. Outros projetos em curso incluem o estudo da eventual construção da barragem de Alportel ou do projeto para a nova barragem de Foupana.

Produção de energia eólica no país atinge novo máximo histórico na quarta-feira

A produção de energia eólica, por seu lado, atingiu novos máximos históricos na quarta-feira.

Segundo a REN – Redes Energéticas Nacionais, na quarta-feira, “a produção total diária atingiu os 112,4 GWh, batendo os 110,3 GWh registados a 24 de novembro de 2024”. Em comunicado, o organismo acrescenta que “a depressão Martinho permitiu ainda uma nova potência eólica máxima de 5.080 MW, às 12:15, ultrapassando os 5.034 MW obtidos às 13:45 de 29 de fevereiro de 2024”.

A produção eólica registada na quarta-feira abasteceu 56% do consumo de eletricidade que se verificou no País.

O Povo saiu à rua. Mesmo que por cá a ressonância desse facto seja ainda insuficiente, a verdade é que saiu. E saiu em força, um pouco por toda a Europa que é também a nossa casa. Ao longo do fim de semana passado ocorreram manifestações populares de grande magnitude em países como a Itália, a Hungria, a Roménia ou a Sérvia. Em plena década de 20 deste século XXI, que se imaginava de progressos e liberdades, constatamos que os cidadãos europeus começam a sentir-se desorientados, à procura de respostas e, novamente, com uma necessidade muito vincada de se fazerem ouvir em conjunto. Enquanto estas manifestações decorriam, múltiplas imagens que espelhavam a magnitude do que estava a acontecer foram sendo partilhadas. Eram retratos de cidadãos unidos na sua diversidade, clamando pela unidade e pela liberdade da União Europeia (UE).

Na Piazza del Popolo (Praça do Povo), em Roma, o slogan era particularmente elucidativo dos tempos conturbados em que vivemos: “Aqui fazemos a Europa, ou morremos”. De Itália vi a imagem mais marcante de todas. Enquanto a grande manifestação decorria, uma criança, na sua absoluta serenidade, brincava alegremente em cima de uma gigante bandeira da União Europeia. Feliz. Alheada da gravidade dos motivos pelos quais os adultos ali se haviam concentrado. Imediatamente fui remetido para a década de 50 e para a beleza das imagens do “Ballon Rouge” (Balão Vermelho) de Albert Lamorisse. Um filme que conta a história de Pascal, um menino solitário que encontrou um balão vermelho a caminho da escola em Paris. Após algum tempo juntos, o balão ganhou vida própria e ambos se tornam companheiros inseparáveis. Mas, a amizade entre os dois rapidamente despertou invejas e Pascal, por causa do seu amigo voador, começou a ser impedido de entrar no elétrico, a ser castigado na escola e, finalmente, a ser perseguido por um grupo de jovens mais velhos que conseguem destruir-lhe o balão. Pascal fica devastado, mas, num momento de pura magia, todos os balões da cidade se unem e elevam o menino pelos céus de Paris, como que o salvando para um lugar melhor.

Lamorisse, nesta história intemporal, brinda-nos com a lição de como a alegria e a liberdade podem despertar hostilidade e a crueldade. Do mesmo modo, ensina-nos que se nos virmos numa situação em que nos tiram a capacidade de sonhar, nada melhor do que a união entre todos para voltarmos a afirmar de novo os nossos valores e a nossa esperança coletiva. A Europa é, e deve continuar a ser, um espaço livre. E isso incomoda os extremismos. Ao ver a fotografia daquele menino a brincar sobre a bandeira da União Europeia, lembrei-me de Pascal com o seu balão vermelho a passear alegremente pelas ruas de Paris. E ao ver tantas manifestações a decorrerem em simultâneo, levadas a cabo sob o signo da liberdade e da tolerância, lembrei-me de como cada pessoa ali presente representava um dos balões que se uniu em torno daquele menino, para o defender e lhe proporcionar algo melhor. É esse o propósito quando o Povo sente a necessidade de se manifestar.

Em plena década de 20 deste século XXI, que se imaginava de progressos e liberdades, constatamos que os cidadãos europeus começam a sentir-se desorientados, à procura de respostas e, novamente, com uma necessidade muito vincada de se fazerem ouvir em conjunto

Há algumas semanas assinei aqui um artigo de opinião intitulado Lições húngaras. Aí anunciei a grande manifestação de juízes que iria ter lugar no dia 22 de fevereiro, em defesa da independência judicial e dos direitos fundamentais dos cidadãos. Pois bem, a manifestação não só teve lugar como foi um retumbante sucesso em termos de participação e adesão. Todavia, o pior estava para vir. No passado dia 15 de março, dezenas de milhares de pessoas, de bandeira nacional em punho, manifestaram-se em Budapeste contra erosão do Estado de Direito naquele país. No mesmo dia, Orban proferiu um violento discurso em que se comprometeu a tomar medidas contra juízes, jornalistas, ativistas políticos e ONG, a quem chamou de “bugs” (bichos ou insetos) que “já sobreviveram por tempo demais” e prometeu efetuar uma “grande limpeza de Páscoa”.

Chegou rapidamente a confirmação do que então dizia naquele artigo: quando os regimes autocráticos lançam as suas bases, o caminho imediato é o de enfraquecer os direitos e liberdades fundamentais e atacar a independência do poder judicial. Numa estratégia totalitária, os “bichos” mais inconvenientes são sempre os jornalistas livres, os juízes independentes e as mentes pensantes, sobretudo as que se batem por causas. Não surpreende por isso que, num relatório deste mês, a “Liberties” (União Europeia para as Liberdades Civis, uma organização de vigilância para a proteção dos direitos humanos na UE), tenha concluído que estamos a assistir a uma deterioração do Estado de Direito no seio da União, com uma progressiva regressão dos direitos civis e com novos desafios a serem colocados aos sistemas judiciais, à liberdade de imprensa e aos sistemas de controlo democráticos. O relatório aponta ainda para várias deficiências sistémicas em vários Estados-membros, categorizando-os em grupos como os “estagnadores” (em que não se verifica qualquer progresso, tal como a Grécia, a Irlanda, Malta, Países Baixos ou Espanha), os “sliders” (correspondentes a democracias fortes mas em queda, designadamente a Bélgica, a França, a Alemanha e a Suécia), ou os “desmanteladores” (onde o Estado de Direito é minado intencionalmente, como a Itália, a Croácia, a Roménia, a Eslováquia ou, o caso mais grave, a Hungria). Ali se alerta também para o impacto da ascensão da extrema-direita e das tensões geopolíticas, defendendo ações mais firmes da Comissão Europeia para proteger a democracia no espaço da UE.

Conscientes do que nos rodeia pela Europa fora, importa que nos questionemos permanentemente sobre que futuro pretendemos reservar para todas as crianças que impavidamente brincam com os seus balões. Teremos o discernimento para reagir ou será que continuamos a achar que não é nada connosco?

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

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Os programas de comentário sobre o mundo da fama não falam de outra coisa há uma semana. De repente, o apelido Santana Lopes saltou para a ribalta nas redes sociais e em sites, revistas e rubricas de televisão não por causa de uma qualquer questão política ou autárquica, mas por ter sido desvendado um caso de polícia no mundo das celebridades nacionais. Em causa está a acusação de que Manuel Santana Lopes, um dos cinco filhos de Paulo e sobrinho de Pedro, antigo líder do PSD, ex-primeiro-ministro e atual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, teria desviado cerca de 300 mil euros à apresentadora Carolina Patrocínio e ao ator Tiago Teotónio Pereira, de quem era agente, na condição de chefe de operações da agência de comunicação Notable, conhecida por representar diversas personalidades do mundo artístico e televisivo em Portugal, como Cristina Ferreira, João Baião, João Manzarra, Rita Pereira, Pedro Teixeira e Carolina Loureiro.

Falso email

O caso conta-se rapidamente. O agente dos famosos terá criado um email falso em nome de Gonçalo Uva, marido de Carolina Patrocínio, direcionando dessa maneira alguns pagamentos das marcas que eram devidos à apresentadora e a Tiago Teotónio Pereira (cunhado de Gonçalo e Carolina) diretamente para a sua conta bancária pessoal. Os desvios terão durado alguns anos, mas só recentemente a famosa que é uma das caras conhecidas da SIC descobriu a fraude, com a ajuda dos seus contabilistas, que identificaram discrepâncias entre a faturação e os montantes recebidos em 2024.

Mal foi conhecida a notícia, na última quinta-feira, 13, dispararam as reações. A agência Notable, da qual é sócia maioritária Inês Mendes da Silva (que surge na foto ao lado de Manuel Santana Lopes), apressou-se a tentar reparar os danos reputacionais, anunciando em comunicado que o seu funcionário tinha assumido a responsabilidade dos desvios e que abandonara, de imediato, a empresa. Além disso, fez saber da intenção de ressarcir os seus dois agenciados pelos montantes roubados, o que não deverá livrar, ainda assim, Manuel Santana Lopes de vir a responder perante a Justiça, seja por iniciativa dos lesados, seja por queixa da empresa para a qual trabalhava.

Além do alvoroço mediático, o caso causou o pânico nalguns dos restantes clientes e amigos de Santana Lopes, que, ao longo dos últimos oito anos, foi cimentando uma grande rede de contactos no mundo social e das celebridades. Formado em Comunicação Social, Manuel entrou para a agência Notable em 2017. Reconhecido pela sua competência, pela sua discrição e pela sua capacidade de trabalho, foi angariando clientes e fazendo amizades. Com Tiago Teotónio Pereira, um dos lesados, os laços eram de tal ordem que acabou por ser um dos padrinhos de casamento do ator com Rita Patrocínio, irmã de Carolina, a outra lesada. Além do respeito entre os famosos, ganhou também a confiança de Inês Mendes da Silva, a ponto de esta o convidar para associate partner & chief of operations, funções que desempenhou nos últimos três anos, tantos quantos, alegadamente, duraram as burlas.

Família mediática

Manuel é um dos quatro filhos de Paulo Santana Lopes que, por sua vez, é um dos cinco irmãos de Pedro Santana Lopes, uma das personalidades mais conhecidas da política nacional e, em tempos, figura de proa do jet set português, nomeadamente no período em que viveu com Cinha Jardim. Muito mais discreto do que o irmão, Paulo acabou por saltar, também, para a ribalta noticiosa em 2016 por ser um dos envolvidos no processo Rota do Atlântico, ao lado do ex-empresário de futebol José Veiga, no qual existem suspeitas de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influências, participação económica em negócio na compra e venda de ações de uma instituição financeira e fraude fiscal.

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O planeta Terra não tinha vida há quatro mil milhões de anos, mas era rico em atividade natural como ondas, fluxos acelerados e quedas de água que colocavam água em movimento em diversas direções e formatos. Uma nova experiência sugere que estas gotas de água podem ter ajudado a originar a ‘faísca’ necessária para dar início à construção dos chamados blocos essenciais ao desenvolvimento da vida.

O químico Richard Zare da Universidade de Stanford, nos EUA, teoriza que pequenas cargas elétricas se formaram em gotas de água e libertaram pequenas quantidades elétricas, o que terá sido suficiente para alimentar as reações que deram origem à vida como a conhecemos. Esta é uma das contribuições mais recentes para a discussão de como terá surgido exatamente a vida na Terra entre 3,5 e 4 mil milhões de anos atrás.

Um ponto chave na discussão sobre a origem da vida na Terra prende-se com o conhecimento de onde surgiram os químicos complexos que constituem as células vivas como os lípidos nas membranas, os nucleótidos nos genes ou os aminoácidos que constituem os elementos ‘trabalhadores’ das células. A maior parte da informação disponível sugere que não havia estas moléculas complexas disponíveis, mas sim os ingredientes ‘brutos’ que lhes dão origem, como carbono em várias combinações, hidrogénio, nitrogénio, oxigénio e fósforo. Para dar origem depois às moléculas complexas seria necessário uma fonte de energia, que Richard Zare sugere ter vindo de ‘micro-raios’ que se formaram espontaneamente entre gotas de água.

A equipa conduziu várias experiências e notou que, quando as gotas de água se movimentam, desenvolvem-se diferentes cargas elétricas. É um processo semelhante ao que origina, por exemplo, a formação de relâmpagos nas nuvens, mas a uma escala muito, muito mais pequena. A captação dos micro-raios, invisíveis ao olho nu, foi possível com recurso a câmaras de elevada velocidade em laboratório, explica o Space.com.

A nova experiência usou vapor de água colocado numa câmara com uma mistura de gases que replicavam o ambiente da Terra há dois mil milhões de anos e foram identificados pequenos raios a surgir com a movimentação das gotas de água. Estes resultados corroboram uma experiência realizada em 1952, na Universidade de Chicago, por Stanley Miller e Harold Urey. Na altura, esta teoria foi recebida com críticas porque os relâmpagos não acontecem com frequência suficiente para desencadear reações químicas em algo tão vasto como um oceano ou um grande corpo de água. A equipa de Zare sugere que o princípio é válido, mas que terá acontecido a uma escala menor.

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A passagem da depressão Martinho por Portugal deixou um rasto de destruição. Entre quedas de árvores, postes de eletricidade e até de uma torre de comunicações, foram registadas, pelo menos, 638 ocorrências até às 10 da manhã desta quinta-feira devido ao vento e chuva forte. Quase todos os distritos de Portugal estiveram sob aviso laranja durante a madrugada.

Pelas redes sociais multiplicam-se as partilhas de vídeos e fotografias dos estragos causados.

A baixa órbita terrestre está a tornar-se uma região cada vez mais populada e militarizada, com satélites chineses a alegadamente terem efetuado treinos de manobras de combate aéreo. A revelação foi feita pelo general Michael Guetlein, responsável pelas Operações Espaciais na Força Espacial dos EUA.

Foi durante uma conferência da especialidade, em Washington, EUA, que o militar afirmou que “com os nossos ativos comerciais, observámos cinco objetos diferentes no Espaço a fazerem manobras para dentro, fora e à volta de forma sincronizada e controlada. Isso é o que chamamos de ‘dogfighting’ [combate aéreo] no Espaço. Estão a praticar táticas, técnicas e procedimentos para o fazer em operações espaciais em órbita de um satélite para outro”, cita o Interesting Engineering.

O general detalhou que as operações aconteceram em 2024 e envolveram três satélites experimentais Shiyan-24C, bem como as naves experimentais Shijan-605 A e B.

As manobras evidenciam como diferentes nações e organizações estão a desenvolver as suas capacidades militares e de operação no Espaço. A Astroscale, do Japão, por exemplo, está a desenvolver um satélite capaz de acompanhar a velocidade de um pedaço de detrito espacial antes de apanhar o objeto, o equivalente a conseguir apanhar uma bala depois de ser disparada.

O responsável americano referiu outros exemplos, como o de 2019 quando a Rússia fez uma demonstração de operações envolvendo um satélite mais pequeno lançado a partir de um outro maior. Os militares dos EUA têm vindo a pedir que o país estabeleça superioridade no meio espacial: “Temos de mudar a forma como olhamos para o Espaço ou a diferença de capacidades pode inverter-se e não estar depois a nosso favor”, afirmou Guetlein.

Estas movimentações recentes, bem como os apelos da Força Espacial, vêm colocar em causa o tratado de paz no Espaço assinado em 1967 e que determina que o Espaço é um domínio pacífico para exploração e ciência.

Quando tens sede, abres a torneira e lá está ela: água limpinha, pronta a beber. Que bem que sabe, não é? Infelizmente, 4 em cada 10 pessoas no mundo não têm essa sorte.

Apenas 3% da água que existe na Terra é potável (boa para beber), e a maioria está congelada. Os restantes 97% são água salgada. É por esta razão que os cientistas têm vindo a desenvolver maneiras de encontrar (e tornar) a água potável. Eis algumas delas.

‘Semear’ nuvens

A técnica é lançar para o ar substâncias, como sais de prata, que conseguem fazer com que as gotículas de água das nuvens se juntem, formando gotas maiores que acabam por cair. Mas também se estão a realizar experiências para provocar chuva, mesmo quando não há nuvens no céu. Neste caso, a ideia é acelerar a condensação do vapor de água que existe na atmosfera até se formarem nuvens.

‘Colher’ nevoeiro

No Chile, Marrocos e África do Sul, esta técnica já se usa há mais de 100 anos e consiste na construção de grandes redes verticais. É aí que as gotículas do nevoeiro se acumulam e são recolhidas. Agora, usando materiais mais modernos e eficientes, conseguem-se «colher» maiores quantidades: mais de 20 litros por cada metro quadrado de rede.

Torre Warka Water

Warka Water, na Etiópia

Esta torre é portátil e consegue recolher água da atmosfera, em forma de chuva, orvalho ou nevoeiro. É capaz de apanhar e armazenar 100 litros de água por dia. Feita de bambu, ráfia e malha reciclada, a construção desta torre é fácil e barata, por isso, pode ser replicada e instalada em vários pontos do globo.

Retirar o sal à água do mar

Este processo chama-se dessalinização e é usado em muitos países. Em Portugal, só há uma central dessalinizadora, que fica na ilha de Porto Santo. Todos os dias, 5% dos habitantes do planeta são abastecidos com água potável graças a este método, contudo, os cientistas estão a tentar resolver alguns problemas: é que, além de gastar muita energia, este processo também polui muito.

Fonte: UN University


Este artigo foi originalmente publicado na VISÃO Júnior n.º 226

A Comissão Europeia (CE) não está a dar tréguas às gigantes tecnológicas. A instituição europeia anunciou a abertura de dois processos preliminares contra a Google e de um outro contra a Apple. No caso da primeira tecnológica, as acusações estão relacionadas com o serviço de pesquisa e com a loja de aplicações Play Store, com a empresa a ser acusada de favorecer os próprios produtos e serviços. Se confirmada a violação da lei, a multa pode passar os 32 mil milhões de euros. No caso da Apple, a CE pretende que empresa responsável pelo iPhone torne o sistema operativo iOS mais aberto para aparelhos de outras empresas, como relógios inteligentes, auscultadores e televisores.

A queixa contra a Google é o resultado de uma investigação que começou em março do ano passado e a gigante é acusada de favorecer os próprios serviços de compras, reserva de hotéis, transportes, financeiros e de resultados desportivos nos resultados de pesquisas. O regulador europeu considera que a Google dá “um tratamento de maior proeminência comparado com os outros”, recorrendo a formatos visuais melhorados e a mecanismos de filtros. Outra acusação prende-se com a loja Google Play, na qual não é dada a possibilidade aos programadores de publicitarem canais alternativos a ofertas mais baratas.

Teresa Ribera, responsável pela Concorrência na União Europeia, afirma que “os dois processos preliminares que abrimos agora visam assegurar que a Alphabet cumpre a legislação da União Europeia em dois serviços vastamente usados pelos negócios e consumidores na Europa, o Google Search e o Android”, cita o Engadget.

A decisão europeia também parece estar relacionada com a aplicação de tarifas por parte de Donald Trump que as justificou em fevereiro como resposta a “taxas de serviços digitais, multas, práticas e políticas”. A Comissão Europeia, na altura, defendeu que iria “responder rapidamente e decididamente para defender o direito e autonomia regulatória contra medidas injustificadas”.

A Alphabet, dona da Google, tem agora o direito de se defender para evitar as multas que podem passar os 32 mil milhões de euros (10% da faturação anual). No caso da Apple, o processo ainda não avançou para queixa e a empresa deve assegurar que garante uma maior compatibilidade para dispositivos de terceiros se ligarem aos iPhone, melhorando as notificações, velocidades de transferência de dados e o processo de emparelhamento. Por outro lado, deve ceder o acesso a documentação técnica para os criadores poderem desenvolver produtos para interagir com os iPhone e iPad.

A Inteligência Artificial (IA) tem vindo a transformar o panorama da medicina dentária, trazendo avanços tecnológicos que otimizam diagnósticos, planeamentos de tratamentos e a eficiência clínica. No contexto do Dia Mundial da Saúde Oral, é fundamental refletirmos sobre as oportunidades que a IA oferece, mas também sobre a necessidade de preservar a humanização dos cuidados de saúde.

A aplicação da IA na saúde oral já permite diagnósticos mais precisos através de algoritmos avançados de análise de imagens radiográficas, auxiliando na deteção precoce de cáries, doenças periodontais e até lesões potencialmente malignas. Além disso, ferramentas baseadas em IA otimizam a personalização dos planos de tratamento, prevendo riscos e sugerindo abordagens mais eficazes. A robotização e automação também já fazem parte de procedimentos odontológicos, como a realização de restaurações ou a confeção de próteses e alinhadores dentários personalizados.

Apesar destes benefícios inegáveis, é crucial manter a perspetiva de que a tecnologia deve ser uma aliada e não um substituto da relação médico-paciente. O contacto humano, a sensibilidade, a compreensão e compaixão são essenciais para proporcionar um atendimento de qualidade. Nenhuma máquina pode substituir a empatia transmitida por um profissional de saúde ao acolher um paciente ansioso, ao explicar um diagnóstico de forma cuidadosa ou ao compreender as particularidades emocionais que envolvem cada caso clínico.

Outro ponto fundamental a considerar é a abordagem integrativa e holística do paciente. A saúde oral não deve ser vista de forma isolada, mas sim como parte integrante da saúde geral do indivíduo. A boca reflete e influencia o estado físico, mental e emocional, e, por isso, é imprescindível que os profissionais de saúde oral avaliem os seus pacientes de forma abrangente. A IA pode ajudar a analisar padrões e a sugerir abordagens personalizadas, mas a tomada de decisão deve sempre considerar o contexto único de cada paciente.

Deste modo, à medida que avançamos para um futuro cada vez mais tecnológico, devemos equilibrar a inovação com a humanização, garantindo que os avanços da IA sejam utilizados como ferramentas que potencializam e não substituem o olhar atento e bom-senso dos profissionais de saúde. A tecnologia deve ser um meio para melhorar a qualidade dos cuidados, mas nunca um fator que desumanize a experiência do paciente.

No Dia Mundial da Saúde Oral, celebremos não apenas os progressos científicos, mas também o compromisso de oferecer cuidados que valorizem a pessoa como um todo, promovendo saúde, bem-estar e confiança para cada paciente.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Foi uma noite agitada em muitas zonas do país em consequência da Depressão martinho. Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), foram mais de 4200 as ocorrências registadas durante esta madrugada, entre as 0:00 e as 07:00. A maioria relaciona-se com a queda de árvores, mas também houve um número muito significativo de quedas de estruturas.

As células dedicadas às comunicações móveis são visíveis nesta foto

No concelho de Oeiras, freguesia de Porto Salvo, uma torre de comunicações caiu sobre uma casa. No local foi possível verificar que a torre ficou completamente destruída, mas os dados sobre a habitação parecem relativamente reduzidos, não tendo afetado a estrutura.

Imagem do Google Street View onde é visível a proximidade entre a torre de comunicações e a habitação que acabou atingida

Segundo dados disponíveis em Cellmapper.net, esta torre derrubada inclui várias células LTE (4G) e, considerando as imagens, também parece estar equipada com células 5G.