Um novo e grande estudo, desenvolvido por investigadores do Instituto Karolinska na Suécia e da Universidade Drexel, na Pensilvânia, EUA, concluiu que o uso do paracetamol durante a gravidez não está associado a um aumento do risco de autismo, Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) ou deficiência inteletual mais tarde, nas crianças.

Este estudo vem contrariar investigações e outros trabalhos que têm concluído que existe um risco acrescido de autismo, PHDA e deficiência inteletual em crianças expostas a este fármaco durante a gravidez.

Uma investigação publicada em 2017 na revista Pediatrics tinha chegado à conclusão de que o uso prolongado de paracetamol durante a gravidez estava associado ao dobro do risco de PHDA em crianças, apesar de as conclusões terem sido refutadas por especialistas.

Um ano depois, uma revisão de vários estudos que envolveu a Universidade de Harvard, entre outras instituições, publicada no Hormones and Behavior, tinha concluído que grávidas que tomavam paracetamol com frequência podiam estar a contribuir para o desenvolvimento de autismo e PHDA nos mais novos, e também para que as crianças tivessem um QI mais baixo.

Já em setembro de 2021, uma equipa internacional de investigadores publicou uma declaração de consenso na revista científica Nature Reviews Endocrinology em que alertou para os riscos do paracetamol no desenvolvimento do feto, tanto a nível neurológico como reprodutivo, incluindo também questões relacionadas com o trato urinário.

“Recomendamos que as mulheres grávidas sejam alertadas logo no início da gravidez a não usar paracetamol, a menos que o seu uso seja clinicamente indicado, a consultar um médico ou farmacêutico se não tiver a certeza se o uso é indicado ou se tiver de fazer um uso de longo prazo, e a minimizar a exposição usando a menor dose eficaz pelo menor tempo possível”, lê-se no documento

Contudo, muitos investigadores continuaram a defender as vantagens de as grávidas tomarem paracetamol, desde que o fizessem de forma controlada.

Para a realização do novo estudo, publicado na revista JAMA, a equipa analisou dados pré-natais de cerca de 2,5 milhões de crianças nascidas na Suécia, entre 1995 e 2019, examinando a exposição ao paracetamol em diferentes pares de irmãos – segundo a equipa, realizar uma análise a irmãos permite diminuir os potenciais erros de conclusão, criando falsas associações, já que há partilha de vários fatores tanto genéticos como ambientais.

Uma das conclusões da equipa foi que as mães que sofrem de problemas relacionados com o desenvolvimento neurológico têm maior probabilidade de tomar medicamentos como o paracetamol durante a gravidez. Ou seja, de acordo com os investigadores, esta ligação pode levar a erros de conclusão, fazendo parecer que as crianças expostas ao paracetamol durante esse período têm mais probabilidade de desenvolver este tipo de problemas, quando, na verdade, o risco acrescido deve-se à genética.

Comentando a existência de ligações entre o uso deste fármaco e o desenvolvimento de certos problemas nas crianças em estudos anteriores, os autores dizem que essas associações “podem ter sido atribuídas a fatores de confusão”.

“As caraterísticas sociodemográficas e de saúde de várias mães explicam pelo menos parte da associação aparente”, escreve a equipa, que descobriu que a exposição ao paracetamol foi mais comum entre as crianças nascidas de mães com uma classe socioeconómica mais baixa e com um índice de massa corporal (IMC) mais elevado no início da gravidez, mas também entre aquelas que fumavam e que tinham diagnósticos de perturbações psiquiátricas ou problemas de desenvolvimento neurológico.

Aspirina também não está associada a maior risco de problemas

A equipa também não encontrou, nesta análise, ligação entre o uso de analgésicos como a aspirina e um risco acrescido de perturbações relacionadas com o desenvolvimento neurológico.

Pelo contrário, apesar de ainda ser necessária mais investigação, a utilização da aspirina foi associada a uma diminuição do risco de distúrbios deste tipo.

O paracetamol é frequentemente considerado seguro para uso durante a gravidez, especialmente em doses recomendadas. Contudo, “os medicamentos” que forem tomados durante este período “têm de ser indicados pelo médico, para prevenir a toma de medicação que possa ser prejudicial para a mãe e para o bebé”, lê-se no site do SNS24.

Em comunicado divulgado após o final da reunião do Conselho de Ministros, o Governo revela que “aprovou a atualização do Programa de Estabilidade 2024-2028 para entrega à Assembleia da República no dia 15 de abril”.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, especificou, em conferência de imprensa, que após diálogo com as instituições da União Europeia, o cenário e o conteúdo do Programa de Estabilidade baseiam-se “em políticas invariantes, não refletindo por isso as opções e medidas discricionárias” previstas no Programa de Governo, entregue hoje no parlamento.

Com a versão simplificada do documento e o cenário de políticas invariantes (ou seja, que toma em conta as medidas já legisladas e previstas) fica de fora o impacto orçamental das medidas de política previstas pelo executivo.

O Governo deliberou ainda que a apresentação da proposta de lei das Grandes Opções será aprovada pelo Governo para envio à Assembleia da República no prazo de 90 dias, a contar desde a tomada de posse.

A Lei de Enquadramento Orçamental (LEO) prevê que “o Governo apresenta à Assembleia da República a atualização do Programa de Estabilidade, para os quatro anos seguintes, até ao dia 15 de abril”, que depois tem o prazo de 10 dias para a sua apreciação.

O ex-ministro das Finanças, Fernando Medina, disse em março que o seu executivo estava a trabalhar no Programa de Estabilidade para o deixar preparado para o próximo governo.

“Deixaremos todo o trabalho preparado para que esse trabalho seja entregue ao próximo Governo, para que o próximo Governo possa integrar as políticas que entenda no próximo Programa de Estabilidade, para entregar a Bruxelas”, afirmou em declarações aos jornalistas, em Bruxelas.

AAT (ANE) // EA

“Basta ler o programa da Aliança Democrática [coligação PSD, CDS-PP e PPM] para perceber o que aí vem. A política que o Governo quer levar adiante, que é em tudo sustentada quer pelo Chega, quer pela IL, não vai resolver nenhum dos problemas, pelo contrário vai agravá-los e acentuá-los”, considerou Paulo Raimundo.

O dirigente comunista falava aos jornalistas à margem de uma manifestação de trabalhadores da EDP, junto à sede da empresa, em Lisboa, e foi questionado sobre o Programa de Governo entregue hoje.

Apesar de ainda não o ter lido, Paulo Raimundo rejeitou “ilusões” sobre o conteúdo, sublinhando que o partido mantém a intenção de avançar com uma moção de rejeição ao documento.

“Nós não temos nenhuma dúvida, não temos nenhuma ilusão, independentemente da forma criativa com que se possa vir a escrever esta ou aquela palavra, esta ou aquela proposta, esta ou aquela medida pontual”, defendeu.

Paulo Raimundo manifestou-se contra o facto de estar a decorrer uma assembleia de acionistas na EDP com o objetivo de “distribuir 815 milhões de euros, fruto de 1.300 milhões de euros de lucros”, tendo sido proposto aos trabalhadores aumentos de 3%.

“Isto é uma afronta aos trabalhadores que garantem o funcionamento desta empresa. E este é um exemplo do que se passa no nosso país, em grande parte das grandes empresas, e portanto não poderíamos estar noutro lado que não fosse aqui hoje”, afirmou.

O secretário-geral comunista insurgiu-se contra a “brutal injustiça e desigualdade” do país.

Cerca de meio milhar de trabalhadores da EDP marcharam hoje da Praça do Comércio, em Lisboa, até à sede da empresa, numa manifestação ruidosa na defesa de melhores salários.

 

ARL // ACL

A decisão foi tomada na reunião semanal do executivo, que considerou que este “é um forte sinal de solidariedade para com os afetados pela guerra na Ucrânia e procura promover uma maior estabilidade no continente europeu”.

A Suíça planeia atribuir um primeiro montante de 1,5 mil milhões de francos suíços (1,527 mil milhões de euros) do orçamento para a cooperação internacional até 2028.

Para cumprir o objetivo total de apoio até 2036, as autoridades informaram que iriam explorar outras fontes de financiamento para além do seu orçamento para a cooperação.

De acordo com as estimativas do Banco Mundial, o valor necessário para a reconstrução completa da Ucrânia após a ofensiva militar russa será de cerca de 450 mil milhões de euros.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Confederação Suíça tem apoiado projetos na Ucrânia destinados a reabilitar as infraestruturas civis de energia e saúde, bem como as estradas e autoestradas destruídas.

PL//APN

Palavras-chave:

“Relativamente à relação entre o PS e o PSD, isso terá que ser o PS a fazer uma escolha: o PS terá de escolher de que lado está”, defendeu Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, em Lisboa, à margem de um protesto de trabalhadores da EDP.

A líder do BE foi questionada sobre a reunião já pedida pelos bloquistas ao PS, que ainda não tem data marcada, e sobre a carta enviada pelo secretário-geral socialista ao primeiro-ministro social-democrata, Luís Montenegro, disponibilizando-se para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública.

Para Mariana Mortágua, o PS tem que decidir “se está do lado de um governo de direita que escolhe para secretário de Estado do Trabalho [Adriano Rafael Moreira] o responsável pelo rompimento das negociações coletivas por aumentos salariais abaixo do acordo de rendimentos na EDP, ou se está do lado da oposição, da oposição a um governo de direita que não traz mais do que instabilidade, baixos salários, falta de soluções para o país”.

Na opinião da coordenadora bloquista, “tem havido sinais divergentes por parte do PS, sinais divergentes por parte de vários dirigentes do PS” e, por isso, “é importante para o país que o PS decida de que lado é que quer estar”

Mortágua alertou ainda que a EDP vive uma “crise laboral”, que tem “a marca de uma pessoa”, o novo secretário de Estado do Trabalho do governo social-democrata, Adriano Rafael Moreira.

“O novo secretário de Estado foi a cara que a EDP escolheu para enfrentar estes trabalhadores, para interromper negociações coletivas, para impor aumentos salariais abaixo da inflação. Um governo que enche a boca para falar da necessidade de aumentar salários escolhe para Secretário de Estado o responsável por uma crise laboral na EDP e por uma imposição de salários baixos e de condições de trabalho que na verdade não desejamos a ninguém”, criticou.

 

ARL // ACL

 

A entrega formal do documento, que estava prevista para as 11:45, foi feita na sala de visitas do parlamento já perto das 13:05, depois de o presidente da Assembleia da República sair da conferência de líderes parlamentares, que só terminou perto das 12:50.

Perante a comunicação social, Pedro Duarte entregou a José Pedro Aguiar-Branco uma ‘pen’ e um exemplar impresso do programa.

O Programa do Governo PSD/CDS-PP foi hoje aprovado em Conselho de Ministros e vai ser discutido em plenário da Assembleia da República na quinta e na sexta-feira. O PCP anunciou que vai apresentar uma moção de rejeição ao documento, mas que tem chumbo assegurado, sem os votos do PS.

IEL/FM // JPS

A iServices anuncia uma campanha especial que decorre este mês para assinalar o Dia Mundial da Terra, que se celebra a 22 de abril. Com o mote da Pegada Ecológica, a campanha destaca a política de quatro R – Reparar, Retomar, Recondicionar e Reutilizar –, partilhando conteúdos informativos para sensibilizar os clientes sobre a necessidade de repensar hábitos de consumo de eletrónica e optar por práticas mais sustentáveis.

Vânia Guerreiro, diretora de marca e comunicação, afirma em comunicado que “na iServices acreditamos que temos o dever de promover a consciencialização ambiental, permitindo que os nossos clientes optem por soluções alinhadas com os princípios da economia circular. Com esta campanha, damos a conhecer os números do impacto dos consumos de eletrónicos no planeta e mostramos os benefícios diretos de se optar por um recondicionado ou por uma reparação, em detrimento de adquirir novos aparelhos ou de abandonar aqueles que podem ainda ter um longo ciclo de vida”.

Estes conteúdos informativos, que podem ser encontrados nas lojas físicas e online da marca, vão mostrar o impacto do consumo e dicas sobre como minimizá-lo. Na compra de uma reparação ou de um equipamento recondicionado, os clientes recebem um postal em “Papel de Sementes” que se concretiza numa experiência de plantação e que florescerá com margaridas ou hortelã.

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A Intel anunciou o novo chip Gaudi 3, que desreve como sendo duas vezes mais eficiente em termos de consumo e que pode correr modelos de Inteligência Artificial até 1,5 vezes mais rápido do que a GPU H100 da Nvidia. A fabricante explica ainda que este processador pode ser disponibilizado em diferentes configurações, como oito chips numa única placa-mãe ou uma placa que pode ser encaixada em sistemas existentes.

Depois de testar o processador em grandes modelos de linguagem como o Llama ou o Falcon, a Intel revela que o Gaudi 3 também pode ajudar a treinar ou lançar modelos generativos multimédia como o Stable Diffusion ou o Whisper da OpenAI para reconhecimento de discurso.

Os novos processadores vão estar disponíveis a partir do terceiro trimestre deste ano, com Dell, HP e Supermicro a serem dos primeiros a produzir sistemas com este componente incluído. Os preços dos chips ainda não foram revelados, mas Das Kamhout, vice-presidente de software Xeon da Intel, destaca que “desde o nosso preço competitivo à nossa rede aberta integrada no chip (…) Acreditamos ter uma oferta forte”, cita a CNBC.

Com o boom da Inteligência Artificial, o valor das ações da Nvidia mais que triplicou no último ano, enquanto as da Intel subiram ‘apenas’ 18%. O Gaudi 3 é uma tentativa de conseguir uma fatia dos 80% de mercado que a Nvidia controla neste momento.

O chip foi construído segundo o processo de fabrico de cinco nanómetros, o que sugere que a empresa está a recorrer a um parceiro externo para manufaturar estes componentes. Há ainda planos para começar a produzir este e outros chips numa fábrica no Ohio, que será inaugurada em 2027 ou 2028.

A Polícia Judiciária está a investigar a contratação por uma empresa municipal de Cascais de uma agência de comunicação que trabalhou, em 2019, para a candidatura de Miguel Pinto Luz, atual ministro das Infraestruturas, ao PSD/Lisboa. Segundo informações recolhidas pela VISÃO, este é um dos processos que, esta quarta-feira, motivou várias buscas da PJ, entre as quais à Câmara de Cascais.

Ao que a VISÃO apurou, a investigação à contratação da agência NextPower partiu de uma queixa do vereador comunista Clemente Alves. O autarca referiu que a “Cascais Próxima” celebrou um contrato com a NextPower no valor de cerca de 75 mil euros, a 27 de dezembro de 2019, já depois do início da campanha interna do PSD e num período em que Miguel Pinto Luz era já assessorado por aquela agência de comunicação.

Quando o caso foi discutido em reunião de câmara, Pinto Luz e o presidente, Carlos Carreiras, negaram qualquer relação entre as duas situações, tendo adiantado que o contrato com a NextPower seria cancelado.

As buscas desta quarta-feira estão ainda relacionada com uma fábrica de máscaras cirúrgicas que Cascais criou para responder à pandemia de covid-19.

À Lusa, fonte da autarquia confirmou as buscas e referiu não saber quais os motivos nem os visados nas buscas, mas garantiu que a autarquia está a colaborar com as autoridades.

A autarquia de Cascais é presidida por Carlos Carreiras e, até janeiro de 2024, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, foi vice-presidente.

O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou, esta terça-feira, a condenação de Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico do Benfica, a dois anos e seis meses de pena suspensa por crimes de corrupção no processo E-toupeira. A decisão foi tomada pelos desembargadores Rui Coelho, Alda Casimiro e Luís Gominho, que também mantiveram a condenação a cinco anos de cadeia (com pena suspensa) ao funcionário judicial José Silva.

Para os juízes desembargadores, as ofertas de Paulo Gonçalves ao funcionário judicial que estavam na base dos crime de corrupção que lhe foi imputado podiam não ter um valor monetário considerável, como alegou a defesa do antigo assessor do Benfica, mas “a própria proximidade ao Benfica, a familiaridade com o espaço da Luz, da equipa, do futebol são claramente relevantes para um adepto do clube”.

“Qualquer adepto do futebol gostará de sentir-se próximo da equipa, do clube da sua preferência. Qualquer fã de uma banda musical gostará de estar próximo dos seus momentos em palco ou fora dele. Qualquer entusiasta cinematográfico valorará a possibilidade de estar presente na criação de um filme”, referiram os juízes desembargadores , para quem “esta proximidade, ainda que não seja traduzível em valor monetário, e pareça desprezível, tem um conteúdo que ao qual o cidadão comum concede um valor. O acesso gratuito, ainda que a pequenos artigos, de reduzido valor, é um factor de satisfação pessoal que configura uma clara vantagem relativamente aos demais. Vantagem essa que tem relevo pela indisponibilidade para o comum dos cidadãos”.

Já, em primeira instância, o tribunal tinha condenado a conduta dos arguidos, relacionando as ofertas de Paulo Gonçalves ao funcionário judicial José Silva com o acesso a informações de processos em segredo de justiça. “O modus operandi seguido não configura uma atividade rudimentar, antes se mostrando revelador de alguma determinação criminosa, pois que os arguidos agiram reiteradamente (ainda que o arguido Paulo Gonçalves no âmbito de uma única resolução criminosa)”.

Em relação ao antigo dirigente do Benfica, condenado a dois anos e seis meses de pena de prisão, suspensa na execução, por um crime de corrupção ativa, o tribunal entendeu que o arguido foi “o elemento preponderante que desencadeou toda a sequência de crimes” e que este tinha consciência dos atos, rejeitando a tese de que a oferta de bilhetes ou merchandising fosse apenas uma prática habitual quando tal ocorre “sempre com um mesmo destinatário e de forma reiterada”.

“As ofertas eram feitas inicialmente para que o arguido José Augusto Silva fosse depois permeável aos seus pedidos, como se constatou que foi, o que foi sucedendo também depois de aquele ter aceitado fazer os acessos que lhe foram solicitados, aí já a título de verdadeira contrapartida pelos atos por aquele praticados. E existindo corrupção, ela é para a prática de ato ilícito”, de acrodo com a decisão de primeira instância.

Entre os processos que foram consultados encontram-se o ‘Football Leaks’, que tem Rui Pinto como principal arguido; o caso dos ‘vouchers’, denunciado pelo ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho; ou o caso dos emails. Sem deixar de admitir que haveria interesse de Paulo Gonçalves em ter acesso a informações dos processos para eventual benefício do Benfica, o tribunal considerou que a concretização de possíveis vantagens não ficou demonstrada.

“Com os acessos pretendeu-se ter conhecimento de atos processuais e do andamento de processos, seguramente que não por mera curiosidade, mas para, de algum modo, ter conhecimento dos factos, utilizar a informação contra outros clubes rivais ou em benefício do Benfica. Mas de que modo isso seria concretizado, não pode o tribunal fazer afirmações suportadas em especulação”, referiu o acórdão.

Paulo Gonçalves, antigo assessor jurídico da SAD do Benfica, estava acusado de seis crimes de violação do segredo de justiça, 21 de violação de segredo por funcionário, nove de acesso indevido, nove de violação do dever de sigilo, em coautoria, além de um crime de corrupção ativa, dois de acesso indevido e dois de violação do dever de sigilo, tendo sido punido apenas pelo crime de corrupção ativa.

José Augusto Silva foi condenado pela prática de um crime de corrupção passiva, seis de violação de segredo de justiça, nove de acesso indevido, nove de violação do dever de sigilo, 28 de acesso ilegítimo e um de peculato, com o tribunal a deixar de fora apenas 21 crimes de violação de segredo por funcionário. Por sua vez, Júlio Loureiro foi absolvido do crime de corrupção passiva.

O caso E-toupeira remonta a 2018, quando o MP acusou o antigo assessor jurídico do Benfica Paulo Gonçalves, os funcionários judiciais José Augusto Silva e Júlio Loureiro e a SAD do Benfica de vários crimes. Contudo, em dezembro desse ano, a decisão instrutória acabou por não pronunciar para julgamento a SAD ‘encarnada’