Depois de um ano a analisar, esmiuçar e criticar políticos, técnicos, gestores e empresários, esta é uma emissão especial natalícia do programa de comentário político e económico da VISÃO. Mais ou menos imbuídos de um espírito natalício, a equipa de olheiros residente deste programa distribuiu prendas a quase duas dezenas de figuras públicas nacionais e internacionais que marcaram o ano.
Eis alguns dos presentes atribuídos:
António Costa
“Um curso de patinagem (para o caso de lhe colocarem uns patins a 30 de janeiro e possa deslizar sem se estatelar…), um certificado digital europeu (com talão de troca, pode não ir já para Bruxelas…) e um teste antigénio comprado na candonga – única forma de o obter, nestes dias… – para passar um Natal em segurança.” (Filipe Luís)
Rui Rio
“Dois livros clássicos para qualquer político e candidato a Primeiro-Ministro. ‘O príncipe’, de Maquiavel, escrito no séc XVI, e uma bíblia da teoria política, um manual sobre como conquistar e manter-se no poder. Um livro que Marcelo Rebelo de Sousa distribuía nas suas aulas de Ciência Política e Direito Constitucional. E ‘Memórias de Adriano’, de Marguerite Yourcenair, uma carta escrita pelo Imperador Adriano ao seu sucessor Marco Aurélio com as lições de vida de um estadista. O que fazer em determinados momentos, os erros a não cometer, os arrependimentos…” (Mafalda Anjos)
Marcelo Rebelo de Sousa
“O Presidente gosta de jogos e puzzles, e por isso oferecia-lhe o maior puzzle do mundo, com 51.300 peças, que quando completado ocupa 1,9 por 8,6 metros. Há várias salas livres no Palácio de Belém, e assim ocupava-se a construir imagens da Grande Muralha da China, do Coliseu de Roma, da Grande Pirâmide de Gizé, da Casa Branca etc., e sempre se entretinha e saía menos, falava menos, e estava mais sossegado por casa.” (Mafalda Anjos)
Graça Freitas
“Feito no ourives, por encomenda, um presente personalizado: tendo em conta que a diretora-geral da Saúde tanto gosta de usar bonitas pregadeiras nos seus casacos, pensei em mandar fazer uma zaragotoa de ouro! Um presente que é também uma mensagem visual direta, nas conferências de imprensa, e na luta contra a pandemia através de testagem, testagem e mais testagem!” (Filipe Luís)
Francisco Rodrigues dos Santos
“Um vale numa aplicação de trotinetes. Depois do partido do táxi, as sondagens indicam que o CDS se poderá tornar no partido da trotinete após as eleições de dia 30 de janeiro.” (Nuno Aguiar)
Catarina Martins
“Tendo em conta que a líder do Bloco é uma conceituada atriz, um exemplar do Hamlet, para ir ensaiando a célebre frase do ‘to be or not to be’ – neste caso, no sentido de ‘estar’: estar ou não estar numa eventual futura geringonça? Um dilema shakespeareano para o BE resolver…” (Filipe Luís)
Inês de Sousa Real
“Um voucher para a estadia de uma semana numa conhecida estância turística na zona de Odemira, por onde já passaram alguns imigrantes locais – para poder fazer um estágio de agricultura nas estufas da região. Porque, em política, não há nada pior do que se ser apanhado numa incoerência flagrante.” (Filipe Luís)
Gouveia e Melo
“Um barquinho de madeira movido a um balão insuflado [ver vídeo]. O Vice -Almirante fez um bom trabalho, mas está a precisar de desinsuflar e esvaziar um pouco o ego. Portugal tem tendência para cultivar mitos sebastiânicos, e o vice-almirante está a transformar-se num deles.” (Mafalda Anjos)
Pedro Nuno Santos
“Um amuleto Pata de Coelho. O futuro político do ministro das Infraestruturas está amarrado ao futuro da TAP. E o futuro da TAP está amarrado à evolução da pandemia, que nesta altura é ainda imprevisível. A aprovação da reestruturação da empresa pela Comissão Europeia foi vista como uma vitória, mas se a TAP for precisando de mais dinheiro dos contribuintes representará um peso de uma tonelada agarrado ao pescoço de Pedro Nuno Santos.” (Nuno Aguiar)
Jerónimo de Sousa
“Uns óculos com lentes de aumentar. Dada a tendência dos mais recentes resultados eleitorais da CDU, sempre cada vez mais pequenos, e tendo em conta que o líder do PCP (embora mantenha em pleno todas as suas faculdades) já tem uma certa idade, pode vir a precisar deles, a 30 de janeiro – para melhor ler o significado dos resultados desse dia.” (Filipe Luís)
Catarina Martins
“Uma garrafa de Vodka. As sondagens sugerem que o Bloco de Esquerda terá um resultado negativo nas eleições de 30 de Janeiro. Será provavelmente uma noite para a esquecer para Catarina Martins, que pode resultar num governo de direita onde o BE terá zero influência na condução de políticas públicas. As sondagens indiciam também que o Chega poderá ultrapassar o Bloco como terceira força política. A liderança de Catarina Martins será desafiada?” (Nuno Aguiar)
João Cotrim de Figueiredo
“Um Monopólio Super Recompensas com banca eletrónica”. É espetacular para qualquer liberal: pode entreter-se a fazer negócios, comprar e vender, fazer montes de dinheiro sem ter de distribuir nada. E sem um estado a ‘chatear'”. (Mafalda Anjos)
Joe Biden
“Uma PlayStation 5. O Presidente dos EUA está a ter dificuldades em conseguir aprovar a sua ambiciosa agenda de reforço de infraestruturas e apoios sociais, num contexto de inflação crescente e desconfiança da ala moderada do seu partido. No final de 2022, haverá eleições intercalares e tudo indica que os republicanos voltarão a conquistar a maioria no Congresso. Se assim for, o Presidente estará praticamente de mãos atadas na frente legislativa durante os seus últimos dois anos, o que lhe permitirá ter muito tempo livre para videojogos.” (Nuno Aguiar)
Ursula Von der Leyen
“Uma agenda. Adivinha-se um ano negocial muito intenso para a presidente da Comissão Europeia, com debates muito divisivos em torno do futuro das regras orçamentais, novas fontes de receita para pagar o fundo de recuperação e, provavelmente, novas discussões sobre violações do Estado de Direito na Hungria e Polónia.” (Nuno Aguiar)
André Ventura
“Acho que não merece presentes. Quanto muito, como os meninos que se portam mal, recebia apenas o que os meus filhos deram à irmã mais nova numa partida de natal: um saco bonitinho com uma batata podre lá dentro.” (Mafalda Anjos)
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