Porque os inícios são momentos ideais para definirmos objetivos e planearmos rumos, os primeiros dias de 2025 podem deixar claros os caminhos que queremos percorrer neste ano que principia. Se “não há vento favorável para quem não sabe aonde quer ir”, então devemos pugnar por ter sempre em mente os nossos propósitos.
Teremos vicissitudes que não controlamos, contudo, cada um poderá, desde já, prever tendências, desafios e posicionamentos. Por isso, partilho algumas das minhas perspetivas, posicionamentos e objetivos para os próximos 12 meses.
O ano começará com um debate relevante no Parlamento: por iniciativa do Partido Socialista, irão a plenário propostas de alteração à lei da interrupção voluntária da gravidez – a lei do aborto suscita, naturalmente, sensibilidades e provoca reações. No quadro europeu tem-se assistido a uma infeliz tentativa: o ataque à liberdade de consciência, condicionando a carreira e os atos dos profissionais de saúde. Chegados a 2025, é impensável que médicas e médicos, enfermeiras e enfermeiros, vejam um direito fundamental atacado – a objeção de consciência em situações de aborto. Lutarei contra os intolerantes que, sequiosa de impor as suas convicções, persistem em condicionar a liberdade de consciência, espezinhando as dos outros.
Aliás, durante este ano, como até aqui, farei o que estiver ao meu alcance para impedir que todos os intolerantes, eternos crentes de que detém o monopólio da verdade, atentem contra direitos e liberdades fundamentais dos portugueses, como forma de impor as suas agendas. Tenhamos memória histórica para lembrar que as ditaduras de pensamento único nunca deram bom resultado.
Ainda neste início de ano, 2025 vai marcar a minha passagem de testemunho na Juventude Popular. Foram 14 anos de militância ativa que agora terminarão. Saio da JP, mas a JP e os seus valores não sairão de mim. Como último legado à instituição, estou a ultimar o livro dos 50 anos desta instituição.
O primeiro trimestre não terminará, creio, sem grandes novidades sobre as presidenciais. Independentemente dos que correm apressadamente, tenho a esperança de que irei a apoiar alguém que represente verdadeiramente o meu espaço político e a tradição do CDS-PP. Se isso acontecer, estarei desde logo na rua, nas universidades, nos espaços de opinião, nos comícios, nas redes, a defender um rosto e uma opção para dignificar o mais alto cargo da nação.
Dentro da Defesa Nacional, a área governativa de maior importância para o futuro do CDS-PP, do Governo, de Portugal e, claro está, da Europa, há a destacar a cimeira da NATO, a realizar em junho, Haia, nos Países Baixos. Será um momento fundamental, perante uma nova administração na Casa Branca e face à necessidade de um redobrado investimento em políticas de segurança e defesa. Estará também nesta cimeira em causa a resposta que a Aliança quererá e poderá dar para defender a união dentro do maior bloco das democracias e proteger a Ucrânia.
Logo no mês seguinte, teremos a “crónica de uma despedida desejada”: o final de mandato de Mário Centeno no Banco de Portugal. Que este quisesse muito fazer currículo, é inteiramente legítimo; que o anterior Primeiro-Ministro perdesse a noção ao nomeá-lo é que nunca esperei. O que espero é que o Governo substitua Centeno por um governador isento e totalmente focado na tarefa. Que não use a instituição para trampolim a candidaturas a órgãos de soberania…
Agosto, setembro e outubro serão meses intensos. Dificilmente teremos propriamente uma silly season, com o desafio autárquico em outubro. Por isso, darei o meu melhor para o CDS-PP melhorar o seu score atual, mantendo as suas seis Câmaras e, se possível, ganhando escala nesta dimensão. Há diversos cenários onde será fundamental o reconhecimento da marca CDS-PP para que as soluções de governo local em relevantes municípios do país, como Lisboa, Cascais, Aveiro, Braga e Porto, continuem. Como deputado municipal em Lisboa, considero mesmo que a permanência da solução dos Novos Tempos para o ciclo 2025-2029 será o garante de que os lisboetas querem um município capaz e com futuro, virando a página ao passado de 14 anos de socialismo na capital.
O último trimestre será marcado pelo segundo orçamento da Aliança Democrática. É fundamental que o Governo prossiga a trajetória de cumprir o seu programa eleitoral, reformando Portugal. Será a oportunidade de lançar as bases, adiadas pelo Partido Socialista este ano, para um novo paradigma de transformação da nossa economia – onde consigamos ter um quadro competitivo para a retenção de talento jovem e atração de investimento, com uma descida mais significativa do IRC e um pacto interpartidário para que tenhamos uma trajetória de crescimento nas próximas décadas.
Se a política é feita de pragmatismo, o simbolismo e o assinalar de datas marcantes não nos pode passar ao lado. Pelo que os 50 anos em novembro do dia 25 merecerão destaque maior. Políticas públicas e memória a fechar um ano que começa bem: com a entrada em vigor de mais um orçamento corajoso. Venha daí, 2025! Estaremos prontos!
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