O Partido Social Democrata, aquele que se vaticinou não ter espaço no espectro político-partidário saído da revolução de Abril, assinala este ano os seus 50 anos de vida. Gosto de caracterizar a missão do PSD ao longo das últimas 5 décadas como a do partido que procura, desde o primeiro momento, libertar a sociedade portuguesa e potenciar o valor e os sonhos de cada pessoa.
Devemos, portanto, ter orgulho da nossa história, dos momentos de luz e de sombra, que nos forjaram até aos dias de hoje. E devemos estar gratos a quem nos fundou, a quem nos implantou por esse país fora quando era difícil e aos milhares de militantes que, nos últimos 50 anos e com diferentes responsabilidades, mas com grande sentido de missão, ajudaram a consolidar o PSD como uma força estruturante da democracia portuguesa e como o partido mais português de Portugal. Para este esforço, não poderia deixar de evocar o significativo papel e contributo da JSD.
A JSD é a estrutura autónoma mais antiga (fundada em julho de 1974 por iniciativa de Francisco Sá Carneiro) e relevante do PSD, mantendo com o nosso partido uma relação umbilical desde a sua fundação. A JSD tem como missão promover a social-democracia personalista no seio da sociedade portuguesa, tendo assumindo um papel preponderante na implementação do PSD junto da juventude portuguesa, na formação de quadros e na garantia da defesa das aspirações das novas gerações ao longo dos últimos 50 anos.
50 anos são um belo marco na vida de uma organização para revisitarmos a história e projetarmos o seu futuro. Se temos tido como missão libertar a sociedade portuguesa, entendo que devemos ter sempre a capacidade de permanecer como um partido com ambição, com vontade de fazer e transformar, como um partido com iniciativa, realista e reformista, arrojado e sem medo de ousar e avançar.
Por outro lado, nos próximos anos e décadas, importa compatibilizar o traço de atualidade e adaptação da nossa ação política com a evolução dos tempos e da sociedade, agora que vamos caminhando largo num século de grandes transformações sociais e económicas. Durante 5 décadas temos sido uma força motriz da sociedade portuguesa, governando o país e as comunidades porque tivemos a capacidade de nos adaptar às mudanças da sociedade e da vida dos portugueses, contribuindo ativamente para essas mudanças. Com uma revolução digital em curso, com a crise das democracias representativas e com um novo mundo cada vez menos mediado a que juntamos uma população cada vez mais exigente, temos de saber ler os tempos e agir proactivamente.
Nunca quisemos alinhar em projetos ou tentativas da criação do “homem novo” ou enveredámos em fixações ideológicas que nada dizem aos portugueses, antes conciliamos os nossos princípios programáticos e ideológicos com a realidade concreta da nossa sociedade, procurando melhorar a vida de cada pessoa no seu projeto de vida, único e irrepetível e, assim, fazendo o país progredir como um todo.
Nos próximos anos da vida do PSD, temos de construir um país com efetiva igualdade de oportunidades. Um país onde quem nasce pobre não tenha de morrer pobre, mas em que, com o seu esforço e trabalho, consiga subir na vida.
O País enfrenta inúmeros e persistentes desafios – o atraso crónico face à União Europeia, os baixos salários, a crise demográfica e o envelhecimento da sociedade, a emigração forçada de jovens qualificados, a economia pouco produtiva, um Estado Social exaurido, o lastro da pobreza, o abandono e crescente desertificação de partes significativas do país – a que se junta uma transformação que ainda não conseguimos mensurar totalmente os seus impactos, com o avanço da inteligência artificial e da robotização, que não poderá representar para Portugal e para os portugueses um ainda maior afastamento face às sociedades mais prósperas e desenvolvidas. Tempos desafiantes os nossos!
Temos muito trabalho pela frente nas próximas décadas da vida do PSD. Tenho muito orgulho na história do meu partido e da nossa JSD, mas tenho uma grande esperança no nosso futuro – lutando todos os dias para fazer do PSD uma alternativa política maioritária na sociedade portuguesa e acreditando sempre que os nossos melhores dias ainda estão por chegar.
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