Miguel Albuquerque, líder do PSD/Madeira e presidente do governo desta região autónoma, anunciou uma coligação pré-eleitoral entre sociais-democratas e centristas nas próximas legislativas regionais.
Aquilo que para alguns foi surpresa, para a maioria talvez não tenha sido. Uma coligação governativa não se separa. Esse é um bom motivo para o anúncio não ter sido surpresa para a maioria. Outro é a relação sólida de trabalho já criada, bem como os resultados até aqui obtidos.
Nos últimos quatro anos a Madeira foi um exemplo de boa gestão. Exemplo para o governo nacional, quero dizer. Naquilo em que no Terreiro do Paço se via fraqueza, na Quinta Vigia via-se coragem. Naquilo em que no Terreiro do Paço se via insegurança, na Quinta Vigia via-se certeza. Naquilo em que no Terreiro do Paço se via gafe, na Quinta Vigia via-se sucesso.
Sem soberba, mas não deixando de evidenciar os atributos e as capacidades dos centristas madeirenses, é manifesto que a a coligação PSD/CDS-PP trouxe ganhos para a Madeira.
Nunca o Ministério da Saúde e a DGS tiveram a capacidade de resposta que o Governo da Madeira mostrou ter na gestão da pandemia. Lembro apenas um caso: quando as condições para a reabertura já eram claras, Marta Temido e Graça Freitas continuaram revezar-se em incertezas e tibiezas, em simultâneo, na Madeira avançou-se sem dramas para a flexibilização e a redução dos períodos de isolamento
Dirão alguns que qualquer um fica bem quando comparado àquelas duas figuras da nossa Saúde. Verdade, mas há outros exemplos.
Na inovação e na economia, com a tutela do Secretário Regional e líder do CDS-Madeira, Rui Barreto, a Madeira também se tem evidenciado! Exemplo disso é a excelente campanha de promoção da digitalização da região, com especial enfoque na atracção de nómadas digitais. Portugal, país com enorme potencial para o bem-estar e forte afirmação no turismo, que podia aproveitar o ambiente enquanto valor acrescentado, tem estratégia visível de atracção de nómadas digitais? Tem o Continente algum sinal visível no avanço do 5G? Não. A Madeira tem.
O esforço contínuo na qualidade de vida; o combate exaustivo ao desemprego; a aposta no mar; os sucessos do seu sistema regional de saúde; a capacidade de se manter como destino turístico global são outras das causas de aplauso.
Tudo isto é possível porque se juntaram os melhores quadros dos dois partidos, outrora e historicamente adversários na Madeira, para um bem maior: garantir que o espaço do centro-direita se mantém pujante e ao serviço, livrando os madeirenses do socialismo.
Tal é possível porque encontramos na Madeira aquilo que também existe nos Açores e que vimos por várias vezes no governo de Portugal: uma coligação pelo interesse nacional, que confere estabilidade, sem radicalismos de esquerda ou de direita!
Toda a boa governação em Portugal foi feita sem cedência a agendas populistas. Fossem de direita ou de esquerda. Essas agendas – sempre centradas na mesquinhez e em antipatias – nunca tiveram capacidade de protagonizar mudanças e reformas para Portugal. O seu foco são franjas mal-humoradas e com tiques ditatoriais. Franjas mais interessadas em proibir e em obrigar do que em permitir. Nada disso interessa ao país. Aquilo que interessa ao país é um governo virado para o futuro, com coragem e vitalidade para dar esperança às pessoas.
Tal como é fundamental um governo que não tome decisões com base no medo de perder eleitorados ou na permanente chantagem de parceiros de coligação. Já vimos isso durante mais de uma legislatura, em que o partido maioritário teve de ser descaracterizar para continuar a governar.
É verdade que falta muito tempo para ouvirmos falar em legislativas nacionais, mas é o tempo para amadurecer e fazer crescer a vontade de um rumo, de competência, de esperança.
Se quiserem saber como se constrói um governo assim, perguntem na Madeira. Na Madeira sabem porquê.
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