A mulher do vice-presidente dos EUA vai à Gronelândia. Sim, a mulher. Não o vice. Nem o presidente. Ela.
Era para ser turismo. Virou operação. Paramiltar, claro. Porque os EUA não sabem fazer visitas discretas. Leva o Conselheiro de Segurança Nacional. CIA, DIA, militares do USEUCOM. Vai tudo.
O primeiro-ministro da Gronelândia — ainda educado — perguntou que título vinha Mike Waltz. E a comitiva. Uma trupe mascarada de assessores da segunda lady. Ninguém respondeu. Talvez porque nem eles sabem.
Há tontice. Mas há também perguntas sérias. Quem decidiu isto? Quem autorizou? Que legitimidade tem a esposa do número dois para liderar seja o que for? Não foi eleita. Não foi nomeada. Não tem cargo. Mas está em missão oficial.
Ninguém vê o ridículo? Nem ela? Nem o Conselheiro? Nem o Secretário de Estado? Tratar a Gronelândia como colónia é ofender a Dinamarca. E a Europa. A NATO não é um parque infantil. E isto não é um episódio de uma série da Netflix.
Fala-se, pela primeira vez, de um cenário inédito. Um país da NATO invadir outro. Nunca aconteceu. Nunca foi previsto. Mas esta Casa Branca gosta de improvisar. Com bandeira e tropas, se for preciso.
A loucura é geral. Pandémica. E sem vacina. Só o Supremo Tribunal pode travar isto. Trump e JD Vance são duas faces do mesmo problema. Trocar um pelo outro? Não resolve. Só muda o tom do delírio.
Cartazes do Chega: o exagero mata! É tão desproporcional, tão ofensivo e tão hostil que se vai virar contra o partido. Será que a réplica da Madeira não assustou o Chega?