O poderoso investimento que Portugal tem de fazer na Defesa, para cumprir os mínimos da NATO, centra-se, por agora, na substituição dos F-16 – que bem poderiam ser oferecidos à Ucrânia – por caças de quinta geração, como os F-35 americanos.
Atualmente, na Europa, não existe nenhum avião equivalente a esta geração. O F-35 Lightning II é um caça multifuncional, destacando-se pelas suas capacidades «stealth», aviônica avançada e integração de sensores, sendo o mais sofisticado do mundo.
Este avião americano foi concebido para ser um modelo único, integrando todas as capacidades dos seus antecessores, como os F-15, F-16 e até o F-22 (mais especializado). Isso permitirá aos EUA reduzir e extinguir as outras frotas, apostando na capacidade de atualização de software e no tipo de armamento consoante as missões, o que o colocará muito próximo da sexta geração, já em fase de testes.
Assim sendo, não faz sentido que Portugal aposte em aviões europeus de quarta geração. Existem vários consórcios europeus a tentar melhorar esses modelos, mas a nova geração só deverá começar a voar em 2035. É verdade que os F-35 são muito caros (80 milhões de euros por unidade) e exigem uma manutenção igualmente dispendiosa, mas podem dotar a nossa Força Aérea com o que de melhor se há no mundo.
Vários países europeus adquiriram ou estão a adquirir o F-35, com o objetivo de reforçar a integração da Defesa europeia e da NATO, independentemente das tolices de Trump, cujo prazo de validade terminará em 2028. Também conviria aproveitar para investir em capacidades que ainda não possuímos, como drones de ataque e baterias antimísseis – sejam os Patriot americanos, os Iris-T alemães ou, até, os Arrow 3 israelitas.
As centenas de milhões que Portugal está obrigado a investir na Defesa têm de ser muito bem aplicados na aquisição de novos equipamentos militares, adequados aos conflitos do futuro, como se tem observado e comprovado na Ucrânia.