O encerramento da embaixada americana em Kiev, seguido por outros países europeus, incluindo Portugal, não é um bom sinal para a Ucrânia. O senhor Putin conseguiu o que queria: intimidar os aliados. Retirar pessoal, como aconteceu no início da guerra, é compreensível, mas abandonar um pedaço de território nacional é, no mínimo, uma decisão infeliz.
É agora que os ucranianos precisam de ver e confirmar que todos estão com eles e continuam a apoiá-los: os Estados Unidos, a NATO, a União Europeia e cada país aliado. Portugal não deveria ter seguido este gesto de abandono. Aliás, este seria o momento ideal para o nosso primeiro-ministro, Luís Montenegro, ir a Kiev, encontrar-se com Zelensky e reforçar o apoio aos ucranianos. Não é necessário levar nada, apenas força e determinação. É certo que Montenegro irá, um dia, mas este era o momento ideal.
Nos últimos 15 dias, Zelensky apanhou com Trump eleito presidente, viu o chanceler alemão a telefonar ao presidente russo, passou a marca tenebrosa dos mil e um dias de guerra, e levou com a fanfarronice de Putin, que alterou a doutrina sobre o uso e abuso de armas nucleares.
Kiev não pode ser abandonada. Em nenhuma circunstância.