Donald Trump está mortinho, a fazer tudo todos os dias, para que o juiz de Nova York, que está a julgar o caso do dinheiro pago a uma ex-atriz pornográfica, perca a cabeça e ordene a sua prisão. Já ameaçou, já multou o ex-presidente, mas Trump não se cala, fora do tribunal, apesar da ordem judicial. Insulta continuamente o procurador, o juiz, as testemunhas e tudo o que aparece pela frente.
Em nome da primeira adenda constitucional, da liberdade de expressão e opinião, Trump já garantiu que não se importará de ir para a prisão. O juiz está no limite, à beira de um colapso, e pode ordenar essa detenção a qualquer momento. Seria o cenário ideal para o ex-presidente.
Encerrado numa prisão, que as autoridades asseguram já estar preparada – nunca esquecer que terá de estar protegido pelos Serviços Secretos ( que situação ridícula! ) – Trump ganharia em todos os tabuleiros: seria a grande vítima do sistema judicial americano, impedido de exercer a primeira de todas a liberdades, e com isso desfocando a sórdida matéria em julgamento.
A prisão, para o ex-presidente, e talvez futuro, seria a maior de todas as jogadas políticas, a apenas sete meses das eleições presidenciais. O caos é a marca de Trump. Por onde passa deixa um rasto de imprevisibilidade destrutiva, que nem um juiz consegue conter. Que julgamento. Que palhaçada. Que lunático.
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