Os 57 mil milhões de euros que os EUA (falta apenas a aprovação do Senado e a assinatura de Biden) vão injetar na Ucrânia, principalmente em ajuda militar, representam uma oportunidade ímpar que não poderá ser desperdiçada. Por duas razões:
1. Kiev precisa de agarrar esta ajuda como se fosse a última. Não pode perder tempo, desperdiçar recursos ou permitir que os russos mantenham a sua guerra de atrito permanente e interminável. É nesta Primavera e Verão, com a experiência que já possui e o sofrimento que passou, que Kiev terá que fazer e usar tudo para reconquistar seu território. Não haverá mais fundos poderosos, e muito menos paciência. Os ucranianos são extraordinariamente corajosos e sabem que este pacote de ajuda militar, incluindo da NATO e aliados europeus, será mais do que suficiente para enviar os russos para casa.
2. Zelensky apanhou um susto com a confusão no Congresso americano, e tudo isso se agravará até 5 de Novembro. Nesse dia logo se verá. Este presidente, sem o apoio da Câmara dos Representantes, está paralisado, por mais promessas que faça. Kiev tem poucos meses para se colocar numa posição militar vencedora, e essa realidade terá de ser reconhecida por todas as capitais aliadas. Só assim conseguirá o que deseja: aderir à União Europeia e à NATO. Não haverá, tão cedo, uma nova oportunidade e Kiev sabe disso.
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