Nikki Haley luta pela sua vida política nas primárias de New Hampshire. A vantagem, grande, é de Trump, mas a ex-governadora da Carolina do Sul, e ex-embaixadora dos EUA na ONU, sempre desejou ficar frente a frente com o ex-presidente. Ela, como muitos analistas, tem uma tese que será provada amanhã: se conseguir congregar a oposição interna dos republicanos, Trump estará em sarilhos.
Para Haley o objetivo não é ganhar estas primárias, por muito que deseje, mas aproximar-se o suficiente para baralhar as contas do rival. Há uma surda e silenciosa oposição a Trump, e muitos desses eleitores vão agora dizer o que pensam. Haley resistiu a todos, contra a maioria dos cenários, e quem ficou pelo caminho foi o governador da Flórida, Ron DeSantis. O grande sonho de Donald Trump é acabar amanhã com as primárias, e ser declarado o candidato republicano às eleições de 5 de Novembro.
Não sendo o estado mais importante, New Hampshire poderá ser tudo e nada. Trump ganha, mas tem Haley colada às canelas, ou a diferença é tão abismal que termina a corrida da candidata. Ela é forte e determinada, e será sempre uma potencial candidata republicana. Um dia. Ou até poderia ser a vice do ex-presidente, se fosse louca e aceitasse.
Se Biden está perdido, no espaço e no tempo, com evidentes sinais demenciais, Trump está visivelmente exausto e confuso. Nota-se menos porque sempre construiu os seus discursos sem nenhuma sequência narrativa coerente. Diz o que lhe vem à cabeça e repete-se inesgotavelmente. É remota e longínqua a chance de Nikki Haley, e ela sabe disso. Agora está tudo nas mãos da oposição interna republicana e dos independentes.
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