Foi o “influencer” detido que levantou a lebre: “esse Costa não é o Costa, mas o Costa e Silva”. Tudo baralhado. Faísca na sala. Não se sabe o que pensou o juiz, temendo pelas 300 mil escutas, e ao MP coube o papel de reconhecer o lapso. Nessa escuta, que é pública. Mas apenas nessa, terão garantido. Afiançam, aliás, que já saberiam que o Costa transcrito, e divulgado, não era o verdadeiro Costa, mas apenas o Costa e Silva, ministro da Economia e do Mar. Estamos esclarecidos?
A partir de agora, por cautela, conviria que o nome de António Costa aparecesse sempre com um asterisco: “deve ler-se primeiro-ministro, ou então ministro da Economia”. Será que os procuradores, os investigadores, e os «escutas» terão de colocar essa nota de rodapé em todo o processo? E rebobinar todas as gravações, para se perceber quem é o Costa, e o Costa? Ou em que Costa estamos a zurzir?
A ajuda de Diogo Lacerda Machado será certamente tomada em boa conta pelo juiz, na medida de coação a aplicar. Só pode. Em não fosse o senhor a esclarecer, e tudo o que já se leu e ouviu pode significar, afinal, que não é o sujeito, nem o predicado, mas apenas o beltrano. Isto é complicado e absurdo? Nada disso. O Hamas é muito pior.
António Costa pediu a demissão, o Governo cairá por inerência, a AR vai ser dissolvida, e novas eleições estão convocadas para 10 de Março de 2024. E das escutas que se conhecem, e que percorreram o mundo, há referência a um António Costa, que não é o mesmo António Costa em que todos pensamos. É o Silva, e não o Costa. É um pequeno lapso, dizem. Garantem. Juram. Sendo um ou outro, agora é melhor perguntar: que Costa tentou “influenciar”?
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