Israel tem de distinguir, com grande precisão, e paciência, se pode ou não usar a força militar bruta para atingir elementos terroristas escondidos entre a população. O ataque ao campo de refugiados na Faixa de Gaza, um dos vários que existem, e a destruição colateral causada, mostra que não foi uma decisão militar justificada. Queriam eliminar um comandante do Hamas, e mais 50 terroristas, mas no sítio errado.
As forças especiais israelitas, ajudadas pelas informações de que dispõem, certamente que alcançariam o mesmo objetivo sem necessidade de um ataque aéreo pesado e muito destrutivo. O que disse Netanyahu não pode ser esquecido: Israel não ataca alvos civis, como fez o Hamas, e essa distinção faz toda a diferença nesta batalha.
Ninguém duvida, por um momento, que o Hamas está espalhado e escondido em áreas intocáveis, do ponto de vista militar, como hospitais, campos de refugiados, escolas e outros edifícios de uso civil ou de ajuda, e essa constatação é bem conhecida por Israel. Por isso mesmo anunciou que esta operação seria longa, difícil e lenta.
Agir precipitadamente, para apanhar uma brigada do Hamas, não chega como justificação para a explosão maciça que arrasou inúmeros edifícios de habitação em seu redor. A cratera e as imagens mostram a impressionante devastação causada pelo ataque. Israel não pode perder a legitimidade moral na sua guerra contra o Hamas, e esta insensatez sem justificação só alimenta o ódio dos grupos e Estados terroristas.
MAIS ARTIGOS DESTE AUTOR
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.