Os avisos repetidos do Irão, e a presença dos grupos navais de ataque americanos, com dois porta-aviões – cada um tem mais poder militar concentrado do que muitos países – são indicadores de um cenário de conflito regional, que pode escalar perigosamente.
A guerra de Israel contra o Hamas já envolve uma outra fronteira e país: o Sul do Líbano, onde se está a concentrar o Hezbollah, mais poderosamente armado do que o Hamas. O arsenal nas mãos deste grupo terrorista entra nos portos de um país soberano, sem restrições, nem necessidade de jogar às escondidas. Israel sabe disso, e tem um exército concentrado nessa fronteira.
Entrando em Gaza, de uma forma mais avassaladora, para acabar com o Hamas, não haverá nenhuma dúvida de que o Hezbollah vai atirar o Líbano (outra vez!) para um estado de guerra, e aí Teerão tem de mostrar que tem poder e que manda naquela região. Isso significará usar os seus mísseis de longo alcance, drones, aviões, e todas as outras operações militares viáveis.
Se isso acontecer, e é um cenário antecipado com grande grau de certeza pelo Pentágono, então as forças navais de ataque americanas, e a sua força aérea, e todos os sistemas de mísseis interceptores já instalados e a instalar na região serão usados para travar os iranianos. Aliás, já tiveram de abater mísseis lançados do Iemen, por mais um grupo terrorista armado por Teerão. Assim, de repente, poderemos ter quatro países diretamente envolvidos numa guerra, sendo que o quinto é como se já existisse: a Palestina. Não é tranquilizador. Já são muitos em guerra, e outros poderão ser chamados a ajudar. Quando atacou e massacrou civis, o Hamas (Teerão, por isso) sabia o que queria.
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