Belgorod, atingida e invadida por militares russos ao serviço da Ucrânia, é uma vergonha para o presidente Putin, que não tem soldados nem equipamentos para defender a sua fronteira. Se este é o primeiro sinal da contraofensiva ucraniana, então foi uma decisão tática de mestre. Os membros da Legião Russa, integrados no comando militar da Ucrânia, geraram o caos na naquela zona da fronteira, com a fuga das autoridades, e a adesão dos residentes à iniciativa militar dos seus concidadãos.
Há outro sinal preocupante para o comando russo. Tal como anunciado, as forças do grupo Wagner estão a retirar de Bakhmut, o mais depressa possível, e a ser, supostamente, substituídos por forças regulares russas. O drama é que não existem muitas unidades disponíveis, e a saída dos mercenários tem tudo a ver com as informações de que o avanço das forças ucranianas nos flancos está em vias de fechar todos os acessos ou saídas da cidade destruída. Bakhmut é uma ratoeira para os russos.
Depois vem a grande desilusão de Putin, e dos seus cérebros militares: afinal, os quilómetros das linhas de defesa construídos com a famosas «pirâmides de Wagner» não impedirão nenhum tanque ou blindado de avançar. A prova está num vídeo de treino com um «Chalenger-2», que como uma pá à frente afasta, tranquilamente, as fabulosas obras de engenharia de defesa.
E para acabar, Putin ficou agora a saber, pelos serviços secretos americanos, que os dois drones que atingiram a cúpula do Senado nas muralhas do Kremlin foram, de facto, lançados pelos ucranianos. Só más notícias. A Primavera ucraniana já passou por Moscovo, está agora em Belgorod, anuncia-se em Bahmut, e vai espalhar-se por Luhansk, Donetsk, Japorizia, Kherson, e Crimeia.
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