Volodymyr Zelensky, num dia de Lua Nova, brevemente, vai anunciar que as forças militares ucranianas iniciaram a ofensiva no Leste e Sul do país, para libertar todos os territórios ocupados pelas forças russas. O plano de ataque está fechado, os equipamentos militares estão posicionados, e a manutenção e logística está a organizar-se, mas com maiores dificuldades.
A Ucrânia pode ter os meios militares mais modernos do mundo, e a quantidade necessária de munições, de todos os tipos, mas a parte decisiva, que raramente se vê, ou aprecia, é toda a cadeia logística – um outro Exército – que funciona em paralelo, e com o mesmo passo da investida militar. É de uma complexidade extrema, e pode decidir uma batalha.
E logística é tudo o que faz falta: munições, da mais simples à mais sofisticada, combustível, que nunca pode esgotar, peças, alimentação, primeiros socorros, hospitais de campanha, e toda uma infinidade de meios de suporte e transporte que envolvem milhares de soldados. A ofensiva russa, em fevereiro de 2022, parou ao fim de 72 horas, quando a resistência ucraniana se mostrou feroz, e as linhas logísticas colapsaram.
É um erro que o comando militar de Kiev não cometerá. Até por uma outra razão essencial: a estratégia de ataque ucraniano seguirá a escola da NATO e EUA, com mais do que uma frente, e avançando com toda a rapidez para os objetivos. Pelo contrário, a escola militar russa segue o padrão obsoleto de só dar um passo depois de arrasar todas as estruturas. Desta vez, e tão depressa quanto possível, os blindados ucranianos deverão chegar ao Mar de Azov, cortando todas as linhas das unidades russas, e fixando-as nas outras frentes. A vitória reside na agilidade e velocidade, e essa lição vem de Caio Júlio César.
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