Vladimir Putin, ao ordenar a prontidão e alerta das suas forças nucleares, entrou, definitivamente, num estado de total insanidade, alucinação e delírio. Está doente, psicótico, e é extraordinariamente perigoso. Isolado, quase sempre ausente de Moscovo, sem conseguir ouvir ninguém, incapaz de distinguir a realidade do desvario, e desesperado com a resistência heroica da Ucrânia, decidiu fazer a mais louca de todas as escaladas, ao ponderar, publicamente, o uso de armas nucleares.
Mentalmente desequilibrado com o desastre militar que está a viver, acha, em última instância, que poderá erradicar do mapa a totalidade da Ucrânia, e de alguns países europeus da NATO, empregando a última e mais devastadora de todas as armas. O presidente russo está seriamente doente, e já não consegue perceber, racionalmente, que isso implicaria, também, a destruição total da Rússia.
Os Estados Unidos, e a NATO, mais a duas potencias nucleares europeias, a França e a Grã-Bretanha, têm ao seu dispor uma capacidade nuclear 50 ou 100 vezes superior a todas as armas da Rússia, e no momento em que fosse detetado um lançamento dessas ogivas, o que acontece em segundos, seria de imediato desencadeado um ataque nuclear devastador. As armas de destruição maciça têm um poder dissuasor inultrapassável: asseguram uma destruição mútua, e por isso nunca se podem usar. Nem pensar em usar.
Na sequência da sua ordem, o protocolo de segurança – a antiga «linha vermelha» entre Washington e Moscovo – exige que o chefe de Estado Maior General Conjunto americano, Mark Milley, entre em contacto com o seu homólogo russo, para clarificar a situação. A partir daí, o secretário da Defesa e os chefes militares informarão o presidente dos EUA, que pode ordenar o «DefCon 2» às suas forças nucleares estratégicas e ao Comando militar europeu. Tudo isto, que era suposto só acontecer em ficção, está a transformar-se numa realidade impensável, e nunca vivida.
Seja qual for a arma nuclear a utilizar, num gesto impensável, táctica, de teatro de guerra, ou estratégica, independentemente dos vetores usados, ou meios de lançamento, implicará uma resposta imediata da outra parte. E mesmo que se usem apenas as tácticas, que devastam um exército inteiro, ou uma cidade de milhões de habitantes, é quase certo que se passaria, de imediato, à Destruição Mútua Assegurada (MAD). É melhor nem pensar. Numa situação destas, não há cenários futuros.
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