Quem teve o privilégio de assistir na RTP da década de 80 a jogos internacionais de futebol sabia que podia contar com uma inconfundível trilha sonora no início da transmissão e com a voz não menos inconfundível de um Rui Tovar ou Gabriel Alves na narração da partida. Há uma aura mística inerente a essa época que é difícil de explicar… Pelo menos no meu caso, cuja primeira memória de um Mundial recai no México 86: o Gary Lineker com gesso no braço a marcar golos parecia o tipo mais cool (ou fixe, como se diria na época) do mundo; os portugueses de bigode usavam calções demasiado curtos; e um argentino baixinho espalhava magia numa das minhas seleções preferidas porque na página da caderneta de cromos da seleção das Pampas havia nomes como Passarella e Burruchaga. Vem isto a propósito do Mundial da Rússia que agora termina e de um artigo com que me cruzei esta semana onde se referia como o streaming mudou radicalmente a forma como se consome esta competição.
E é verdade: 32 anos depois, já não é preciso estar dependente de um único canal televisivo para assistir aos jogos do Mundial. Ou de um canal televisivo sequer. O streaming (falo apenas do legal) abriu-nos outras possibilidades e eu próprio recorri à RTP Play para assistir à partida inaugural num dos monitores do meu posto de trabalho. Dados do estudo “The World Cup Audience” da Global Web Index 2018, citados pelo Expresso, referem que 47% dos utilizadores de Internet assistem ao Mundial pela TV ou online, 18% veem só pela TV e 37% veem só online.
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