Pode não parecer, mas esta é uma carta para os meus filhos. Algumas pessoas publicam fotos dos filhos no Facebook; outras publicam cartas públicas para os filhos na Internet. Ambas as coisas são o cúmulo da pirosice, mas no meu caso pagam-me para o fazer, o que não sendo justificação para todas as coisas que se podem fazer na vida, pelo menos sempre me dá o salvo-conduto para o velho argumento dos ossos do ofício.
Pois bem, desta vez são os meus filhos os remetentes, mas valha a verdade também podiam ser os filhos de todos condutores de automóveis que vejo a executarem movimentos de contorcionista para manterem o telemóvel encostado à orelha enquanto metem a mudança ou dão o ar de maluquinhos que falam com seres imaginários à medida que os diálogos vão evoluindo em alta voz. Pior ainda: não poucas vezes, eu vi estes adultos a protagonizarem atitudes infantis no mesmo momento em que eu próprio também estava a dividir mãos e atenção entre telemóvel e volante. E nem sequer vou aflorar os cenários em que os condutores seguem com crianças – ou pais e irmãos de outras crianças – no carro.
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