As empresas petrolíferas não param de mexer nos preços dos combustíveis. Contra factos não há argumentos! No início do ano um litro de gasolina custava 1,295 euros e o litro do gasóleo valia 1,057 euros. Os portugueses estão a pagar mais 5,35 euros do que pagavam no início do ano para atestar um depósito com 50 litros de gasolina. Para encher um depósito de gasóleo a diferença é de 5,45 euros.
A maioria dos fabricantes tem apostado na concepção de motores mais “pequenos”, menos poluentes e, como sabemos, estão a aderir em massa às energias alternativas.
As frotas empresariais e o mercado das empresas de aluguer de viaturas seguem a tendência optando pelo “downsize” de modelos.
Os e-mails dos leitores que tenho recebido abordam invariavelmente este tema. É notória a preocupação de quem pretende trocar de carro por estes dias. A maioria dos particulares pergunta se é racional comprar um automóvel 2.0 diesel, com uma potência superior a 150 CV, que gaste mais de dez litros de gasóleo.A verdade é que em alguns casos, graças a um binário generoso, conseguimos fazer consumos comedidos com um motor 2.0 litros diesel, não abdicando da dinâmica, da performance e do prazer de condução gastando “apenas” oito litros de gasóleo para percorrer 100 quilómetros.
Muitos leitores questionam se vale a pena gastar 40.000 euros num automóvel novo? Se os automóveis eléctricos são fiáveis e conseguem transportar uma família, com a respectiva bagagem, nas viagens mais longas sem colocar constantemente uma mudança “abaixo”? Estas são algumas das questões que tenho recebido por e-mail sobre este assunto. A maioria não sabe o que fazer agora que chegou a hora do velhinho Clio, Corsa ou Punto, entregar a alma para abate.
Por outro lado, o aumento do preço dos combustíveis tem motivado muitos condutores portugueses a levantar o pé, a deixar o carro em casa, a pensar muito bem que tipo de automóvel comprar.
Foi precisamente a pensar nestas questões que decidimos testar o novo Seat Altea XL Ecomotive, munido de um moderno motor “common rail” 1.6 TDI e 105 CV de potência. A verdade é que um automóvel equipado com um motor 1.5 dCi, 1.6 HDi ou TDi, com 110 CV de potência, serve perfeitamente para transportar família de uma forma tranquila, sem grandes correrias, a um preço acessível e, quem sabe, ao volante de um modelo recheado de equipamento de conforto e segurança. Decidi viajar até ao Eco Resort ZMAR, a meio caminho entre a Zambujeira do Mar e Vila Nova de Mil Fontes, no concelho de Odemira, para experimentar as virtudes e defeitos deste automóvel num local adequado.Para testar a versão Ecomotive escolhemos um parque de campismo ecológico, sem paredes de betão, onde a energia solar é responsável pela alimentação da totalidade do “resort” e onde é possível desfrutar de uma piscina de ondas enorme, saltar nas camas elásticas ou deslizar de slide no percurso de arvorismo.
O Seat Altea Ecomotive é um automóvel de cinco portas, espaçoso, bem construído e possui uma boa acessibilidade. Ao início estranhei um pouco a rigidez dos bancos em tecido. É uma situação normal quando trocamos de automóvel, contudo, após regular o banco, o volante, e encontrar a posição de condução ideal, nem a suspensão mais firme deste Altea compromete o bom desempenho dinâmico nos estradões de terra batida do ZMAR.O Seat Altea XL Ecomotive está disponível nas versões Reference, Good Stuff, Style ou Sport. Os motores que alimentam a gama são os seguintes: 1.4 de 85 CV, 1.4 TSI de 125 CV, nos caso dos blocos a gasolina, e o diesel 1.6 TDI de 105 CV e o mais potente 2.0 TDI de 140 CV.
No caso do Altea XL Ecomotive podemos optar pela caixa de seis velocidades ou escolher a automática DSG. Gosto bastante do funcionamento de ambas, no caso da versão que conduzi a caixa era manual e revelou-se precisa, muito fácil de utilizar. Como seria de esperar, as versões Ecomotive estão equipadas com o sistema Start/Stop para reduzir o consumo de combustível e as emissões de CO2. Isto quer dizer que o motor desliga automaticamente quando o automóvel não está em andamento, e recomeça novamente assim que carregamos com o pé na embraiagem. Para evitar desperdícios, o sistema de recuperação de energia dos travões recupera a energia produzida pelo alternador.
A poupança de combustível é uma das prioridades e, para contribuir que tal aconteça, convém não perder sempre de vista o indicador de mudança de caixa que aconselha o momento “ideal” para mudar de mudanças.
Consegui um consumo médio de 5,8 litros cumprindo os limites de velocidade.
A 120 km/h na auto-estrada, 80 km/h na nacional de Grândola a Milfontes e mais alguns quilómetros nas voltas na Costa Alentejana e em Lisboa. No total fiz cerca de 600 quilómetros. O Altea XL conduz-se de uma forma descontraída. Os espelhos retrovisores contribuem para ligeiros barulhos aerodinâmicos, nada de grave.
O equipamento de série deste monovolume compacto é muito completo. Em particular na versão Sport. Distingue-se pelas jantes de liga leve de 17 polegadas, computador de bordo, “cruise control”, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, um rádio leitor de CD/ MP3 e um ecrã TFT de sete polegadas (montado no sistema porta-objectos do tecto do automóvel). O alarme volumétrico e o controlo de pressão de pneus também são de série no Sport. Na versão que conduzi existia a possibilidade de ligar uma consola de jogos nos lugares traseiros.A versatilidade, o espaço e a funcionalidade são elementos muito valorizados pelos clientes neste tipo de automóveis. A bagageira tem capacidade para 532 litros com os bancos colocados na posição base. Existem, depois, diversos espaços para guardar pequenos objectos e o encosto do banco traseiro está dividido em três partes rebatíveis.
O equipamento de segurança inclui seis airbags e o ESP. Apenas o sistema Hill Hold (50 euros) e os airbags laterais traseiros (250 euros) são opcionais nas versões de acesso.A viatura ensaiada tinha alguns opcionais que contribuem para o conforto e para aumentar a segurança. O Ecomotive que vê nas imagens possui sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sistema de navegação, bluetooth com comandos no volante, os vidros traseiros escurecidos e os faróis bi-xénon adaptativos.
A versão mais acessível com o sistema Start/Stop, com o motor 1.6 TDi de 105 CV, custa 24.740 euros. O acesso a este modelo faz-se através do motor 1.4 a gasolina de 85 CV que com um preço de 20.840 euros.
Fotografia da piscina de ondas no ZMAR. Uma boa alternativa sempre que o tempo não está bom para praia.
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