O primeiro objetivo deste grupo especial de jogadores está alcançado: estamos na final do World Rugby U20 Trophy!
O caminho percorrido pelos jovens Lobos (este são, sem dúvida nenhuma, dignos de serem apelidados de Lobos) fala por si. Qualidade individual de cada elemento; enorme espírito de combate; enorme capacidade de aguentar os momentos de pressão; perfeita consciência de que, sem humildade, não se vai lá…
No último jogo podemos acrescentar estrelinha da sorte… Sorte de Campeão? Esperemos que sim porque, mais do que Portugal, estes miúdos merecem alcançar o título de Campeões…
Para isso defrontarão na final aquela que é, para mim, a melhor equipa do torneio: o Japão. Pela sua organização interna, o Japão construiu uma equipa dotada de jogadores com enorme capacidade física (não tanto de força mas essencialmente capacidade atlética), maturidade no que respeita ao rigor técnico-tático e alguma qualidade individual. Parece, contudo, uma equipa cujo coração e alma parece demasiado moldado, fria… E julgo que será precisamente no confronto destes dois últimos pontos onde creio que Portugal poderá tomar vantagem sobre o seu adversário…
A mim empolga-me a qualidade individual dos nossos jogadores… Mais: para mim, não há jogadores neste WR U20 com mais alma e coração que os nossos Lobos. Não tenho dúvidas que, a par do uso da inteligência dos nossos jogadores, será por aí que se conseguirá alcançar este feito histórico…
No jogo com o Japão temos também a vantagem de termos jogado 3 jogos, todos, sob imensa pressão… Jogos ganhos nos derradeiros minutos do jogo… Jogos em que tivemos de sofrer. Não me parece que uma final decorra sem que haja esta mesma pressão. E o Japão ainda não a sentiu…
Caso sejamos capazes de impor-lhes essa pressão e levar o resultado do jogo até aos últimos minutos (é muito importante não sofrermos pontos fáceis – como ensaios de interceção ou penalidades escusadas), o Japão é bem capaz de ceder. Não resistir.
No jogo com o Japão teremos também uma vantagem de, em princípio, não sofrermos tanto no capítulo das mêlees (contra o Uruguai foi mesmo complicado), o que nos permite chegarmos mais frescos à parte final do jogo e, por outro lado, ser muito mais diminuta a possibilidade de sofrermos penalidades a cada mêlee do jogo (o que foi doloroso contra o Uruguai).
Nesta altura a preparação do jogo passará por manter os jogadores focados, transmitir-lhes alguns pormenores técnico-tacticos do jogo e recuperação física dos mesmos…
A gestão do grupo, nestes dias é um enorme desafio. Luis Pissarra e António Aguilar, que andaram e sentiram na péle e ao mais alto nível estes dias enquanto jogadores, saberão como ninguém preparar os miúdos para domingo! Os miúdos são também, eles próprios e por natureza, uns exemplos na gestão destes tempos…
Domingo terão todo um Portugal rugbystico a torcer por eles… ESTAMOS JUNTOS!!!
A terminar quase que apetece dizer uma frase comum a este tipo de grupos: “seja qual for o resultado, pelo que já fizeram e a forma como o fizeram, vocês são já os nossos campeões…”.
Mas julgo que este estado de espírito é pobre para aquilo que os nossos guerreiros são e querem ser. Por essa razão, fica uma frase com um conteúdo de muito maior pressão mas que tenham a certeza que os nossos guerreiros a compreenderão e dela tirarão a melhor parte:
“Se não ganharmos… tudo o que fizeram até agora, não ficará na História!!”
FORÇA RAPAZES!