Eu sei que muitas pessoas já conhecem o conceito, mas para mim foi novo e pelas audiências da reportagem do Contas-poupança (quartas-feiras, Jornal da Noite na SIC) foi uma novidade também para centenas de milhares de portugueses.
Fui tratar de assuntos pessoais a Coimbra e, no regresso (para poupar nas portagens) decidi vir pela estrada nacional. Em Pombal, passo por uma loja com o curioso nome de “Quase bom”. Segui em frente, mas fiquei a pensar naquilo. “Quase bom”? Que nome para uma loja, seja do que for. Não deveria ser “Super bom”, “Bom demais”, “Tudo bom”? Qualquer coisa que puxasse pelo marketing? Ainda andei uns 2 km a pensar naquilo e decidi que tinha de voltar atrás para perceber que loja é esta que se chama “Quase bom”. Fiz inversão de marcha e entrei na loja.
Era uma loja de eletrodomésticos perfeitamente “normal”. Pelo menos à primeira vista. O responsável explicou-me que eram eletrodomésticos com pequenos defeitos estéticos. Como não via defeitos nenhuns pedi-lhe exemplos.
E é aqui que começa a minha surpresa. São eletrodomésticos na maioria topo de gama que custam nas lojas 800, 600, 500 euros e que aqui estão à venda por menos 400, 300 ou 200 euros. Porquê?Porque em muitos casos a caixa de papelão está rasgada ou o esferovite partiu-se no transporte. Só por causa disso? Sim.
Noutros casos, há centenas de euros de desconto porque tem um pequeno risco de lado ou uma amolgadela na parte de trás que encosta à parede. Todos são novos a estrear. E a garantia é exatamente igual às das lojas “normais” e grandes superfícies.
Nestas lojas encontra às vezes artigos de exposição e aparelhos que têm como único “defeito” o autocolante com o nome do modelo que mudou e dá demasiado trabalho à marca estar a colocar autocolantes novos. São os chamados eletrodomésticos de “Lista B”.
Num dos exemplos que encontrei, um aspirador topo de gama tinha um desconto de 105 euros porque a caixa de cartão tinha um rasgão do tamanho de um polegar. A caixa vai para o lixo assim que chega a minha casa… certo?
Noutra loja que visitei, na Amadora, um frigorífico americano (daqueles gigantes) que custa cerca de 1800 euros está à venda por menos 540 euros porquê? Porque já não tem a caixa de papelão.
Fica a dica para a próxima vez que precisarem de comprar um eletrodoméstico. Visitem uma destas lojas e comparem com o preço do aparelho que estão a pensar comprar numa loja normal. Em apenas uma compra podem poupar centenas de euros.
Tem aqui a lista de todas as lojas do país, com este conceito, que encontrei na internet . Pode haver mais.
Por exemplo, em Eiras (Coimbra) tem uma loja Outlet da Worten para onde vão todos os artigos de exposição das várias lojas do país. Dizem-me que há verdadeiras enchentes de clientes às terças, quintas e sábados porque é quando chegam os aparelhos que já não são vendidos nas lojas “normais”. Tem telemóveis, computadores, tablets, máquinas fotográficas, televisões e grandes eletrodomésticos. Sempre abaixo do preço habitual. Veja e compare. Pode encontrar oportunidades de negócio excelentes. Só tem de avaliar se o “defeito” vale o desconto.