Chovia quando Francesco Moro entrou na ilha. Embora fossem apenas três da tarde, o céu estava turvo e agitado. Um vento forte sacudia as ramagens das três enormes figueiras-da-índia, à saída da ponte. O táxi atravessou a chuva – casas baixas de um lado; do outro, um pesado mar de chumbo – até se deter junto ao pequeno hotel que Francesco havia reservado. Na sala de entrada funcionava um café, com cinco ou seis mesas de madeira. Dois casais loiros estavam sentados a uma delas.
O jovem italiano saltou do carro, galgou os degraus de pedra e entrou no café. Atirou a mochila para o chão. A seguir arrancou o gorro, soltando a cabeleira longa, muito negra, que lhe desceu em ondas revoltas pelos ombros magros. Sentou-se a uma das mesas, para recuperar o fôlego. Já erguera a mão direita, na intenção de pedir um café, quando os seus olhos tropeçaram nos de Adja. Um mês depois partilhavam cama, mesa, risos e um mesmo destino.