<#comment comment=”[if gte mso 9]> Normal 0 false false false MicrosoftInternetExplorer4 <#comment comment=”[if gte mso 9]> <#comment comment=” /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:””; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:”Times New Roman”; mso-fareast-font-family:”Times New Roman”; mso-ansi-language:PT; mso-fareast-language:PT;} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} “> <#comment comment=”[if gte mso 10]> 1 – Ou muito me engano ou o País avança a passos largos para a crise política que o momento económico seguramente dispensaria e que o Presidente Cavaco diz querer evitar (já lá vamos). E nem é muito difícil perceber porquê. Parto de um pressuposto simples: a comissão parlamentar de inquérito ao caso do negócio da PT/TVI dificilmente vai ser muito mais esclarecedora do que têm sido as mediáticas sessões da Comissão de Ética. É verdade que o âmbito é agora mais reduzido. Mas, no essencial, vão trocar-se acusações, vão fazer-se disparos em todas as direcções, e não vão, sobretudo, faltar contradições. No fim do dia, todos vão concluir aquilo que já tinham concluído antes de sequer se ter iniciado qualquer um destes processos. O PS ficará (continuará) convencido de que José Sócrates nunca mentiu. A oposição não terá (já não tem) qualquer dúvida de que ele não fez outra coisa. E o problema começa aqui. É que as conclusões da comissão parlamentar terão pouco a ver com uma “verdade inequívoca” que um qualquer tribunal tentaria apurar. As conclusões da comissão vão ser, muito mais prosaicamente, apenas e só, as conclusões da oposição maioritária (nove deputados na comissão contra os oito do PS). “José Sócrates mentiu.” Na melhor das hipóteses, “o senhor primeiro-ministro faltou à verdade ao Parlamento, na sessão plenária de 24 de Junho de 2009”.
Independentemente do que verdadeiramente se tenha passado, é inevitavelmente o que concluirão. É o que já concluíram. Mas agora será “oficial”. Ora, a partir do momento em que as conclusões da maioria parlamentar se transformem em conclusões “oficiais”, que consequências terão de ser daí extraídas? O que fará a oposição? Assobiará para o lado? Fingirá que não se passa nada? Ou, num assomo de coerência com as conclusões que aprovar em sede de comissão de inquérito, apoiará uma moção de censura ao Executivo? Posso estar, repito, totalmente equivocado. Mas acho que entrámos num caminho de muito difícil retorno.
2 – Admito, ainda assim, que possa existir quem, na oposição, não tenha conscientemente medido todas as consequências da criação de uma comissão de inquérito ao caso PT/TVI. Já me custa muito mais a acreditar, confesso, que o Presidente Cavaco Silva faça uma leitura ingénua de toda esta situação. E a questão é particularmente relevante porque me parece no mínimo defensável dizer que Cavaco “abençoou” habilmente a criação da dita comissão na entrevista que concedeu, na passada semana, à RTP. Ora, se é verdade que o Presidente percebeu qual o resultado provável do processo agora iniciado, esta “bênção” só pode ser entendida como um aval ao desencadear da mesmíssima crise política que, noblesse oblige, diz querer evitar. A ser verdade, o Presidente fica assim na mais cómoda das posições. Defendendo a estabilidade política, abre caminho ao estalar da crise e passa o ónus da abertura das hostilidades, não apenas ao PSD, mas ao conjunto dos partidos que formam a maioria parlamentar.